O oxigênio é um dos elementos mais importantes para a vida na Terra, no entanto estamos esgotando as nossas fontes naturais. Sem ele, a respiração dos seres vivos seria impossível, e muitos processos naturais deixariam de acontecer.
O oceanógrafo Matthew Long, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), alertou em um estudo publicado na Nature:
“A perda de oxigênio nos oceanos já é uma realidade e pode se tornar uma ameaça global. Se não reduzirmos as emissões de carbono, veremos impactos devastadores na vida marinha e na estabilidade atmosférica.”
Então, você já parou para pensar de onde vem todo esse oxigênio? Muitas pessoas acreditam que as florestas são as maiores fornecedoras desse gás, mas a realidade é bem diferente.
A vida em risco! Números alarmantes!
Nos últimos anos, cientistas têm alertado para a redução preocupante da produção de oxigênio na Terra. Os oceanos, que geram entre 50% e 80% do oxigênio atmosférico, estão sofrendo com o aquecimento global e a poluição. Um estudo da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) revelou que os níveis de oxigênio nos oceanos caíram 2% nos últimos 50 anos e podem cair até 7% até 2100 se as emissões de gases do efeito estufa não forem reduzidas.
Além disso, as chamadas zonas mortas oceânicas – regiões com níveis críticos de oxigênio – aumentaram de 45 para mais de 700 desde 1960, tornando vastas áreas dos mares inabitáveis para peixes e outros seres marinhos. Isso ameaça a biodiversidade e a segurança alimentar de milhões de pessoas que dependem da pesca.
Nas florestas, o desmatamento também está impactando as fontes de produção de oxigênio. A Amazônia, por exemplo, que já foi um grande sumidouro de carbono, agora emite mais CO₂ do que absorve em algumas regiões, comprometendo sua capacidade de ajudar no equilíbrio atmosférico.
Se essa tendência continuar, especialistas alertam que a queda na produção de oxigênio pode afetar não apenas a vida marinha, mas também o ar que respiramos, desencadeando problemas ambientais e de saúde em escala global.
Na verdade, o oxigênio atmosférico tem várias fontes, sendo produzido tanto em terra quanto nos oceanos. Além disso, existem processos químicos que ajudam a manter os níveis desse gás no planeta. Vamos entender quais são as principais fontes de oxigênio e como cada uma delas contribui para o equilíbrio da vida.
A produção de oxigênio pelos oceanos – fontes
A maior parte do oxigênio da Terra vem dos oceanos. Cerca de 50% a 80% do oxigênio presente na atmosfera é produzido por organismos marinhos, principalmente pelo fitoplâncton. Essas microalgas realizam fotossíntese, transformando dióxido de carbono e luz solar em energia e liberando oxigênio no processo.
Entre os organismos mais importantes para essa produção estão as cianobactérias, especialmente as Prochlorococcus, que são consideradas as menores e mais abundantes produtoras de oxigênio do planeta. Além delas, macroalgas como os kelps também participam da liberação desse gás na atmosfera.
No entanto, a capacidade dos oceanos de produzir oxigênio está ameaçada. O aumento da temperatura global e a poluição das águas podem diminuir a atividade do fitoplâncton, reduzindo a quantidade de oxigênio disponível para os seres vivos. Se essa tendência continuar, poderemos enfrentar graves consequências para o equilíbrio do planeta.
Mas se os oceanos são a principal fonte de oxigênio, qual é o papel das florestas nesse processo?
A importância das florestas na produção de oxigênio
As florestas também são grandes produtoras de oxigênio, mas em uma escala menor do que os oceanos. As árvores e plantas realizam fotossíntese, capturando dióxido de carbono e liberando oxigênio. A Floresta Amazônica, por exemplo, muitas vezes chamada de “pulmão do mundo” tem esse nome porque libera enormes quantidades desse gás. No entanto, grande parte do oxigênio gerado pelas florestas se consome pela própria vegetação e pelos seres vivos que habitam esses ecossistemas. Ou seja, Isso significa que o saldo final de oxigênio liberado pelas florestas é menor do que muitos imaginam.
