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ODS 14 – Vida na Água – o que é, metas, importância e desafios

ODS 14 - vida na água
O desafio que o ODS 14 leva em consideração é a percepção de que os oceanos tornam a vida humana possível.

O que é o ODS 14 – Vida na Água?

O ODS 14, Vida na Água é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que foi adotado em setembro de 2015 para ser aplicado em todo o mundo e no Brasil. Tem como objetivo assegurar a conservação e o uso sustentável dos oceanos, da vida marinha, dos mares e recursos marinhos. Esse objetivo tem metas específicas que incluem a redução da poluição marinha, a proteção da biodiversidade marinha, o manejo sustentável dos recursos marinhos e a promoção da pesca sustentável.

ODS 14 Vida marinha
ODS 14 – Vida na água

Justificativa da ONU para o ODS 14: Vida na Água

A ONU estabeleceu o ODS 14, “Vida na Água”, como um objetivo fundamental dentro da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável por diversas razões críticas para a saúde do planeta e o bem-estar da humanidade. Aqui estão alguns dos pontos que embasam a importância do ODS 14 e da preservação da vida marinha:

Os oceanos cobrem cerca de 70% da superfície terrestre e desempenham um papel vital na regulação do clima, produção de oxigênio, absorção de CO2 e fornecimento de recursos essenciais. Por isso, a saúde dos oceanos é fundamental para a biosfera marinha e o equilíbrio do planeta como um todo.

Os oceanos fornecem cerca de 60% do pescado consumido globalmente, sendo fonte vital de proteína e alimento para bilhões de pessoas, especialmente em países em desenvolvimento. A sobrepesca e a degradação dos oceanos ameaçam a segurança alimentar global.

A pesca, o turismo costeiro, o transporte marítimo e outras atividades econômicas dependem da saúde dos oceanos. Um oceano degradado significa perda de empregos, renda e oportunidades econômicas para milhões de pessoas ao redor do mundo.

Oceanos regulam o clima

Os oceanos agem como um regulador natural do clima, absorvendo cerca de 25% do CO2 emitido pela atmosfera. Por isso, a preservação dos oceanos é essencial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como o aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos.

Os oceanos abrigam uma rica e diversa variedade de vida marinha, representando um tesouro inestimável para a ciência, a medicina e a pesquisa. A perda da biodiversidade marinha tem consequências negativas para o ecossistema e para a própria humanidade.

O que está acontecendo?

80% da poluição marinha vem de atividades humanas terrestres, como por exemplo o descarte inadequado de lixo, esgoto e agrotóxicos. A pesca predatória e a aplicação de técnicas destrutivas de pesca contribuem para a poluição dos mares, tanto pela captura indiscriminada de animais quanto pela produção de detritos. Por exemplo, o derramamento de óleo e outros produtos químicos por navios também é uma fonte significativa de poluição marinha.

É justamente olhando para esses desafios que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU indicam, no ODS 14, as metas para gerenciar e proteger a vida na água.

Principais Ameaças À Vida Marinha: O que fazer para protegê-la? (abre em outra janela)

Metas do ODS 14 da Agenda 2030 da ONU: Vida na Água

Análise da meta 14.1 do ODS 14 da ONUVida na Água Combate à Poluição Marinha no Brasil

Até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes.

Indicadores: O índice de Qualidade da Água (IQA) Marinha, a concentração de Detritos Marinhos, bem como a carga de Nutrientes nos oceanos.

Explicação da meta 14.1 do ODS 14: O lixo plástico, esgoto e outros resíduos chegam aos oceanos através dos rios e atividades terrestres. Esta meta visa reduzir drasticamente essa poluição, garantindo a saúde dos ecossistemas marinhos.

Situação atual da meta 14.1 do ODS 14 no Brasil – Vida na ÁguaCombate à Poluição Marinha no Brasil

Estima-se que existam 8 milhões de toneladas de plástico nos oceanos, o equivalente a cerca de 500 sacos de lixo plástico por metro de costa. Em suma, até 2030, a quantidade de plástico nos oceanos poderá chegar a 300 milhões de toneladas, se nenhuma medida for tomada. O plástico se fragmenta em microplásticos, ingeridos por animais marinhos e entrando assim na cadeia alimentar, com consequências ainda desconhecidas para a saúde humana.

