O que é o Relatório Brundtland? Com PDF traduzido

O que é o Relatório Brundtland

O que é o Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum?

O Relatório Brundtland é um documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future) (PDF no final do artigo), importante, que fala sobre como podemos viver melhor sem prejudicar o meio ambiente e as gerações futuras.

  • Data de Publicação: 1987
  • Organização Responsável: Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU
  • Coordenadora: Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega.

Situação mundial antes do Relatório Brundtland

O documento Nosso Futuro Comum (mais conhecido como Relatório Brundtland), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), presidida por Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega, identificou duas grandes armadilhas que impediam o progresso global:

1. Pobreza nos países do Terceiro Mundo

O relatório criticava a extrema pobreza que assolava grande parte da população mundial, especialmente em países em desenvolvimento. Essa pobreza, segundo o documento, era um obstáculo significativo ao desenvolvimento sustentável, pois limitava o acesso a recursos básicos, como educação, saúde e alimentação, e perpetuava um ciclo de subdesenvolvimento.

2. Consumismo excessivo nos países do Primeiro Mundo

O documento também criticava o padrão de consumo insustentável dos países ricos, caracterizado pelo uso excessivo de recursos naturais e pela geração de grandes volumes de resíduos. Esse estilo de vida, segundo o relatório, pressionava os recursos do planeta e degradava o meio ambiente, ameaçando a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades.

O Relatório Brundtland destacava a interconexão entre esses dois problemas acima, argumentando que a pobreza nos países em desenvolvimento e o consumismo excessivo nos países ricos eram faces da mesma moeda. Ambos os fatores contribuíam para a degradação ambiental, a desigualdade social e a instabilidade econômica.

Contexto histórico

A partir de 1962, a publicação do livro “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson alertou o mundo para os perigos ambientais, impulsionando debates entre especialistas internacionais sobre a questão.

Depois disso, em 1972, na conferência de Estocolmo, a ONU passou a se preocupar com o meio ambiente e criou uma comissão para estudar o assunto.

Por fim, em 1987 surgiu o documento Nosso Futuro Comum, mais conhecido como Relatório Brundtland, que tem esse nome em função de sua coordenadora Gro Harlem Brundtland.

O que é o Relatório Brundtland?
Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega

O relatório da comissão apresentou dados sobre o aquecimento global, as chuvas ácidas e a destruição da camada de ozônio, ou seja, temas novos na época. Em razão disso, o Relatório Brundtland propôs à Assembleia Geral da ONU a realização de uma nova conferência internacional, desta vez para avaliar esses e outros grandes impactos ambientais, como a perda de biodiversidade, bem como os desastres ecológicos causados por indústrias (Revolução Industrial).

Só lembrando: a conferência proposta foi realizada em 1992 no Rio de Janeiro, Brasil (ECO92).

A Insustentabilidade da Revolução Industrial: consequências e impactos

A Insustentabilidade da Revolução Industrial: consequências e impactos (abra outra janela e leia depois)

O Relatório Brundtland critica o modelo de desenvolvimento dos países ricos e pobres, alertando para os perigos da exploração desenfreada dos recursos naturais. O documento afirma que “o desenvolvimento sustentável é inviável sob os padrões atuais de produção e consumo.

Em suma, esse documento foi a primeira tentativa de estabelecer metas globais para evitar a degradação ambiental e o desequilíbrio climático. Então, apesar dos desafios para alcançar um consenso global, o Relatório Brundtland continua a ser um marco na luta pelo desenvolvimento sustentável. Por quê? Continuamos produzindo cada vez mais e explorando a natureza acima dos limites do planeta.

Atualmente, estamos usando a Terra 1,7 vezes mais rápido do que os ecossistemas podem regenerá-la, de acordo com a Global Footprint Network.

Definição do conceito de desenvolvimento sustentável

O Relatório Brundtland definiu o conceito e o termo “desenvolvimento sustentável”, como: “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades”. Ou seja, que precisamos encontrar maneiras de viver melhor sem esgotar os recursos naturais que nossos filhos e netos precisarão.

Desenvolvimento Sustentável: história, futuro e reflexão

Desenvolvimento Sustentável: história, futuro e reflexão (abre em nova janela)

Contribuições do Relatório Brundtland para o processo de sustentabilidade

O Relatório Brundtland popularizou o conceito de “desenvolvimento sustentável” e trouxe uma crítica ao modelo de desenvolvimento predominante no final do século XX. Abordou assim a exploração desenfreada dos recursos naturais e também a interconexão entre pobreza e meio ambiente.

