Protocolo de Nagoya (2010) – História, objetivos e impacto

Protocolo de Nagoya princípios

O que é Protocolo de Nagoya?

O Protocolo de Nagoya, adotado em 2010 sob a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), é um acordo internacional crucial, com muitos princípios, que visa garantir a distribuição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. Por isso, este protocolo representa um passo significativo na promoção da conservação e do uso sustentável da biodiversidade, ao mesmo tempo em que busca assegurar que os benefícios gerados pela exploração dos recursos naturais sejam compartilhados de maneira justa entre os países e comunidades que fornecem esses recursos.

Contexto Histórico e Objetivos do Protocolo

A Convenção sobre Diversidade Biológica, adotada na Cúpula da Terra no Rio de Janeiro em 1992, foi um marco na governança ambiental global, estabelecendo um quadro abrangente para a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. No entanto, ao longo dos anos, tornou-se evidente que havia necessidade de um instrumento específico para regulamentar a repartição dos benefícios e garantir que os países provedores de recursos genéticos, muitos dos quais são nações em desenvolvimento, pudessem participar de maneira justa nos benefícios decorrentes de sua utilização.

Foi nesse contexto que os princípios do Protocolo de Nagoya foi negociado e adotado durante a 10ª Conferência das Partes (COP10) da Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada em Nagoya, Japão, em outubro de 2010. O protocolo visa promover a justiça e a equidade na exploração dos recursos genéticos e garantir que os países e comunidades que os fornecem sejam devidamente recompensados.

Principais Objetivos e Disposições do Protocolo de Nagoya

1. Repartição Justa e Equitativa dos Benefícios

O principal objetivo e princípio do Protocolo de Nagoya é assegurar que os benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos, incluindo os conhecimentos tradicionais associados, tenham distribuição de maneira justa e equitativa entre os países fornecedores e os utilizadores desses recursos. Isso inclui benefícios monetários, como royalties, e não monetários, como transferência de tecnologia, capacitação e acesso a resultados de pesquisa.

2. Consentimento Prévio Informado (CPI) e Termos Mutuamente Acordados (TMA)

O Protocolo de Nagoya estabelece que os países fornecedores de recursos genéticos têm o direito de conceder ou negar o acesso a esses recursos, com base em seu consentimento prévio informado. Além disso, negociaram o acesso aos recursos em termos mutuamente acordados entre o país fornecedor e o utilizador, garantindo assim que ambas as partes se beneficiem de maneira justa.

3. Salvaguardas para Comunidades Indígenas e Locais

O Protocolo de Nagoya reconhece o papel fundamental das comunidades indígenas e locais na conservação e no uso sustentável da biodiversidade. Ele assegura a proteção dos conhecimentos tradicionais associados aos recursos genéticos. Ou seja, que essas comunidades participem na repartição dos benefícios derivados da utilização desses conhecimentos.

4. Fomento à Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade

Ao garantir a repartição justa dos benefícios, o Protocolo de Nagoya incentiva a conservação e o uso sustentável dos recursos genéticos. Ao tornar a conservação uma fonte de benefícios econômicos, o protocolo busca criar incentivos para que os países e comunidades locais protejam e utilizem seus recursos naturais de maneira sustentável.

5. Mecanismos de Cumprimento

O protocolo estabelece mecanismos para garantir que as partes cumpram as suas obrigações. Isso inclui a criação de medidas para monitorar a utilização dos recursos genéticos e assim assegurar a repartição justa dos benefícios acordados.

Participação do Brasil no Protocolo de Nagoya

O Brasil, reconhecido mundialmente por sua vasta biodiversidade, foi um dos principais defensores da criação de um mecanismo internacional para a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. Durante as negociações que levaram à adoção do Protocolo de Nagoya, o Brasil desempenhou um papel ativo. Defendeu os interesses dos países megadiversos. Além disso, buscou garantir que o protocolo incluísse salvaguardas robustas para os conhecimentos tradicionais associados e para os direitos das comunidades indígenas e locais.

Após a adoção do Protocolo de Nagoya, o Brasil foi um dos primeiros países a ratificar o acordo. Assim reafirma seu compromisso com a conservação da biodiversidade e a repartição justa dos benefícios. O país também implementou legislações nacionais para regulamentar o acesso aos recursos genéticos e a repartição dos benefícios. Portanto se comprometeu a alinhar-se com os princípios estabelecidos pelo Protocolo de Nagoya.

Impacto e Relevância Global do Protocolo de Nagoya

O Protocolo de Nagoya é amplamente reconhecido como um marco na justiça ambiental e na governança global da biodiversidade. Ele representa um avanço significativo na proteção dos direitos dos países fornecedores de recursos genéticos. A propósito, muitos dos quais são nações em desenvolvimento. Isso garante que eles recebam uma parte justa dos benefícios derivados da exploração de seus recursos naturais.

Além disso, o protocolo tem implicações importantes para a conservação da biodiversidade global. Ao criar incentivos econômicos para a proteção dos recursos genéticos e dos conhecimentos tradicionais, o Protocolo de Nagoya contribui para a conservação dos ecossistemas e para o desenvolvimento sustentável.

Desafios e Oportunidades do Protocolo de Nagoya

Embora o Protocolo de Nagoya tenha sido um avanço significativo, sua implementação enfrenta desafios. A complexidade dos mecanismos de repartição de benefícios, a necessidade de harmonizar as legislações nacionais e a proteção dos direitos das comunidades indígenas e locais são questões que requerem atenção contínua.

No entanto, o protocolo também oferece oportunidades significativas. Ele incentiva a cooperação entre os países, a inovação tecnológica e o desenvolvimento de novos produtos e serviços baseados em recursos genéticos. Além disso, o Protocolo de Nagoya promove a justiça social e econômica ao garantir que os benefícios da biodiversidade sejam compartilhados de maneira equitativa. Portanto, contribui para o “desenvolvimento sustentável” global.

Desenvolvimento Sustentável – reflexão e análise profunda do conceito

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Resumo – Protocolo de Nagoya

O Protocolo de Nagoya (2010) é um instrumento crucial para a conservação da biodiversidade e a promoção da justiça na utilização dos recursos genéticos. Sob a Convenção sobre Diversidade Biológica, o protocolo assegura que os benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos sejam repartidos de maneira justa e equitativa. Assim, promove a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.

O Brasil, como um dos principais países megadiversos, desempenhou um papel significativo na criação e ratificação do protocolo. Portanto, reforçou seu compromisso e responsabilidade com a proteção da biodiversidade e com a justiça ambiental. Em conclusão, à medida que o mundo continua a enfrentar desafios ecológicos e socioeconômicos, o Protocolo de Nagoya permanece um pilar essencial na construção de um futuro mais sustentável e equitativo.


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