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Pesca Predatória, o que é, história, tipos, impactos e consequências

Sobrepesca - pesca predatória
Pesca predatória, o que é, tipos, consequências, desafios desta ameaça a vida marinha que afeta a segurança alimentar de todas as espécies

Tempo estimado de leitura: 11 minutos

O que é pesca predatória (ou sobrepesca)?

A pesca predatória, seus impactos e consequências, também conhecida como sobrepesca, é uma prática danosa de diversos tipos que coloca em risco a saúde dos oceanos e a segurança alimentar de milhões de pessoas no mundo e no Brasil. Ela se caracteriza pela captura de peixes e outros animais marinhos de forma excessiva e insustentável, ultrapassando a capacidade natural de reprodução das espécies e dos ecossistemas marinhos.

Sobrepesca - pesca predatória
Sobrepesca – pesca predatória

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Breve histórico da pesca predatória (sobrepesca)

Nas primeiras civilizações, a pesca era uma atividade artesanal e de subsistência, utilizando técnicas simples e com impacto mínimo no ambiente. Porém, a partir do século XVIII, a Revolução Industrial impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologias pesqueiras, como barcos à vapor e redes mais eficientes. Essa intensificação da pesca, no entanto, já apresentava sinais de esgotamento dos recursos pesqueiros.

Principalmente, no século XX ocorreu a intensificação da pesca predatória, impulsionada pela demanda crescente por alimentos e produtos do mar. Técnicas danosas como pesca com dinamite, redes de arrasto e pesca de tubarões por barbatana se tornaram comuns, levando ao declínio de diversas populações de peixes e à degradação dos ecossistemas marinhos.

Tipos de pesca predatória (sobrepesca)

1. Pesca com Redes de Arrasto

Este tipo de pesca predatória consiste no uso de grandes redes cónicas que são arrastadas pelo fundo do mar, capturando indiscriminadamente peixes, crustáceos, outros animais marinhos e até mesmo sedimentos do fundo do oceano.

Impactos e consequências da pesca com rede de arrasto:

As redes de arrasto danificam ou destroem recifes de coral, áreas de reprodução e outros habitats essenciais para a vida marinha. Principalmente, peixes juvenis, espécies em extinção e animais que não são o alvo da pesca também são capturados e mortos desnecessariamente.

Além disso, a pesca com redes de arrasto levanta sedimentos do fundo do mar, turvando a água e prejudicando a fotossíntese das plantas marinhas.

Pesca excessiva - pesca predatória
Pesca excessiva – pesca predatória

2. Pesca com Explosivos

Neste tipo de pesca predatória se utiliza explosivos como dinamite para atordoar ou matar peixes em grandes quantidades, facilitando a coleta.

Impactos e consequências da pesca predatória com explosivos:

As explosões causam danos extensos aos recifes de coral, áreas de reprodução e outros habitats marinhos, além de matar peixes em um raio significativo. Assim, a explosão indiscriminada elimina predadores importantes, desequilibrando a cadeia alimentar e prejudicando a saúde do ecossistema marinho.

Além disso, o uso de explosivos coloca em risco a vida dos próprios pescadores, que podem sofrer acidentes graves.

3. Pesca predatória com Cianureto

Este tipo de pesca criminosa e predatória envolve o uso de Cianureto para atordoar ou matar peixes, facilitando a captura manual. O Cianureto é então lançado no mar, contaminando a água e os animais marinhos.

Impactos e consequências da pesca predatória com Cianureto

O Cianureto é altamente tóxico para peixes, corais e outros animais marinhos, causando morte em massa e contaminação da cadeia alimentar. Essa substância branqueia e mata os corais, que são essenciais para a biodiversidade marinha, bem como a proteção da costa.

Além disso, o contato com água contaminada por Cianureto pode causar graves problemas de saúde em humanos, incluindo morte.

4. Pesca Excessiva com Redes de Cerco

Neste tipo de pesca predatória se utiliza grandes redes de cerco para cercar cardumes de peixes, capturando grandes quantidades de animais de uma só vez.

Impactos da pesca predatória com redes de cerco:

A pesca excessiva e predatória com redes de cerco leva ao declínio populacional de diversas espécies de peixes, ameaçando a segurança alimentar das comunidades costeiras. Claro, peixes juvenis, espécies em extinção e animais que não são o alvo da pesca também são capturados e mortos desnecessariamente.

Por isso, a captura excessiva de predadores importantes desequilibra a cadeia alimentar e prejudica a saúde do ecossistema marinho.

5. Pesca de Tubarões por Barbatana

Envolve a captura de tubarões apenas pelas suas barbatanas, que são apreciadas em algumas culturas por seu alto valor no mercado negro. O restante do corpo do tubarão é frequentemente descartado no mar.

Impactos e consequências da pesca predatória de Tubarões

A pesca de tubarões por barbatana leva ao declínio populacional de diversas espécies de tubarões, algumas das quais estão ameaçadas de extinção. Lamentável, porque os tubarões são predadores importantes que desempenham um papel crucial na saúde dos ecossistemas marinhos. Sua remoção pode levar ao desequilíbrio da cadeia alimentar e a problemas ecológicos.

A pesca de tubarões por barbatana é uma prática extremamente cruel, já que os tubarões são frequentemente mutilados e seus restos são lançados de volta ao mar.

Pesca predatória de tubarão
Pesca predatória de tubarão – mutilados para que a espécie humana retire apenas a barbatana

Números da Pesca Predatória

Impactos da pesca predatória predatória no cenário global:

1/3 dos estoques pesqueiros mundiais estão sobrepescados ou totalmente esgotados, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Por exemplo: mais de 60% das espécies de tubarões e raias estão ameaçadas de extinção devido à pesca predatória, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

Além disso, a pesca predatória causa perdas anuais de até US$ 26 bilhões para a economia global, de acordo com um estudo da Universidade de British Columbia.

