Lei da Biodiversidade – O que é, é aplicada? Por que ela existe?

Lei da Biodiversidade

A Lei da Biodiversidade, também conhecida como Lei nº 13.123/2015, é uma norma brasileira que regula o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado. Ela também trata da repartição justa e equitativa dos benefícios gerados a partir do uso da biodiversidade do país. Em outras palavras, essa lei garante que o uso de recursos naturais brasileiros ocorra de forma legal, justa e sustentável.

Neste post, vamos entender exatamente o que essa lei representa, qual sua origem e importância para o Brasil, como funciona na prática, e ainda vamos conhecer os direitos e deveres que ela estabelece para pesquisadores, empresas e comunidades tradicionais.

Você vai se impressionar! O Brasil abriga entre 15% e 20% de toda a biodiversidade do mundo, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente. Isso faz da proteção legal desses recursos algo urgente e necessário para garantir um futuro mais equilibrado.

Mas afinal, o que motivou a criação dessa lei tão importante?


Como surgiu a Lei da Biodiversidade e por que ela foi criada

A criação da Lei da Biodiversidade foi motivada por um cenário de exploração sem controle. Durante muitos anos, empresas e instituições extraíam conhecimentos e recursos genéticos do Brasil sem respeitar os direitos das comunidades tradicionais e sem pagar nada ao país por isso.

Por causa disso, o Brasil criou a Medida Provisória nº 2.186-16, no ano 2001. Porém, ela era bastante complexa e dificultava a pesquisa científica e o desenvolvimento de produtos. Então, em 2015, o Congresso Nacional aprovou uma nova legislação, mais clara e moderna: a Lei nº 13.123.

A nova lei surgiu também como resposta ao Protocolo de Nagoya, um acordo internacional criado em 2010 que busca promover o uso justo dos recursos genéticos em todo o mundo. O Brasil, ao assinar esse protocolo, assumiu o compromisso de proteger sua biodiversidade de forma responsável e transparente.

A pergunta que surge agora é: o que exatamente essa lei protege e como ela funciona?

O que a Lei da Biodiversidade regula e como ela funciona na prática

Essa lei atua em três áreas principais. A primeira é o acesso ao patrimônio genético de plantas, animais, microrganismos e outros recursos da natureza brasileira. Ou seja, qualquer pessoa ou empresa que quiser usar essas riquezas para desenvolver produtos precisa seguir regras claras e registradas.

A segunda área é o conhecimento tradicional associado, que envolve saberes de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. Muitos desses conhecimentos ajudam a desenvolver remédios, cosméticos e alimentos. Por isso, a lei protege esses saberes e garante que os povos envolvidos sejam reconhecidos e recompensados.

Por fim, a terceira área envolve a repartição de benefícios. Se uma empresa lucra com um produto feito a partir de recurso genético ou conhecimento tradicional, ela deve compartilhar parte desses ganhos com a sociedade ou com a comunidade que contribuiu com o conhecimento.

Na prática, quem deseja acessar esses recursos deve registrar a atividade no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen). Esse sistema foi criado para controlar e organizar todas as ações relacionadas ao uso da biodiversidade.

Você já parou para pensar qual é a importância disso tudo para o meio ambiente e para a sociedade?

Por que a Lei da Biodiversidade é tão importante para o Brasil e o mundo

O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade do planeta. São milhares de espécies de plantas, animais e microrganismos espalhados por florestas, cerrados, mangues e rios. Toda essa diversidade possui um valor imenso, tanto ambiental quanto econômico.

Através dessa lei, o Brasil consegue proteger seus recursos naturais contra a exploração descontrolada e, ao mesmo tempo, incentivar pesquisas científicas e o desenvolvimento sustentável. Assim, a natureza continua viva e produtiva, e as comunidades tradicionais se valorizam.

Além disso, a legislação cria segurança jurídica. Empresas que desejam investir em produtos naturais agora sabem exatamente como agir legalmente. Isso evita processos, multas e bloqueios comerciais. E o melhor: ainda fortalece a imagem do Brasil no cenário ambiental global.

