O que é Desenvolvimento Sustentável – Origem e Análise do Conceito

Desenvolvimento Sustentavel

O que é o Conceito de Desenvolvimento Sustentável?

Pois bem, o desenvolvimento sustentável é um conceito que ilustra a conexão entre expansão financeirapreservação ambiental e consciência social e neste artigo vamos analisar a sua origem. Ele se fundamenta na conscientização da sociedade sobre o uso excessivo dos recursos ambientais e os efeitos ambientais causados pela ação humana. Este conceito defende a interdependência entre economia, meio ambiente e sociedade.

Definição: Atender às necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades.

Natureza: Seria o processo contínuo que buscaria o equilíbrio entre o progresso humano, a proteção ambiental e a justiça social.

Requisitos iniciais do conceito: A intenção é a promoção de mudanças nos sistemas de produção, consumo, transporte, energia e agricultura, para torná-los mais eficientes, justos e sustentáveis.

Desenvolvimento Sustentável – reflexão e análise profunda do conceito

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A Origem do Conceito de Desenvolvimento SustentávelO Despertar para a Sustentabilidade

A origem do conceito de desenvolvimento sustentável pode ser traçada a partir da crescente preocupação com os impactos ambientais e sociais da industrialização e do crescimento populacional desenfreado, principalmente a partir da segunda metade do século XX.

O termo Desenvolvimento Sustentável ganhou destaque após a década de 1960, quando a humanidade cometeu o equívoco de achar que tinha “domado” a natureza. Delá para cá ficou claro que a natureza tem seus limites e não podem ser ultrapassados.

Quais os Limites do nosso Planeta? Quanto é capaz de suportar?

Marcos Históricos do Conceito de Desenvolvimento Sustentável

1. Euforia do “desenvolvimento”A primeira revolução industrial (1960)

A humanidade, contando com a ciência e a tecnologia, acreditava ter dominado a natureza e celebrava suas conquistas. Ou seja, como a natureza estava a serviço da humanidade (visão antropocêntrica), não havia a menor preocupação com seus impactos, uma vez que a natureza era ilimitada e forneceria recursos para sempre.

A Insustentabilidade da Revolução Industrial: consequências e impactos

Revolução Industrial: consequências e impactos (abre outra janela)

2. Publicação de “A Primavera Silenciosa” (1962):

Rachel Carson, em sua obra seminal “Primavera Silenciosa”, publicada em 1962, criticava veementemente a visão antropocêntrica que dominava a época. Essa visão colocava a humanidade no centro do universo, como se a natureza existisse apenas para servir aos seus propósitos.

Conscientização dos impactos humanos: Carson argumentava que essa visão era ilusória e perigosa. Além disso, ela alertou para os impactos negativos das atividades humanas sobre o meio ambiente, como o uso desenfreado de pesticidas, a poluição industrial e a destruição de habitats naturais.

Previsão dos perigos: Com perspicácia, Carson previu as consequências da negligência ambiental, como a perda de biodiversidade, a degradação dos ecossistemas, bem como o aumento da vulnerabilidade humana a eventos climáticos extremos. Foi como uma premonição ao que está acontecendo agora em todo o planeta. Por isso, esse livro continua sendo muito comentado.

Rachel Carson: A Bióloga Marinha que Inspirou o Mundo

Rachel Carson: A Bióloga Marinha que Inspirou o Mundo (abre outra janela)

3. Surgimento do Greenpeace (1971):

O surgimento do Greenpeace, em 1971, levou à criação do primeiro espaço institucional e internacional para discutir questões ambientais. Foi o inicio da história dos movimentos ambientalistas e deu partida para as mobilizações que se espalharam pelo mundo, na defesa ambiental do planeta.

4. Conferência de Estocolmo (1972):

Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, o termo Sustentabilidade começou a ser delineado.

Embora o termo “Sustentabilidade” não tenha sido explicitamente definido na Declaração de Estocolmo, a conferência lançou as bases para seu desenvolvimento futuro. Os princípios estabelecidos em Estocolmo reconhecem a interdependência entre o meio ambiente, a economia e a sociedade, bem como a necessidade de buscar soluções que equilibrem as necessidades de desenvolvimento com a proteção ambiental.