Mar de plástico ou ilha de plástico: o que é e como combater?

Mar de plástico ou ilha de plástico: o que é e como combater? (Abre em outra janela)

O que está acontecendo? O lançamento de esgoto não tratado no mar é uma das principais fontes de poluição marinha no Brasil. Além disso, o uso intensivo de agrotóxicos na agricultura contribui para a contaminação dos rios que escoam para águas marinhas.

Os derramamentos de óleo e combustíveis em portos brasileiros e plataformas de petróleo representam um risco significativo para o meio ambiente marinho.

Principalmente, o descarte inadequado de lixo, especialmente plástico, nas ruas e rios, acaba chegando no mar.

ODS 14 - vida na água metas e desafios

Falta observar que a pesca predatória e destrutiva de habitats marinhos contribui para a degradação dos ecossistemas marinhos.

Dados que comprovam a realidade brasileira em relação ao ODS 14 – meta 14.1

No Brasil, estima-se que 11,1% do lixo plástico gerado no país acaba nos oceanos.

Em 2019, estudos revelaram a presença de microplásticos em 80% das aves marinhas estudadas na costa brasileira. Os impactos da poluição por plástico na vida marinha são devastadores: engolir plástico pode levar à morte de animais, além de causar microplásticos na cadeia alimentar humana.

Descarte Inadequado de Esgoto nos nossos oceanos – ODS 14 no Brasil

Menos de 40% do esgoto gerado no Brasil é tratado adequadamente. Por consequência, o esgoto não tratado contém diversos poluentes que contaminam os rios e oceanos, prejudicando a qualidade da água e a vida marinha. Por isso, investimentos em saneamento básico são essenciais para garantir o tratamento adequado do esgoto e reduzir a poluição marinha.

Poluição das águas por Produtos Químicos:

O uso excessivo de agrotóxicos e fertilizantes na agricultura contribui para a contaminação dos rios e oceanos. Além disso, o descarte inadequado de produtos químicos da indústria e do setor doméstico também representa uma ameaça à vida marinha. Por isso precisamos de mais medidas de controle e fiscalização, necessárias para reduzir o uso indiscriminado de produtos químicos e garantir o descarte adequado desses produtos.

Conscientização e Educação Ambiental Insuficientes:

A falta de conscientização da população sobre a importância da preservação ambiental e os impactos da poluição marinha no Brasil é um desafio para alcançar a Meta 14.1 do ODS 14. Por isso, é necessário investirmos em educação ambiental (com conscientização) desde a infância, para promover a cultura da sustentabilidade e o consumo consciente.

ODS 14 - vida na água
Vida na Água – ODS 14 – é isso que estamos fazendo com a vida marinha!

Desafios da meta 14.1 do ODS 14 no Brasil – Combate à Poluição Marinha no Brasil

Grande parte da população brasileira ainda não tem acesso à coleta e tratamento de esgoto, o que leva ao lançamento de esgoto não tratado no mar. Isso dificulta e invalida a fiscalização e o controle das atividades que poluem o mar que ainda são ineficientes em muitas regiões do Brasil.

A população ainda precisa ser conscientizada dos impactos da poluição marinha e da importância de proteger o meio ambiente marinho.

Faltam mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para prevenir e controlar a poluição marinha.

Avanços da meta 14.1 do ODS 14 no Brasil – Combate à Poluição Marinha no Brasil

Aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS): A PNRS estabelece diretrizes para a gestão de resíduos sólidos no Brasil, incluindo a prevenção e o manejo adequado de lixo para evitar o descarte inadequado no mar.

Criação do Programa Nacional de Controle da Poluição Marinha por Óleo e Combustíveis (PNC-Mar): O PNC-Mar visa prevenir e controlar a poluição marinha por óleo e combustíveis.

Aumento da fiscalização ambiental: O governo brasileiro tem intensificado a fiscalização ambiental, punindo empresas e indivíduos que poluem o mar.

Crescimento da mobilização da sociedade civil: A sociedade civil brasileira está cada vez mais mobilizada para a proteção do meio ambiente marinho, pressionando o governo a tomar medidas mais ambiciosas.

