La Niña : O que é, como ocorre, consequências e curiosidades

La Niña

O que é La Niña

O fenômeno La Niña, em resumo, é caracterizado por um resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Essa mudança na temperatura das águas oceânicas também desencadeia uma série de alterações nos padrões atmosféricos, que pode durar de 9 a 18 meses. Veja abaixo como ocorre o fenômeno La Niña, consequências e seus efeitos no Brasil e no mundo.

Origem do nome La Niña

Assim como o El Niño, o nome La Niña também tem origem na cultura popular peruana. Pescadores da região observaram que, por volta do Natal, as águas do mar próximo à costa do Peru apresentavam um resfriamento anormal. Essa mudança era prejudicial à pesca, pois diminuía a quantidade de peixes disponíveis. Então, os pescadores o associaram ao nascimento do “Menino Jesus”, em espanhol “Niño Jesus”. Daí a denominação “La Niña”, que significa “A Menina”.

Como e quando ocorre La Niña

O principal fator responsável por esse fenômeno é o resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial em até 3.5°C abaixo da média. Esse resfriamento está relacionado a diversos mecanismos, incluindo:

Enfraquecimento dos ventos alísios: Os ventos alísios, que normalmente sopram de leste para oeste no Pacífico Equatorial, impulsionam as águas quentes superficiais para o oeste do oceano. Assim, esses ventos ficam mais fracos ou até mesmo invertem sua direção durante o evento.

Além disso, a corrente de ar de alta altitude ( jato equatorial ), que sopra de oeste para leste sobre o Pacífico Equatorial, se intensifica durante esse fenômeno, impulsionando as águas frias para o centro e leste do oceano.

Aumento do upwelling: O upwelling, também conhecido como afloramento marinho, é um fenômeno oceanográfico fascinante que consiste na subida de águas frias e ricas em nutrientes das profundezas do oceano para a superfície. Esse processo se intensifica durante La Niña, contribuindo para o resfriamento das águas superficiais.

La Niña vs El Niño
Comparação de características dos dois fenômenos

Características e Consequências do La Niña

O resfriamento das águas do Pacífico durante esse evento não fica apenas no oceano. Ele se propaga pelo planeta como ondas em um lago, influenciando o clima em diversas regiões:

  • Inundações: As chuvas podem se intensificar em algumas áreas, como na América do Sul, África e Austrália. O aumento do volume de água pode levar a inundações devastadoras, como no sul do Brasil em 2008 e na Tailândia em 2011. Isso ocorre devido ao aumento da evaporação das águas frias e à convergência de ventos úmidos.
  • Secas: Em outras áreas, como na América do Norte, Ásia e sul da África, as chuvas podem diminuir significativamente, devido à menor evaporação das águas frias e à divergência de ventos úmidos.
Secas La Niña
Secas La Niña
  • Mudanças na temperatura: A temperatura média global pode sofrer um ligeiro resfriamento durante La Niña, devido ao aumento da área oceânica com águas frias.

Veja também: El Niño : O que é, Como Ocorre, Suas Consequências e Curiosidades(Abre numa nova aba do navegador)

Eventos La Niña mais notáveis da história

1988-1989: Considerado o La Niña mais forte já registrado. Causou estragos em todo o mundo, com inundações devastadoras na América do Sul, África e Austrália, secas na América do Norte e Ásia, e aumento da frequência de tempestades no Pacífico.

2007-2008: Outro evento muito forte, com impactos severos no clima global. Nele pôde-se observar inundações na América do Sul e África, secas na Austrália e Ásia, e aumento da frequência de ciclones no Oceano Índico.

2010-2011: O fenômeno mais recente de grande magnitude, causando inundações na América do Sul e Austrália, secas na América do Norte e Europa, e aumento da frequência de tempestades no Oceano Atlântico.

Curiosidades sobre o fenômeno La Niña

No Brasil:

Esse fenômeno climático no Brasil é como um maestro regendo as chuvas. Ele aumenta as precipitações no Norte e Nordeste, enquanto diminui no Sul. O resultado? Inundações em algumas áreas e secas em outras, exigindo atenção especial na gestão dos recursos hídricos.

Contudo, as chuvas abundantes durante o evento climático transformam o Nordeste em um tapete verdejante. A Caatinga floresce, o sertão se torna verde e a agricultura se beneficia, mas é preciso estar atento aos riscos de inundações e deslizamentos de terra. Enquanto isso, no Sul do Brasil, o fenômeno é como um convidado indesejado. As chuvas diminuem, as temperaturas aumentam e a seca se instala, afetando a produção agrícola e a disponibilidade de água.

A geração de energia hidrelétrica no Brasil também pode ser afetada pela La Niña, especialmente no Sul, onde a diminuição das chuvas impacta o volume dos reservatórios. Fontes renováveis como a energia solar e eólica podem ser alternativas nessas situações.

La Niña mudanças no Brasil
Mudanças Climáticas causadas pela La Niña no Brasil

No Mundo:

El Niño Escondido: La Niña pode “mascarar” os efeitos do El Niño, dificultando a previsão de seus impactos. As águas frias do Pacífico amenizam o aquecimento global durante La Niña, mas o El Niño pode estar se escondendo por trás dessa cortina fria.

Pesca em Alto Mar: A migração de peixes muda durante La Niña, impactando a pesca em diversas regiões, como no Peru e na Indonésia. Portanto, pescadores experientes precisam adaptar suas estratégias para acompanhar essas mudanças.

Por outro lado, a La Niña pode aumentar a frequência e a intensidade de ciclones em algumas regiões, como no Pacífico Ocidental e no Oceano Índico. Países nessas áreas precisam estar preparados para enfrentar tempestades mais fortes. Além disso, em algumas regiões montanhosas do mundo, como na África do Sul e na Nova Zelândia, La Niña pode trazer neve inesperada, um lembrete do poder desse fenômeno climático.

Por último, a proliferação de mosquitos, transmissores de doenças como dengue e malária, pode ser favorecida pelas mudanças climáticas durante La Niña, exigindo medidas de saúde pública para evitar surtos.


La Niña resumo e Perguntas Frequentes

O que é La Niña?

La Niña é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico equatorial, que pode influenciar padrões climáticos em várias partes do mundo.

Como ocorre o fenômeno La Niña?

La Niña ocorre devido ao fortalecimento dos ventos alísios que sopram de leste para oeste, intensificando a circulação de águas frias da costa da América do Sul para o Pacífico central e ocidental.

Quais as principais consequências do La Niña

Em resumo, o La Niña pode causar um resfriamento geral das temperaturas globais, além de influenciar padrões de precipitação, resultando em chuvas acima da média em algumas regiões e secas em outras. Por exemplo, pode levar a enchentes no sudeste da Ásia e secas no sudoeste dos Estados Unidos.

La Niña é previsível?

Embora a previsão exata de La Niña ainda seja desafiadora, avanços na modelagem climática permitem prever a ocorrência de eventos La Niña com alguns meses de antecedência, o que ajuda na preparação e mitigação dos impactos climáticos associados.


Referências de Pesquisa

National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA): https://oceanservice.noaa.gov/facts/ninonina.html

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