A COP 26, realizada em Glasgow, Escócia, em novembro de 2021, foi uma das conferências climáticas mais esperadas dos últimos anos. Reunindo mais de 120 líderes mundiais e cerca de 25.000 delegados de quase 200 países, o evento teve como principal objetivo reforçar os compromissos assumidos no Acordo de Paris (COP 21, 2015) e garantir que os esforços globais estejam alinhados para limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Esta COP se tornou decisiva, uma vez que muitas nações ainda estavam aquém de suas metas climáticas e o tempo para evitar os piores impactos das mudanças climáticas estava se esgotando.
Neste artigo, vamos explorar os principais resultados da COP 26, os desafios discutidos e as metas estabelecidas para o futuro.
O Que é a COP 26?
A COP 26, ou 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima ( UNFCCC), foi a continuação de décadas de negociações climáticas globais, com o objetivo de enfrentar a crise climática. Ela aconteceu com um sentido de urgência, devido às evidências crescentes de que os compromissos atuais não eram suficientes para conter o aquecimento global.
Realizada em Glasgow, a COP 26 deveria originalmente ocorrer em 2020, mas adiaram devido à pandemia de COVID-19. Com isso, a conferência se tornou ainda mais importante, sendo considerada uma “última chance” de fazer avanços significativos para manter o mundo no caminho do Acordo de Paris.
Cúpula do Clima de Glasgow – O que foi, Metas e Impacto Global
O Papel do Acordo de Paris na COP 26
Um dos principais focos da COP 26 foi reforçar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são os compromissos que cada país assume para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. O Acordo de Paris estabeleceu a meta de limitar o aumento da temperatura global a bem abaixo de 2°C, com esforços para mantê-la em 1,5°C. No entanto, as NDCs submetidas até então não eram suficientes para atingir essa meta, levando a um foco renovado em aumentar a ambição climática durante a COP 26.
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Principais Resultados da COP 26
1. Pacto Climático de Glasgow
O maior destaque da COP 26 foi o Pacto Climático de Glasgow, um documento que reafirma o compromisso com o Acordo de Paris e pede que os países apresentem NDCs mais ambiciosas até o final de 2022. O pacto também reconhece que os compromissos anteriores não são suficientes para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.
Pacto Climático de Glasgow – O que é e compromissos
Entre os pontos mais importantes do pacto estão:
- Revisão das NDCs em 2022: Pela primeira vez, o acordo estabeleceu que os países devem revisar e fortalecer suas metas de redução de emissões até o fim de 2022, em vez de seguir os ciclos de cinco anos anteriores.
- Faseamento do uso de carvão: O pacto menciona pela primeira vez a necessidade de “reduzir gradualmente” o uso de carvão sem captura de carbono. Importante, uma vez que o uso de carvão te se mostrado uma das maiores fontes de emissões de CO2 no mundo.
- Redução de subsídios a combustíveis fósseis: Acordado que os subsídios ineficazes aos combustíveis fósseis se tornem gradualmente eliminados. Se isso ocorrer pode se tornar um avanço importante, embora suavizaram o texto em relação às expectativas iniciais.
2. Compromisso Global de Metano
Um dos maiores anúncios da COP 26 foi o Compromisso Global de Metano, no qual mais de 100 países se comprometeram a reduzir as emissões globais de metano em 30% até 2030, em relação aos níveis de 2020. O metano: um gás de efeito estufa muito mais potente que o dióxido de carbono no curto prazo. Por isso, precisamos ver sua redução como uma medida essencial para limitar o aquecimento global.
3. Financiamento Climático
Outro tema crítico discutido na COP 26 foi o financiamento climático. Os países desenvolvidos não atingiram a meta de fornecer 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático para os países em desenvolvimento. Esse compromisso continua descumprido há duas décadas, assumido em conferências anteriores. A COP 26 renovou essa promessa. Assim, estabeleceu que essa quantia deve ser entregue o mais rápido possível, com novas metas para 2025 a serem discutidas.
4. Mercado Global de Carbono
Um progresso significativo foi feito em relação ao mercado global de carbono, regulamentando o Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata dos mecanismos de comércio de créditos de carbono. Em suma, isso permitirá que os países que não atingirem suas metas de redução de emissões compensem parte dessas emissões comprando créditos de carbono de outras nações ou empresas que superaram suas metas. Enfim, essa regulamentação foi aguardada por anos e é vista como uma maneira de atrair mais investimentos em ações climáticas.
Mercado Global de Carbono – Como funciona, benefícios e desafios
Desafios e Críticas da COP 26
Embora a COP 26 tenha registrado avanços, houve críticas sobre a falta de ações mais concretas e urgentes. Grupos ambientalistas destacaram que o pacto não foi suficientemente forte no compromisso com a eliminação completa do uso de carvão e principalmente no fim dos subsídios aos combustíveis fósseis.
Além disso, países em desenvolvimento expressaram frustração com a falta de progresso no financiamento climático. Eles destacaram que as nações ricas, historicamente responsáveis pela maior parte das emissões, devem intensificar seus esforços e contribuir com mais recursos para mitigar, assim como se adaptar às mudanças climáticas.
O Papel do Brasil na COP 26
O Brasil teve uma participação significativa na COP 26. O governo brasileiro apresentou novas metas de redução de emissões, prometendo reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030 em comparação com os níveis de 2005. Além disso, o Brasil se comprometeu em alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Além disso, o Brasil assinou o Compromisso Global de Metano, assumindo o compromisso de reduzir as emissões desse gás. O país também destacou os esforços de combate ao desmatamento ilegal e prometeu acabar com essa prática até 2028. No entanto, a credibilidade dessas promessas foi questionada por observadores internacionais, dado o aumento do desmatamento na Amazônia nos últimos anos.
Em Conclusão
A COP 26 foi um marco importante nas negociações climáticas globais, trazendo avanços significativos em áreas como o uso de combustíveis fósseis. Além disso, regulamentou o mercado de carbono e compromissos com o financiamento climático. No entanto, o sucesso dessas promessas depende de uma implementação rápida e ambiciosa nos próximos anos. Ou seja, com o tempo se esgotando para evitar os piores impactos das mudanças climáticas, a ação global precisa ser acelerada. Afinal, precisamos garantir com a máxima urgência que o aquecimento global seja mantido dentro dos limites estabelecidos pelo Acordo de Paris.
Resumo – Perguntas e Respostas sobre a COP 26
A COP 26 foi a 26ª Conferência das Partes da UNFCCC, realizada em Glasgow, Escócia, em 2021, para discutir e assim reforçar os compromissos globais com a ação climática.
Quais foram os principais resultados da COP 26?
Os resultados incluíram o Pacto Climático de Glasgow, compromissos para reduzir o uso de carvão, acordos sobre o mercado de carbono, bem como o Compromisso Global de Metano.
É um acordo que reafirma os compromissos do Acordo de Paris e pede que os países fortaleçam suas metas climáticas até o final de 2022.
O Brasil assumiu compromissos como a redução das emissões de metano, o fim do desmatamento ilegal até 2028 e principalmente a neutralidade de carbono até 2050.
Vista como uma “última chance” de aumentar as ambições climáticas globais para limitar o aquecimento global a 1,5°C e assim evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
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