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O que são as unidades de conservação? Onde ficam e quem cuida?

Mata Atlântica, floresta densa
Unidades de Conservação: o que são? As UC’s estão presentes em todos os biomas do Brasil. Para que servem? Por que são fundamentais?

Tempo estimado de leitura: 8 minutos

Conhecendo as Unidades de Conservação (UC’s)

O bioma Mata Atlântica é um dos mais ricos e diversos do mundo. A diversidade biológica está relacionada com a quantidade de espécies existentes na região. É necessário preservá-la e por isso foram criadas as unidades de conservação. O que são e para que serve?

As Unidades de Conservação (UC’s) são áreas com importância biológica que foram criadas pelo Poder Público com o objetivo de conservação.

Você sabia?

O Brasil conta com 334 unidades federais e que são geridas pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade).

As UC’s estão presentes em todos os biomas do Brasil, e são divididas em dois grupos: as de proteção integral e as de uso sustentável.

As UC’s de proteção integral são apenas para a pesquisa, e visitas de fins educacionais, porque a sua preservação é muito importante para bioma do Brasil, pois nelas estão presentes espécies raras.

Dessa maneira sua preservação é tão importante que não são viáveis visitas em larga escala. Essas UC’s também podem ser Refúgios da vida Silvestre, assim como Monumentos Raros da Natureza.

Já as UC’s de uso sustentável são grandes áreas, públicas e privadas, e têm como objetivo a proteção da biodiversidade, assim como a garantia da extração sustentável pelas populações humanas que fazem parte delas.

Além disso, unidades de uso sustentável recebem visitas de turistas, que podem utilizar o espaço para momentos de lazer.

E a programação dentro da unidade conta com ações de educação ambiental junto com a comunidade.

As UC’s promovem a preservação de espécies da fauna e flora. E utilizam de estratégias para a conservação, como os corredores ecológicos.

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Os corredores ecológicos

Uma estratégia para a conservação da Mata Atlântica

Os corredores ecológicos são áreas de junção. Eles têm como objetivo unir uma região de floresta a outra, porque a retirada da mata faz com que as florestas se tornem “manchas”.

Consequentemente as espécies ficam limitadas a uma determinada região, o que impede a dispersão de sementes, o deslocamento de animais para buscar alimentos.

Enfim, o desmatamento limita a vida silvestre a uma determinada região.

O corredor ecológico é um dos meios de preservar a biodiversidade, porque aumenta a cobertura vegetal, e faz com que as espécies tenham maior área de ocorrência.

Por exemplo, o corredor da Estação Ecológica de Murici, uma UC de proteção integral. Esta unidade está localizada no estado de Alagoas e tem ocorrência do bioma de Mata Atlântica.

Unidades de conservação - Murici
Estação ecológica Murici

Em maio de 2020 foi iniciada a construção de um corredor que liga a região leste e oeste da estação ecológica.

Estas áreas estão separadas há mais de 20 anos por causa de uma região de pastagem. A área de ligação é uma fazenda, para a construção do corredor houve permissão de seu proprietário.

Dessa maneira estão sendo plantadas árvores nativas da Mata Atlântica. Com o total de 100 metros de largura, a construção vai recuperar três nascentes dentro do corredor. Porque as áreas com árvores retêm água em suas raízes, e permitem que os rios fiquem saudáveis.

As árvores ainda possibilitam a travessia de animais que são foto fóbicos, ou seja, que não toleram a luz forte. As copas propiciam a sombra e abrigo para animais e plantas.

Dessa maneira essas espécies podem reproduzir e também migrar para áreas de seu interesse, em busca de alimentos e refúgio para terem seus filhotes de forma segura.

Exemplo de uma Espécie da Mata Atlântica que é resguardada

A estação ecológica de Murici conta com a presença de um pássaro que é um dos mais ameaçados do mundo. Trata-se do choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi), uma ave com o canto forte e que perdeu seu habitat por causa do desmatamento.

Unidades de conbservação
Coquinha das alagoas

De acordo com os pesquisadores, na estação de Murici restam por volta de 50 indivíduos. Eles têm feito esforços para que esta espécie não desapareça da natureza.

Apenas uma entre milhares

O choquinha-de-alagoas é apenas um dos exemplos das muitas espécies que estão ameaçadas de extinção na Mata Atlântica.

Estas espécies estão documentadas em um livro chamado “Livro Vermelho da Fauna Brasileira”. As espécies distribuídas pelos seis biomas brasileiros são classificadas em 4 categorias:

  • Extinta na Natureza (EW)

  • Criticamente em perigo (CR)

  • Em Perigo (EN)

  • Vulnerável (VU).

“Devolve o Brasil para os Índios”

No contexto atual de exploração voraz dos recursos, contar com Unidades de Conservação traz um alento para aqueles que já estão despertos para a necessidade de preservação da biodiversidade.

Porém é necessário dizer que constantemente esses espaços têm sofrido perda de investimentos por parte do governo, o que caracteriza um descaso com o patrimônio biológico do Brasil.

A riqueza na natureza é fruto da preservação e respeito às espécies. A Mata Atlântica está sendo devastada desde a época das primeiras “ocupações” brasileiro.

Ocupações entre aspas, pois a lógica de colonização europeia desconsidera os povos nativos, que já viviam no território anteriormente.

Talvez você já tenha ouvido a frase: “devolve o Brasil para os índios”. É uma frase um tanto quanto alegórica, mas que no fundo há uma verdade incontestável.

O modelo de vida globalizado e “moderno” está acabando com os recursos naturais. Por exemplo, a Mata Atlântica já foi quase toda devastada e ainda assim o homem se beneficia social e economicamente do que restou.

Porém, até quando a natureza irá resistir a estes ataques e continuar gerando recursos para o ser humano?

Como bióloga eu afirmo que não por muito tempo.

Já estamos vivendo as consequências dos ataques insustentáveis à natureza. Por exemplo, mudanças climáticas, contando com períodos longos de seca ou chuvas desproporcionais.

Assim como o aparecimento de doenças, o aumento da temperatura terrestre. E todas essas situações de desequilíbrio ambiental, causadas pelo homem.

Pense diferente e participe para preservar as unidades de conservação

Sem a natureza o homem não sobrevive. O ser humano é apenas mais uma espécie existente no planeta, dentre tantas outras.

Pensar assim, descortina a visão de que o homem é o mais inteligente. Afinal de que tipo de inteligência estamos falando?

Visto que os seres chamados racionais destroem o que os mantém vivos. É uma reflexão que chega a ser filosófica que pode nos levar a outro questionamento.

E a natureza sobrevive sem o homem? Sim, a natureza é auto sustentável e cíclica sem a presença do ser humano. Isso fica bem claro quando estudamos o ciclo do carbono e da água, por exemplo.

A extrema escassez de recursos naturais poderá dizimar a espécie Homo sapiens, porém a vida se adaptará e novos ciclos se iniciarão.

Diante disso, concluímos que se quisermos prosperar na Terra, o único caminho é respeitar todas as formas de vida e modificar a extração insustentável dos recursos naturais.

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