Compostagem – O que é, tipos, importância e como fazer

Compostagem - Alimento transforma em adubo

O que é Compostagem?

A compostagem, no Brasil e no mundo, é um processo natural que transforma resíduos orgânicos (por exemplo. folhas e restos de comida) em adubo, enriquecendo o solo e promovendo a sustentabilidade. Esses materiais que normalmente são amontoados e lixões, passam a ser transformados em um fertilizante valioso que pode enriquecer o solo e as plantas.

O que são Resíduos Sólidos: classificação, impactos e números (Abre numa nova aba do navegador)

História da Compostagem

A compostagem tem raízes antigas, com evidências de práticas compostáveis datando de civilizações como os egípcios e romanos. Ao longo dos séculos, a técnica evoluiu, adotando métodos mais eficientes e sustentáveis. Hoje, a compostagem moderna integra tecnologias avançadas, facilitando o processo tanto em ambientes urbanos quanto rurais.

Importância e Benefícios da Compostagem para a sustentabilidade

  • Reduz o fluxo de resíduos em aterros sanitários
  • Diminuir a exploração e o consumo de recursos naturais
  • Inspirar a mudança de hábitos
  • É favorável para o meio ambiente
  • Melhora a saúde do solo
  • Promover a agricultura sustentável
  • Construir um futuro sustentável

Além disso, fazendo a compostagem aqui no Brasil, contribuímos para a redução do aquecimento global, porque o resíduo orgânico em decomposição, seja nos lixões ou aterros sanitários, gera o gás metano, um dos principais causadores do efeito estufa.

Tipos de Compostagem

Existem vários métodos de compostagem adaptados a diferentes necessidades:

Materiais compostáveis e não compostáveis

O que é composto?

Uma vez que qualquer coisa que cresce em algum momento se decompõe, podemos dizer que a compostagem simplesmente acelera esse processo, fornecendo um ambiente ideal para bactérias, fungos e outros organismos realizarem a mágica da transformação de um resíduo em algo novo.

Dessa forma, chamamos de composto a matéria final de todo esse processo. O composto é rico em nutrientes e usado na jardinagem, na horticultura e na agricultura. O composto é um recurso importante para os agricultores orgânicos, pois ele serve como um corretivo do solo e como um método de tratamento de muitos resíduos comuns.

Para obter um composto de alta qualidade, é essencial entender os materiais que podem ser compostados, como restos de cozinha e resíduos de jardim, e os fatores críticos como arejamento, umidade e temperatura.

Em um mundo cada vez mais consciente do meio ambiente, compreender a diferença entre materiais compostáveis ​​e não compostáveis ​​é crucial para reduzir nosso impacto no planeta. A separação adequada dos resíduos é fundamental para garantir a compostagem eficaz. Ao separar os materiais compostáveis ​​dos materiais não compostáveis, podemos garantir que o composto final seja de alta qualidade e possa ser utilizado com segurança em jardins e hortas. Por exemplo:

Materiais Compostáveis

Materiais compostáveis ​​são aqueles que podem ser decompostos completamente por microrganismos em um ambiente de compostagem. Esses materiais geralmente são de origem natural, como restos de alimentos, folhas secas e aparas de grama. Ao compostar esses materiais, podemos desviar o lixo orgânico dos aterros sanitários, onde geram metano, um gás de efeito estufa prejudicial.

Exemplos de Materiais Compostáveis

  • Restos de frutas e vegetais
  • Cascas de ovos e cascas de frutas
  • Pó de café e filtros de café
  • Sacas de chá de papel
  • Pão e cereais
  • Flores e aparas de grama
  • Folhas secas
  • Papelão ondulado sem cera
  • Madeira não tratada
compostagem - orgânicos

Materiais Não Compostáveis

Materiais não compostáveis ​​são aqueles que não se decompõem completamente em um ambiente de compostagem. Esses materiais podem contaminar o composto e torná-lo impróprio para o uso em jardins ou agricultura. Além disso, muitos materiais não compostáveis ​​podem levar centenas ou até milhares de anos para se decompor em aterros sanitários, liberando gases de efeito estufa e poluindo o meio ambiente.

