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Sistema Deter – o que é e como funciona e qual sua importância

Sistema Deter

O desmatamento na Amazônia e em outros biomas brasileiros é um dos problemas ambientais mais graves do país. Para monitorar essa destruição e ajudar na fiscalização, o Brasil conta com o Sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), criado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse sistema utiliza imagens de satélite para identificar áreas desmatadas quase em tempo real, permitindo ações rápidas por parte das autoridades ambientais.

Somente em 2023, o Sistema Deter detectou mais de 9.000 km² de desmatamento na Amazônia, segundo dados do INPE. O Cerrado também registrou um aumento preocupante na perda de vegetação nativa, mostrando a importância de um sistema eficiente para monitorar e coibir a degradação ambiental.

Mas como exatamente esse sistema funciona? Como ele auxilia no combate ao desmatamento e quais são seus desafios? Vamos entender melhor a seguir.


O que é o Sistema Deter?

O Sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real) é um programa de monitoramento ambiental criado pelo INPE em 2004. Seu principal objetivo é identificar rapidamente áreas que estão sendo desmatadas, fornecendo informações para que órgãos fiscalizadores, como o IBAMA e a Polícia Federal, tomem medidas imediatas.

Esse sistema é considerado um dos mais avançados do mundo no combate ao desmatamento, pois permite a detecção diária de mudanças na cobertura florestal, algo essencial para coibir a devastação ambiental antes que ela avance de forma irreversível.

Agora que entendemos sua função, como esse monitoramento acontece na prática?


Como funciona o Sistema Deter?

O Sistema Deter utiliza imagens de satélite de alta resolução para identificar alterações na vegetação de grandes áreas. A tecnologia empregada permite que qualquer modificação na cobertura florestal seja detectada rapidamente, mesmo em regiões remotas. Por exemplo:

O funcionamento do sistema ocorre em quatro etapas principais:

  • Coleta de imagens: O Deter recebe imagens de satélites como o CBERS-4 (parceria Brasil-China) e Landsat. Esses satélites sobrevoam as florestas brasileiras regularmente, captando imagens detalhadas.
  • Processamento das imagens: As imagens são analisadas automaticamente por programas de computador, que identificam áreas onde houve remoção da vegetação nativa.
  • Geração de alertas Quando um desmatamento é identificado, o sistema gera um alerta que é enviado para os órgãos responsáveis pela fiscalização, como IBAMA, ICMBio e órgãos estaduais de meio ambiente.
  • Fiscalização e resposta: Com base nos alertas do Deter, equipes de fiscalização podem ir até os locais indicados para tomar medidas contra atividades ilegais, como desmatamento não autorizado e queimadas.

Veja também: Sistema de Alerta Climático: como funciona e qual sua importância

O sistema cobre não apenas a Amazônia, mas também outros biomas ameaçados, como o Cerrado, um dos mais afetados pelo desmatamento nos últimos anos.

Mas quais tipos de desmatamento o Sistema Deter consegue identificar?


O que o Sistema Deter monitora?

O Sistema Deter não apenas identifica grandes áreas de desmatamento, mas também monitora outras atividades ilegais que afetam a cobertura vegetal. Entre as principais detecções realizadas pelo sistema, destacam-se:

  • Corte raso: quando a vegetação é completamente removida, deixando o solo exposto.
  • Degradação florestal: quando há danos progressivos na vegetação, geralmente causados por exploração ilegal de madeira e queimadas.
  • Queimadas: identificação de focos de incêndio associados ao desmatamento.
  • Áreas convertidas para agropecuária: identificação de novos pastos e plantações em áreas desmatadas ilegalmente.

Dica de leitura: Sensores Inteligentes na Agricultura – O que são, benefícios e desafios (Abre numa nova aba do navegador)

Por ser um sistema de alerta rápido, o Deter não é perfeito para medir a taxa anual de desmatamento, mas complementa outros sistemas, como o PRODES, que faz análises mais detalhadas e precisas.

Mas será que o Deter realmente ajuda a reduzir o desmatamento?


