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Quais os Limites do nosso Planeta? Quanto é capaz de suportar?

Acordo de Paris
As ações humanas pressionam os limites do nosso planeta e isso impacta na sustentabilidade. Será que existem caminhos para a resiliência planetária?

Tempo estimado de leitura: 12 minutos

Os Limites Planetários e as consequências para a sustentabilidade

Quais os limites do nosso planeta e até onde eles afetam a sustentabilidade? Bom, sabemos que a Terra está sob pressão. Afinal, quase todas as invenções da humanidade, todos os sistemas, sejam agrícolas, de produção ou de transporte, principalmente a nossa maneira de consumir e viver, além de ser parte do que nos define hoje como seres humanos, funcionam e se desenvolvem às custas dos sistemas ecológicos.

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E essa relação está mais do que desequilibrada. 

Isso quer dizer que consumimos os recursos vindos da Terra em um ritmo muito acima do que o sistema natural do planeta consegue suportar. 

Atualmente, estamos usando a Terra 1,7 vezes mais rápido do que os ecossistemas podem regenerá-la, de acordo com a Global Footprint Network.

Por isso, em 2009, 28 pesquisadores reconhecidos globalmente estruturaram e desenvolveram um conjunto de nove fronteiras planetárias. E o que isso significa?

De onde vem o termo Limites Planetários?

O termo, cunhado por Johan Rockström e seu time de pesquisadores em 2009, descreve nove fronteiras dentro das quais a humanidade pode continuar a se desenvolver e prosperar. Estas fronteiras planetárias, também chamados de limites planetários, incluem por exemplo mudanças climáticas, integridade da biosfera, fluxos biogeoquímicos, acidificação dos oceanos e outros. Ultrapassar esses limites pode levar a mudanças abruptas e irreversíveis no sistema terrestre.

Quais são os Limites Planetários?

Vamos conhecer melhor cada um deles? Assim, podemos entender que a questão não é se a Terra pode suportar a pressão, mas quão bem podemos adaptar nossas práticas para manter a vitalidade do nosso planeta. Será que isso é possível?

Limites do nosso planeta
Os 9 limites planetários

1. Limites Planetários: As Mudanças Climáticas: um caso alarmante

A mudança climática é uma das fronteiras planetárias mais urgentes que estão sendo transgredidas. Segundo o Quinto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a atividade humana já causou um aquecimento de aproximadamente 1,0°C acima dos níveis pré-industriais.

Sobre esse limite planetário clique para abrir uma nova janela: As mudanças climáticas: uma fronteira que não podemos ultrapassar

2. Acidificação dos Oceanos: crise subaquática que impacta toda a sustentabilidade

O limite planetário da acidificação dos oceanos está sendo ultrapassado em um ritmo alarmante. E isso é um resultado direto das crescentes emissões de dióxido de carbono (CO2) causadas pelas atividades humanas.

Alarmante!

Dados do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO) indicam que a acidez dos oceanos aumentou cerca de 30% desde o início da Revolução Industrial. A previsão é de que a acidez possa aumentar em até 150% até o final deste século, um ritmo não observado nos últimos 300 milhões de anos.

Para saber mais sobre esse limite planetário clique para abrir outra janela: O que é a acidificação dos oceanos e quais as suas consequências?

3. Limites Planetários: Degradação da Camada de Ozônio, uma ameaça invisível

A camada de ozônio, localizada na estratosfera, desempenha uma função vital em proteger a vida na Terra contra a radiação ultravioleta (UV) prejudicial do Sol. Entretanto, os compostos de cloro e bromo, em particular os clorofluorcarbonos (CFCs), são os principais causadores do esgotamento da camada de ozônio.

Em 2021, o buraco na camada de ozônio sobre o Polo Sul ficou maior do que 75% das vezes registradas desde 1979, o que é um risco para os limites planetários. 

Leia mais sobre: O que é a Camada de Ozônio: a degradação e a ameaça invisível

4. Perturbação dos Ciclos Biogeoquímicos: efeitos desconhecidos

Os ciclos biogeoquímicos são processos naturais que reciclam nutrientes na Terra. Entre os mais importantes estão o ciclo do carbono, do nitrogênio, do fósforo e do enxofre. Eles mantêm a vida na Terra, permitindo a transferência de moléculas entre os organismos vivos e o ambiente.

Um exemplo desse efeito em escala regional é o declínio na captura de camarão na ‘zona morta’ do Golfo do México, causado por fertilizantes transportados em rios do meio oeste dos Estados Unidos.

Leia mais sobre: Perturbação dos ciclos biogeoquímicos: efeitos desconhecidos

5. A Precariedade da Água Doce: um limite crítico

A água doce é um dos recursos mais preciosos do nosso planeta, mas também é um dos mais ameaçados.

Segundo a ONU, aproximadamente 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a serviços de água potável gerenciados de maneira segura, e as projeções indicam que até 2050, pelo menos uma em cada quatro pessoas provavelmente viverá em um país afetado por escassez crônica ou recorrente de água doce.

Nossa dependência da água doce para consumo humano, agricultura e produção industrial coloca pressão significativa sobre esse recurso tão importante para a nossa existência.

Leia mais sobre esse limite planetário: A falta da água doce: um limite crítico para 2,2 bilhões de pessoas

O que a ONU faz a respeito disso? Água Potável e Saneamento – ODS 6: um direito que precisa ser de todos

Outra opção: Como a ação humana tem reduzido os recursos hídricos?