Principais Ameaças à Vida Marinha: o que fazer para protegê-la?

Principais Ameaças à Vida Marinha: o que fazer para protegê-la? (Abre em outra janela)

Análise da meta 14.2 do ODS 14 da ONU – Gestão Sustentável de Ecossistemas Marinhos e Costeiros no Brasil

Até 2020, gerir de forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e costeiros, em conformidade com o direito internacional e com base na abordagem por ecossistema, evitando impactos negativos significativos, inclusive por meio do fortalecimento da conservação e da recuperação.

Explicação: Esta meta incentiva a gestão sustentável dos recursos marinhos, priorizando a preservação dos habitats naturais e a restauração de áreas degradadas.

Realidade da meta 14.2 do ODS 14:

A ingestão de plástico e outros poluentes mata cerca de um milhão de animais marinhos a cada ano, sejam aves, tartarugas, mamíferos marinhos e peixes. A razão disso é que as áreas marinhas com baixos níveis de oxigênio, chamadas de zonas mortas, estão aumentando em número e tamanho devido à poluição por nutrientes. Assim, a absorção de CO2 pela água do mar torna os oceanos mais ácidos, ameaçando a vida marinha, especialmente os recifes de coral.

Situação atual da meta 14.2 do ODS 14 no Brasil:

O Brasil possui uma rica biodiversidade marinha, mas os ecossistemas marinhos e costeiros estão sob diversas ameaças, como por exemplo:

A pesca predatória e destrutiva de habitats marinhos contribui para a degradação dos ecossistemas marinhos.

Pesca Predatória, o que é, história, tipos,  impactos e consequências

Pesca Predatória, o que é, história, tipos, impactos e consequências (abre em outra janela)

O lançamento de esgoto, agrotóxicos, óleo e outros poluentes no mar afeta a qualidade da água e a saúde dos organismos marinhos.

Além disso, as mudanças climáticas impactam os ecossistemas marinhos através do aumento da temperatura da água, da acidificação dos oceanos e da elevação do nível do mar.

O desenvolvimento desordenado do litoral, com a construção de portos, marinas e outras infraestruturas, fragmenta os habitats marinhos e leva à perda de biodiversidade.

O Desenvolvimento das Cidades Litorâneas e seus Impactos

O Desenvolvimento das Cidades Litorâneas e seus Impactos (abre em outra janela)

Desafios da meta 14.2 do ODS 14 no Brasil:

Sobrepesca: Uma Ameaça à Sustentabilidade dos Recursos Pesqueiros

A sobrepesca é um problema grave no Brasil, com cerca de 30% dos estoques pesqueiros considerados sobrepescados. Por exemplo: espécies como o atum, o bacalhau e a sardinha estão entre as mais ameaçadas pela sobrepesca. Enfim, a sobrepesca leva ao declínio das populações de peixes, prejudicando os pescadores artesanais que dependem desses recursos para sua subsistência e para o pequeno comércio.

2. Falta de Fiscalização e Controle da Pesca – ODS 14 no Brasil

A fiscalização das atividades pesqueiras no Brasil ainda é insuficiente, com poucos agentes fiscais e recursos limitados. Ou seja, a pesca ilegal é um problema recorrente, com embarcações pescando sem licença ou capturando espécies em quantidades acima do permitido. Portanto, a falta de controle da pesca predatória coloca em risco a sustentabilidade dos recursos pesqueiros e a sobrevivência de diversas espécies marinhas.

3. Impactos das Mudanças Climáticas:

As mudanças climáticas impactam negativamente os oceanos, alterando a temperatura da água, a acidez, bem como os padrões de circulação oceânica. Esses impactos podem levar à migração de espécies, à diminuição da produtividade dos estoques pesqueiros e assim ao aumento da mortalidade de peixes.

Por isso, medidas de adaptação e mitigação são necessárias para minimizar os impactos das mudanças climáticas nos recursos pesqueiros e na pesca.

4. Desigualdade Social no Setor Pesqueiro – ODS 14 no Brasil

O acesso aos recursos pesqueiros no Brasil é desigual, beneficiando principalmente grandes empresas (capitalistas e sem consciência ambiental) em detrimento dos pescadores artesanais. Os pescadores artesanais (que tem um pouco mais de consciência) geralmente possuem barcos menores, equipamentos mais simples e menor acesso ao mercado, o que os coloca em desvantagem em relação às grandes empresas.

