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Aterros sanitários: por que algumas cidades brasileiras ainda não tem?

Benefícios aterros sanitários
A construção de aterros modernos com instalações bem projetadas e gerenciadas pode diminuir significativamente os impactos ambientais.

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

O que é um Aterro Sanitário?


Um aterro sanitário é uma instalação especialmente projetada para a disposição final de resíduos sólidos urbanos de forma segura e ambientalmente correta. Portanto, não deve ser confundido com um “depósito de lixo” (o lixão), mas sim um sistema complexo que visa minimizar os impactos negativos no meio ambiente e na saúde pública.

Um depósito de lixo (lixão) é em grande parte uma relíquia do passado – terra escavada não regulamentada e não controlada – que contém resíduos de todos os tipos empilhados sem razão.

Já o aterro sanitário em valas é um outro modelo. Pois é feito para facilitar o aterramento dos resíduos. Além disso, a formação de camadas por meio do preenchimento total de trincheiras, de modo a devolver ao terreno a sua topografia inicial.

Aterro Sanitário

Características Essenciais dos aterros sanitários que seguem as regulamentações

O aterro é construído com barreiras de impermeabilização para evitar a contaminação do solo e da água subterrânea pelo chorume, um líquido percolado dos resíduos. Além disso, deve contar com um sistema de drenagem de gases que coleta o metano e outros gases gerados pela decomposição do lixo, evitando assim a emissão desses gases poluentes na atmosfera.

O devido aterro sanitário é monitorado constantemente para garantir o bom funcionamento do sistema de drenagem, a qualidade do ar e do solo, e a segurança das operações.

Os resíduos são dispostos em etapas, compactados e cobertos com camadas de terra para minimizar odores e a proliferação de vetores de doenças.

Após o encerramento da vida útil do aterro, a área pode ser recuperada para outros usos, como áreas verdes ou parques.

Tipos de aterros sanitários:

  • Aterros Classe I: Destinados a resíduos perigosos, com medidas de segurança mais rigorosas.
  • Aterros Classe II: Destinados a resíduos não perigosos, como lixo doméstico e comercial.
  • Aterros Classe III: Destinados a resíduos inertes, como materiais de construção.

Diferenças entre aterro sanitário e lixão:

Um aterro sanitário se diferencia de um lixão por ser um local planejado e gerenciado, com medidas para proteger o meio ambiente e a saúde pública. Já o lixão é um depósito de lixo descontrolado, sem os cuidados necessários para evitar a contaminação do solo, da água e do ar.

Aterros Sanitários no Brasil: Desafios e Avanços em Números

A gestão de resíduos sólidos no Brasil enfrenta desafios consideráveis, com a falta de infraestrutura adequada e a prevalência de lixões a céu aberto como grandes obstáculos. Apesar disso, avanços significativos foram observados nos últimos anos, com o aumento do número de aterros sanitários e a melhoria na qualidade da gestão. Por exemplo:

Números Relevantes sobre aterros sanitários no Brasil

Total: Em 2021, o Brasil possuía 640 aterros sanitários, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Resíduos Sólidos (SINIR).

Cobertura: Aproximadamente 63% dos municípios brasileiros tinham acesso a aterros sanitários em 2022, de acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM).

Distribuição Geográfica: A região Sudeste concentra o maior número de aterros sanitários (235), seguida pelas regiões Nordeste (117), Sul (107), Centro-Oeste (94) e Norte (87).

Capacidade: A capacidade total de armazenamento dos aterros sanitários brasileiros era de 319 milhões de toneladas em 2021.

Números Relevantes sobre Lixões a Céu Aberto no Brasil

Quantidade: Em 2021, existiam 2.367 lixões a céu aberto no Brasil, segundo o SINIR.

Impactos Negativos: Lixões causam sérios problemas ambientais e de saúde pública, como contaminação do solo e da água, proliferação de vetores de doenças e emissão de gases poluentes.

Números Relevantes sobre a Geração de Resíduos no Brasil no Brasil

Volume: O Brasil gerou 81,2 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2021, segundo o SINIR.