5. Conceito do Ecodesenvolvimento (1974:

Em 1974 surgiu o conceito do Ecodesenvolvimento que era uma alternativa a do “desenvolvimento sustentável”, embora só agora reconhecido como melhor. Talvez fosse melhor porque priorizava o meio ambiente e o bem-estar em detrimento do crescimento econômico. Veja em: Ecodesenvolvimento – O que é? Paradigmas e Análise do Conceito (abre em outra janela).

6. Relatório Brundtland (1987):

O Relatório Brundtland, publicado em 1987, foi um marco na popularização do conceito de desenvolvimento sustentável. Segundo o relatório, esse tipo de desenvolvimento busca atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades.

No entanto, surgem as perguntas: quais são as necessidades do presente? O lucro das empresas deve ser a prioridade? Os problemas ambientais podem ser solucionados apenas com investimentos?

O que é o Relatório Brundtland? Com PDF traduzido

O que é o Relatório Brundtland? Com PDF traduzido (abre em outra janela)

7. Rio-92 (1992): 

As discussões evoluiram e na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992 no Brasil, a RIO 92, aprovou a Agenda 21, ou seja, um plano de ação para o desenvolvimento sustentável.

8. Aprovação da Agenda 2030 (2015):

O mundo passou a conhecer os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sua origem e suas 169 metas. Outro avanço importante, mas que ainda sustenta a ideia de que é possivel crescer economicamente e ao mesmo tempo alcançar a sustentabilidade.

Agenda 2030 – O que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável?

Agenda 2030 – O que são e a origem dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? (abre em outra janela)

Raízes Conceituais e origem do “desenvolvimento sustentável” – confundido com sustentabilidade

  • Ecologia: A compreensão dos limites dos recursos naturais e da importância da preservação ambiental.
  • Economia: A busca por um desenvolvimento econômico que não esgote os recursos e que gere benefícios para todos.
  • Justiça Social: A necessidade de garantir o acesso universal aos recursos e oportunidades para o bem-estar das pessoas.

Pilares principais que dão origem ao conceito de Desenvolvimento Sustentável

Ambiental: a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, combate à poluição e às mudanças climáticasbem como a conservação da biodiversidade.

Econômico: o crescimento econômico inclusivo e sustentável, a erradicação da pobreza e das desigualdades sociais, bem como a geração de emprego decente e renda.

Social: a promoção da justiça social e da igualdade de oportunidades, o acesso universal à educação, saúde, moradia e outros serviços básicos, o respeito aos direitos humanos e à diversidade cultural.

Interdependência dos Pilares

Imagine um tripé. Se um dos seus pés for mais curto que os outros, o tripé ficará instável e poderá cair. Da mesma forma, o desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado se um dos pilares for negligenciado. Por exemplo, o crescimento econômico desenfreado, sem considerar o meio ambiente, pode levar à exaustão dos recursos naturais e à degradação ambiental, comprometendo as bases para o desenvolvimento futuro.

Ações Interligadas e Intersetoriais

Para alcançar um desenvolvimento sustentável, é necessário que as ações em cada pilar sejam interligadas e intersetoriais. Isso significa que as políticas e iniciativas em cada área devem levar em consideração os impactos nos outros pilares.

Por exemplo, um projeto de energia renovável pode contribuir para a proteção ambiental, mas também pode gerar impactos sociais positivos, como a criação de emprego e renda. Por isso, é importante que esses impactos sejam considerados e maximizados durante a implementação do projeto.

Exemplos de como ações em um pilar impactam os outros

Exemplos de Impactos:

A implementação de políticas públicas para a agricultura sustentável (pilar ambiental) melhora a qualidade de vida dos agricultores (pilar social) e aumenta a produtividade e a competitividade da agricultura (pilar econômico). Assim como a promoção da educação ambiental (pilar ambiental) conscientiza a população sobre a importância da preservação do meio ambiente (pilar social) e gera oportunidades de emprego na área de educação ambiental (pilar econômico).

