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Energia Compartilhada é uma revolução energética: entenda o porquê

ODS 7 Energia solar Compartilhada
Descubra o que é energia compartilhada, como ela está transformando o mundo da energia, e porque é uma revolução energética sustentável

Tempo estimado de leitura: 12 minutos

Energia Compartilhada: a revolução energética sustentável que vem dos painéis fotovoltaicos

A energia compartilhada, impulsionada pelo avanço tecnológico e pela queda nos custos de instalação de sistemas fotovoltaicos, tem o potencial de ser um divisor de águas na transição energética global. E ela vem demonstrando ser um caminho promissor para um futuro mais sustentável.

Ou seja, estamos falando de uma mudança na maneira como produzimos, consumimos e compartilhamos energia.

Um estudo realizado pela National Renewable Energy Laboratory (NREL) nos Estados Unidos indica que a energia solar compartilhada poderia representar 32% a 49% do mercado de energia solar distribuída até 2020, ilustrando a significativa escalada desse movimento.

Mas, o que exatamente esse compartilhamento de energia e como funciona? Quais seus benefícios e desafios? É sobre isso que vou falar neste artigo. Vou te explicar o que é esta revolução energética e mostrar o imenso potencial que a energia compartilhada traz para a nossa transição para um modelo energético mais sustentável.

Então, vamos lá!

painéis solares
Compartilhar energia contribui para a sustentabilidade do planeta

O que significa energia compartilhada?

Bom, já estamos acostumados a ver casas com painéis fotovoltaicos que convertem energia solar em energia elétrica. A novidade é que agora essas alternativas não precisam ser apenas para o consumo de residências particulares. 

Assim, surge a energia compartilhada. Ela é um modelo que permite aos indivíduos gerar sua própria energia, normalmente por meio de painéis solares, e compartilhar o excedente com outros.

Este modelo é empoderador, porque não se limita a instalar painéis solares em nossos telhados. É uma revolução que está transformando consumidores passivos em produtores ativos de energia, conectando vizinhos, comunidades e cidades inteiras numa rede de energia compartilhada.

Então, alguns usam esta energia por necessidade, como é o caso dos moradores de zonas rurais que não contam com rede de distribuição elétrica. Outros por uma simples questão de economia financeira. Mas, quem sabe muitos ainda não utilizarão devido a uma maior consciência ambiental, não é mesmo?

Como ela surgiu? 

Bem, não é novidade que pessoas ao redor do mundo vêm buscando encontrar formas alternativas e renováveis para obter energia elétrica. Aliás, isso vem se tornando urgente! Imagine um mundo com 10 bilhões de pessoas. Você sabia que essa previsão é para o ano de 2050?

Então, é ótimo que a indústria tecnológica vem desenvolvendo métodos e ferramentas para a obtenção de fontes alternativas de energia elétrica. Isso evoluiu muito nos últimos anos. E permitiu que um número maior de consumidores pudesse ter acesso a essas novas tecnologias. 

Entretanto, no Brasil, até o ano de 2015, era proibido por lei o compartilhamento de energia. Principalmente o gerado por meio de fontes individuais. Na verdade, esse compartilhamento tampouco era possível, as estruturas eram caríssimas! Mas isso vem mudando. Afinal, o alto custo era o que tornava esse tipo de compartilhamento praticamente impossível. 

E o que mudou?

A novidade é que em novembro de 2015 a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) alterou sua primeira Resolução Normativa. Essa alteração passou a prever a possibilidade de criação de mini geradoras ou micro geradoras compartilhadas. 

Por quê?

Porque é a partir desse ponto que se torna legal e normatizada a criação de unidades micro ou mini geradoras de energia elétrica compartilhadas. Mas claro, desde que as fontes utilizadas sejam renováveis. Assim, deve ser usada a energia solar fotovoltaica e, em alguns poucos casos, até a energia eólica.

casas com painéis solares para uma revolução energética
Bairro de casas com painéis solares, na Alemanha

Como funciona o compartilhamento de energia? 

