Pacto Climático de Glasgow – O que é e compromissos

Pacto Climático de Glasgow

O Pacto Climático de Glasgow foi o principal acordo firmado durante a COP 26, realizada em novembro de 2021, na cidade escocesa de Glasgow. O documento consolidou uma série de compromissos dos países participantes para acelerar a ação climática, com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Assim, o pacto reflete a urgência da situação climática e a pressão crescente sobre as nações para aumentar suas ambições de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

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Diante de um cenário em que os impactos das mudanças climáticas já são visíveis, como ondas de calor extremas, secas prolongadas e aumento do nível do mar, o Pacto de Glasgow buscou alinhar as nações em um esforço global para conter o agravamento da crise climática. Embora tenha havido progressos significativos, muitas metas foram consideradas insuficientes por ativistas climáticos e por países mais vulneráveis.

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Neste artigo, exploramos os principais pontos do Pacto Climático de Glasgow, seus desafios e a sua importância para o futuro da ação climática global.

O Que é o Pacto Climático de Glasgow?

O Pacto Climático de Glasgow se tornou o acordo final assinado pelos países participantes da COP 26. Portanto reafirma o compromisso com as metas do Acordo de Paris e estabelece novos marcos para que os países intensifiquem suas ações para combater as mudanças climáticas. O principal objetivo do pacto: manter viva a meta de 1,5°C, reconhecendo que as contribuições nacionais submetidas até então (NDCs) não seriam suficientes para atingir essa meta.

Entre as principais diretrizes, o pacto exorta os países a revisar e fortalecer suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até o final de 2022, a fim de alinhar seus compromissos com o limite de 1,5°C, além de acelerar a transição para fontes de energia renovável e eliminar o uso de combustíveis fósseis.

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Principais Compromissos do Pacto Climático de Glasgow

1. Revisão das NDCs até 2022

Uma das maiores conquistas do pacto foi a exigência de que os países revisem e atualizem suas metas de redução de emissões até o final de 2022. O objetivo é garantir que as metas sejam mais ambiciosas e compatíveis com a necessidade de limitar o aquecimento a 1,5°C. Isso marca uma mudança em relação ao ciclo de cinco anos estabelecido anteriormente pelo Acordo de Paris. Ou seja, a partir desse pacto, os países só seriam obrigados a revisar suas metas em 2025.

Essa revisão mais frequente é vista como uma resposta à urgência da crise climática e como uma maneira de pressionar os países a cumprirem suas promessas de forma mais rápida.

2. Redução Gradual do Uso de Carvão e Subsídios aos Combustíveis Fósseis

Outro ponto importante foi a menção, pela primeira vez, à redução gradual do uso de carvão, o combustível fóssil mais poluente. O pacto pede que os países “reduzam gradualmente o uso de carvão não mitigado” (sem captura de carbono) e “eliminação dos subsídios ineficazes para combustíveis fósseis”.

Embora essas menções representem um avanço em relação a conferências anteriores, a linguagem foi considerada fraca por muitos. Ou seja, não há uma exigência clara para a eliminação total do carvão e dos subsídios. De fato, a redação final foi suavizada em relação às primeiras versões, refletindo a resistência de alguns países produtores de carvão e petróleo.

3. Compromisso Global de Metano

Durante a COP 26, mais de 100 países assinaram o Compromisso Global de Metano, no qual se comprometeram a reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, em relação aos níveis de 2020. Afinal, o metano é um gás de efeito estufa mais potente que o dióxido de carbono no curto prazo. Por isso, precisamos ver sua redução como uma ação crítica para limitar o aquecimento global no curto prazo.

4. Financiamento Climático

O financiamento climático foi um dos temas mais debatidos durante a COP 26. Países desenvolvidos se comprometeram a mobilizar 100 bilhões de dólares por ano para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem às mudanças climáticas e implementarem tecnologias de mitigação. No entanto, essa meta, inicialmente estabelecida para 2020, não foi alcançada, gerando frustrações entre os países mais pobres.

O Pacto Climático de Glasgow reafirmou esse compromisso e pediu que os países desenvolvidos aumentem suas contribuições financeiras. Enfim, que se comprometam em apresentar novas metas a serem definidas até 2025. Enfim, esse financiamento é essencial para ajudar as nações vulneráveis a enfrentarem os impactos já inevitáveis das mudanças climáticas, como enchentes e tempestades mais intensas.

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5. Regulamentação do Mercado Global de Carbono (Artigo 6)

Após anos de negociações, a COP 26 finalizou as regras para o Artigo 6 do Acordo de Paris que regulamenta os mercados globais de carbono. Isso permitirá que os países e empresas comprem e vendam créditos de carbono, ou seja, permissões para emitir uma quantidade determinada de CO2, incentivando a compensação de emissões e o financiamento de projetos sustentáveis.

O mercado de carbono virou como uma ferramenta essencial para financiar iniciativas de mitigação e criar incentivos financeiros para a descarbonização, especialmente em países em desenvolvimento.

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Desafios e Críticas ao Pacto Climático de Glasgow

Embora o Pacto Climático de Glasgow tenha avançado, também enfrentou críticas significativas. Um dos principais pontos de crítica foi a linguagem branda em relação ao uso de carvão e combustíveis fósseis, bem como a falta de um compromisso claro para eliminar esses recursos de forma definitiva.

Além disso, muitos países em desenvolvimento expressaram frustração com a falta de progresso no financiamento climático. Embora o pacto reafirme os compromissos financeiros, a ausência de uma nova estratégia clara para atingir a meta dos 100 bilhões de dólares tem se tornado como uma lacuna importante.

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O Legado do Pacto Climático de Glasgow

O Pacto Climático de Glasgow representa um marco importante nas negociações climáticas globais. Ele reconhece a urgência da situação. Por isso, exige ação imediata e mais ambiciosa dos países para reduzir suas emissões e enfrentar os impactos das mudanças climáticas. O pacto também trouxe inovações importantes, como a revisão anual das NDCs, e solidificou a regulamentação dos mercados de carbono.

No entanto, o verdadeiro impacto do pacto dependerá de como os países implementarem esses compromissos. Sem uma ação forte e coordenada, a meta de manter o aquecimento global a 1,5°C pode não ser alcançada. Em conclusão, isso leva a impactos climáticos ainda mais devastadores.

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Resumo – Perguntas e Respostas sobre o Pacto Climático de Glasgow

O que é o Pacto Climático de Glasgow?

Principal acordo firmado durante a COP 26, que reforça o compromisso global em limitar o aquecimento global a 1,5°C. Pedia que os países revisem suas metas climáticas até 2022.

Quais são os principais compromissos do Pacto de Glasgow?

O pacto inclui a revisão das metas climáticas em 2022, a redução gradual do uso de carvão, a eliminação de subsídios ineficazes aos combustíveis fósseis. Além disso, reforçou o fortalecimento do financiamento climático.

Por que a redução do uso de carvão é importante?

O carvão se tornou o combustível fóssil mais poluente. Portanto, sua redução é crucial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global.

O que é o Compromisso Global de Metano?

Um compromisso firmado por mais de 100 países para reduzir as emissões globais de metano em 30% até 2030, em relação aos níveis de 2020.

Quais são os desafios do Pacto Climático de Glasgow?

Os principais desafios incluem a falta de metas claras para a eliminação do carvão, a falta de um plano concreto para o financiamento climático, bem como as críticas sobre a insuficiência das metas atuais.


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