Adoção de Práticas Sustentáveis:

A adoção de práticas de consumo consciente (pilar ambiental) melhora a qualidade de vida da população (pilar social) e estimula a economia circular e a criação de novos modelos de negócios sustentáveis (pilar econômico). Assim como, a implementação de políticas públicas para a igualdade de gênero (pilar social) aumenta a participação das mulheres na economia (pilar econômico) e empodera as mulheres na luta contra as mudanças climáticas (pilar ambiental).

Influências

  • Relatório Meadows (“Os Limites do Crescimento”) de 1972, alertando sobre os limites do planeta.
  • Ecologia profunda, movimento ambientalista que defende a preservação da natureza.
  • Economia verde, modelo econômico que busca conciliar desenvolvimento com sustentabilidade.

Análise sobre a evolução do termo Desenvolvimento Sustentável

O que está acontecendo? Ideal x Realidade – Afinal: Desenvolvimento ou preservação? 

Então, a ideia inicial do desenvolvimento sustentável era harmonizar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, priorizando a natureza e atendendo às necessidades dos presentes e futuras gerações. Na prática, o que vemos é uma discrepância entre o ideal e a realidade. Por que?

Princípios e Desafios:

Os princípios do desenvolvimento sustentável – equidade, responsabilidade social, proteção ambiental, prudência e participação – ainda não são plenamente aplicados. As gerações futuras não são priorizadas, a justiça social e a pobreza persistem, a natureza sofre degradação, a cautela é insuficiente, bem como a participação social é limitada.

Avanços e Obstáculos:

Embora os desafios sejam grandes, alguns países, mais sustentáveis, reconhecem a urgência da ação e implementam os princípios da sustentabilidade. No entanto, a maioria dos países se limita a discursos e ações tímidas.

Capitalismo e Sustentabilidade:

O grande dilema reside na compatibilidade do desenvolvimento sustentável com o sistema capitalista, que prioriza o lucro acima da sobrevivência do planeta e da vida. Por essa razão, busca por soluções inovadoras, bem como por modelos alternativos de desenvolvimento contínuo.

Críticas ao conceito de “desenvolvimento sustentável” como sinônimo de sustentabilidade

O conceito de desenvolvimento sustentável, apesar de suas boas intenções e origem, é alvo de diversas críticas. As principais críticas se concentram em:

1. O conceito de desenvolvimento sustentável é vago

Afinal, o que significa desenvolvimento sustentável? Ninguém sabe ao certo. É como um jogo de adivinhação. Em outras palavras, precisamos de regras claras para jogar o jogo da sustentabilidade.

2. O crescimento a todo custo

O desenvolvimento sustentável não pode ser apenas uma fachada. Portanto, precisamos de um modelo que realmente proteja o meio ambiente e seja justo com todos. Em conclusão, o lucro não pode ser mais importante que o futuro do planeta e das pessoas.

A ideia e origem de “Desenvolvimento Sustentável” se concentra muito em como as coisas são feitas, e não em como as pessoas as consomem. Isso não faz sentido, porque o consumo desenfreado também causa muitos problemas para o meio ambiente. Portanto, não podemos ter um desenvolvimento “sustentável” se as pessoas continuarem consumindo cada vez mais.

A popularização da Economia Verde, com seus produtos “eco-friendly“, não representa uma mudança real no paradigma do consumo. Ela apenas redireciona o consumo para produtos com menor impacto ambiental, mas não o questiona em sua essência.

Economia Verde e produtos “eco-friendly” (produtos amigos da natureza): São apenas uma forma diferente de consumir, pois não mudam realmente o problema. Por isso, precisamos consumir menos, mesmo que os produtos sejam teoricamente “eco-friendly”.

3. Falta de participação social

O desenvolvimento sustentável precisa ser feito com a participação de todos. Ou seja, as comunidades precisam ter voz nas decisões que afetam seus futuros, bem como serem conscientizadas disso. Em conclusão, um desenvolvimento sustentável que não escuta as comunidades não é sustentável.