Enfim, o relatório chegou à conclusão de que a pobreza nos países em desenvolvimento e consumismo excessivo nos países ricos, eram obstáculos ao “desenvolvimento sustentável”. Em suma, trouxe uma primeira proposta de uma nova relação entre humanidade e meio ambiente.

Impacto

O relatório Brundtland influenciou políticas ambientais e debates sobre o futuro do planeta e isso inspirou a criação da Agenda 21, enfim, um plano de ação global para o desenvolvimento sustentável.

Legado

O Relatório Brundtland foi um marco na história do “desenvolvimento sustentável” porque estabeleceu um novo paradigma para o desenvolvimento, que passou a considerar as necessidades ambientais e sociais, além das econômicas. Portanto, foi um passo essencial para a conscientização sobre a importância de um futuro sustentável para as próximas gerações.

Desafios identificados pelo Relatório Brundtland

O relatório identificou uma série de desafios para o desenvolvimento sustentável, incluindo a pobreza, a desigualdade, a degradação ambiental e as mudanças climáticas. Afinal, ele recomenda uma série de ações para enfrentar esses desafios, incluindo investimentos em educação, saúde, infraestrutura e proteção ambiental.

O documento, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, trouxe a tona as seguintes questões:

1. Desigualdade e consumismo como desafios globais

O relatório Brundtland destacou a pobreza nos países em desenvolvimento, bem como o consumismo excessivo nos países desenvolvidos como obstáculos ao desenvolvimento global equitativo. Essa análise inovadora lançou luz sobre a interdependência entre as nações e, principalmente, a necessidade de soluções conjuntas.

Desigualdade Social – Fatores econômicos – a Má Distribuição de Renda

Desigualdade Social – Fatores econômicos – a Má Distribuição de Renda

2. Alerta sobre as mudanças climáticas e outros problemas ambientais

O documento abordou, de forma pioneira, temas como o aquecimento global, as chuvas ácidas e a destruição da camada de ozônio. Aprofundando assim o conhecimento sobre esses desafios, o relatório impulsionou a busca por medidas de proteção ambiental em escala global.

As mudanças climáticas: uma fronteira que não podemos ultrapassar

As mudanças climáticas: uma fronteira que não podemos ultrapassar

3. Convocatória para ação global

O Relatório Brundtland propôs à Assembleia Geral da ONU a realização de uma nova conferência internacional para discutir os impactos ambientais crescentes, como por exemplo: a perda de biodiversidade e desastres ecológicos. Essa iniciativa resultou na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), portanto, um marco na luta pela sustentabilidade.

O Impacto da ECO 92 no Combate às Mudanças Climáticas

O Impacto da ECO 92 no Combate às Mudanças Climáticas

4. Pioneirismo nas metas de desenvolvimento sustentável

O documento representou a primeira tentativa de estabelecer metas globais para combater a degradação ambiental, bem como o desequilíbrio climático. Apesar dos desafios na implementação, as metas do Relatório Brundtland abriram caminho para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, adotados em 2015.

Agenda 2030 – O que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?

Agenda 2030 – O que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?

5. Um legado em constante evolução

Embora ainda haja obstáculos para alcançar o desenvolvimento sustentável, o Relatório Brundtland permanece como um marco fundamental. Afinal, seus insights e propostas continuam a inspirar e influenciar debates e ações em busca de um futuro mais justo e mais equilibrado para o planeta.

Medidas Propostas pelo Relatório Brundtland para um Futuro Sustentável

O Relatório Brundtland, publicado em 1987, apresentou um diagnóstico crítico da situação global e propôs um conjunto de medidas abrangentes para alcançar um desenvolvimento sustentável. As medidas visavam atacar as raízes da pobreza e do consumismo excessivo, promovendo um futuro mais justo e equilibrado para todos.

Principais áreas de ação propostas pelo Relatório Brundtland:

1. Mudança nos Padrões de Consumo propostas pelo Relatório Brundtland

O relatório defendia a necessidade de reduzir o consumo excessivo de bens e serviços, especialmente nos países ricos. Isso envolvia promover estilos de vida mais simples e sustentáveis, valorizando a qualidade de vida em vez da quantidade de bens materiais.