Exemplos de Materiais Não Compostáveis

  • Plásticos
  • Metais
  • Vidro
  • Carne e ossos
  • Laticínios
  • Óleos e gorduras
  • Fezes de animais
  • Cigarros
  • Produtos químicos e produtos de limpeza

Componentes do processo de compostagem

A compostagem exige tempo suficiente para que cada substância esteja totalmente decomposta antes do composto ser feito. Pois bem, vamos observar os componentes principais da compostagem: matéria orgânicaumidadeoxigênio e bactérias.

A matéria orgânica são os restos de comida, cascas de frutas, verduras, legumes, borra de café, ervas, grãos, ou seja, tudo aquilo que é de origem animal ou vegetal. Os materiais orgânicos usados ​​para formar o composto devem incluir uma mistura de material orgânico marrom (folhas mortas e galhos) e material orgânico verde (aparas de grama, cascas de frutas, etc.).

A umidade é importante para apoiar o processo de compostagem, porque o composto deve ser comparável à umidade de uma esponja espremida. Nesse caso, se a compostagem estiver muito seca, os materiais vão se decompor lentamente. Se estiver muito úmida devemos colocar materiais orgânicos marrons e secos.

O oxigênio é o principal para a decomposição do material. A presença de oxigênio no processo de compostagem é essencial para garantir a fermentação aeróbica (decomposição), processo esse que é feito pelas bactérias.

As bactérias e outros microrganismos são os verdadeiros trabalhadores no processo de compostagem. Desse modo, ao fornecer materiais orgânicos, água e oxigênio, as bactérias, já presentes, decompõe o material vegetal em um composto útil para o jardim e assim acontece a compostagem. 

Como fazer a compostagem em casa?

Um passo importante para repensarmos nossas ações é descobrirmos atividades de gestão sustentável que podem ser feitas no nosso dia a dia. Portanto, vamos juntos aprender alguns passos para fazermos a compostagem. Afinal, como acontece a compostagem em casa?

Compostagem - Passo a passo para Compostar

A compostagem caseira é mais fácil de fazer do que você pensa e pode ser uma das grandes soluções para o desperdício.

1. Coleta de Materiais: Separe os resíduos compostáveis

  • Montagem das Camadas: Alterne entre materiais úmidos (ricos em nitrogênio, como restos de frutas e vegetais) e secos (ricos em carbono, como folhas secas e papelão). Ou seja, essa alternância ajuda a manter o equilíbrio de umidade e aeração.
  • Manutenção do Composto: Revolva o composto regularmente para assim garantir uma boa aeração. Monitore a umidade, mantendo-a semelhante à de uma esponja úmida.
  • Tempo de Decomposição: Tenha paciência porque dependendo dos materiais e das condições, o composto pode levar de alguns meses a um ano para estar pronto.

2. Cuidados e Manutenção da Compostagem

Manter um composto saudável exige atenção a alguns fatores:

  • Arejamento: Revolver o composto regularmente ajuda a introduzir oxigênio, pois isso é essencial para os microrganismos decompositores.
  • Umidade: O composto deve estar úmido, mas não encharcado. Se estiver seco, adicione água; se estiver muito molhado, adicione materiais secos.
  • Controle de Temperatura: A temperatura ideal para a compostagem é entre 40°C e 60°C. Temperaturas muito baixas desaceleram o processo, enquanto temperaturas muito altas podem matar os microrganismos benéficos.

3. Resolução de Problemas Comuns

  • Composto Não Decompondo: Pode ser devido a desequilíbrio entre materiais verdes e marrons, falta de umidade ou aeração. Solução: ajuste a proporção de materiais, adicione água ou revolva o composto.
  • Odor Desagradável: Geralmente causado por excesso de materiais úmidos ou falta de aeração. Solução: adicione materiais secos e revolva o composto.
  • Pragas e Animais: Podem ser atraídos por materiais inadequados como carne e laticínios. Solução: evite adicionar esses materiais e use uma composteira fechada.

O que não devemos colocar na compostagem?