Per Capita: A média nacional de geração de resíduos sólidos urbanos por pessoa foi de 1,43 kg/dia em 2021.

Composição: Os resíduos orgânicos representam a maior parte dos resíduos sólidos urbanos no Brasil (54,4%), seguidos por resíduos recicláveis (17,3%), resíduos inertes (16,3%) e perigosos (2%).

Aterros sanitários: uma nova consciência

A construção de aterros modernos com instalações bem projetadas e gerenciadas pode diminuir significativamente os impactos ambientais. Tudo isso, evita alterações no solo, no ar e na água. 

Pois bem, aterros bem projetados e operados garantem a conformidade com os requisitos de preservação ambiental. Para isso existe a gestão de aterros. Assim, através de uma boa gestão, podemos encontrar novas soluções para o grave problema do lixo.

Vários países pelo mundo já utilizam os aterros planejados. Muitos são construídos com mantas impermeabilizantes que evitam infiltração. Uma solução barata é o aterro coberto com uma camada impermeável de plástico, isso também evita que o chorume entre no solo e chegue ao lençol freático. Por isso, a destinação final principal é o lixão e não era para ser assim!

Repensar a gestão de resíduos

Todos nós precisamos desenvolver uma nova consciência. Temos que olhar nosso cenário atual e repensar sobre a gestão de resíduos. O dinheiro investido na gestão de resíduos pode significar economia com os gastos na saúde pública. O descarte realizado de forma certa, protege a saúde da população.

Aterros Sanitários: estamos ficando sem espaço (Abre numa nova aba do navegador)

A política Nacional de resíduos sólidos

O Marco do Saneamento, sancionado em julho de 2020, estabeleceu um prazo até 2024 para o fim dos lixões nos municípios brasileiros. No entanto, este prazo varia conforme a existência de planos de resíduos sólidos e número de habitantes nas cidades, porque os aterros sanitários são menos perigosos para o meio ambiente que os atuais lixões. Já que teoricamente são construídos para evitar a contaminação do solo, da água e do ar.

Leia também: Reaproveitar o lixo nas cidades

Onde construir aterros sanitários?

Aterros sanitários utilizam grandes extensões de terra. Além disso, precisamos construir aterros isolados da área urbana, para evitar problemas comuns como o mal cheiro. Portanto, aterros bem construídos devem ter um sistema de drenagem pluvial. Ademais, a área e a quantidade de lixo devem ter controle.

Por último, não esquecer que a gestão dos aterros sanitários deve seguir a norma ABNT NBR 8419/1992, de forma que a sua vida útil seja de no mínimo dez anos. Atenção, após o encerramento das atividades, o aterro deve ser monitorado por mais dez anos.

Porque monitorar um aterro que não funciona mais?

Porque mesmo após o momento em que o aterro é desativado, a produção de chorume e gases tóxicos continua. E esse processo continua a acontecer por mais dez anos.

Benefícios dos aterros sanitários

Primeiramente, é um espaço para receber lixos especiais e proteção do solo. Claro, quando são utilizadas mantas adequadas. Em seguida, a coleta do chorume e seu tratamento. Principalmente, espaço para estocar material e drenagem pluvial para que as chuvas não carreguem o lixo. Por fim, incentivo a reciclagem. Por último, a maior parte do que achamos que é lixo, na verdade são resíduos que poderiam ir para a reciclagem.

Usina em aterro sanitário
Usina para reaproveitar o lixo em aterro sanitário

Somos os responsáveis

Este é nosso planeta! Somos responsáveis pelo lixo que geramos. O mundo ideal e sustentável seria aquele que não tivessem lixões e que não precisem de enormes aterros sanitários.

Veja bem, os lixões não são a nossa solução! Muito menos aterros planejados! Porquê, o que precisamos mesmo é parar de produzir tanto, consumir tanto e gerar tanto lixo. Claro, por enquanto, a gestão de resíduos não é perda de tempo, É um passo na direção do tão sonhado mundo sem lixões e sem tantos desperdícios.

Reutilizar e reaproveitar é melhor do que reciclar! (Abre numa nova aba do navegador)

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