A economia do mar, também chamada de economia azul, abrange todas as atividades econômicas que ocorrem nos oceanos, mares e zonas costeiras. Ela envolve desde a pesca artesanal até a extração de petróleo offshore, passando pelo turismo litorâneo, transporte marítimo, energia renovável, maricultura e biotecnologia marinha.
Neste artigo, você vai descobrir o que caracteriza a economia do mar, quais são seus principais setores, por que ela é tão importante para o Brasil e para o mundo, os riscos que ameaçam seu equilíbrio e principalmente como esse modelo pode se tornar uma das principais soluções para o desenvolvimento sustentável global.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a economia azul global pode gerar até US$ 3 trilhões por ano até 2030. Portanto, aproveitar esse potencial sem destruir os ecossistemas marinhos se tornou uma prioridade mundial.
Mas antes de tudo, vamos entender exatamente o que esse conceito representa.
O que é economia do mar e quais atividades fazem parte desse conceito
A economia do mar é o conjunto de todas as atividades que utilizam direta ou indiretamente os oceanos e zonas costeiras como base econômica. Isso inclui setores tradicionais e outros mais recentes, como por exemplo a biotecnologia marinha.
A economia do mar pode ser dividida em três grandes grupos:
- Setores tradicionais, como pesca, transporte marítimo, turismo de praia, portos e exploração de petróleo e gás offshore.
- Setores emergentes, como energia eólica offshore, aquicultura marinha, mineração do fundo do mar e bioeconomia baseada em organismos marinhos.
- Serviços de apoio, como por exemplo a construção naval, a segurança marítima, a pesquisa oceanográfica e tecnologias náuticas.
O que une todas essas áreas é o uso do espaço oceânico como fonte de recursos, empregos e inovação. Ao mesmo tempo, elas exigem planejamento e controle para evitar impactos ambientais e sociais.
Agora que já entendemos o que faz parte dessa economia, vale conhecer os setores com maior destaque.
Principais setores da economia do mar e suas contribuições econômicas e sociais
Vários setores compõem a economia do mar, e muitos deles já geram milhões de empregos diretos e indiretos no mundo todo. Principalmente:
- Pesca e aquicultura: fornecem alimentos para bilhões de pessoas. No Brasil, a pesca e a aquicultura movimentaram mais de R$ 8 bilhões em 2023.
- Turismo costeiro e náutico: inclui hotéis, passeios, esportes marítimos e cruzeiros. Em estados como Santa Catarina e Bahia, o turismo litorâneo representa boa parte do PIB regional.
- Transporte marítimo e portos: mais de 90% do comércio global passa pelos oceanos. O Brasil conta com 175 portos públicos e privados movimentando mercadorias diariamente.
- Exploração de petróleo e gás: a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, é uma das principais áreas de exploração offshore do mundo.
- Maricultura e biotecnologia marinha: envolvem o cultivo de organismos e o uso de compostos marinhos para produzir remédios, cosméticos e alimentos funcionais.
- Energia renovável offshore: principalmente a eólica, que tem avançado na Europa e começa a ser testada no Brasil.
De fato, esses setores geram empregos, arrecadação de impostos e inovação tecnológica. No entanto, também trazem impactos ambientais que precisam ser tratados com seriedade.
Por isso, a economia do mar precisa crescer de forma equilibrada. Mas quais riscos esse crescimento pode trazer?
Desafios e riscos da economia do mar diante das mudanças climáticas e da exploração excessiva
O crescimento acelerado da economia oceânica traz benefícios, mas também amplia os riscos. Um dos maiores desafios é a sobreexploração dos recursos marinhos, que já ameaça várias espécies de peixes e compromete ecossistemas inteiros.
Além disso, o descarte de resíduos no mar, como plásticos, óleo e esgoto, continua sendo um problema grave. Isso afeta a biodiversidade, a qualidade da água e até a saúde humana.
Sem dúvida. as mudanças climáticas também impactam diretamente a economia do mar. O aumento da temperatura da água, a acidificação dos oceanos e a elevação do nível do mar alteram a distribuição das espécies, afetam o turismo e colocam em risco cidades costeiras.
Outro desafio importante está na governança do oceano, ou seja, na criação de leis e políticas que garantam o uso responsável do mar. Sem regras claras, muitas atividades ocorrem de forma ilegal ou predatória, dificultando o controle e a preservação.
Mas existe uma forma de equilibrar desenvolvimento e conservação. É aí que entra a economia azul.
A importância da economia azul como modelo de desenvolvimento sustentável para os oceanos
A economia azul é uma proposta que busca transformar a economia do mar em um modelo mais sustentável. Ela defende o uso racional dos recursos marinhos, com foco em conservação, inovação e inclusão social.
Nesse modelo, as atividades devem gerar lucro, mas também preservar os ecossistemas e beneficiar as comunidades costeiras. Por exemplo:
- A pesca responsável, que respeita os períodos de defeso e os limites de captura.
- A maricultura de baixo impacto, que evita poluição e usa sistemas como bioflocos ou recirculação de água.
- O turismo ecológico, que protege praias, manguezais e recifes.
- A energia limpa, como a eólica offshore e as correntes oceânicas.
- A biotecnologia sustentável, que aproveita organismos marinhos sem destruir habitats.
O Brasil, por exemplo, tem potencial enorme para expandir a economia azul. Com mais de 8 mil quilômetros de litoral, o país pode crescer em diversos setores sem abrir mão da preservação ambiental.
Para isso acontecer, porém, será preciso investir em educação, ciência e políticas públicas que integrem desenvolvimento e natureza.
Vamos agora revisar as principais dúvidas sobre o tema.
Resumo – Perguntas e respostas
É o conjunto de atividades econômicas que usam os oceanos, mares e zonas costeiras como base de produção, transporte, turismo, energia e alimentação.
Quais os principais setores que compõem a economia do mar?
Pesca, aquicultura, turismo costeiro, transporte marítimo, petróleo offshore, maricultura, energia eólica no mar e biotecnologia marinha.
Ela gera empregos, alimentos, energia e inovação, além de movimentar trilhões de dólares por ano no mundo todo.
Sobrepesca, poluição, perda de biodiversidade, conflitos por uso do espaço marinho e agravamento das mudanças climáticas.
É uma proposta de desenvolvimento sustentável baseada no uso equilibrado dos recursos marinhos, com foco em conservação, inovação e inclusão social.