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Aquicultura sustentável: práticas, desafios e oportunidades
A aquicultura sustentável é a atividade de produção de organismos aquáticos, como por exemplo peixes, crustáceos, moluscos, algas, rãs, jacarés e vários outros animais. Ela é feita em ambientes controlados ou semicontrolados.
A atividade é uma alternativa para suprir a demanda crescente por alimentos de origem animal, especialmente em regiões onde a pesca é escassa ou insustentável.
Assim, a aquicultura sustentável contribui para a geração de renda, desenvolvimento regional e a conservação da biodiversidade.
Apesar dessa importância e das vantagens dessa forma de produção, a atividade também enfrenta desafios. Quer saber quais são?
Então continue a leitura do artigo!
O que é aquicultura sustentável?
A atividade pode ser realizada em água doce ou salgada, em tanques, viveiros, gaiolas ou sistemas integrados com outras culturas.
Além disso, baseia-se nos três pilares fundamentais da sustentabilidade (ambiental, econômico e social) para garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
Graças às suas técnicas, a atividade cumpre várias funções, como por exemplo: combate a sobrepesca, fomenta a pesquisa e a criação de tecnologias para melhorar a qualidade das águas dos ecossistemas, promove a preservação ambiental e ainda protege as zonas costeiras e marinhas.
Métodos e tecnologias
Existem diversos métodos e tecnologias aquícolas inovadoras para aumentar a eficiência da produção de animais marinhos e garantir sustentabilidade à mesa de milhares de pessoas. Por exemplo:
- Aquaponia: sistema integrado que combina a produção de animais aquáticos com a produção de plantas em um mesmo ambiente;
- RAS (Recirculating Aquaculture): sistema fechado que utiliza filtros biológicos para tratar a água dos tanques de peixes;
- Offshore Aquaculture: também chamado de aquicultura em mar aberto, é um sistema que utiliza gaiolas ou estruturas flutuantes para produzir organismos aquáticos em alto mar;
- Policultivo: produção de várias espécies de organismos aquáticos em um mesmo local, com hábitos alimentares diferentes.
Mas, como identificar produtos da aquicultura sustentável?
Você pode identificar produtos de aquicultura sustentável procurando por selos e certificações de sustentabilidade, como o Aquaculture Stewardship Council (ASC) ou o Marine Stewardship Council (MSC).
Esses selos indicam que o produto foi cultivado de acordo com padrões de sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Dessa forma, ao escolher produtos com esses selos, você está apoiando práticas de produção alternativa.
Desafios da sustentabilidade na aquicultura
Mesmo utilizando métodos e tecnologias mais eficientes, a atividade pode causar impactos negativos na natureza, como por exemplo:
- Degradação dos ecossistemas aquáticos;
- Introdução de espécies exóticas;
- Liberação de resíduos orgânicos e produtos químicos na água;
- Eutrofização de rios, lagos e represas (aumento de nutrientes).
E às vezes podem surgir também dificuldades em implementar esse tipo de produção. Entre as principais, destaco:
- Falta de infraestrutura adequada;
- Alto custo dos equipamentos e insumos;
- Escassez de mão de obra qualificada;
- Baixa disponibilidade de crédito e financiamento;
- Falta de assistência técnica;
- Resistência cultural ou comportamental dos produtores ou consumidores;
- Escassez e a má qualidade da água disponível para a aquicultura; e
- Ausência de políticas públicas específicas.
Panorama geral da aquicultura brasileira
Devido à sua extensa costa marítima, diversidade de ecossistemas aquáticos continentais bem como disponibilidade de água doce, o Brasil possui um enorme potencial para o desenvolvimento da aquicultura sustentável.
Dessa forma, é importante destacar que nosso país figura entre os maiores produtores de peixes de água doce no cenário mundial da aquicultura, alcançando uma produção impressionante de aproximadamente 758.000 toneladas somente em 2020.
Vale ressaltar que a tilápia é a espécie mais cultivada no Brasil. Assim, ela é responsável por cerca de 57% da produção nacional.
A aquicultura brasileira também se destaca na produção de camarões marinhos, com 120 mil toneladas da espécie Litopenaeus vannamei em 2021.
Cabe ainda ressaltar que o Brasil possui uma produção expressiva de ostras e mexilhões, sendo a região sul a principal produtora desses organismos.
E um projeto interessante que acontece em nosso país é o projeto Aquabrasil, desenvolvido pela Embrapa. Ele busca promover a inovação e a sustentabilidade na produção aquícola brasileira, com foco em melhorias na nutrição, sanidade, genética e gestão ambiental.
Além desse, no Brasil o Plano Nacional de Desenvolvimento da Aquicultura (PNDA), desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), estabelece as diretrizes para o desenvolvimento da atividade nos próximos 10 anos (2022 – 2032), levando em consideração os pilares da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Então, como deu para notar, existem iniciativas e esforços no sentido de aumentar a sustentabilidade da aquicultura no Brasil e contribuir para a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico do nosso país.
Como tornar viável esse sistema de produção?
A fim de enfrentar os desafios da aquicultura, é importante que todos os envolvidos colaborem ativamente na elaboração e execução de políticas públicas e estratégias voltadas para o desenvolvimento sustentável do setor.
Interessante, não é mesmo?
Então, você percebeu como esse tema é importante para ajudar na sustentabilidade do nosso planeta? Produzir respeitando o meio ambiente e ainda gerando renda para as pessoas é algo possível de acontecer.
Entretanto, no Brasil ainda é preciso reconhecer a relevância da aquicultura sustentável e sua contribuição para a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico. Ao mesmo tempo, é necessário incentivar a conscientização sobre práticas sustentáveis e o cuidado com o meio ambiente, para garantir um futuro mais promissor e equilibrado para as próximas gerações.
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