Os Problemas Ambientais e as soluções tecnológicas

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Os problemas ambientais e a construção de uma cultura sustentável

Em meio à crise climática global, somos constantemente confrontados com estatísticas alarmantes sobre a degradação ambiental.

A água está sendo contaminada, o solo está se degradando, o ar está se enchendo de poluentes e a rica biodiversidade do nosso planeta está diminuindo a um ritmo alarmante.

O fato é que o ser humano “moderno”, com seu estilo de vida globalizado e consumista, está pressionando os limites do nosso planeta.

Infelizmente, no meio disso tudo, o termo “sustentabilidade” tornou-se uma palavra da moda, muitas vezes usada de maneira equivocada por empresas e governos para mascarar a dura realidade de uma economia que explora vorazmente os recursos naturais sem respeitar os ciclos naturais. É o chamado greenwashing.

Entretanto, apesar do cenário sombrio, a tecnologia apresenta algumas esperanças. Inovações sustentáveis estão surgindo todos os dias, oferecendo possíveis soluções para a degradação ambiental que enfrentamos. E não podemos abrir mão destas soluções para a sustentabilidade.

Podemos dizer que isso se refere à construção de uma cultura sustentável, um conceito bem mais complexo que a princípio possa parecer. A palavra sustentável remete à capacidade de sustentação. Do ponto de vista ambiental é a extração de recursos naturais pensando nas gerações futuras.

Portanto, este artigo vai analisar essa dicotomia entre a realidade preocupante dos problemas ambientais e as promessas da tecnologia verde para a construção de uma cultura mais sustentável.

Então, vamos lá?

A questão dos plásticos nos oceanos

É muito comum a mídia anunciar novas poluições nos oceanos e um dos materiais mais comentados são os plásticos. A cada ano a espécie humana vem despejando nos oceanos quantidades absurdas garrafas pet, sacos plásticos, além de todo tipo de coisas fabricadas com plástico.

Por isso, a maior preocupação dos ambientalistas em relação ao plástico é seu acúmulo nos oceanos.

Já sabemos que o plástico é um produto que trouxe praticidade e substituiu artigos que antes eram feitos de vidro, madeira, papel e cerâmica. Claro, por tudo isso, este material ganhou lugar na economia a partir de 1950. Isso ocorreu devido sua fácil manipulação, produção e baixo custo, porém, seu uso em grande escala e o descarte inadequado, tem causado grandes danos ao meio ambiente. 

Isso está ligado ao processo de decomposição do plástico, que é muito demorado: leva cerca de 400 anos para que este resíduo seja decomposto.

Preservar a vida marinha – Tartarugas marinhas e o plástico

O caso que deixou em evidência esse grande problema ambiental ocorreu em 2015 no litoral da Costa Rica, em que uma equipe de pesquisadores encontrou uma tartaruga com um canudo de 10 cm em uma de suas narinas. O grupo retirou o canudo, medicou o animal e o devolveu para a água.

Como resultado, o caso teve grande repercussão na internet, e alguns grupos se mobilizaram em campanhas de conscientização para a redução do uso de plástico.

No entanto, reduzir não soluciona o problema das toneladas de plásticos que já estão acumuladas nos oceanos, e que já impactam e causam sofrimento para a vida marinha.

Precisamos limpar o estrago que já fizemos, mas, principalmente parar de tratar os oceanos como lata de lixo.

E qual alternativa para isso?

Uso da inovação tecnológica para limpeza oceânica

O grupo holandês The Ocean Cleanup iniciou um projeto para limpar os oceanos. Atualmente, o Great Pacific Garbage Patch é o maior lugar de acúmulo de plástico nos mares. Ele se localiza no oceano Pacífico Norte, entre a Califórnia e o Havaí. 

Como o plástico é filtrado?

Como as áreas de acúmulo de lixo plástico são muito grandes, esta inovação tecnológica filtra o plástico com a energia dos ventos marítimos. Esta é uma alternativa sustentável de gestão tecnológica.

E além de reduzir o impacto causado pelo lixo plástico, não exige o gasto de combustíveis. Essa inovação tecnológica sustentável aproveita as correntes marinhas para coletar o plástico flutuante. Para isso, foram criadas redes em formato de “U” com uma espécie de filtro.

À medida que essas redes navegam pelo oceano, coletam o plástico. Logo depois este material é levado para plataformas e de lá encaminhado para a reciclagem.

A preservação da água doce no mundo

Além das águas salgadas, há uma grande preocupação dos ambientalistas com a água doce. A água doce é um recurso bem menos abundante que a água salgada.

Dos 3% de água doce do planeta, 2,5% estão congelados na Antártica, no Ártico e nas geleiras. E o restante em aquíferos subterrâneos. Ou seja, há grandes reservas de água no subsolo.