Apesar disso, preservar as florestas continua sendo essencial. Além de produzir oxigênio, elas regulam o clima, armazenam carbono e sustentam milhões de espécies. O desmatamento ameaça esse equilíbrio, impactando não apenas a produção de oxigênio, mas todo o funcionamento do ecossistema terrestre.
Além das florestas e oceanos, existem outras formas naturais de produção de oxigênio?
Outras fontes naturais de oxigênio
Além dos processos biológicos realizados por plantas e algas, existem reações químicas naturais que também contribuem para a produção de oxigênio. Uma delas ocorre quando a luz do sol interage com a água, quebrando suas moléculas e liberando oxigênio. Esse processo, conhecido como fotólise da água, acontece na atmosfera e tem um papel importante no ciclo do oxigênio.
Outro fenômeno que contribui para a liberação desse gás é a decomposição de minerais ricos em oxigênio, como alguns óxidos metálicos. Quando essas rochas sofrem desgaste ou reagem com outros elementos, parte do oxigênio pode ser liberada para o ambiente.
Mesmo que esses processos não sejam tão eficientes quanto a fotossíntese, eles ajudam a manter o equilíbrio dos níveis de oxigênio na atmosfera. Mas será que o oxigênio produzido na Terra sempre foi o mesmo ao longo do tempo?
A evolução da concentração de oxigênio na Terra
O planeta nem sempre teve a abundância de oxigênio que conhecemos hoje. Há cerca de 2,4 bilhões de anos, um evento chamado Grande Oxidação mudou completamente a composição da atmosfera. Antes disso, o oxigênio era praticamente inexistente no ar.
Esse aumento ocorreu graças às cianobactérias, que começaram a realizar fotossíntese e liberar oxigênio em grandes quantidades. Com o tempo, esse gás passou a se acumular na atmosfera, permitindo o surgimento de formas de vida mais complexas, como os animais.
Desde então, a quantidade de oxigênio na atmosfera tem se mantido relativamente estável, mas as mudanças climáticas e a ação humana podem alterar esse equilíbrio. A poluição, o aquecimento global e o desmatamento podem comprometer as principais fontes naturais de oxigênio do planeta, trazendo riscos para a vida como conhecemos.
O que aconteceria se os níveis de oxigênio diminuíssem?
Se a quantidade de oxigênio na atmosfera diminuísse drasticamente, as consequências seriam graves. Os seres vivos teriam mais dificuldade para respirar, e muitos organismos não conseguiriam sobreviver. Além disso, a queima de combustíveis e outros processos naturais que dependem do oxigênio seriam afetados.
Em oceanos com pouco oxigênio, fenômenos como as zonas mortas podem se tornar mais frequentes, prejudicando a vida marinha e ameaçando a pesca. Também haveria impactos na camada de ozônio, que protege a Terra contra os raios ultravioleta do Sol.
Para evitar esses problemas, é essencial proteger os ecossistemas que garantem a produção de oxigênio, como os oceanos e as florestas. Reduzir a poluição e adotar práticas sustentáveis são medidas fundamentais para garantir que as futuras gerações tenham acesso a um planeta saudável e respirável.
Principais perguntas e respostas sobre as fontes de oxigênio
Os oceanos são responsáveis por cerca de 50% a 80% do oxigênio da atmosfera, principalmente por meio da fotossíntese do fitoplâncton.
Não. Embora as florestas sejam importantes produtoras de oxigênio, a maior parte dele é consumida pelos próprios organismos que vivem nesses ecossistemas.
Sim. A fotólise da água, que ocorre quando a luz solar quebra moléculas de água na atmosfera, também contribui para a liberação de oxigênio.
Não. Antes do Grande Evento de Oxidação, há mais de 2 bilhões de anos, o oxigênio era escasso na atmosfera. Foi a fotossíntese das cianobactérias que aumentou sua concentração ao longo do tempo.
Reduzir a poluição, combater o desmatamento e diminuir as emissões de gases do efeito estufa são medidas essenciais para garantir que os oceanos e florestas continuem produzindo oxigênio.