Ok, para você compreender esse ponto, primeiramente perceba que os custos de instalação de painéis solares baixaram. Enfim, se tornaram aceitáveis. Isso significa que o investimento se paga em curto prazo de tempo.  

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o custo da energia solar fotovoltaica caiu 82% desde 2010, permitindo que mais pessoas em todo o mundo acessem essa fonte de energia limpa e renovável.

Dessa forma, você pode ter energia solar na sua casa praticamente de graça. E isso pode acontecer através de um sistema de financiamento que possibilita instalar painéis solares com parcelas quase iguais à sua atual conta de luz.

E aí que entra a lógica da energia compartilhada. Ela vem para proporcionar as “associações de produção de energia”. A nova legislação que eu citei acima passou a permitir a criação de cooperativas dedicadas à geração de energia elétrica. Claro, como já mencionado, desde que oriunda de fontes naturais. Ou seja, são os famosos Condomínios Solares. 

É bem interessante e super sustentável, não acha?

Essa modalidade, é chamada de “domínio de concessão” pela Aneel.

Nesse modelo, um grupo de pessoas pode se unir e investir na construção de uma planta de micro ou mini geração de energia elétrica. Entretanto, e importante deixar claro, essa planta não pode ser comparada aos painéis solares utilizados isoladamente nas residências.

Neste caso, as proporções são muito maiores e os investimentos também. Mas nada inviável, uma vez que muitas residências dividem os custos. Entende?

Então, na prática…

A energia elétrica gerada nessa planta pode ser distribuída entre as pessoas associadas e suas respectivas residências. Mas, além disso, a energia excedente gerada pelo sistema também pode ser repassada para a concessionária da região.

Ela, por sua vez deverá pagar pela energia consumida em suas redes. Ou seja, a concessionária passa a pagar aos residentes que investirem nessa nova rede. Isso inverte a situação atual em que você paga para a concessionária produzir.

Percebe como isso é uma revolução energética?

Energia Compartilhada como funciona
O funcionamento da energia compartilhada

Benefícios da energia compartilhada

A geração de energia compartilhada traz diversos benefícios para seus associados. Mas também, e principalmente, para a sociedade e o meio ambiente. 

Benefícios ambientais

Os benefícios ambientais oriundos da geração compartilhada de energia são percebidos quando observamos os impactos ambientais. A questão pode ser resolvida, uma vez que sejam observados os modelos tradicionais, não funcionais e não sustentáveis de obtenção de energia elétrica. 

Assim, primeiro vamos entender que o Brasil é líder mundial em obtenção de energia por meio de fontes renováveis. Isso é bom! Porque isso significa que temos uma matriz energética que se ancora no modelo hídrico de geração de energia. 

Cerca de 60% da energia elétrica gerada no Brasil advém das hidrelétricas espalhadas por todo o país. Esse modelo é considerado renovável, pois utiliza a força dos cursos de água para gerar eletricidade. 

Entretanto, é um modelo que depende da construção de gigantescas barragens para reserva de água. Então, se mudarmos a ótica de observação, veremos que a construção dessas obras gera graves impactos ambientais e sociais para as comunidades vizinhas a essas barragens. Em contrapartida, isso coloca em xeque a real sustentabilidade desse modelo energético.

Ou seja:

Ao optar pela geração de energia compartilhada, estamos fazendo uma revolução energética. Isso porque eliminamos a necessidade de construção de novas hidrelétricas, que causam grandes imapatos ambientais. Assim, promovemos a proteção desses ecossistemas já afetados no processo de construção dessas barragens. 

Além disso, quando utilizamos a energia solar, por exemplo, reduzimos a dependência de fontes de energia não renováveis. E isso contribui significativamente para a redução das emissões de carbono e o combate às mudanças climáticas.

Benefícios econômicos e sociais da energia compartilhada

Apostar no investimento coletivo para construção de plantas de micro ou mini geração de eletricidade promove os conceitos e valores da Economia Circular. E claro, fortalece as economias locais e gera economia para seus associados. 

Outro ponto muito interessante é que o crescimento desse modelo de unidades geradoras desafoga e alivia a tensão das redes de distribuição, evitando assim problemas de desabastecimento. 

