Mapa da Fome da ONU – O que é, Situação Atual no mundo e Brasil

Mapa da Fome da ONU

O que é o mapa da fome da ONU?

O Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) é um relatório global que monitora a situação da fome e da insegurança alimentar em todo o mundo. Em 2023, o relatório Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo (SOFI) mostrou que cerca de 735 milhões de pessoas no planeta enfrentam a fome, um aumento significativo em comparação a anos anteriores. Esse crescimento reverteu avanços que vinham sendo feitos nas últimas décadas, com os números de fome global voltando aos níveis de 2008 e 2009.

Principais Causas e Regiões Afetadas no Mapa da Fome da ONU

Os fatores que mais influenciam o aumento da fome global incluem conflitos armados, mudanças climáticas e crises econômicas. A pandemia de COVID-19, somada à inflação elevada e ao aumento do preço dos alimentos, contribuiu para agravar o quadro de insegurança alimentar em várias regiões.

  • África: É a região mais afetada, com aproximadamente 20,4% da população passando fome, sendo o continente com os maiores índices de desnutrição.
  • Ásia: Apesar de ter uma taxa menor de 8,1%, a Ásia concentra o maior número absoluto de pessoas desnutridas.
  • América Latina e Caribe: A fome afeta 6,2% da população, mas a situação está estável em comparação com as regiões mais impactadas.

Brasil no Mapa da Fome

O Brasil voltou ao Mapa da Fome da ONU em 2022, após ter sido retirado em 2014, quando os indicadores de segurança alimentar haviam melhorado significativamente. Entre 2019 e 2022, o aumento da pobreza e da insegurança alimentar, agravado pela pandemia de COVID-19, resultou em uma crise de fome no país. Em 2022, aproximadamente 33,1 milhões de brasileiros estavam em situação de insegurança alimentar grave.

Em 2023, no entanto, houve uma recuperação expressiva: 24,4 milhões de pessoas deixaram a situação de fome, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) do IBGE. A insegurança alimentar severa no Brasil caiu de 8% para 1,2% da população, representando uma redução de cerca de 85% entre 2022 e 2023. Essa melhoria foi impulsionada por programas sociais e políticas públicas voltadas para o combate à fome, como o plano Brasil Sem Fome, que focou na geração de empregos, valorização do salário mínimo e segurança alimentar.

Brasil Sem Fome – O que é? Um Projeto de Lei ou uma intenção? (Abre numa nova aba do navegador)

Esses dados ainda serão avaliados para determinar se o Brasil poderá deixar novamente o Mapa da Fome no período de 2023-2025, uma meta considerada possível se a média trienal de insegurança alimentar grave se mantiver abaixo de 2,5% da população, conforme metodologia da ONU e FAO.

Situação da fome no Brasil nos últimos 24 anos em números

Situação da fome no Brasil nos últimos 24 anos em números

Portanto, Esses avanços demonstram a importância de políticas públicas de combate à pobreza e indicam um esforço contínuo para que o Brasil, que já foi referência em segurança alimentar, possa se manter fora do Mapa da Fome da ONU em um cenário futuro próximo.

Fontes: Relatório de Insegurança Alimentar da ONU, FAO, dados do IBGE, Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome

Projeções e Metas Globais do Mapa da Fome da ONU

A ONU estabeleceu a meta de erradicar a fome até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Contudo, as tendências atuais mostram que esse objetivo está distante de ser alcançado: estima-se que em 2030, cerca de 582 milhões de pessoas ainda estarão em situação de fome crônica, com a metade delas residindo na África. Essa projeção demonstra uma estagnação preocupante e indica a necessidade urgente de políticas mais eficazes para reduzir a fome em escala global.

Gráficos e Dados Relevantes para Análise

Nos últimos 15 anos, a insegurança alimentar global tem se agravado significativamente devido a fatores interconectados como conflitos, mudanças climáticas e choques econômicos. Em 2023, entre 713 e 757 milhões de pessoas estavam subnutridas, e aproximadamente 2,33 bilhões enfrentaram insegurança alimentar moderada ou grave. A África é a região mais afetada, com cerca de 20% da população passando fome, enquanto a Ásia abriga o maior número absoluto de pessoas em insegurança alimentar. A América Latina apresenta uma leve melhora, embora continue vulnerável em diversas áreas rurais e urbanas (fonte: UNICEF e FAO)​.