Mais ainda, a Lei da Biodiversidade também ajuda a preservar o conhecimento ancestral. Ao reconhecer e valorizar os saberes dos povos originários, o país combate a desigualdade e promove justiça social.

Diante disso, você pode estar se perguntando: quem são as pessoas e instituições que precisam cumprir essa lei?

Quem deve seguir a Lei da Biodiversidade e quais são suas obrigações

Todas as pessoas físicas ou jurídicas que fazem pesquisas, desenvolvem produtos ou lucram com recursos genéticos brasileiros precisam seguir as regras da Lei da Biodiversidade. Isso vale para universidades, empresas, laboratórios, indústrias farmacêuticas, cosméticas e agrícolas.

Esses agentes devem se cadastrar no SisGen, informar claramente de onde tiraram o material, como vão usá-lo e qual será o destino final do produto. Se o processo envolver conhecimento tradicional, torna-se necessário obter consentimento prévio da comunidade envolvida.

Além disso, ao gerar lucro com o uso da biodiversidade, a empresa deve repartir parte desse valor com a União ou com a comunidade colaboradora. Esse dinheiro pode ser aplicado em ações ambientais, programas sociais ou projetos de conservação.

Se alguém desrespeitar a lei, pode enfrentar multas altas e outras punições previstas pela legislação ambiental. Por isso, é fundamental agir com responsabilidade e dentro da legalidade.

Mas como garantir que essa lei funcione e traga resultados reais?

Como a fiscalização da Lei da Biodiversidade acontece no Brasil

Diferentes órgãos do governos fiscalizam a Lei da Biodiversidade. Entre eles estão o IBAMA, o Ministério do Meio Ambiente e o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen). Eles analisam os registros no SisGen, avaliam os contratos de repartição de benefícios e investigam possíveis irregularidades.

Esses órgãos também realizam auditorias, vistorias e podem aplicar sanções administrativas. Por exemplo, se uma empresa usar uma planta brasileira sem informar corretamente no sistema, ela pode receber uma multa e obrigada a suspender a comercialização do produto.

Apesar disso, ainda existem muitos desafios. Falta de conhecimento, pouca divulgação e ausência de parcerias com as comunidades tradicionais dificultam a aplicação completa da lei. Por isso, é essencial continuar investindo em educação ambiental e na valorização da biodiversidade brasileira.

E aí surge uma questão importante: como as comunidades tradicionais participam de tudo isso?

O papel das comunidades tradicionais na Lei da Biodiversidade

As comunidades tradicionais são parte fundamental da biodiversidade do Brasil. Povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e outras populações guardam conhecimentos de seus antepassados e transmitidos de geração em geração. Esses saberes ajudam na cura de doenças, no uso sustentável da terra e na proteção das espécies.

A Lei da Biodiversidade garante que nenhum conhecimento tradicional possa ter uso sem autorização da comunidade. Além disso, ela assegura que essas populações recebam parte dos lucros gerados com seus conhecimentos.

Essa valorização fortalece a cultura desses povos e promove inclusão social. Além disso, estimula o uso consciente e respeitoso da biodiversidade. Ou seja, quando o saber popular é reconhecido, ele se transforma em fonte de desenvolvimento e proteção ambiental.

Agora que já entendemos como funciona essa legislação, que tal revisar as dúvidas mais frequentes sobre o tema?


Resumo – Principais perguntas e respostas

O que é a Lei da Biodiversidade?

É uma lei brasileira que regula o uso do patrimônio genético e do conhecimento tradicional, garantindo a repartição justa dos benefícios gerados.

Quem precisa seguir essa lei?

Pesquisadores, universidades, empresas e indústrias que acessam recursos naturais do Brasil para criar produtos ou pesquisas.

O que é o SisGen?

Trata-se do Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético, onde devem ser registrados todos os acessos aos recursos e conhecimentos tradicionais.

O que significa repartição de benefícios?

É quando os lucros gerados pelo uso de recursos genéticos ou saberes tradicionais são divididos com o governo ou com a comunidade que colaborou.

Como a lei protege as comunidades tradicionais?

Ela exige consentimento prévio e garante que essas comunidades se tornem reconhecidas e recompensadas pelo uso de seus conhecimentos.


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