Por isso, precisamos de mais políticas públicas que promovam a inclusão social e a distribuição justa dos benefícios da pesca que são essenciais para garantir a sustentabilidade do setor.

5. Falta de Dados Científicos para Gestão Pesqueira:

A falta de dados científicos precisos e atualizados sobre os estoques pesqueiros dificulta a implementação de planos de gestão eficazes. Em suma, precisamos de mais investimentos em pesquisa e monitoramento, necessários para coletar dados sobre as populações de peixes, os impactos da pesca e as mudanças climáticas nos oceanos.

Análise da meta 14.3 do ODS 14 da ONU – Combate à Acidificação dos Oceanos no Brasil

Minimizar os impactos da acidificação dos oceanos, inclusive por meio da cooperação científica a nível internacional para melhorar a compreensão do processo e por meio de ações para mitigar as consequências.

Indicador: Índice de Saturação de Aragonita: Mede a quantidade de aragonita, um mineral importante para os organismos marinhos, na água do mar.

Explicação: A acidificação dos oceanos causada pelo excesso de CO2 na atmosfera ameaça a vida marinha. Por iss, esta meta busca minimizar esse impacto através da pesquisa e implementação de ações de mitigação.

Realidade: A água do mar apresentava um pH de 8,2 antes da Revolução Industrial. Atualmente, o pH da água do mar está em 8,1, o que representa uma queda de 0,1 unidade de pH. Estima-se que o pH da água do mar possa cair para 7,8 até o final do século XXI, se as emissões de CO2 continuarem no ritmo atual.

Situação atual da meta 14.3 do ODS 14 no Brasil – Combate à Acidificação dos Oceanos no Brasil

O Brasil ainda está começando a monitorar a acidificação dos oceanos em sua costa. Contudo, estudos preliminares indicam que a acidificação dos oceanos já está afetando alguns organismos marinhos no Brasil, como corais e moluscos. Por isso, a acidificação dos oceanos é um problema complexo e de longo prazo, e ainda não se sabe ao certo quais serão seus impactos no longo prazo.

Desafios da meta 14.3 do ODS 14 no Brasil – Combate à Acidificação dos Oceanos no Brasil

O conhecimento científico sobre a acidificação dos oceanos no Brasil ainda é limitado, o que dificulta a compreensão dos seus impactos e a tomada de medidas adequadas para combatê-la. Por isso, são necessários mais recursos financeiros para pesquisas sobre a acidificação dos oceanos e para a implementação de medidas para mitigar seus impactos.

Portanto, a cooperação internacional é fundamental para o combate à acidificação dos oceanos, pois se trata de um problema global que precisa ser enfrentado de forma conjunta.

Avanços da meta 14.3 do ODS 14 no Brasil – Combate à Acidificação dos Oceanos no Brasil

Foi criado o Programa Nacional de Monitoramento da Acidificação dos Oceanos que visa monitorar a acidificação dos oceanos na costa brasileira. Além disso, cientistas brasileiros estão desenvolvendo pesquisas sobre a acidificação dos oceanos e seus impactos nos organismos marinhos.

Até a sociedade civil brasileira está cada vez mais consciente dos impactos da acidificação dos oceanos, pressionando o governo a tomar medidas para combatê-la.

O que é a acidificação dos oceanos e quais as suas consequências?

O que é a acidificação dos oceanos e quais as suas consequências? (abre em outra janela)

Análise da meta 14.4 do ODS 14 da ONU – Pesca Sustentável no Brasil

Regulamentar a pesca com eficácia e aplicar planos de gestão sustentável, a fim de reconstituir os stocks pesqueiros no menor tempo possível, pelo menos a níveis que possam proporcionar a captura contínua máxima sustentável, respeitando as metas estabelecidas pelos planos de ordenamento pesqueiro nacional e, quando aplicável, regional.

Indicadores: o índice de Sustentabilidade da Pesca, a proporção de Estoques Pesqueiros Superpescados, bem como, o índice de Biodiversidade Marinha.

