Opiniões sobre a situação dos oceanos
Enquanto as águas profundas dos oceanos aquecem a um ritmo sem precedentes e a biodiversidade marinha enfrenta ameaças crescentes, então, uma pergunta ressoa – é possível salvar os oceanos? Será que com iniciativas, exemplo, esforços coordenados e inovações em conservação, ainda há esperança de salvar os oceanos para as futuras gerações?
Vidar Helgesen, secretário-executivo da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO, alerta sobre o rápido aumento da temperatura dos oceanos.
Cristina González Haro, pesquisadora do Instituto de Ciências do Mar de Barcelona, aponta que os oceanos têm uma enorme capacidade térmica, absorvendo muito mais calor do que a atmosfera. No entanto, essa capacidade não é infinita.
António Guterres, secretário-geral da ONU, ressalta que os oceanos são fundamentais para a vida na Terra, fornecendo oxigênio, alimentos e regulando o clima. Ele destaca a adoção do Tratado do Alto Mar, que visa proteger 30% dos oceanos do mundo, como um passo crucial para a conservação da biodiversidade marinha. No entanto, Guterres alerta que a superexploração e a acidificação continuam a ameaçar a biodiversidade marinha, e ações urgentes são necessárias para combater a poluição plástica e outras ameaças
O que precisamos mudar para salvar os oceanos?
Para salvar os oceanos, é imperativo repensar nossa relação com este vasto e vital recurso. Precisamos reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa para combater o aquecimento global que aquece os mares e eleva o nível do mar.
Além disso, devemos intensificar os esforços para eliminar a poluição plástica, que sufoca a vida marinha e contamina os ecossistemas aquáticos. A proteção de áreas marinhas através de reservas e a restauração de habitats costeiros degradados são essenciais para preservar a biodiversidade. Apenas através de uma ação global coordenada e sustentada poderemos garantir a saúde dos oceanos para as futuras gerações.
Porém, infelizmente os oceanos estão sob ameaça, pois estão sendo afetados por fatores como poluição, mudança climática, destruição de habitats e a sobrepesca. Estas ameaças resultam na morte de milhões de animais marinhos e prejudicam o bem-estar econômico de diversas comunidades.
Mas calma! Existe solução. E é sobre isso que vou falar neste artigo. Nele, você vai conhecer algumas iniciativas em prol da conservação e proteção da vida marinha e vai descobrir como ajudar a preservar os oceanos.
Vamos lá!
Como estão os nossos oceanos?
Os oceanos desempenham um papel muito importante para a saúde e bem-estar de milhões de seres vivos.
Eles representam 70% da superfície da Terra, contêm 97% da água do planeta, atuam como um absorvente natural de carbono, mantêm o equilíbrio do clima mundial, fornecem alimentos e recursos variados para diversas comunidades. Além disso, abrigam vários ecossistemas marinhos.
Apesar de tamanha importância, as atividades humanas ameaçam cada vez mais a vida marinha. Desde a pesca industrial em larga escala, a poluição dos oceanos com plásticos e agrotóxicos, até a acidificação das águas devido a liberação de dióxido de carbono na atmosfera, os impactos negativos sobre os oceanos têm sido gigantescos.
Pesquisas revelam que anualmente cerca de 8 milhões de resíduos plásticos vão parar nos oceanos. É muita coisa!
Lixo Flutuante nos oceanos
O lixo flutuante, composto por sacolas plásticas, garrafas PET, canudos, copos de isopor, pneus, boias, redes de arrasto e partes de embarcações, é uma das maiores causas de morte de espécies aquáticas.
E infelizmente, as perspectivas não são positivas: o Foresight Future of the Sea, relatório do Reino Unido sobre as tendências e desafios que afetam os oceanos, prevê que a quantidade de detritos plásticos lançados ao mar pode triplicar até 2025 se nada for feito até lá.
Será que você vai deixar chegar nesse ponto?
Além do lixo plástico, os derramamentos de combustíveis fósseis também podem ter efeitos prejudiciais nos ecossistemas oceânicos. Provocados por embarcações pesqueiras, navios de carga ou de turismo, eles podem causar problemas respiratórios em animais, grudar na pelagem e dificultar o voo, provocar aquecimento das aves e contaminar fontes de alimentos.
Os detritos marinhos podem ainda degradar habitats sufocando corais ou alterando as formações de dunas de areia.
De acordo com a ONU, o custo anual da poluição dos oceanos é de US$ 13 bilhões.
Por que é preciso salvar os oceanos? Continue a leitura na próxima página…
Por que é preciso salvar os oceanos?
Se medidas drásticas não forem tomadas desde já, em 2050 deveremos ter mais plástico do que peixes nos oceanos.
É isso mesmo que você leu. Em menos de 30 anos podemos ter mais plástico nos oceanos do que peixes, é um absurdo!
