O que é a agropecuária?
A agropecuária é a prática combinada da agricultura e da pecuária, que envolve o cultivo de plantas e a criação de animais para a produção de alimentos, fibras e outros produtos essenciais para o consumo humano e industrial. Em suma, a agropecuária é a junção de duas atividades, agricultura e pecuária (criação de animais). Neste artigo, vamos abordamos os impactos ambientais e outros problemas da agropecuária no Brasil.
Especialistas comentam sobre os problemas e impactos da agropecuária no Brasil
Especialistas enfatizam que a agropecuária no Brasil tem um impacto significativo no meio ambiente, principalmente devido ao desmatamento e à emissão de gases de efeito estufa. Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, a pecuária é uma das principais responsáveis pelo desmatamento, que resulta na liberação de grandes quantidades de carbono na atmosfera e na degradação do solo. Portanto, isso agrava a crise climática e prejudica a biodiversidade segundo os próprios site que incentivam a agropecuária insustentável que percebem os problemas dos impactos nos lucros.
O que é Revolução Verde? (Abre numa nova aba do navegador)
Dados de problemas e impactos ambientais causados pela agropecuária no Brasil
Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), em 2022, as emissões do setor agropecuário representaram 27% do total das 2,3 bilhões de toneladas de GEE emitidas pelo Brasil.
Então, a agropecuária, juntamente com mudanças no uso da terra, é responsável por grande parte dessas emissões devido ao desmatamento e à queima de biomassa. A criação de gado é um fator significativo, emitindo grandes quantidades de metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O) .
Mudança no Uso da Terra: uma fronteira além da sustentabilidade
A expansão agrícola, principalmente para o cultivo de soja e milho, continua a ser a principal causa do desmatamento. Em 2023, foi registrado que 99% do desmatamento foi ilegal, exacerbando a degradação do solo e a perda de biodiversidade, de acordo com o site da DW.
Degradação do Solo – O que é, causas, impactos e combate
A agropecuária vai acabar com a água?
Voce sabia? A agropecuária consome cerca de 1747 bilhões de litros de água por ano no Brasil (de acordo Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), contaminando rios e aquíferos com agrotóxicos. Este setor é o maior consumidor de água do país, e a contaminação prejudica a qualidade da água e ameaça a saúde pública.
Além disso, o desmatamento e as queimadas afetam os padrões de chuva e aumentam a frequência de eventos climáticos extremos. A perda de vegetação reduz a reciclagem de umidade, contribuindo para secas prolongadas e ondas de calor, Principalmente na Amazônia.
Por fim, o desmatamento também resulta em perdas econômicas significativas para o agronegócio, afetando a produtividade agrícola e causando prejuízos bilionários
Esses dados destacam a necessidade urgente de políticas eficazes para mitigar os impactos ambientais da agropecuária no Brasil, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis e reduzindo o desmatamento e a poluição.
Quem é o responsável pelas mudanças climáticas? (Abre numa nova aba do navegador)
Degradação ambiental na água causado pela agropecuária
Você já visitou ou passou próximo à alguma grande plantação de café, soja ou algum tipo de fruta? Estes ambientes têm uma característica marcante. São grandes espaços tomados apenas por uma espécie de planta, ou seja, a monocultura. Agora faça um comparativo com uma mata. Ou seja, na mata as espécies ocorrem juntas, o solo da mata está coberto por diversas folhas, galhos e restos de matéria orgânica.
A agricultura como atividade econômica em massa retira todas as outras espécies que ocorriam anteriormente naquele local e “limpam” o solo. A matéria orgânica que antes nutria e ajudava as plantas a crescerem não faz mais parte daquele sistema.
O homem utiliza a lógica da monocultura impondo à natureza e ao solo que produza apenas o vegetal de interesse. Mas cá pra nós isso não tem nada a ver com os ciclos naturais, não é mesmo? Ao contrário, o homem destrói o ciclo natural. Para corrigir o que faz de errado ele utiliza fertilizantes.
Monocultura – O que é, seus impactos na agricultura moderna
Impactos ambientais da agropecuária com fertilizantes
Pois bem, os fertilizantes químicos “corrigem” a capacidade produtiva dos solos. Ou seja, o tempo da agricultura econômica em massa é muito diferente dos ciclos naturais. E estes insumos agrícolas poluem o solo e os corpos de água (rios, lagos e águas subterrâneas). Gerando muitos desequilíbrios ambientais.