O Brasil é um dos países que mais tem água doce do mundo. O território abriga cerca de 12% de reservas de água superficial. Por isso, algumas inovações tecnológicas precisam ser usadas são criadas para o manejo da água.

Manejo sustentável dos recursos hídricos

As plantas são a base de toda a energia produzida na Terra. Isso porque produzem o “próprio alimento” por meio da energia solar. A forma de manejo dos recursos hídricos deve ser pensada para evitar desperdícios. Principalmente durante a produção de alimentos.

Os sistemas de irrigação nas lavouras são grandes fontes de desperdício. Afinal, cerca de 50% a 60% do volume de água utilizados para irrigação no Brasil e no mundo são perdidos, devido a sua má gestão.

A técnica de irrigação convencional gera muita perda, pois o momento não é propício para a planta. Ou seja, a planta é irrigada, mas não consegue absorver a água.

Inovações tecnológicas para agricultura

Com o objetivo de reverter esse quadro, a empresa estadunidense Hortau desenvolveu sensores que medem a tensão do solo.

Isso é necessário porque as raízes dos vegetais absorvem a água disponível no solo. Essa disponibilidade de água vai depender de forças físicas entre as partículas que o constitui, pois a água se acomoda nos espaços entre as partículas. Porém, se a tensão do solo estiver muito alta, a planta não consegue absorvê-la.

E o problema é que os agricultores, por vezes, medem a umidade do solo e o irrigam quando está baixa. Mas, essa técnica gera muita perda de água.

Dessa forma, o desperdício é evitado. Além disso, o solo fica mais rico em nutrientes, porque não são “lavados” junto com água que escoa. Enfim, um solo rico produz muito mais alimentos, aumentando também o êxito da agricultura.

O agravamento do efeito estufa

Outro problema ambiental que enfrentamos é o agravamento do efeito estufa.  O efeito estufa é um processo natural que possibilita a vida na Terra. Porém as atividades humanas têm intensificado esse fenômeno, pois emitem gases que se acumulam na atmosfera.   

Esses gases são chamados de gases estufa e são liberados nas seguintes atividades:

Todos esses gases absorvem a radiação do sol e como resultado aquecem a Terra.

O aumento da temperatura leva a mudanças ambientais como, por exemplo, alteração no regime de chuvas. Então há fortes tempestades ou maiores períodos de seca.

O aumento da temperatura também causa o derretimento das calotas polares, bem como o desequilíbrio nos ecossistemas e elevação do nível dos oceanos.

Porém, com os avanços atingidos, a humanidade já é capaz de obter, por meio das inovações tecnológicas, máquinas que tenham melhor aproveitamento da energia.

Inovações tecnológicas para redução de gases de efeito estufa

Diante do agravamento do efeito estufa, uma empresa canadense criou uma inovação tecnológica que minimiza a emissão desses gases. A Absolute Combustion elaborou uma máquina industrial com 100% de aproveitamento do calor da combustão. Dessa forma, zerou a emissão de monóxido de carbono na atmosfera.

Além disso, a empresa canadense Energy – META criou uma inovação tecnológica que substitui os combustíveis fósseis.

Os combustíveis fósseis são fontes não renováveis de energia, ou seja, elas se esgotam. Além disso, emitem poluentes para a atmosfera. Essa empresa desenvolveu um sistema que absorve energia solar transformando-a em energia elétrica. Tudo isso sem bloquear a propagação da luz. 

Para tanto, utilizam-se pequenas partículas com uma estrutura ultrafina. Este material é ideal para capturar a energia solar na estrutura de drones, aviões e carros, sendo um sistema com zero emissão de gases tóxicos e de efeito estufa. 

Inovações tecnológicas para um futuro sustentável

Utilizar as inovações tecnológicas para extração de recursos e desenvolver alternativas sustentáveis são dois dos pilares para a construção da cultura de sustentabilidade, e podem ser uma esperança em meio à crise que vivemos.

No entanto, é importante que essas inovações não sejam usadas para mascarar a necessidade de mudanças mais fundamentais em nossos sistemas de produção e consumo.

As soluções tecnológicas são ferramentas valiosas em nosso arsenal para combater a crise ambiental, mas não substituem a necessidade de uma transformação social e econômica mais ampla.

No fim das contas, a tecnologia pode nos ajudar a construir um futuro mais sustentável, mas apenas se estivermos dispostos a fazer as mudanças necessárias em nossos comportamentos e sistemas para utilizar essas ferramentas de maneira eficaz.

Por isso, a verdadeira solução para os problemas de degradação ambiental do nosso tempo não será encontrada apenas em inovações tecnológicas, mas na junção de tecnologia, conscientização e ação coletiva em prol de um mundo mais sustentável.