Explicação: A pesca predatória compromete a saúde dos estoques pesqueiros. Esta meta visa a regulamentação e a adoção de práticas de pesca sustentável, garantindo assim a preservação dos recursos pesqueiros.

Realidade: Estima-se que 31% dos estoques pesqueiros do mundo estão sobrepescados. Isso significa que estão sendo pescados a um ritmo mais rápido do que podem se reabastecer. Outros 57% dos estoques pesqueiros estão no limite máximo sustentável de pesca, o que significa que qualquer aumento na pesca pode levar ao colapso das populações de peixes. Assim, apenas 12% dos estoques pesqueiros do mundo estão em bom estado, o que indica a necessidade urgente de medidas para reverter a pesca predatória.

Situação atual da meta 14.4 do ODS 14 no Brasil – Pesca Sustentável no Brasil

A pesca no Brasil é uma atividade importante para a economia e para a segurança alimentar da população. No entanto, a pesca predatória e a falta de gestão sustentável dos recursos pesqueiros estão levando ao declínio dos estoques pesqueiros e à degradação dos ecossistemas marinhos.

O Brasil precisa urgentemente tomar medidas para regular a pesca de forma eficaz e implementar planos de gestão sustentável, a fim de garantir a sustentabilidade da pesca no longo prazo.

No Brasil há apenas 1 agente fiscalizador para cada 1.000 km² de área marítima, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Além disso, a Fiscalização marítima é ineficiente, com recursos limitados e infraestrutura precária. Pior que isso, a Pesca ilegal, predatória e não declarada (PPN) representa um problema grave, com estimativas de até 30% da pesca total no Brasil sendo realizada de forma ilegal.

Desafios da meta 14.4 do ODS 14 no Brasil – Pesca Sustentável no Brasil

  • A pesca predatória, realizada com métodos ilegais e destrutivos, é um dos principais problemas da pesca no Brasil.
  • A fiscalização da pesca ainda é ineficiente em muitas regiões do Brasil, o que permite a pesca predatória, bem como outras atividades ilegais.

Pesca Predatória, o que é, história, tipos,  impactos e consequências

Pesca Predatória, o que é, história, tipos, impactos e consequências (abre em outra janela)

Principalmente, o descontrole e a falta de dados científicos sobre os estoques pesqueiros dificulta a implementação de planos de gestão sustentável da pesca.

Acima de tudo, há um desacordo entre os setores envolvidos na pesca, como pescadores, armadores, indústria pesqueira e governo, sobre como regular e gerenciar a pesca de forma sustentável.

Avanços da meta 14.4 do ODS 14 no Brasil – Pesca Sustentável no Brasil

  • Criação do Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura (CONAPESCA) que é um órgão colegiado que tem como objetivo formular e implementar políticas públicas para o desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura no Brasil.
  • A Lei da Pesca estabelece normas para a exploração dos recursos pesqueiros no Brasil.
  • A criação de áreas protegidas marinhas ajuda a proteger os estoques pesqueiros e a biodiversidade marinha.
  • A certificação da pesca garante que os produtos pesqueiros sejam provenientes de pesca sustentável.

O problema da caça e comércio ilegal nos oceanos – que fazer?

O problema da caça e comércio ilegal nos oceanos – que fazer? (abre em outra janela)

Análise da meta da 14.5 – ODS 14 da ONU – Proteção de Zonas Costeiras e Marinas no Brasil

Até 2020, proteger pelo menos 10% das zonas costeiras e marinas, de acordo com o direito nacional e internacional, e com base em informações científicas e mecanismos de ordenamento da área.

Indicadores: a cobertura de Áreas Marinhas Protegidas, o índice de Efetividade de Gestão de Áreas Marinhas Protegidas, bem como o índice de Saúde dos Ecossistemas Costeiros.

Explicação: A criação de áreas marinhas protegidas é fundamental para a conservação da biodiversidade marinha. Esta meta incentiva a preservação de pelo menos 10% dos oceanos.

Realidade: A área global de AMPs aumentou significativamente nos últimos anos, chegando a cerca de 7,8% da superfície oceânica em 2023. Ou seja, essa meta vem sendo bem trabalhada.