A degradação da água pelo ser humano (Abre numa nova aba do navegador)
Nesse sentido, imagine uma grande monocultura de soja. O agricultor coloca o fertilizante no solo para “auxiliar” o crescimento vegetal. Portanto, você sabe que o solo tem a capacidade de absorver os elementos. Logo estes fertilizantes são absorvidos e atingem os lençóis freáticos.
Os lençóis freáticos por sua vez, são reservatórios subterrâneos de água que abastecem os rios e lagos.
Estou desenhando esse quadro para você ver como homem causa distúrbios ambientais. Veja bem, a água do lençol freático contamina-se com os fertilizantes, esta água que caiu da chuva e passou por todo o processo de absorção do solo, logo agora que ela está muito alterada com produtos químicos, vai cair no rio.
Agrotóxicos e pesticidas: um risco à saúde humana
Em outras palavras, pela falta de árvores ao entorno da plantação, a água da chuva e irrigação escoa para o rio. Causando um impacto chamado eutrofização.
Mas o que é isso?
Eutrofização – um impacto ambiental da agropecuária no Brasil
A eutrofização é dos problemas e impactos ambientais da agropecuária no Brasil. Em suma, ela é o acúmulo de matéria orgânica em rios e lagos. Esta matéria acumula-se na superfície da água formando assim uma camada verde.
Este desequilíbrio ocorre justamente pelas substâncias utilizadas nos fertilizantes. Porque elas promovem o crescimento abundante de microrganismos e algas.
Isso mesmo! Observe a imagem abaixo, veja como esta água tem um aspecto que nos causa até repulsa. Está vendo essa camada verde por cima, ela é resultado de uma super atividade biológica de determinados organismos que se beneficiaram com os fertilizantes.
Pois bem, isso não é nada benéfico para o ecossistema aquático. Porque a massa verde impede a passagem de luz. Que nojo! Não acha? Está entendendo o que a agricultura moderna faz?
Entenda o que é eutrofização e seus impactos ambientais
Logo, as plantas aquáticas não conseguem fazer fotossíntese. Dessa forma os níveis de oxigênio diminuem. Os seres vivos vão morrendo e começam a se decompor. Por isso a água fica com um cheiro forte e desagradável. Enfim, está entendendo o que o agronegócio faz quando usa fertilizantes? Mas, os desequilíbrios não param por aí, a agropecuária também polui o ar e degrada o solo.
Entenda como isso acontece:
Impactos ambientais da agropecuária na qualidade do ar do Brasil pela queima de Biomassa
Uma técnica muito comum na agricultura tropical é a queima da biomassa vegetal para liberação de espaço. Portanto, esta atividade libera poluentes no ar, tais como o CO2, que é um dos gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa.
Nesse sentido, quero que você entenda que o planeta Terra reter calor não é em si um problema. Muito pelo contrário, o calor retido na atmosfera propicia a vida no planeta. Imagine só um planeta totalmente coberto de gelo, com temperaturas muito baixas.
Porém, a atividade humana com uma emissão exagerada de gases do efeito estufa tem aumentado a temperatura planetária além do esperado. Consequentemente isso tem causado uma série de desequilíbrios ambientais.
Além do CO2, o metano (CH4) é apontado por um dos principais responsáveis pelo aquecimento planetário. Você sabia que o gás metano tem a capacidade de aquecer 20 vezes mais que o CO2? É um número considerável, devemos concordar. Por isso reservei um tópico desse artigo para te explicar como o homem tem emitido tanto metano na atmosfera.
Digestão dos animais da pecuária que causa impacto ambiental!
Veja bem, a digestão dos ruminantes, como bovinos, ovinos e caprinos, é um dos principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária. Por que? Esses animais produzem grandes quantidades de metano (CH₄) durante o processo digestivo, principalmente através de arrotos e flatulências.
