O racismo institucional é um tipo de racismo que acontece nas instituições. Ou seja, ele acontece quando empresas, escolas, hospitais, delegacias, universidades e até órgãos do governo tratam desigualmente as pessoas com base na cor da pele, mesmo sem perceber ou admitir isso.
Esse tipo de racismo não depende de uma pessoa má ou de uma ofensa direta. Na verdade, ele está presente nas regras, nas rotinas e nas decisões dessas instituições, muitas vezes de forma silenciosa e invisível. Mas mesmo assim, causa muitos danos na vida das pessoas negras e indígenas.
Neste artigo, vamos entender o que é racismo institucional, como ele aparece no nosso dia a dia, quais são os exemplos mais comuns no Brasil e o que pode ser feito para mudar essa realidade.
Segundo dados do IBGE (2022), pessoas negras têm menos acesso à saúde de qualidade, educação superior e segurança pública. Isso mostra que o racismo institucional ainda é um problema grave no país.
Mas antes de tudo, precisamos entender melhor de onde ele vem.
A origem do racismo institucional e a diferença entre racismo estrutural e institucional
O racismo institucional tem relação direta com o racismo estrutural. O racismo estrutural é o sistema todo que mantém a desigualdade. Já o racismo institucional é a forma como esse sistema aparece dentro de cada instituição, como uma escola, uma empresa ou um hospital.
Por exemplo, quando uma universidade pública aprova quase só estudantes brancos nos cursos mais concorridos, isso pode ser resultado de um racismo institucional. O mesmo acontece quando uma empresa nunca contrata pessoas negras para cargos de chefia.
Esses padrões não são acidentais. Eles fazem parte de uma estrutura construída historicamente, desde a época da escravidão até hoje. Contudo, mesmo depois do fim das leis racistas, as práticas discriminatórias continuaram de outras formas, nas instituições.
Mas como isso aparece no dia a dia?
Exemplos de racismo institucional no Brasil e como eles afetam a população
O racismo institucional está presente em muitas situações comuns do cotidiano. A seguir, veja alguns exemplos reais que mostram como ele funciona:
- Na saúde pública: pessoas negras têm menos acesso a exames, tratamentos e atendimento médico de qualidade. Também são mais vezes ignoradas quando relatam dor.
- Na educação: escolas de maioria negra recebem menos investimento. Professores têm expectativas mais baixas sobre estudantes negros, e há mais punições para esses alunos.
- Na segurança pública: jovens negros são os mais abordados pela polícia, os que mais sofrem com violência policial e os que mais estão no sistema prisional.
- No mercado de trabalho: pessoas negras ocupam os cargos com os salários mais baixos. Mesmo com diploma, elas ganham menos do que pessoas brancas com a mesma formação.
- Na política e no judiciário: há pouca presença de pessoas negras em cargos de decisão, dificultando assim a criação de políticas que combatam o racismo.
Esses são somente alguns exemplos. O mais grave é que essas instituições costumam a negar que o problema exista, ou seja, isso vem impedindo mudanças reais.
Mas afinal, o que pode ser feito?
Como combater o racismo institucional e garantir igualdade de tratamento para todos
Combater o racismo institucional exige ações firmes e contínuas. Ou seja, não adianta somente fazer campanhas bonitas. É preciso mudar as regras e os comportamentos nas instituições. Principalmente:
- Criar políticas de inclusão real: como cotas raciais em universidades, concursos e programas de trainee. Essas ações ajudam a corrigir desigualdades históricas.
- Treinar funcionários e gestores: é fundamental que as pessoas que trabalham nessas instituições saibam reconhecer o racismo e saibam como evitá-lo no dia a dia.
- Ampliar o acesso da população negra aos serviços públicos: como por exemplo à saúde, educação e justiça, garantindo tratamento digno e respeitoso.
- Coletar dados raciais e analisar resultados: só é possível combater o racismo se soubermos onde ele acontece. Por isso, é importante acompanhar quantas pessoas negras estudam, trabalham ou recebem serviços em cada instituição.
- Valorizar a diversidade nas lideranças: é essencial ter pessoas negras tomando decisões, criando leis, julgando processos e comandando empresas.
Além disso, as instituições precisam reconhecer que o problema existe. Negar o racismo institucional é uma forma de manter tudo como está. E a sociedade também tem um papel importante nessa transformação.
O papel da sociedade no enfrentamento do racismo institucional
Mesmo que o racismo institucional aconteça dentro de empresas, órgãos públicos e escolas, ele afeta toda a sociedade. Quando um grupo é excluído ou maltratado por causa da cor da pele, todos perdem. Por isso, o combate ao racismo precisa envolver todas as pessoas.
Você pode ajudar a combater o racismo institucional de várias formas:
- Prestando atenção em como trata diferentes pessoas nos serviços que você usa.
- Denunciando atitudes racistas em escolas, hospitais ou empresas.
- Estudando mais sobre o tema e compartilhando informação com outras pessoas.
- Valorizando a diversidade no seu grupo de amigos, nas redes sociais e no ambiente de trabalho.
- Participando de iniciativas e campanhas antirracistas.
Mudar o que está errado exige coragem. E quando mais pessoas se unem, mais forte fica a transformação.
Resumo com perguntas e respostas sobre racismo nas intituições
Trata-se do racismo que acontece dentro de instituições como escolas, hospitais, empresas e governos, quando pessoas negras são tratadas de forma desigual por regras ou práticas dessas instituições.
O racismo estrutural é o sistema como um todo. Já o institucional acontece dentro de cada espaço específico, como por exemplo uma empresa ou uma universidade.
Nem sempre. Muitas vezes ele acontece de forma silenciosa, sem que as pessoas percebam. Mas mesmo assim, causa prejuízos graves.
Pessoas negras são menos atendidas, têm menos acesso a tratamento e muitas vezes não são levadas a sério por médicos, o que agrava doenças e aumenta o risco de morte.
Com políticas públicas, inclusão, representatividade, treinamentos antirracistas e principalmente vigilância constante sobre as práticas dentro das instituições.
