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A História dos Agrotóxicos: venenos descobertos na segunda guerra mundial

Uso de agrotóxicos no Brasil
Conheça o que são agrotóxicos, qual a sua história e para que eles servem. Será que existem soluções alternativas mais sustentáveis?

Do Zyklon B ao Fipronil

Zyklon B foi um pesticida desenvolvido em 1924 e possui como principais componentes o ácido cianídrico, cloro e nitrogênio. Essa composição química fornece ao inseticida uma alta toxicidade e letalidade, principalmente para animais maiores.

O composto foi utilizado durante a segunda guerra mundial como agente sanitizante contra ratos e também no combate a piolhos e a tifo.

Em 1942 após diversas tentativas de encontrar uma “ferramenta” mais eficiente para perpetrar tal atrocidade, o alto comando Nazista adota o pesticida Zyklon B como a arma final de extermínio da Solução Final. O Zyklon B, um pesticida urbano, passa então a ser utilizado como uma arma de guerra, uma arma química de extermínio em massa.

O Zyklon B foi responsável pela morte de mais de 1,1 milhões de pessoas nos campos de concentração nazistas.

Quando acabou o conflito bélico, centenas de milhares de litros de Zyklon B e de outros compostos químicos utilizados como armas durante a segunda guerra, inclusive o Gás Sarin, se encontravam em “ociosos” depósitos e fábricas espalhados pela Alemanha conquistada.

Algum fim comercial deveria aguardar esses compostos, já que se tratava de uma grande soma de capital financeiro imobilizado.

Esse fim comercial não tardou a chegar. A Revolução Verde, que transformou tanques de guerra em tratores agrícolas, encontrou um fim muito específico e lucrativo para esses agentes químicos. Foi então que as armas de extermínio em massa se converteram em agrotóxicos, destinados ao pacote tecnológico da Revolução Verde.

A composição química do Zyklon B acabou se tornando a base para a criação de outros agrotóxicos, como por exemplo, o Fipronil. Se você comeu batata essa semana, provavelmente ingeriu alguma quantidade desse composto.

Agrotóxicos da guerra ao prato
Agrotóxicos passaram da guerra para o seu prato

Do agente laranja ao Glifosato

Durante a guerra do Vietnã, o exército estadunidense se encontrava em maus lençóis em meio a densa vegetação da selva tropical vietnamita. As forças armadas norte-americanas sofriam constantes emboscadas dos combatentes Vietcongs que se camuflavam no topo das árvores. Por isso encomendaram de uma grande multinacional compatriota um agente químico que agisse como um desfolhante.

O produto químico utilizado ficou conhecido como Agente Laranja, nome dado por sua coloração de um laranja vivo e forte.

O produto agia na superfície foliar da vegetação e provocava a histólise das células vegetais. Como resultado, este agrotóxico servia para matar as folhas e promoviam sua queda. As árvores então ficavam sem sua proteção foliar e o exército inimigo ficava exposto e perdia o efeito surpresa. 

O Agente Laranja libera como um subproduto a dioxina tetraclorodibenzodioxina, agente altamente carcinogênico.

Entre 1960 e 1971 foram aspergidos mais de 80 milhões de litros do composto químico. Mais de 4.8 milhões de Vietnamitas foram expostos ao veneno e mais de 3 milhões sofreram com as complicações provenientes da exposição ao produto químico.

Enfim, o Agente Laranja foi uma arma química de grande sucesso em sua utilização. Bem irônica a palavra sucesso neste caso. Não acha?

Ao fim do conflito as empresas fabricantes do Agente Laranja tinham em mãos uma enorme quantidade excedente do produto que precisava de uma destinação comercial. O produto foi então rebatizado com o nome de Glifosato, e passou a ser utilizado no meio agrícola no controle de ervas daninhas. 

O Glifosato é o agrotóxico mais utilizado nas lavouras de café, uva, arroz, cana de açúcar, milho, soja, batata, tomate e diversas outras variedades.

Agrotóxicos na guerra do Vietnã
Agrotóxicos sendo utilizados na guerra do Vietnã

O agro depois do tóxico

Como deu para notar, primeiramente estes produtos químicos foram criados para resolverem os problemas das pragas urbanas e depois para serem utilizados durante a Segunda Guerra Mundial.

Quando se encontraram em desuso, devido aos tempos de paz, foram repaginados. Após rebatizados, os agrotóxicos passaram a servir para o meio agrícola, principalmente em países subdesenvolvidos como o Brasil.

E assim foi durante a Revolução Verde, entre as décadas de 1940 e 1960, que o uso de agrotóxicos cresceu exponencialmente. A razão por trás disso foi a necessidade de alimentar uma população mundial em rápido crescimento.

Mas, será que vale a pena?

Quais são os impactos do uso de produtos tóxicos na agricultura? Continue a leitura na próxima página…

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