Novas unidades geradoras compartilhadas espalhadas pelo Brasil também contribuem com a diminuição de perda de eletricidade entre o ponto gerador e o ponto consumidor. Isso barateia os gastos e promove a queda nos preços ao consumidor final. 

Vivemos em tempos de constante crise hídrica e, consequentemente, energética. Dessa forma, a popularização de alternativas como a geração de energia compartilhada tem muito a contribuir no combate aos apagões.

Por fim, para todos nós, os benefícios são tangíveis na forma de economia nas contas de energia e maior independência energética. Então, além de auxiliar na maior disponibilidade de eletricidade no sistema de distribuição, evitarão assim as dolorosas e onerosas bandeiras vermelhas em nossas faturas. 

O impacto nos modelos de negócios de energia

Importante também falar que a energia compartilhada está desafiando e transformando os modelos de negócios de energia convencionais. Isso significa que as empresas de energia estão sendo forçadas a se adaptar, fornecendo plataformas e infraestruturas que permitem aos consumidores compartilhar energia.

Ou seja, as antigas empresas de energia precisam mudar o jeito que fazem as coisas. Elas estão sendo desafiadas a criar novas maneiras para que a gente possa compartilhar facilmente a energia que produzimos, seja através de aplicativos ou de outras tecnologias.

Por exemplo, algumas empresas estão desenvolvendo “mercados de energia” onde as pessoas podem vender o excesso de energia que produzem para outros na sua comunidade. Outras estão investindo em “redes inteligentes” que podem gerenciar a energia de forma mais eficiente, permitindo que a energia gerada localmente seja distribuída para onde é mais necessária.

E sabe o que é ainda mais legal? Isso está acelerando a inovação neste setor, contribuindo para a revolução energética. Estão surgindo novos modelos de negócios e tecnologias que nem existiam alguns anos atrás. É como se estivéssemos num playground de energia, onde novas ideias estão sendo testadas e colocadas em prática.

Então, em resumo, a energia compartilhada está realmente mexendo com o mundo da energia. Está mudando a maneira como as coisas funcionam e incentivando a inovação. Está sendo uma verdadeira revolução energética! E, embora ainda haja muito trabalho a fazer, isso é uma ótima notícia para todos nós que se preocupam com o futuro do nosso planeta.

Barreiras e desafios para a energia compartilhada

Apesar de seu imenso potencial, a energia compartilhada ainda enfrenta uma série de desafios.

Por exemplo, um grande obstáculo externo são as regras do jogo – as leis e regulamentos que governam o setor de energia. Em muitos lugares, as regras ainda são feitas pensando no velho jeito de produzir e vender energia. Por isso, para a energia compartilhada realmente decolar, as leis precisam ser atualizadas para refletir este novo cenário.

O segundo obstáculo são os desafios técnicos. Assim como um atleta precisa de um bom equipamento para competir, a energia compartilhada precisa de uma infraestrutura sólida para funcionar. Isso significa que precisamos de redes de energia que possam lidar com a energia que vem de milhares de diferentes produtores, em vez de apenas alguns grandes. E também precisamos de tecnologias que permitam às pessoas compartilhar facilmente a energia que produzem.

Finalmente, há o desafio da consciência pública. Muitas pessoas ainda não sabem que a energia compartilhada é uma opção, ou não entendem como ela funciona. Precisamos fazer um trabalho melhor em informar as pessoas sobre a energia compartilhada e mostrar a elas como é fácil e benéfico entrar nesse novo mundo de produção e consumo de energia.

Que tal ajudar nisso? Você pode, por exemplo, conversar com a associação de moradores do seu bairro. E, quem sabe, poderão montar uma cooperativa energética de painéis solares.

Ou ainda pode falar sobre este assunto com outras pessoas, para levar o conhecimento adiante. Assim, você mostra que a energia compartilhada é uma revolução energética que tem o potencial de transformar radicalmente a maneira como produzimos e consumimos energia. E que isso é importantíssimo para a sustentabilidade do nosso planeta.

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