A COP 2, ou Segunda Conferência das Partes, ocorreu em Genebra, Suíça, em 1996 – Esse encontro teve grande importância, pois foi o momento em que os países começaram a consolidar o papel da ciência climática no debate político, com base nos avanços iniciados na COP 1. Durante essa conferência, se reforçou a necessidade de metas mais ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Principalmente, para os países mais industrializados.
COP – Conferência das Partes: O que é, sua origem e importância
Neste artigo, vamos explorar as decisões mais relevantes da COP 2. Além disso, o papel do Brasil nas negociações e como as discussões dessa conferência evoluíram em relação à COP 1. Afinal, essas decisões criaram as bases para acordos futuros, como o Protocolo de Kyoto.
O que foi a COP 2 e Qual sua Importância?
Pois bem, a COP 2 foi a continuação do processo iniciado na COP 1. Ou seja, quando as nações decidiram que os compromissos estabelecidos até aquele momento não eram suficientes para frear o avanço das mudanças climáticas. O evento em Genebra, em 1996, consolidou a importância da ciência climática como guia para as decisões políticas. Principalmente, através do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que reforçava a ligação entre as atividades humanas , bem como o aquecimento global.
COP 1 – O Marco Inicial para Combater o Aquecimento Global(Abre numa nova aba do navegador)
A principal discussão na COP 2 girou em torno da implementação de metas obrigatórias para a redução de emissões. O relatório do IPCC trouxe à tona novas evidências científicas que indicavam que o aquecimento global estava acelerando. Concluiu-se sobre a necessidade de agir de maneira mais rigorosa. Com base nisso, foi reafirmada a responsabilidade dos países desenvolvidos de liderar o esforço para combater o aquecimento global. Afinal, esses precisavam (ainda precisam) realizar reduções mais expressivas nas emissões de carbono.
Nesse contexto, a COP 2 também teve um papel essencial na preparação do terreno para o Protocolo de Kyoto, que seria assinado dois anos depois. As negociações em Genebra começaram a definir quais seriam os mecanismos e as metas para que os países ricos assumissem compromissos mais claros e juridicamente vinculantes.
Vamos ver agora as principais decisões que marcaram essa conferência crucial.
As Decisões Mais Importantes da COP 2
Entre as decisões mais relevantes da COP 2, uma das mais destacadas foi o reconhecimento formal do relatório do IPCC como base científica para as discussões políticas. Esse reconhecimento reforçou a credibilidade da ciência climática. Colocou pressão sobre os países para que adotassem políticas baseadas em dados concretos, ao invés de negociações puramente políticas.
Outro ponto importante foi a reafirmação do princípio de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”. Isso significava que, embora todos os países devessem colaborar no combate às mudanças climáticas, os países industrializados deveriam assumir a maior parte do esforço, dado seu papel histórico na emissão de gases de efeito estufa. Esse princípio havia sido estabelecido na COP 1, mas foi reforçado na COP 2, à medida que as evidências científicas mostravam que ações mais urgentes eram necessárias.
A COP 2 também marcou o início das discussões sobre instrumentos financeiros e de transferência de tecnologia, com o objetivo de ajudar os países em desenvolvimento a adotarem tecnologias limpas. Isso seria essencial para que essas nações pudessem crescer economicamente sem depender de combustíveis fósseis ou aumentarem suas emissões de carbono.
Essas decisões começaram a moldar o caminho para o Protocolo de Kyoto, um marco nas negociações climáticas, e tiveram influência direta nas futuras conferências.
Sabendo dessas decisões, vamos agora entender a evolução da COP 2 em relação à COP 1 e o que foi aprimorado nessa conferência.
A Evolução da COP 2 em Relação à COP 1
Comparada à COP 1, a COP 2 apresentou um avanço significativo, especialmente em relação à integração da ciência climática nos debates políticos. Enquanto a COP 1 serviu para reconhecer a gravidade do problema e definir que os países desenvolvidos deveriam liderar o esforço de redução das emissões, a COP 2 aprofundou a discussão científica, com o reconhecimento explícito do relatório do IPCC, que trouxe novas evidências sobre o impacto das atividades humanas no clima global.
Além disso, na COP 2, houve uma evolução no compromisso político. Se na COP 1 os países estavam ainda delineando seus papéis e responsabilidades, na COP 2, as negociações começaram a focar em ações concretas e metas mais rigorosas para os países desenvolvidos. A COP 2 foi de extrema importância para preparar o terreno para as negociações do Protocolo de Kyoto, que estabeleceria metas vinculantes de redução de emissões para os países do Anexo I (ou seja, os industrializados).
Outro avanço importante foi a inclusão de discussões mais amplas sobre financiamento climático e transferência de tecnologia, algo que na COP 1 era mais incipiente. A COP 2 abriu espaço para que os países em desenvolvimento começassem a discutir como poderiam receber apoio financeiro e tecnológico para adotar práticas sustentáveis.
Em resumo, a COP 2 aprofundou o compromisso científico e político que havia sido iniciado na COP 1, criando uma base mais sólida para os acordos que viriam nas conferências seguintes.
Agora, vamos ver como o Brasil participou dessas discussões e qual foi o papel do país na COP 2.
A Participação do Brasil na COP 2
O Brasil teve uma participação estratégica na COP 2, defendendo sua posição como um país em desenvolvimento que deveria ter um papel diferenciado nas obrigações climáticas. Assim como na COP 1, o Brasil apoiou o princípio das “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, argumentando que os países desenvolvidos, por serem os maiores responsáveis pelas emissões históricas de gases de efeito estufa, deveriam assumir compromissos mais rígidos para reduzir suas emissões.
Além disso, o Brasil destacou a importância de preservar seu direito ao desenvolvimento. O país defendeu que as nações em desenvolvimento, incluindo ele próprio, não deveriam ser obrigadas a reduzir emissões de maneira que prejudicasse seu crescimento econômico. Ao mesmo tempo, o Brasil apoiou a criação de mecanismos de financiamento e de transferência de tecnologia, essenciais para que países como o Brasil pudessem investir em tecnologias limpas e, assim, conciliar desenvolvimento econômico e proteção ambiental.
Consolidação da liderança brasileira
O papel do Brasil na COP 2 ajudou a consolidar sua posição como uma liderança entre os países em desenvolvimento nas discussões climáticas globais. Esse posicionamento viria a ser reforçado nas conferências seguintes, especialmente na COP 3, onde o Brasil apresentou a proposta que resultaria no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), parte fundamental do Protocolo de Kyoto.
Vamos encerrar com algumas perguntas e respostas rápidas sobre a COP 2 para reforçar os principais pontos.
Resumo – Perguntas e Respostas
A COP 2 foi a Segunda Conferência das Partes, realizada em Genebra, em 1996, com o objetivo de consolidar a ciência climática e discutir metas de redução de emissões.
A principal decisão foi o reconhecimento formal do relatório do IPCC, que comprovou a ligação entre as atividades humanas e o aquecimento global.
Na COP 2, houve um maior compromisso com a ciência climática e o início de discussões sobre metas mais rigorosas para os países industrializados, além de um foco em financiamento climático.
O Brasil defendeu a importância de preservar seu direito ao desenvolvimento e apoiou o princípio das “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”, além de promover mecanismos de financiamento e transferência de tecnologia.
As discussões na COP 2 sobre metas obrigatórias de redução de emissões e mecanismos de apoio aos países em desenvolvimento prepararam o terreno para as negociações que culminaram no Protocolo de Kyoto em 1997.
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