O que é a piscicultura extensiva?
A piscicultura extensiva representa um dos métodos mais simples e tradicionais de criação de peixes. Nesse sistema, os peixes vivem em grandes corpos de água como açudes, represas ou lagos, com mínima interferência humana. Eles se alimentam principalmente dos recursos naturais disponíveis no ambiente, como algas, pequenos insetos e matéria orgânica.
Neste artigo, você vai entender o que define esse tipo de piscicultura, como ela funciona no dia a dia, quais são suas principais características, os benefícios e as limitações que ela apresenta. Além disso, também vamos analisar quando esse modelo pode ser a melhor escolha para quem quer começar a criar peixes.
Segundo dados da Embrapa, esse modelo ainda é bastante utilizado no Brasil, principalmente por pequenos produtores e famílias rurais que vivem em áreas com grande disponibilidade de água.
Antes de avançar, é importante entender as características mais marcantes desse sistema.
Características da piscicultura extensiva
A piscicultura extensiva se baseia no uso de viveiros naturais ou artificiais de grande porte. Esses viveiros precisam ter água em quantidade suficiente e com qualidade aceitável para o desenvolvimento dos peixes. O controle do ambiente é baixo, o que torna a criação mais próxima das condições encontradas na natureza.
Os peixes se alimentam de forma espontânea, sem depender de rações industriais ou suplementação. Isso reduz os custos, mas também limita o crescimento dos animais e a produtividade total do sistema.
A densidade de peixes costuma ser baixa. Dessa forma, há menos competição por espaço e alimento. A criação acontece de maneira mais lenta, mas com menos riscos de doenças e menor necessidade de manejo técnico.
Esse sistema costuma funcionar melhor com espécies nativas, já adaptadas ao ambiente local. Em resumo, algumas das mais usadas são tambaqui, pacu, curimatã e cará.
Agora que você já sabe como esse modelo funciona, vamos ver o que ele oferece de positivo.
Vantagens da piscicultura extensiva
- Esse sistema tem como principal benefício o baixo custo. Como o produtor não precisa comprar ração com frequência nem usar equipamentos tecnológicos, os investimentos são menores.
- A manutenção da criação exige menos tempo e mão de obra. Isso permite que a atividade seja combinada com outras práticas agrícolas na propriedade. Além disso, o sistema se aproxima do ciclo natural dos peixes, o que facilita o equilíbrio do ambiente.
- Em regiões com água abundante, esse tipo de piscicultura aproveita bem os recursos locais. Ele pode atender tanto à produção para consumo próprio quanto à venda em pequena escala.
- Também vale destacar que a piscicultura extensiva ajuda a manter a biodiversidade. Como ela utiliza espécies nativas e interfere pouco no ambiente, colabora com a preservação do ecossistema.
Apesar dos pontos positivos, esse sistema apresenta algumas limitações que merecem atenção.
Desvantagens da piscicultura extensiva
Uma das principais desvantagens é a baixa produtividade. Como os peixes se alimentam de forma natural e crescem mais lentamente, o volume final de produção por hectare costuma ser pequeno.
Outro problema está na dependência do ambiente. Se houver seca, excesso de chuvas ou contaminação da água, o produtor pode enfrentar perdas. Então, sem controle técnico sobre o viveiro, qualquer mudança nas condições naturais afeta o resultado final.
O tempo necessário para o crescimento dos peixes também pode se tornar um desafio. Em muitos casos, o produtor precisa esperar mais de um ano para obter animais em tamanho ideal para venda ou consumo.
Além disso, predadores naturais, como aves e jacarés, podem comprometer a produção. E como o ambiente é aberto, o risco de perdas aumenta.
Mesmo com esses pontos, a piscicultura extensiva ainda faz sentido em várias situações. Vamos entender melhor em quais casos ela vale a pena.
Quando a piscicultura extensiva é uma boa escolha
De fato, esse modelo funciona muito bem em propriedades com acesso a grandes volumes de água. Áreas com açudes, represas ou lagos naturais oferecem as condições ideais para esse tipo de criação.
Produtores que não têm muitos recursos para investir em sistemas modernos podem usar a piscicultura extensiva como forma de iniciar a atividade. Ou seja, ela exige menos equipamentos, menos ração e menos acompanhamento técnico.
Além disso, as famílias que buscam produzir para o próprio consumo também encontram nessa técnica uma boa alternativa. A criação é simples, barata e pode ser feita de forma sustentável.
Esse sistema também pode ser adotado em projetos educativos e de preservação ambiental. Como ele mantém os peixes em ambiente próximo do natural, facilita o aprendizado sobre os ciclos da natureza e o comportamento das espécies.
Agora que você já entendeu os aspectos principais do tema, vamos revisar as dúvidas mais comuns sobre piscicultura extensiva.
Resumo – principais perguntas e respostas
É um tipo de criação de peixes que acontece em viveiros ou corpos d’água naturais, com pouca intervenção humana e principalmente com alimentação baseada em recursos naturais.
Custo baixo, uso reduzido de ração, facilidade de manejo e menor impacto ambiental.
Tambaqui, pacu, curimatã, cará, bem como outras espécies nativas que se adaptam bem ao ambiente natural.
Não. Ele é mais adequado para produções de pequeno porte ou para uso em propriedades com grandes áreas de água disponível.
Baixa produtividade, crescimento lento dos peixes, risco de perda por fatores climáticos e principalmente ataques de predadores.