O metano é produzido durante a fermentação entérica, ou seja, um processo digestivo em que microrganismos no rúmen (um dos estômagos dos ruminantes) quebram a celulose e outros carboidratos complexos presentes na dieta dos animais. Enfim, este processo libera metano, um gás com potencial de aquecimento global 25 vezes maior que o dióxido de carbono (CO₂) em um período de 100 anos, segundo informações do site agrodebate.com.br.
Portanto, o problema é que a pecuária é responsável por uma parte significativa das emissões globais de metano. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção animal responde por cerca de 44% das emissões de metano relacionadas à atividade humana. A contribuição varia entre os países, dependendo do tamanho do rebanho e das práticas de manejo adotadas.
Em conclusão, a agricultura, combinada com a pecuária, está entre os maiores setores emissores de GEE no mundo. No Brasil, por exemplo, a agropecuária é a principal fonte de emissões de GEE, representando cerca de 70% do total. Isso inclui tanto o metano liberado pela digestão dos ruminantes quanto as emissões associadas ao desmatamento e à queima de biomassa para a expansão das áreas agrícolas.
O que fazer se as emissões de metano só aumentam a cada ano?
A questão é que as emissões de metano têm aumentado anualmente, agravadas pela expansão da produção pecuária para atender à crescente demanda global por carne e produtos lácteos. Esta tendência é preocupante devido ao impacto significativo do metano no aquecimento global e nas mudanças climáticas.
Neste sentido, diversas estratégias estão sendo pesquisadas e implementadas para reduzir as emissões de metano na pecuária, incluindo mudanças na dieta dos animais, melhoramento genético, e aditivos alimentares que podem inibir a produção de metano no rúmen. A adoção de práticas de manejo mais sustentáveis é crucial para mitigar os impactos ambientais da pecuária.
Vamos agora para o último dos dolorosos impactos. Ou seja:
Os impactos ambientais da agropecuária nos solos do Brasil
O solo é dos componentes naturais mais afetados com a agropecuária. Conforme o agricultor aplica suas técnicas não sustentáveis esta fonte natural perde sua capacidade de ser berço da vida. Por isso as características do solo vão sendo alteradas.
Tais como a quantidade de matéria orgânica presente na terra. Assim como seus componentes físicos e químicos que são fundamentais para a saúde do solo. Nesse sentido vários desequilíbrios são desencadeados. Por exemplo a erosão e a compactação. Deixo esse assunto mais amplo para você ler no link abaixo.
Leia também: Impactos nos solos brasileiros
Importância da Agropecuária Sustentável no Brasil
Fabrício Orrigo, diretor de produtos agro da TOTVS, ressalta a importância crescente de práticas sustentáveis no setor. Ele menciona que: “a demanda por alimentos produzidos de maneira sustentável está aumentando, impulsionando os produtores a adotarem tecnologias avançadas, como blockchain, para garantir a rastreabilidade e a transparência de suas cadeias produtivas. Isso não apenas melhora a eficiência, mas também reduz os impactos ambientais, promovendo uma gestão mais consciente dos recursos naturais.”
Adriano Lopes, diretor do grupo Ilma Agropecuária, destaca que: “os problemas e desafios econômicos enfrentados pelo setor devido à volatilidade dos preços e às pressões de oferta e demanda no Brasil e no mundo”. No entanto, ele vê oportunidades na adoção de técnicas de manejo mais sustentáveis e no investimento em qualidade da pastagem, o que pode levar a resultados positivos a longo prazo.
Enfim, a pressão dos impactos climáticos e seus danos vai trazer uma nova mentalidade aos agropecuaristas que até então só pensam em lucros. Quem sabe!
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Perguntas polêmicas sobre os impactos da agropecuária no Brasil
Sim, é o principal motor do desmatamento, principalmente devido à expansão da pecuária e do cultivo de soja.
Não, a pecuária extensiva gera desmatamento, emissões de gases de efeito estufa e degradação do solo, comprometendo a sustentabilidade.
Sim, o setor consome grandes volumes de água, além de poluir recursos hídricos com agrotóxicos e fertilizantes.
Sim, o uso excessivo de agrotóxicos tem sido associado a impactos negativos à saúde, como aumento de doenças e contaminação de alimentos.
Sim, as emissões de gases de efeito estufa provenientes da pecuária e do desmatamento contribuem significativamente para as mudanças climáticas.
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