A importância do Sistema Deter no combate ao desmatamento

Desde sua criação, o Sistema Deter tem sido uma ferramenta essencial no combate ao desmatamento ilegal no Brasil. Graças a esse monitoramento, o governo e organizações ambientais conseguem agir rapidamente para conter a destruição da floresta.

Entre os principais benefícios do sistema, destacam-se:

  • Resposta rápida a crimes ambientais: com alertas diários, as autoridades podem atuar antes que o desmatamento avance.
  • Redução do tempo de fiscalização: sem o Deter, seria mais difícil localizar áreas onde o desmatamento está ocorrendo.
  • Transparência ambiental: os dados do Deter são públicos, permitindo que pesquisadores, ONGs e a sociedade acompanhem a situação das florestas brasileiras.
  • Base para políticas ambientais: o governo usa os dados do Deter para planejar ações de combate ao desmatamento e principalmente criar estratégias de preservação.

Leia também: Prevenção e mitigação de desastres naturais

No entanto, o sistema enfrenta desafios que podem comprometer sua eficácia.


Desafios enfrentados pelo Sistema

Apesar de sua importância, o Sistema Deter enfrenta dificuldades que limitam sua eficiência na proteção ambiental. Por exemplo:

  • Uso de táticas ilegais pelos desmatadores: criminosos ambientais têm adotado estratégias para burlar o sistema. Por exemplo o desmatamento fragmentado, onde desmatam pequenas áreas aos poucos para evitar detecção.
  • Cobertura de nuvens: em períodos chuvosos, as nuvens podem dificultar a captação de imagens dos satélites, tornando a detecção do desmatamento mais difícil.
  • Falta de fiscalização suficiente: embora os alertas sejam gerados rapidamente, muitas áreas desmatadas continuam sem fiscalização eficaz por falta de recursos e principalmente pessoal.
  • Cortes no orçamento ambiental: o enfraquecimento de políticas ambientais pode comprometer o uso dos dados do Deter na repressão ao desmatamento.

Dica de leitura: Análise de Imagens de Satélite por IA na Agricultura – Para que serve?(Abre numa nova aba do navegador)

Mesmo com esses desafios, o Sistema Deter continua sendo uma das principais ferramentas para monitorar o desmatamento e auxiliar na preservação das florestas brasileiras.


O futuro do Sistema Deter e o combate ao desmatamento

Para que o Sistema Deter continue eficiente, torna-se necessário aprimorar a tecnologia utilizada, investir em novos satélites com maior capacidade de observação e garantir que os órgãos fiscalizadores tenham estrutura suficiente para atuar com base nos alertas gerados.

A modernização do sistema pode incluir o uso de inteligência artificial para detectar desmatamentos ainda mais rapidamente e integrar informações com outras fontes de monitoramento, como drones e sensores terrestres.

Além disso, fortalecer as políticas ambientais e aumentar a punição para crimes ambientais se tornaram medidas essenciais para garantir que os alertas do Deter resultem em ações concretas contra o desmatamento ilegal.

Com o avanço da tecnologia e o compromisso com a preservação das florestas, o Sistema Deter continuará desempenhando um papel fundamental na proteção do meio ambiente, principalmente no combate às mudanças climáticas.

Veja também: 10 tecnologias para o monitoramento ambiental (Abre numa nova aba do navegador)


Perguntas frequentes sobre o Sistema

O que o Sistema Deter monitora?

Ele detecta desmatamento, degradação florestal, queimadas e conversão de áreas naturais para agropecuária.

Qual a diferença entre o Deter e o PRODES?

O Deter gera alertas rápidos para fiscalização, enquanto o PRODES faz um mapeamento mais detalhado e preciso do desmatamento anual.

Como o governo usa os dados do Deter?

Os alertas são enviados a órgãos ambientais como IBAMA e ICMBio para que possam agir contra o desmatamento ilegal.

clima afeta o Sistema Deter?

Sim, a presença de nuvens pode dificultar a captação de imagens pelos satélites, reduzindo a precisão do monitoramento.

Os dados do Deter são públicos?

Sim, qualquer pessoa pode acessar os dados no site do INPE, garantindo transparência no monitoramento ambiental.

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