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Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: como funciona e quais os desafios?

gestão integrada
Entenda o que é e como funciona a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (GIRS), bem como os seus principais desafios rumo à sustentabilidade

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: entenda o que é e quais os seus problemas

A gestão adequada de resíduos sólidos é um dos maiores desafios que enfrentamos no século XXI. No Brasil, por exemplo, produzimos cerca de 78,4 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, um aumento de 28% nos últimos dez anos, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020.

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (GIRS) se apresenta como uma estratégia interessante e ao mesmo tempo complexa que visa resolver essa questão. Mas, compreender o seu funcionamento e enfrentar os seus desafios são tarefas essenciais e urgentes.

Assim, neste artigo, vou te explicar o que é a GIRS, como ela funciona em suas diversas etapas, e quais são os desafios que enfrentamos na implementação dessa estratégia de extrema importância para a sustentabilidade de nosso planeta.

Vamos lá!

Gestão integrada de resíduos
A gestão adequada dos resíduos sólidos contribui para a sustentabilidade

O que é Gestão Integrada de Resíduos Sólidos?

A GIRS é um conjunto de ações que tem como objetivo reduzir a quantidade de resíduos gerados, garantir sua destinação adequada e promover a reciclagem e reutilização de materiais.

Essa gestão é importante porque os resíduos sólidos podem causar impactos negativos no meio ambiente e na saúde pública, além de representar um desperdício de recursos.

Para saber mais, leia este artigo: “Gestão de Resíduos no Brasil: será que está funcionando?

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos envolve várias etapas, como por exemplo a coleta seletiva, o transporte, o tratamento e a disposição final dos resíduos. Vamos conhecer melhor cada uma delas.

Coleta seletiva

A coleta seletiva é uma das principais etapas da gestão integrada de resíduos sólidos. Basicamente, ela é a separação dos resíduos em diferentes tipos, como papel, plástico, vidro e metal. Assim, podemos reciclá-los ou reutilizá-los.

Para isso, é preciso que a população seja conscientizada sobre a importância da coleta seletiva e sobre como fazer a separação correta dos resíduos.

Transporte

O transporte dos resíduos é outra etapa importante da gestão integrada de resíduos sólidos. Quando realizamos este transporte de forma segura e eficiente, evitamos a contaminação do meio ambiente, bem como dos trabalhadores envolvidos no processo.

Tratamento

O tratamento dos resíduos também é uma etapa muito importante. Ele pode envolver diferentes processos, como a compostagem, a incineração e a reciclagem.

Em suma, o objetivo do tratamento é reduzir a quantidade de resíduos que depositamos em aterros sanitários. Isso porque os aterros representam uma opção de destinação final mais onerosa e prejudicial ao meio ambiente.

Disposição final

Por fim, a disposição final dos resíduos deve ser realizada de forma adequada, para evitar a contaminação do solo, do ar e da água. Os aterros sanitários são a opção mais comum para a disposição final de resíduos, mas também podemos usar outras alternativas, como a incineração e a reciclagem.

Então até agora, deu para notar que a GIRS tem importância fundamental para garantir a sustentabilidade ambiental e o bem-estar da população. Ou seja, ao adotar práticas sustentáveis de gestão de resíduos, é possível reduzir os impactos negativos dos resíduos no meio ambiente, promover a reciclagem e reutilização de materiais e conservar recursos naturais.

reciclagem
A coleta seletiva faz parte da GIRS

Como ela funciona na prática?

A estratégia de gestão integrada depende do manuseio de resíduos em quatro frentes principais:

  1. Redução da fonte: nada mais é do que a prevenção de resíduos. Ela visa reduzir a geração desnecessária de resíduos. Assim, reduzir na fonte significa utilizar, por exemplo: produtos que se destinam a bens recicláveis, duráveis e sustentáveis; produtos reutilizáveis; reforma de bens para prolongar a vida do produto; redução da deterioração e desperdício de alimentos; e evitar bens que não duram muito e que não podem ser reutilizados e reciclados.
  2. Reciclagem e compostagem: a reciclagem inclui a acumulação, separação e recuperação de materiais recicláveis ​​e reutilizáveis, bem como o reprocessamento de recicláveis ​​para a produção de novos produtos. Por outro lado, já a compostagem é um componente da reciclagem de resíduos orgânicos e envolve a conversão destes em aditivos para o solo.
  3. Transporte de resíduos: neste caso, os caminhões devem estar em boas condições e sem vazamentos. Além disso, as empresas de transporte devem possuir uma licença emitida pelo órgão ambiental local; e
  4. Eliminação de resíduos: que ocorre por meio de aterros bem projetados, bem construídos e bem gerenciados nos locais em que são instalados. Também pode ser feita por meio da incineração.

Vale lembrar que a redução da fonte de resíduos nos ajuda a diminuir os custos de manuseio, transporte e reduz a geração de metano.

Os desafios da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Apesar da sua importância, a implementação da GIRS não é uma tarefa fácil. Existem vários desafios na gestão dos resíduos sólidos que ainda precisamos superar para garantir seu sucesso. A seguir vou citar alguns dos principais obstáculos:

  1. Legislação e regulamentação inadequadas: Em muitos países, incluindo o Brasil, as leis e regulamentos relacionados à gestão de resíduos ainda são inadequados ou mal implementados. Isso dificulta a implementação efetiva de um sistema de GIRS.
  2. Falta de infraestrutura adequada: Para um sistema de GIRS funcionar efetivamente, é necessária uma infraestrutura robusta, que inclua instalações de coleta e processamento de resíduos, bem como sistemas de reciclagem e compostagem. No entanto, em muitas áreas, essa infraestrutura ainda é insuficiente ou inexistente.
  3. Desafios financeiros: A implementação e manutenção de um sistema de GIRS requer investimento significativo. Infelizmente, muitas vezes falta financiamento adequado para essas iniciativas.
  4. Falta de conscientização e educação: Muitas pessoas ainda não estão cientes da importância da gestão adequada de resíduos, o que dificulta a implementação da GIRS. É necessário aumentar a conscientização e a educação sobre este assunto.
  5. Resistência cultural e comportamental: Em muitas culturas, há uma resistência a mudar comportamentos relacionados ao descarte de resíduos. Superar essa resistência é uma parte crucial do sucesso da GIRS.

Conhecer e entender esses desafios é o primeiro passo para superá-los. E entender que, por meio da cooperação entre todos os setores da sociedade, podemos construir sistemas de gestão de resíduos que sejam verdadeiramente integrados e eficazes.

Gestão integrada de resíduos sólidos
Apesar dos benefícios, os desafios ainda são grandes

Então, a GIRS é mesmo uma boa solução?

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é um sistema abrangente que pode trazer benefícios significativos para o meio ambiente, a economia e a sociedade. Contudo, a implementação da GIRS ainda enfrenta enormes desafios. Dessa forma, superar as barreiras regulatórias, técnicas e culturais requer o esforço conjunto de governos, empresas e indivíduos.

A conscientização e a educação sobre a importância da GIRS e as práticas sustentáveis de descarte de resíduos são vitais para a superação desses desafios. Afinal, todos temos um papel a desempenhar na construção de um futuro sustentável. E vamos lembrar que a sustentabilidade não é apenas sobre proteger o ambiente, mas também sobre construir uma sociedade mais justa e equitativa para as gerações futuras.

Então, agora, mais do que nunca, precisamos adotar uma postura proativa em relação à gestão de nossos resíduos. Que este artigo sirva como um convite à reflexão e à ação. Afinal, podemos transformar o “lixo” de hoje nos recursos de amanhã.

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