Desafios da meta 14.5 do ODS 14 no Brasil – Proteção de Zonas Costeiras e Marinas no Brasil

O Brasil, com sua extensa costa de mais de 8.000 km, assumiu o compromisso de proteger pelo menos 10% de suas zonas costeiras e marinhas até 2020, conforme a meta 14.5 do ODS 14. No entanto, alcançar essa meta se mostrou um desafio complexo, com diversos obstáculos a serem superados. Aqui estão alguns dados que ilustram a situação:

Áreas Protegidas:

Em 2020, apenas 2,4% das áreas costeiras e marinhas brasileiras estavam protegidas por unidades de conservação (UCs), segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ou seja, esse percentual está abaixo da meta de 10% assumida pelo país no âmbito do ODS 14 no Brasil.

Claro, a criação de novas UCs marinhas é um processo lento e burocrático, exigindo estudos técnicos e análises complexas.

Falta de Recursos:

Os recursos financeiros para a gestão das UCs marinhas são limitados, dificultando a implementação de ações de proteção e monitoramento ambiental. Além disso, a infraestrutura para pesquisa e monitoramento das áreas marinhas também é insuficiente. Isso compromete a coleta de dados científicos para a gestão eficaz dessas áreas. Fora o problema da falta de pessoal qualificado para trabalhar na gestão das UCs marinhas, que também é um desafio.

Reservas Marinhas do Brasil: Um Legado para as Gerações Futuras (abre em outra janela)

Conflitos de Interesse da meta 14.5 do ODS 14 no Brasil

As áreas costeiras e marinhas brasileiras são palco de diversos conflitos de interesse, como pesca, turismo, exploração de petróleo e gás, e transporte marítimo. Ou seja, conciliar a proteção ambiental com o desenvolvimento econômico nessas áreas é um desafio complexo. Exige diálogo e negociação entre os diferentes setores da sociedade.

Além disso, a falta de consciência ambiental leva a pressão por atividades extrativas em áreas de alto valor ecológico, sendo essa uma das principais ameaças à conservação da biodiversidade marinha e ao cumprimento do ODS 14 no Brasil.

A Importância da Vida Marinha na Sustentabilidade do Planeta (abre em outra janela)

Análise da meta da ONU 14.6 – ODS 14 – Combate aos Subsídios à Pesca no Brasil

Até 2020, proibir tipos de subsídios à pesca que contribuam para a pesca excessiva e a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, e eliminar os subsídios que contribuam para a capacidade de pesca excessiva, reconhecendo-se o tratamento especial e diferenciado que deve ser dado aos países em desenvolvimento e aos países menos desenvolvidos.

Indicadores: o nível de Subsídios à Pesca, índice de Pesca Excessiva, bem como o índice de Pesca INDNR.

Explicação: Subsídios nocivos à pesca incentivam a sobre-exploração dos recursos. Esta meta visa a eliminação desses subsídios, promovendo a pesca sustentável.

Realidade: A eliminação dos subsídios à pesca enfrenta resistência de alguns setores da indústria pesqueira e dos governos que os concedem. Além dos subsídios diretos, existem subsídios indiretos à pesca, como subsídios ao combustível e à infraestrutura, que também contribuem para a sobrepesca e a INDNR. Ou seja, a implementação de medidas alternativas para apoiar os pescadores que dependem dos subsídios exige investimentos significativos. Enfim, ainda não existe um acordo internacional abrangente para eliminar os subsídios à pesca, o que dificulta a implementação de medidas eficazes em nível global.

Situação atual da meta 14.6 do ODS 14 no Brasil – Combate aos Subsídios à Pesca no Brasil

O Brasil concede diversos tipos de subsídios à pesca, como subsídios ao combustível, subsídios à construção de navios pesqueiros e subsídios ao seguro de pesca. Esses subsídios contribuem para a pesca excessiva, a pesca INDNR e a degradação dos ecossistemas marinhos.

O Brasil precisa eliminar os subsídios à pesca que contribuem para a pesca excessiva e a pesca INDNR, e redirecionar esses recursos para a promoção da pesca sustentável.

Desafios da meta 14.6 do ODS 14 no Brasil – Combate aos Subsídios à Pesca no Brasil

Existe resistência por parte do setor pesqueiro e de alguns setores do governo à eliminação dos subsídios à pesca. Alegam que os pescadores que dependem dos subsídios precisam de alternativas para garantir sua renda e sustentar suas famílias.