4. O futuro do planeta: Capitalismo ou Sustentabilidade?

Capitalismo e sustentabilidade são como água e óleo. O capitalismo é como um carro que corre em alta velocidade em direção a um penhasco. Por isso, o des-envolvimento sustentável seria como um freio de mão que pode evitar o desastre.

5. Passando a conta para outros

Veja bem, os países ricos exploram os países pobres e as futuras gerações para se sustentarem. Atualmente funciona assim: Os países ricos consomem muito, já os países pobres fornecem os recursos naturais, aí os países pobres sofrem problemas ambientais. Quem paga a conta? As futuras gerações?

6. Desenvolvimento e Sustentabilidade: Juntos ou separados?

A pergunta é: É possível alcançar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável dentro do sistema capitalista?

Algumas pessoas pensam que não é possível ter desenvolvimento sem prejudicar o meio ambiente. Essas pessoas acreditam que, para ter um bom desenvolvimento, é preciso sacrificar a natureza.

Por isso, os críticos observam que; se acreditarmos que desenvolvimento e sustentabilidade são opostos, não vamos conseguir encontrar soluções que sejam boas para todos. Por outro lado, se pensarmos que só podemos ter desenvolvimento se destruirmos a natureza, não vamos procurar soluções que sejam boas para o meio ambiente e para a economia ao mesmo tempo.

7. Mudança Necessária: As Medidas Atuais Não Funcionam

Apesar das iniciativas e acordos internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os críticos argumentam que os avanços na prática são lentos e insuficientes para enfrentar os desafios globais. O que não funciona? Para os críticos, há uma necessidade de medidas mais contundentes, bem como transformadoras para alcançar um “des-envolvimento” verdadeiramente sustentável.

A ideia de “Desenvolvimento Sustentável” se concentra muito em como as coisas são feitas, e não em como as pessoas as consomem. Isso não faz sentido, porque o consumo desenfreado também causa muitos problemas para o meio ambiente. Portanto, não podemos ter um desenvolvimento “sustentável” se as pessoas continuarem consumindo cada vez mais.

Perguntas e respostas para reflexão do desenvolvimento sustentável

1. O desenvolvimento sustentável é possível para alcançarmos a sustentabilidade?


Críticos argumentam que o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental são objetivos conflitantes. Por isso, afirmam que o crescimento econômico exige a exploração dos recursos naturais, o que leva à degradação ambiental. Além disso, os defensores do desenvolvimento sustentável acreditam que é possível conciliar o crescimento econômico com a proteção ambiental através de tecnologias inovadoras, mudanças nos padrões de consumo e políticas públicas adequadas.

2. Quem deve pagar pelos custos do desenvolvimento sustentável e a falta de sustentabilidade?


Países em desenvolvimento argumentam que os países desenvolvidos, que historicamente poluíram mais, e por isso, devem arcar com a maior parte dos custos da transição para uma economia sustentável. Porém, os países desenvolvidos argumentam que os países em desenvolvimento também precisam contribuir, de acordo com suas capacidades.

3. O desenvolvimento sustentável seria uma forma de neocolonialismo contra a sustentabilidade?


Críticos argumentam que as políticas de desenvolvimento sustentável são impostas pelos países ricos aos países pobres, limitando assim o desenvolvimento dos últimos. Mas, os defensores argumentam que o desenvolvimento sustentável é essencial para o bem-estar de todos os países e que as políticas devem ser adaptadas às realidades de cada país.

Referências de pesquisa para reflexão sobre o desenvolvimento sustentável:

Livros:

  • Nosso Futuro Comum (1987) – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland)
  • A Primavera Silenciosa (1962) – Rachel Carson
  • Overshoot: Why Economic Growth Is Unsustainable (2012) – William R. Catton Jr.
  • Doughnut Economics: Seven Ways to Think Like a 21st-Century Economist (2012) – Kate Raworth
  • The Future of the Human Condition (2013) – Jonathan Sacks

Artigos:

  • The Limits to Growth (1972) – Donella H. Meadows, Dennis L. Meadows, Jorgen Randers, and William W. Behrens III

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