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ONU e Sustentabilidade: eventos históricos em favor da vida e do planeta

Símbolo da ONU
Os líderes mundiais entenderam que era necessário observar a relação do desenvolvimento com as questões ambientais

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

ONU e Sustentabilidade: eventos históricos

Quando você vê uma notícia sobre o acontecimento de uma COP (conferência das partes da ONU) ou de outra reunião para discussões sobre clima e sustentabilidade liderado pela ONU, deve entender que essa relação não é nova. Ela começou há muitos anos, quando os temas ligados ao meio ambiente passaram a fazer parte do dia a dia das relações internacionais.

Para entender como isso aconteceu, afinal, é necessária uma viagem de pelo menos seis décadas, até os anos 1960. Isso porque foi quando alguns eventos importantes passaram a fazer parte das discussões entre os países.

Vale lembrar que era o tempo da Guerra Fria, que colocava em lados opostos as duas principais potências mundiais: a União Soviética e os EUA. Além de uma briga política, ela incluía o desenvolvimento industrial, as ameaças com armas atômicas e a corrida espacial.

Então, com tanta preocupação com o desenvolvimento, começaram a aparecer questionamentos de que a natureza estava sofrendo interferências que poderiam trazer problemas no longo prazo.

Foi neste ambiente que se desenvolveram movimentos políticos e culturais que valorizavam a relação da humanidade com a natureza. Havia diversas manifestações e buscas de referências de religiões e culturas não-ocidentais, que já tratavam desses temas. Os hippies, os partidos verdes e outros movimentos que aconteceram neste momento eram as formas visíveis dessas demandas principalmente entre os mais jovens.

Por isso, para dar conta dos questionamentos que surgiram, os líderes mundiais entenderam que era necessário observar a relação do desenvolvimento com as questões ambientais. O que aconteceu em diversos lugares, e também a partir das preocupações da ONU.

ONU

Primeiras discussões sobre sustentabilidade na ONU

Como dissemos, foi neste momento histórico também que apareceram as primeiras preocupações sobre sustentabilidade nos cenários políticos.

Um destaque foi o desenvolvimento dos primeiros partidos ligados à questão ambiental, principalmente na Europa. Com isso, a ONU passou a ser também pressionada a desenvolver discussões sobre o tema.

O primeiro documento importante foi desenvolvido em 1968. Era um relatório apresentado pelo Secretário-Geral da entidade, chamado Atividades da Organização das Nações Unidas e Programas Relevantes ao Meio Ambiente Humano. Nele, estavam as bases para a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o PNUMA.

No ano seguinte, o Secretário-Geral mais uma vez apresentou outro relatório, chamado Problemas do meio ambiente humano. Nele foi observado as questões urgentes e dizia que “se as tendências atuais continuarem, a vida na Terra pode estar em perigo”.

Primeiras discussões sobre sustentabilidade na ONU

Os primeiros eventos que aconteceram para a discussão das questões ambientais e da sustentabilidade na ONU tinham como principal objetivo organizar a ação da entidade e dos países no enfrentamento das ameaças que se apresentavam.

Foi em 1972 que, com a intenção de desenvolver uma organização clara, aconteceu a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Ela ocorreu em Estocolmo, na Suécia, entre 5 e 16 de junho.

Além das discussões, foi criado o PNUMA, cuja sede, em Nairóbi, no Quênia, foi inaugurada no ano seguinte.

Então, vários movimentos claros passaram a acontecer. Entre eles, destacam-se as convenções sobre comercialização de espécies ameaçadas de extinção, a utilização de mares e oceanos e a degradação de áreas costeiras.

Também é desta época (1974) a definição do dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente, com o tema “Só Uma Terra”.

As preocupações continuaram na década seguinte (1980), com destaque para a questão da água potável e para uma possível legislação ambiental internacional.

Para saber mais sobre os eventos que ocorreram durante esses anos, clique aqui.

Foto oficial dos chefes de delegações na ECO-92 : ONU e Sustentabilidade
Foto oficial dos chefes de delegações na ECO-92. (Foto: Michos Tzovaras/UN)

O marco da ECO 92 no Rio de Janeiro

A década de 1990 começou com um grande evento sediado no Brasil. Com o intuito de organizar de forma clara a atuação frente às ameaças sofridas pelo meio ambiente, o Rio de Janeiro recebeu o mais importante evento da ONU sobre sustentabilidade. Também conhecido como Cúpula da Terra, ela ocorreu entre 3 e 14 de junho. Conheça, neste artigo, mais detalhes como foi o evento e seus resultados.

Não deixe de ler: A história dos movimentos ambientalistas no Brasil (Abre numa nova aba do navegador)

A partir de então, foi estabelecida a Agenda 21, que tinha a intenção de definir quais eram os limites da exploração. Além disso, ela previa a possibilidade de se chegar ao novo século com um maior controle sobre a atuação humana.