A questão dos subsídios à pesca é complexa e envolve diversos interesses, o que torna difícil encontrar soluções consensuais.

Análise da meta da ONU 14.7 – ODS 14 – Aumento do Investimento em Pesquisa Marinha e Tecnologia no Brasil

Aumentar o investimento, a partir de todas as fontes, na pesquisa marinha e na tecnologia para o desenvolvimento de uma economia oceânica sustentável.

Indicadores: o nível de investimento em pesquisa marinha e tecnologia, o número de Publicações Científicas em Pesquisa Marinha, bem como o número de patentes registradas em pesquisa marinha e eecnologia.

Explicação: O investimento em pesquisa e tecnologia é essencial para a conservação dos oceanos e o desenvolvimento de práticas sustentáveis. Esta meta incentiva o aumento desses investimentos.

Realidade: Nos últimos anos, houve um aumento nos investimentos em pesquisa marinha e tecnologia, impulsionado por governos, empresas e filantropos. Diversas tecnologias inovadoras estão sendo desenvolvidas para promover a pesca sustentável, a aquicultura, a energia renovável e a gestão dos recursos marinhos. Governos, empresas, universidades e ONGs estão se unindo para promover a pesquisa marinha e a inovação tecnológica para o desenvolvimento sustentável dos oceanos.

Situação atual da meta 14.7 do ODS 14 no Brasil – Aumento do Investimento em Pesquisa Marinha e Tecnologia no Brasil

O Brasil possui um grande potencial para o desenvolvimento de uma economia oceânica sustentável, mas ainda precisa investir mais em pesquisa marinha e tecnologia. O investimento em pesquisa marinha e tecnologia no Brasil é relativamente baixo em comparação com outros países. Por exemplo:

Há falta de infraestrutura adequada para pesquisa marinha no Brasil. Principalmente, carência de recursos humanos qualificados para pesquisa marinha no Brasil.

Desafios da meta 14.7 do ODS 14 no Brasil – Aumento do Investimento em Pesquisa Marinha e Tecnologia no Brasil

O principal desafio para o aumento do investimento em pesquisa marinha e tecnologia no Brasil é a falta de recursos financeiros. O problema é que o setor privado ainda não se interessa e por isso não investe o suficiente em pesquisa marinha e tecnologia no Brasil.

Além disso, há falta de coordenação entre os diferentes setores que atuam na área de pesquisa marinha no Brasil, o que dificulta o aproveitamento dos recursos disponíveis. Além, do mais, a burocracia excessiva dificulta a realização de pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias no Brasil.

Avanços da meta 14.7 do ODS 14 no Brasil – Aumento do Investimento em Pesquisa Marinha e Tecnologia no Brasil

  • Criação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) é responsável por formular e implementar políticas públicas para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no Brasil.
  • Criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), uma agência federal que financia pesquisas científicas e tecnológicas no Brasil.

Uma boa notícia é o número de universidades e centros de pesquisa com foco em pesquisa marinha no Brasil vem crescendo nos últimos anos. Além disso, o Brasil vem participando cada vez mais de projetos internacionais de pesquisa marinha.

Análise da meta da ONU 14.a – ODS 14 – Conscientização Pública sobre a Importância do Mar no Brasil

Aumentar a conscientização da população a respeito da importância do mar para o clima global, particularmente no que diz respeito à biodiversidade e aos ecossistemas marinhos e costeiros.

Indicadores: o nível de conhecimento da população sobre a importância do mar, o nível de participação da população em atividades de conservação marinha, bem como a cobertura da mídia sobre temas marinhos.

Explicação: A conscientização pública é fundamental para a conservação dos oceanos. Esta meta visa estimular a educação e a disseminação de informações sobre a importância do mar para o planeta.

Situação atual da meta 14.a do ODS 14 no Brasil – Conscientização Pública sobre a Importância do Mar no Brasil

A população brasileira ainda tem um conhecimento limitado sobre a importância do mar para o clima global, a biodiversidade e os ecossistemas marinhos e costeiros. Por isso, há pouca participação da população em atividades de conservação marinha. Precisamos de mais volume de cobertura da mídia sobre temas marinhos porque parece que ainda é insuficiente.