6. A Mudança no Uso da Terra: uma fronteira além da sustentabilidade

A mudança no uso da terra, principalmente devido à expansão da agricultura e da urbanização, é um dos principais limites planetários que estamos ultrapassando.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) relata que mais de 75% da superfície terrestre foi significativamente alterada pelos seres humanos, principalmente para agricultura.

Leia sobre esse limite planetário em: A Mudança no Uso da Terra: uma fronteira além da sustentabilidade

7. A Perda da Biodiversidade: um sinal de alerta para os limites planetários

A Avaliação Ecossistêmica do Milênio aconteceu entre 2001 e 2005. Ela concluiu que as mudanças nos ecossistemas a partir das atividades humanas foram mais rápidas nos 50 anos anteriores do que em qualquer momento da história.

Por isso, a perda da biodiversidade é mais uma das fronteiras planetárias que já ultrapassamos. E como a vida em nosso planeta depende de uma variedade incrível de espécies, quando essa variedade é perturbada, todo o ecossistema pode ser desestabilizado.

Segundo o relatório de 2019 da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), cerca de 1 milhão de espécies animais e vegetais estão atualmente ameaçadas de extinção.

Leia mais sobre esse limite planetário:

Como evitar a perda de biodiversidade? sinal de alerta!

Outra opção:

O que é a Biodiversidade? Para entender e ajudar a proteger!

8. Poluição Química: uma bomba relógio invisível

Quando discutimos as fronteiras planetárias, muitas vezes passamos por alto um perigo invisível: a poluição química. Em nosso mundo moderno, os produtos químicos sintéticos estão em toda parte, desde os pesticidas usados na agricultura até os produtos de limpeza domésticos e os plásticos que inundam nossos oceanos.

Embora possam ser benéficos em muitos aspectos, os produtos químicos também têm um lado sinistro: eles podem causar danos sérios à saúde humana e ao meio ambiente.

Por exemplo, a poluição química foi a causa de reduções dramáticas nas populações de pássaros, reprodução e desenvolvimento de mamíferos marinhos.

Leia mais sobre esse limite planetário em: Poluição Química: uma bomba relógio invisível no limite do planeta

9. Aerossóis na Atmosfera: inimigos invisíveis

Os aerossóis são partículas minúsculas suspensas no ar, provenientes de fontes naturais e humanas. Eles podem ser de origem direta, como fuligem de queima de biomassa e combustíveis fósseis, ou indireta, como os aerossóis secundários formados por reações químicas na atmosfera.

Assim, o limite planetário de aerossóis atmosféricos foi proposto principalmente por causa da influência deles no sistema climático da Terra. 

Segundo a OMS, nove em cada dez pessoas no mundo respiram ar poluído e contaminado, e todos os anos morrem sete milhões de pessoas por causas diretamente relacionadas com a poluição.

Leia mais sobre esse limite planetário em: Aerossóis na Atmosfera: inimigos invisíveis nos limites planetários

Mas afinal, será que existe saída para o nosso planeta?

Como deu para notar, as fronteiras planetárias são reais e as consequências de ignorá-las são severas. Tão severas que pode decretar o fim da humanidade.

Por isso, devemos repensar nossas estratégias e incorporar soluções inovadoras para mitigar os efeitos das nossas ações nos limites planetários. Aqui estão algumas ações que podemos tomar:

  • Conservação da biodiversidade: precisamos proteger e preservar a biodiversidade, implementando leis de conservação mais rigorosas e criando mais áreas protegidas.
  • Agricultura sustentável: a promoção de práticas agrícolas sustentáveis pode ajudar a minimizar a mudança do uso da terra e a perda da biodiversidade.
  • Conscientização pública: precisamos aumentar a conscientização sobre a importância da sustentabilidade e os limites planetários. A educação é uma ferramenta crucial para promover comportamentos sustentáveis.

Portanto, estas são algumas ações que refletem a necessidade de um esforço coletivo e global para enfrentar os desafios que os limites planetários nos apresentam. Mas, será que conseguimos agir pensando no bem comum?

O interesse humano e a sustentabilidade do planeta

É impossível ignorar a grande disparidade entre o que é necessário para garantir a sobrevivência do nosso planeta e o que está sendo realmente feito. Enfim, apesar das evidências científicas claras, como mostrei para você neste artigo, e da emergência declarada, a humanidade continua se apegando a comportamentos destrutivos, dando prioridade a interesses de curto prazo em detrimento do futuro do planeta.

E para piorar, aqueles que têm poder e recursos para impulsionar mudanças significativas muitas vezes parecem estar mais interessados em preservar seu status quo, do que em investir em soluções de longo prazo. Infelizmente, essa perspectiva é, no mínimo, míope e, no pior dos casos, é, portanto, desastrosa para a sobrevivência de todas as espécies, incluindo a nossa.

Implementação de novas medidas

Sem dúvida, a implementação de medidas que respeitem os limites planetários requer uma mudança fundamental em nossos sistemas econômicos e políticos. Contudo, a prevalência do interesse próprio e a resistência à mudança são obstáculos que dificultam esse progresso.

Mas, devemos lembrar que os limites planetários são inegociáveis. Eles não se curvam à política ou à economia. Não se importam com fronteiras nacionais ou com a riqueza de uma nação. Eles simplesmente existem e, se transgredidos, irão resultar em consequências que não podemos controlar nem prever totalmente.

Portanto, é mais que urgente que reavaliemos nossas prioridades e tomemos medidas decisivas para respeitar e proteger os limites do nosso planeta. Caso contrário, teremos de enfrentar as graves consequências de nossa negligência e auto interesse.

O tempo para a ação é agora. Então, não podemos mais nos dar ao luxo de adiar ou minimizar a urgência dessa crise.

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