Insegurança Alimentar – O que é, causas e dados do Brasil e mundo

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No Brasil, as políticas sociais implantadas entre 2014 e 2023 contribuíram para que o país alternasse entre períodos dentro e fora do Mapa da Fome da ONU, segundo a World Health Organization (WHO). Dados indicam que a entrada e saída do Brasil desse indicador foram influenciadas por programas de combate à pobreza e insegurança alimentar, especialmente durante a crise econômica e os impactos da pandemia de COVID-19. Um gráfico que mostre esses dados ao longo dos anos destacaria as flutuações e os impactos dessas políticas no combate à fome no país​, de acordo com a World Food Programme.

Mapa da Fome
Mapa da Fome
Mapa da fome da ONU 2

Grafico 1: Insegurança Alimentar Global (2008-2023): O Mapa da Fome da ONU mostra a evolução da insegurança alimentar global. Mostra um aumento significativo nos últimos anos, devido principalmente a fatores como conflitos e mudanças climáticas.

Gráfico 2: Insegurança Alimentar no Brasil (2014-2023): Demonstra as oscilações na insegurança alimentar no Brasil. Destaca o impacto das políticas sociais ao longo dos anos, principalmente durante crises econômicas e sanitárias.

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Quais os planos da ONU para erradicar a fome no mundo?

A ONU tem uma série de planos estratégicos e programas para erradicar a fome até 2030, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente o ODS 2, que visa “acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável”.

ODS 2: Fome Zero e Agricultura Sustentável, o que é, metas e desafios

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Esses planos são liderados por agências como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o PMA (Programa Mundial de Alimentos) e a UNICEF, entre outras. Todas incluem estratégias em várias frentes. Por exemplo:

Transformação de Sistemas Alimentares

A ONU propõe a transformação de sistemas alimentares para torná-los mais resilientes, sustentáveis e inclusivos. A ideia é apoiar práticas agrícolas sustentáveis e tecnologias que aumentem a produtividade, reduzam desperdícios e preservem os recursos naturais.

Aumento de Investimentos em Agricultura e Nutrição

A ONU defende um maior investimento na agricultura, com enfoque em pequenos agricultores e comunidades rurais vulneráveis, que são essenciais para reduzir a insegurança alimentar. Esse financiamento se direciona para promover acesso a insumos, tecnologias modernas e infraestrutura. Por exemplo:

Combate à Pobreza e Inequidade

A ONU reconhece que fome e pobreza andam lado a lado e defende programas que ofereçam uma rede de proteção social. Por exemplo: as transferências de renda e programas de alimentação escolar, para reduzir a insegurança alimentar nas populações mais vulneráveis.

Resposta a Crises e Conflitos

Como conflitos e mudanças climáticas são grandes responsáveis pela fome, a ONU atua com medidas emergenciais para levar assistência alimentar imediata às áreas afetadas. Por outro lado, trabalha para promover a paz e prevenir conflitos.

Melhoria do Acesso a Dietas Saudáveis

A ONU promove ações para garantir o acesso a dietas nutritivas e acessíveis. Isso inclui subsídios para alimentos saudáveis, políticas de preços justos e medidas para reduzir o custo de dietas saudáveis em países de baixa renda.

Parcerias Globais e Inovação

A ONU busca colaboração com governos, setor privado e organizações não governamentais para unir esforços e soluções inovadoras. A Rede Global contra Crises Alimentares, por exemplo, atua para mobilizar recursos e conhecimento técnico, e o G20 e o G7 têm apoiado iniciativas coordenadas para erradicar a fome.

Esses esforços são contínuos, e a ONU enfatiza que, para alcançar o objetivo de “Fome Zero”, é necessário combinar esses programas com compromissos de longo prazo, adaptados às necessidades de cada região e aos impactos crescentes das mudanças climáticas e dos conflitos no mundo.

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