Esta é a conclusão de uma pesquisa feita pela fundação Ellen MacArthur em parceria com a consultoria McKinsey. Vale destacar que a degradação dos ecossistemas aquáticos pode se acelerar devido às mudanças climáticas, à pesca predatória, ao aumento do consumo desse tipo de proteína animal, à acidificação das águas e à extinção de várias espécies.
Portanto, os impactos negativos sobre os oceanos é um problema global. E, como tal, precisa de soluções globais para que possam ser combatidos ou minimizados.
Em outras palavras, salvar os oceanos é possível, mas é preciso da união dos governos, instituições públicas e privadas, ONGs e pessoas comuns.
Exemplos em todo o mundo de como salvar os oceanos
Muitas iniciativas têm sido implementadas ao longo dos anos para salvar os oceanos. Estas incluem desde ações governamentais, como a criação de leis que regulam a pesca e a poluição, bem como ações tomadas por organizações privadas e cidadãos comuns.
O objetivo destas ações é reduzir a quantidade de poluentes lançados nos oceanos, proteger habitats marinhos e reduzir a sobrepesca. Por exemplo:
Reserva da biosfera Sian Ka’an
Uma iniciativa governamental que mostra que é possível salvar os oceanos somando esforços é a Reserva Nacional Marítima de Sian Ka’an no México. Ela abrange mais de 5.7 milhões de hectares de terra e água. O parque nacional protege habitats marinhos, incluindo recifes de corais, manguezais e áreas costeiras, e é habitat para diversas espécies ameaçadas de extinção.
A Reserva Nacional Marítima de Sian Ka’an também oferece áreas de desenvolvimento sustentável para a comunidade local, incluindo a pesca sustentável, o turismo ecológico e a produção de alimentos e principalmente plantas medicinais. Graças a isso, foi considerada Patrimônio Mundial pela Unesco em 1987.
Projeto Pristine Seas
Outra iniciativa importante para a proteção de áreas marinhas remotas e preservação da biodiversidade é o Projeto Pristine Seas (Mar Cristalino), da National Geographic.
O projeto tem como objetivo realizar e documentar expedições, descobrir novos ecossistemas, animais e apoiar a criação de reservas marítimas em conjunto com governos, organizações não governamentais e comunidades locais. Além disso, o Pristine Seas também apoia a pesquisa científica e a educação e conscientização pública sobre como salvar os oceanos.
Ocean Conservancy
Além das iniciativas governamentais anteriormente citadas que ajudam a salvar os oceanos, existem também ações realizadas por Organizações da Sociedade Civil (ONGs) e pessoas comuns.
A Ocean Conservancy, por exemplo, é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1972 para proteger os oceanos e as espécies marinhas. A organização tem trabalhado para aumentar a conscientização sobre os problemas que afetam a vida na água e para implementar medidas que protejam os animais selvagens das atividades humanas nocivas, como a sobrepesca.
Mas e você, o que pode fazer para ajudar a salvar os nossos oceanos?
No final, a proatividade e a conscientização de cada um de nós são fundamentais para salvar nossos oceanos. Se todos trabalharmos para melhorar nossos hábitos de consumo, reduzir nossa pegada de carbono, o consumo de plástico, estimular a reciclagem do lixo e usar fontes renováveis para a geração de energia, certamente iremos garantir um futuro melhor para as nossas próximas gerações.
Além disso, outras iniciativas que ajudam a salvar os oceanos incluem: optar por comprar pescado sustentável, evitar utilizar produtos que contenham microplásticos e aderir a práticas de conservação da água.
E como só fazer não basta, também é muito importante incentivar outros a fazerem o mesmo. Portanto, encoraje seus amigos e familiares a se comprometerem com a proteção dos oceanos. A natureza agradece!
Então, concluo este artigo com uma boa notícia: felizmente, salvar os oceanos é possível e todos nós podemos contribuir para esse objetivo!
Resumo – perguntas interessantes – salvar os oceanos
Os oceanos são essenciais para a vida na Terra. Porque eles regulam o clima, produzem mais da metade do oxigênio que respiramos e são uma fonte crucial de alimento e meios de subsistência para milhões de pessoas.
Embora seja difícil reverter o aquecimento global já ocorrido, podemos mitigar futuros aumentos reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e adotando práticas de energia sustentável. Além disso, proteger e restaurar ecossistemas marinhos pode ajudar a absorver CO2.
Reduzir o uso de plásticos descartáveis, melhorar a gestão de resíduos, promover a reciclagem, bem como limpar os resíduos existentes, são passos essenciais. Principalmente, campanhas de conscientização e políticas rigorosas também são fundamentais para combater a poluição marinha.
Sim, com esforço coletivo, políticas eficazes e a adoção de práticas sustentáveis, podemos reverter muitos dos danos causados aos oceanos. Ou seja, a colaboração global e o compromisso contínuo são essenciais para garantir um futuro saudável para os oceanos.
Pequenas ações individuais, como reduzir o uso de plástico, participar de limpezas de praias, escolher frutos do mar de fontes sustentáveis e apoiar políticas de conservação, podem ter um grande impacto coletivo na saúde dos oceanos.
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