2. Desenvolvimento Econômico Sustentável:

  • Incluir a proteção ambiental e a justiça social como critérios fundamentais nas decisões econômicas.
  • Apoiar o desenvolvimento e a implementação de tecnologias que minimizem o impacto ambiental das atividades econômicas.
  • Promover o uso racional e sustentável dos recursos naturais, como água, energia e florestas.

3. Erradicação da Pobreza:

Garantir que todas as pessoas tenham acesso à educação de qualidade e à saúde preventiva e curativa. Fortalecer as comunidades locais e estimular a participação popular no processo de desenvolvimento. Além disso, facilitar o acesso de países em desenvolvimento a tecnologias e recursos financeiros para promover o desenvolvimento local.

4. Proteção Ambiental:

Implementar medidas rigorosas para reduzir a poluição do ar, da água e do solo. Proteger a biodiversidade e os ecossistemas naturais, essenciais para a vida no planeta. Incentivar a transição para uma economia verde, que valorize os serviços ecossistêmicos e promova a sustentabilidade ambiental.

5. Cooperação Internacional:

  • Buscar soluções conjuntas para problemas globais como as mudanças climáticas e a degradação ambiental. Além disso, o Relatório Br
  • Criar um ambiente internacional pacífico e seguro para o desenvolvimento sustentável.
  • Buscar a distribuição mais justa dos recursos e oportunidades entre as nações.

Relatório Brundtland um divisor de águas

O Relatório Brundtland foi um divisor de águas na compreensão da relação entre desenvolvimento, meio ambiente e justiça social. Principalmente porque seus impactos continuam a ser sentidos na luta por um futuro mais sustentável para todos.

Foi então que a sustentabilidade começou a ser discutida mais amplamente.

Relatório Brundtland

Veja também: A Carta da Terra: Um Chamado à Responsabilidade Ambiental

Em conclusão, o Relatório Brundtland foi um documento importante que ajudou a moldar o debate sobre desenvolvimento sustentável nas últimas décadas. Por isso, ele continua sendo uma referência importante para aqueles que trabalham para construir um futuro mais sustentável para o planeta.


Resumo com perguntas frequentes sobre o Relatório Brundtland

O conceito de “desenvolvimento sustentável” proposto pelo Relatório Brundtland é realmente viável?

O conceito de “desenvolvimento sustentável” introduzido pelo relatório é amplamente aceito, mas sua viabilidade é questionada, especialmente devido ao dilema de conciliar crescimento econômico contínuo com a preservação ambiental e equidade social, sem comprometer os recursos para as futuras gerações.

O Relatório Brundtland realmente conseguiu influenciar as políticas globais de forma significativa?

Embora o relatório tenha lançado as bases para discussões sobre sustentabilidade, críticos argumentam que as mudanças reais nas políticas globais têm sido limitadas e insuficientes, com muitos países falhando em implementar ações concretas para alcançar o desenvolvimento sustentável.

O Relatório Brundtland subestima a necessidade de mudanças radicais no sistema econômico global?

Alguns críticos afirmam que o relatório falha ao não propor mudanças mais radicais no sistema econômico global, que muitos acreditam ser necessário para enfrentar as causas profundas da degradação ambiental e das desigualdades sociais, focando em vez disso em soluções dentro do modelo capitalista existente.

O Relatório Brundtland foi eficiente em abordar as desigualdades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento?

O relatório é criticado por não abordar adequadamente as profundas desigualdades entre países ricos e pobres, e alguns argumentam que as soluções propostas acabam favorecendo os interesses das nações desenvolvidas em detrimento das necessidades dos países em desenvolvimento.

O Relatório Brundtland oferece uma solução suficiente para os desafios climáticos e ambientais atuais?

Apesar de seu impacto inicial, o relatório é visto por alguns como inadequado para enfrentar os desafios climáticos e ambientais que surgiram nas últimas décadas, sugerindo que novas abordagens e ações mais drásticas são necessárias para lidar com a crise ambiental global.


PDF do Relatório Brundtland/Nosso Futuro Comum

PDF do Relatório Brundland


Veja mais em:

O que é Desenvolvimento Sustentável – Origem e Análise do Conceito(Abre numa nova aba do navegador)

Pasta

Deixe sua impressão

Respostas

    1. Obrigado você pelo comentário! Vou pedir para a redação providenciar um PDF referenciado. A propósito, somos uma entidade sem fins lucrativos e procuramos novos colunistas. Se tiver interesse em se associar à ONG, será bem vinda!

Traduzir »
logo 123 ecos