Leia: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030 (Abre numa nova aba do navegador)

Enfim, como resultado do evento, várias propostas foram aprovadas. Elas fizeram com que os organismos da ONU pudessem se tornar observadores oficiais do que acontecia em todos os países, com destaque para os industrializados, responsáveis por grande parte dos processos que resultavam nas diversas formas de poluição.

Também naquele momento, a partir de 1995, começaram a ser realizadas as Conferências das Partes (COPs), reuniões anuais com o intuito de observar os objetivos e discutir as ações pela sustentabilidade, com destaque para o acompanhamento e o combate do desmatamento em florestas, principalmente na Amazônica, e da poluição das águas.

 Declaração do Milênio ONU  - Destaque para o Objetivo 7: Sustentabilidade
Declaração do Milênio – Destaque para o Objetivo 7: Sustentabilidade

A sustentabilidade na Declaração do Milênio da ONU

Com a chegada do ano 2000, então, diversas discussões aconteceram, e muitas delas ficaram definidas na Declaração do Milênio das Nações Unidas. Por exemplo, o ODS 7 tinha um destaque específico sobre a sustentabilidade ambiental.

Leia: Energia Acessível e Limpa – ODS 7 – 123 Ecos

Ela previa ações claras de todos os países no combate à perda de biodiversidade e da cobertura florestal e também na garantia do acesso à água potável.

A preocupação com o aumento da população mundial e com os reflexos do desmatamento e da poluição na saúde das pessoas também se mostrou como um aspecto fundamental das discussões posteriores à Declaração.

Depois do ano 2000, então, vários eventos (entre eles, diversas edições das COPs) ocorreram na tentativa de construção de soluções viáveis para uma organização de um planejamento mundial na luta pelo desenvolvimento sustentável. Entre eles, está a Rio +20, a conferência que marcou os 20 anos da Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Em 2015, finalmente, os países membros da ONU assinaram um documento claro sobre sustentabilidade, os limites do planeta e as suas possibilidades de contribuição. Ele apresenta os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como ODSs. Além disso, também houve a realização da COP 21, a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que resultou no Acordo de Paris.

Entre os 17 ODSs, vários interagem com a questão da sustentabilidade ambiental, mas também há objetivos ligados às questões sociais e econômicas, como o desenvolvimento tecnológico e de infraestrutura. Questões ligadas à defesa das florestas, da vida animal, dos oceanos e dos rios são destacadas, mas sempre lembrando que é impossível garantir que eles sejam protegidos se as pessoas não tiverem a possibilidade de viver com dignidade, com acesso a renda e alimentação adequada.

Também conhecidos como Agenda 2030, esses objetivos se desdobram em metas para atingimento até o início da próxima década, com a ideia clara de que só é possível salvar a vida no planeta se agirmos agora. Por isso, as metas são detalhadas de forma a dar mais responsabilidade aos países desenvolvidos, tanto na realização de ações locais quanto na distribuição de recursos para os países em desenvolvimento.

E depois da COP21?

A implementação das ODSs passou, desde então, por muitas turbulências desde 2015. Isso pois, além da impossibilidade de terem as metas alcançadas principalmente entre os países em desenvolvimento, houve também uma contestação clara da ONU e das questões da sustentabilidade por projetos políticos que chegaram ao poder em diversos países.

A eleição de Donald Trump nos EUA em 2016, por exemplo, fez com que houvesse um grande questionamento sobre as questões ligadas à crise climática, com reflexo em outros lugares, como no Brasil, em que o presidente Jair Bolsonaro também foi eleito duvidando da capacidade da ONU de liderar as políticas ambientais no planeta.

Soma-se a isso também a pandemia da covid-19, que se espalhou pelo mundo a partir do início de 2020 e também colocou em dúvida a capacidade dos países de cumprir os acordos da Agenda 2030.

As COPs ocorridas neste período demonstram, além das questões políticas complexas, uma incerteza quanto ao processo de construção de certezas sobre a capacidade se chegar a soluções conjuntas para a questão ambiental.

Cabe ressaltar que, mesmo com questionamentos, o discurso sobre a sustentabilidade de contra o aquecimento global ganhou apoios de peso principalmente entre os mais jovens, com destaque para o papel da ativista Greta Thunberg. A adolescente ganhou destaque ao liderar as Sextas-Feiras pelo Clima, uma série de eventos que a levou à indicação para o Nobel da Paz por duas vezes consecutivas.

Conheça em detalhes a história entre a ONU e a sustentabilidade

Por todas essas revoluções pelas quais a discussão sobre a sustentabilidade passou, é importante entender que ainda há muito a acontecer. Então, é possível dizer que, pelo menos pelos próximos anos, a ONU é o lugar em que os países discutirão as questões ambientais.

Por isso, aproveite e tenha contato, aqui, com todas as informações que você precisa para entender essa história e os possíveis caminhos para o futuro.

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