Alguns materiais não devem ser adicionados à compostagem. Vamos analisar alguns deles:

  • Papel Colorido: O papel colorido pode conter material tóxico que vem das tintas de impressão e aditivos e assim podem ser prejudiciais a humanos, animais e plantas.
  • Plantas Doentes: Evite a compostagem de ervas daninhas perenes ou plantas doentes, pois você pode espalhar sementes de ervas daninhas ou doenças ao espalhar seu composto.
  • Laticínios e outros produtos de origem animal: Como falamos embora os produtos de origem animal (carne, peixe, ovos, ossos, laticínios, graxa, gordura) sejam orgânicos, eles podem criar problemas de odor e atrair moscas, roedores e outras pragas para sua pilha ou depósito. 
  • Resíduos de animais domésticos: Os dejetos de animais domésticos contêm parasitas e bactérias e por isso podem ser prejudiciais aos seres humanos e outros animais se ingeridos.

Compostagem em Ascensão no Brasil e no mundo

A compostagem, processo natural de decomposição da matéria orgânica, vem ganhando força como uma solução promissora para diversos desafios ambientais. No Brasil e no mundo, pesquisas e dados recentes comprovam os benefícios da compostagem, bem como apontam para um crescimento significativo na adoção dessa prática.

1. Panorama Global da Compostagem:

Segundo a Mordor Intelligence, o mercado global de compostagem deve alcançar USD 444,2 bilhões até 2030, crescendo a um CAGR (taxa composta anual de crescimento) de 14,7% entre 2023 e 2030.

Esse crescimento é impulsionado pelo aumento da demanda por soluções ecologicamente corretas para a remediação de solos e águas contaminados, pela crescente adoção de tecnologias inovadoras de biorremediação e principalmente pelo aumento dos investimentos em infraestrutura ambiental.

Regiões em Destaque: A América do Norte detém a maior participação de mercado, seguida pela Europa e pela região da Ásia-Pacífico.

2. Destaques da Compostagem no Brasil

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010, reconhece a compostagem no Brasil como uma das soluções para a gestão adequada dos resíduos sólidos urbanos.

Assim, a população brasileira está cada vez mais consciente da importância da sustentabilidade e busca alternativas para reduzir seu impacto ambiental. Por isso, diversos projetos e iniciativas estão sendo implementados em todo o Brasil para promover a compostagem, tanto em nível doméstico quanto industrial.

Potencial para Geração de Renda: A compostagem no Brasil pode gerar novos postos de trabalho e fortalecer a economia local, especialmente em cooperativas, bem como projetos de inclusão social.

Futuro da Compostagem

O futuro da compostagem é promissor com o aumento da adoção de compostagem em áreas urbanas, expansão de tecnologias inovadoras e integração com outras práticas sustentáveis. Além disso, os incentivos e políticas públicas em diversos países estão promovendo a compostagem em escala global. Principalmente, as pesquisas contínuas e desenvolvimento de novas tecnologias prometem tornar a compostagem ainda mais eficiente e acessível.


Resumo com perguntas e respostas sobre compostagem

O que é compostagem?

Compostagem é o processo de decomposição de materiais orgânicos, como restos de comida e resíduos de jardim, para criar um adubo rico em nutrientes.

Quais materiais posso compostar?

Você pode compostar restos de frutas e vegetais, borra de café, cascas de ovos, folhas secas, entre outros. Mas, evite carnes, laticínios e gorduras.

Quanto tempo leva para o composto ficar pronto?

O tempo pode variar de alguns meses a um ano, dependendo dos materiais e das condições de compostagem.

Como evitar odores na compostagem?

Manter uma boa aeração e equilibrar a umidade e os materiais compostáveis ajuda a evitar odores desagradáveis.

Posso compostar em apartamento?

Sim, existem sistemas de compostagem compactos, como a vermicompostagem, que são ideais para espaços pequenos.

Qual é a importância da compostagem?

A compostagem reduz a quantidade de resíduos enviados a aterros, diminui a emissão de gases de efeito estufa e assim cria um adubo natural que enriquece o solo.


Referências de pesquisa

  • Embrapa
  • Universidade de São Paulo (USP)
  • Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)


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