Impactos e consequências da pesca predatória no Brasil:

30% dos estoques pesqueiros brasileiros estão sobrepescados, com espécies como atum, bacalhau e sardinha entre as mais ameaçadas. Ou seja, a pesca ilegal, predatória e não declarada (PPN) representa até 30% da pesca total no Brasil, segundo estimativas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

Além disso, a pesca predatória no Brasil causa perdas anuais de até R$ 10 bilhões, de acordo com estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Principalmente, mais de 100 espécies de peixes marinhos brasileiros estão ameaçadas de extinção, segundo a Lista Vermelha da Fauna Brasileira do Ministério do Meio Ambiente.

Principais características da pesca predatória

A pesca predatória utiliza técnicas que visam capturar o maior número possível de animais em um curto período de tempo. Ou seja, não leva em consideração a capacidade de reposição das populações.

Redes de arrasto, dinamite e outros métodos não seletivos capturam indiscriminadamente peixes juvenis, espécies em extinção, bem como animais que não são o alvo da pesca.

A pesca predatória pode causar danos consideráveis ​​aos recifes de coral, áreas de reprodução e outros habitats marinhos essenciais para a vida marinha.

A captura excessiva de predadores e outros animais importantes na cadeia alimentar desequilibram todo o ecossistema marinho, com consequências negativas para diversas espécies.

A pesca predatória coloca em risco a segurança alimentar de milhões de pessoas que dependem dos recursos pesqueiros para sua subsistência.

Impactos e Consequências da pesca predatória

Declínio das populações de peixes: A pesca predatória causa impactos e consequências que leva ao declínio das populações de peixes, o que pode levar à extinção de algumas espécies.

Degradação dos ecossistemas marinhos: A destruição do habitat natural e o desequilíbrio da cadeia alimentar impactam negativamente a saúde dos oceanos.

Prejuízos à pesca artesanal: A pesca predatória prejudica os pescadores artesanais que dependem dos recursos pesqueiros para sua subsistência.

Aumento do preço dos produtos do mar: A diminuição da oferta de peixes pode levar ao aumento do preço dos produtos do mar.

Impactos sociais e econômicos: A pesca predatória pode ter impactos negativos nas comunidades costeiras que dependem da pesca para sua economia.

Pesca predatória no Brasil

A pesca predatória no Brasil representa uma grave ameaça à saúde dos oceanos e à segurança alimentar das populações costeiras. Estima-se que 30% dos estoques pesqueiros brasileiros estejam sobrepescados, com espécies como atum, bacalhau e sardinha entre as mais ameaçadas.

Medidas para combater a pesca predatória no Brasil:

Fortalecimento da fiscalização: Aumentar o investimento na fiscalização das atividades pesqueiras é crucial para combater a pesca ilegal e garantir o cumprimento das leis.

Implementação de políticas públicas: Governos devem estabelecer limites de captura, controlar o uso de métodos de pesca e proteger áreas marinhas importantes.

Investimento em pesquisa científica: Investimentos em pesquisa científica são necessários para avaliar o estado das populações de peixes e desenvolver métodos de pesca mais sustentáveis.

Conscientização ambiental: É fundamental conscientizar a população sobre os impactos da pesca predatória e promover o consumo consciente de produtos do mar.

Desenvolvimento de alternativas: Incentivar o desenvolvimento de alternativas à pesca tradicional, como a aquicultura sustentável, pode ajudar a reduzir a pressão sobre os recursos pesqueiros naturais.

Todos nós podemos contribuir para combater a pesca predatória e garantir a sustentabilidade dos recursos pesqueiros. Assim, ao fazermos escolhas conscientes como consumidores, apoiando ONGs que trabalham na defesa dos oceanos e cobrando ações dos governos, podemos fazer a diferença.

Perguntas relevantes sobre a pesca predatória

1. Qual a diferença entre pesca predatória e pesca sustentável?



A pesca predatória se caracteriza pela captura excessiva e insustentável de peixes e outros animais marinhos, ultrapassando a capacidade de reposição das populações e dos ecossistemas marinhos. Já a pesca sustentável visa garantir a captura de peixes de forma responsável, respeitando os limites naturais e promovendo a preservação dos recursos pesqueiros para as futuras gerações.


Como o consumidor pode contribuir para combater a pesca predatória?


O consumidor pode contribuir para combater a pesca predatória de diversas maneiras:

Optar por produtos do mar com certificação de pesca sustentável: Certificações como o MSC (Marine Stewardship Council) garantem assim que os produtos do mar provenham de pesca sustentável.

Consumir menos peixe: Reduzir o consumo de peixe pode ajudar a diminuir a pressão sobre os recursos pesqueiros.

Evitar produtos de espécies ameaçadas: Consultar listas de espécies ameaçadas, bem como evitar o consumo de seus produtos é crucial para proteger a biodiversidade marinha.

Informar-se sobre a origem dos produtos do mar: Buscar informações sobre a origem dos produtos do mar e as práticas de pesca utilizadas é fundamental para fazer escolhas conscientes.

Qual o papel da tecnologia na luta contra a pesca predatória?

A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa na luta contra a pesca predatória. Ferramentas como:

Monitoramento por satélite: Rastrear embarcações pesqueiras e identificar atividades ilegais.

Dispositivos de rastreamento: Monitorar o movimento dos peixes, bem como identificar áreas de pesca excessiva.

Aplicativos para consumidores: Fornecer informações sobre a origem dos produtos do mar e a sustentabilidade das práticas

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