A tecnologia moderna depende de fontes de energia eficientes e sustentáveis. Smartphones, notebooks, veículos elétricos e muitos outros dispositivos só são possíveis graças a uma inovação revolucionária: a bateria de íon-lítio. E por trás dessa invenção estava John Bannister Goodenough, um cientista visionário que transformou a forma como armazenamos e utilizamos energia.
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Goodenough dedicou sua vida à pesquisa em química e materiais, tornando-se uma das mentes mais brilhantes da ciência moderna. Seu trabalho foi reconhecido com o Prêmio Nobel de Química em 2019, consolidando sua importância para o avanço tecnológico. Mas quem foi esse cientista? Como ele revolucionou a energia portátil? Vamos explorar sua trajetória e suas contribuições para o mundo.
A vida e a formação de John Bannister Goodenough
John Bannister Goodenough nasceu em 25 de julho de 1922, em Jena, Alemanha, filho de pais norte-americanos. Apesar de ter nascido na Europa, ele cresceu nos Estados Unidos, onde recebeu sua educação formal. Desde jovem, demonstrou grande interesse por ciências exatas e decidiu seguir carreira acadêmica.
Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu no Exército dos Estados Unidos como meteorologista. Após o conflito, aproveitou os benefícios oferecidos aos veteranos para cursar a graduação em Matemática na Yale University, onde se formou em 1944. No entanto, sua verdadeira paixão estava na física e na química dos materiais, o que o levou a ingressar no doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
No MIT, sob a orientação do renomado físico Clarence Zener, aprofundou seus estudos sobre física do estado sólido e materiais semicondutores. Essa base teórica seria essencial para suas futuras descobertas no campo das baterias.
As descobertas de John Bannister Goodenough que mudaram o mundo
1. O desenvolvimento das baterias de íon-lítio
Na década de 1970, John Bannister Goodenough começou a pesquisar maneiras de melhorar as baterias recarregáveis. Na época, as opções disponíveis eram pouco eficientes, pesadas e tinham baixa durabilidade. Foi então que ele fez uma descoberta revolucionária: o óxido de cobalto poderia ser usado como cátodo para armazenar íons de lítio de forma segura e eficiente.
Pois bem, essa descoberta foi essencial para o desenvolvimento das baterias de íon-lítio modernas. Diferente das baterias antigas, essa nova tecnologia permitia dispositivos menores, mais leves e com maior capacidade de armazenamento de energia. Hoje, essas baterias estão presentes em praticamente todos os dispositivos eletrônicos portáteis, desde celulares até carros elétricos.
2. A busca por baterias mais seguras e sustentáveis
Mesmo após o sucesso das baterias de íon-lítio, John Bannister Goodenough continuou pesquisando melhorias para essa tecnologia. Em seus últimos anos de vida, dedicou-se ao desenvolvimento de baterias de estado sólido, que prometem ser ainda mais seguras, duráveis e sustentáveis. Então, diferente das baterias convencionais, que usam eletrólitos líquidos inflamáveis, as baterias de estado sólido utilizam materiais sólidos, reduzindo o risco de explosões e aumentando a eficiência.
Essa inovação pode ser fundamental para a transição energética global, ajudando a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e impulsionando fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica.
Reconhecimento e legado de John Bannister Goodenough
A importância do trabalho de John Bannister Goodenough foi amplamente reconhecida ao longo dos anos. Pois, ele recebeu diversos prêmios e honrarias, sendo o mais notável o Prêmio Nobel de Química em 2019, compartilhado com os cientistas Stanley Whittingham e Akira Yoshino pelo desenvolvimento das baterias de íon-lítio.
Mesmo com mais de 90 anos, Goodenough continuava ativo na pesquisa científica, mostrando uma dedicação inabalável ao conhecimento e à inovação. Por isso, seu legado vai muito além das baterias: sua abordagem visionária e sua busca por soluções sustentáveis inspiram cientistas e engenheiros ao redor do mundo.
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A morte de John Bannister Goodenough – um gigante da ciência
John B. Goodenough faleceu em 25 de junho de 2023, aos 100 anos, deixando um impacto imensurável na ciência e na tecnologia. Seu trabalho não apenas transformou a forma como usamos energia, mas também abriu caminho para novas descobertas que poderão moldar o futuro da humanidade.
A energia limpa e sustentável, que se tornou um dos maiores desafios do século XXI, pode ser amplamente beneficiada pelas suas contribuições. Em conclusão, com a evolução das baterias de estado sólido e de outras tecnologias inspiradas em suas pesquisas, seu legado continuará vivo por muitas gerações.
Principais perguntas e respostas sobre John B. Goodenough
Ele foi um cientista norte-americano, físico e químico, conhecido como o criador das baterias de íon-lítio.
Ele descobriu que o óxido de cobalto teria uso como cátodo em baterias recarregáveis, portanto, tornando possível a criação das baterias de íon-lítio modernas.
Recebeu o Prêmio Nobel em 2019 por seu papel no desenvolvimento das baterias de íon-lítio, uma tecnologia essencial para dispositivos eletrônicos, bem como em veículos elétricos.
Ele trabalhava no desenvolvimento de baterias de estado sólido, que prometem ser mais seguras, eficientes e principalmente mais sustentáveis do que as atuais.
Seu trabalho influencia diretamente a busca por energia limpa, ajudando assim na transição para fontes renováveis e na criação de tecnologias mais sustentáveis.