Desafios da meta 14.a do ODS 14 no Brasil – Conscientização Pública sobre a Importância do Mar no Brasil

A falta de educação (com conscientização) ambiental nas escolas e na comunidade em geral é um dos principais desafios para aumentar a conscientização da população sobre a importância do mar.

A população ainda tem dificuldade de acesso à informação sobre temas marinhos, principalmente em áreas remotas do país e quando visitam o litoral não tem o devido cuidado. A mídia se esforça, mas ainda não dá a devida importância aos temas marinhos, o que limita o alcance da informação à população.

Avanços da meta 14.a do ODS 14 no Brasil – Conscientização Pública sobre a Importância do Mar no Brasil

O Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) pretende promover a educação ambiental no Brasil.

Algumas campanhas de conscientização sobre o mar já foram realizadas no Brasil, com o objetivo de informar a população sobre a importância do mar e os desafios que ele enfrenta. Mas por enquanto, as redes sociais têm sido um importante canal para a divulgação de informações sobre o mar e para a mobilização da população em torno da sua conservação. O que falta é a população despertar. (você pode despertar e ao menos divulgar essa postagem?)

Análise da meta da ONU 14.b – ODS 14 – Cooperação Científica Internacional em Oceanografia no Brasil

Proporcionar o acesso dos pescadores artesanais de pequena escala aos recursos marinhos e mercados.

Explicação: Os pescadores artesanais desempenham um papel importante na pesca costeira. Esta meta visa garantir o acesso deles aos recursos marinhos e ao mercado, promovendo a pesca sustentável em pequena escala.

Realidade: A pesca artesanal tem sido cada vez mais reconhecida como uma atividade importante para a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e a preservação da cultura das comunidades costeiras. A pesca artesanal tem ganhado mais visibilidade em fóruns internacionais e na mídia, o que tem contribuído para a mobilização de recursos e apoio à causa.

Situação atual da meta da ONU 14.b – ODS 14 – Cooperação Científica Internacional em Oceanografia no Brasil

O Brasil tem participado ativamente de diversos acordos internacionais de cooperação em oceanografia. No entanto, a participação do Brasil em publicações científicas em oceanografia em coautoria com pesquisadores de outros países ainda é relativamente baixa. Inclusive, o nível de participação do Brasil em programas internacionais de pesquisa oceanográfica também precisa ser ampliado.

Análise da meta da ONU 14.c – ODS 14Fortalecimento do Conhecimento e da Capacidade para Gerenciar os Oceanos no Brasil

Aumentar a cooperação científica no plano internacional em matéria de oceanografia a fim de melhorar a compreensão a nível mundial do oceano e para reforçar o desenvolvimento dos conhecimentos sobre a gestão dos oceanos a todos os níveis.

Indicadores: O número de acordos internacionais de cooperação em oceanografia, o número de publicações científicas em oceanografia colaborativas, bem como o nível de participação do Brasil em programas internacionais de pesquisa oceanográfica.

Explicação: A cooperação científica internacional é crucial para o avanço da oceanografia e desvendar os mistérios dos oceanos, permitindo-nos compreender melhor seus processos, recursos e as ameaças que enfrentam.

Realidade: Diversos programas e iniciativas internacionais foram lançados para promover a colaboração científica em oceanografia, como a Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) e o Programa Global de Monitoramento e Avaliação do Meio Ambiente Marinho (GEMPA). Porém, a cooperação científica internacional em oceanografia ainda precisa de mais recursos financeiros para realizar pesquisas mais abrangentes e desenvolver soluções inovadoras para os desafios dos oceanos.

Situação atual da meta da ONU 14.c – ODS 14 – Fortalecimento do Conhecimento e da Capacidade para Gerenciar os Oceanos no Brasil

O conhecimento científico sobre o oceano brasileiro ainda é limitado. Bem como a gestão dos oceanos no Brasil precisa ser aprimorada, com foco na sustentabilidade. Por isso, a capacidade tecnológica para pesquisa oceanográfica no Brasil precisa ser ampliada.

É possível salvar os oceanos? Conheça iniciativas ao redor do mundo!

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Referências de pesquisa

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