As queimadas são uma das maiores ameaças aos ecossistemas e à qualidade de vida da população – No Brasil, a situação se agrava a cada ano, colocando em risco a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal. Em 2023, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou mais de 150 mil focos de incêndio apenas na Amazônia, um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior. O Pantanal também sofreu intensamente, com um crescimento de 200% nos focos de calor nos primeiros meses de 2024.
Entenda? Diferença entre queimadas e incêndios(Abre numa nova aba do navegador)
Nos últimos anos, o Brasil tem registrado números alarmantes de queimadas, principalmente na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado. Os dados mais recentes mostram um agravamento da situação, impulsionado pelo desmatamento ilegal, mudanças climáticas, bem como a falta de fiscalização eficaz. Por exemplo:
Dados recentes sobre queimadas no Brasil – Você sabia?
- Amazônia: Em 2023, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou mais de 156 mil focos de queimadas na Amazônia, um aumento de quase 20% em relação a 2022. Só em setembro de 2023, foram mais de 35 mil focos ativos, o maior número para o mês desde 2017.
- Pantanal: O bioma enfrentou um aumento de 200% nos focos de calor nos primeiros meses de 2024, comparado ao mesmo período de 2023. Assim, a seca extrema e o desmatamento intensificaram a vulnerabilidade da região.
- Cerrado: Em 2023, o Cerrado registrou 73 mil focos de incêndio, tornando-se o bioma mais afetado pelas queimadas no Brasil. Esse número representa um aumento de 36% em relação ao ano anterior.
- Brasil como um todo: Em 2023, foram detectados mais de 280 mil focos de incêndio em todo o país, o maior número desde 2019. O Estado do Pará liderou o ranking com mais de 55 mil focos.
- Impacto global: O Brasil foi responsável por quase 30% das emissões globais de CO₂ provenientes de queimadas em 2023, segundo o sistema europeu Copernicus.
Causas das queimadas
As queimadas são incêndios que ocorrem de forma intencional ou acidental em áreas naturais ou agrícolas. Elas podem ser causadas por fatores naturais, como raios, mas a principal causa é a ação humana. Por exemplo:
- Desmatamento ilegal: árvores são derrubadas e queimadas para abrir espaço para a agropecuária.
- Uso agrícola inadequado: algumas práticas utilizam o fogo para limpar o solo, mas podem sair do controle.
- Falta de fiscalização: a ausência de medidas rígidas permite que queimadas criminosas ocorram sem punição.
- Mudanças climáticas: temperaturas mais altas e períodos de seca prolongada aumentam o risco de incêndios espontâneos.
- Descuidos humanos: bitucas de cigarro, fogueiras mal apagadas e queima de lixo podem iniciar incêndios acidentais.
Agora que entendemos as causas, quais são os impactos das queimadas para o meio ambiente e para a sociedade?
Consequências das queimadas para o meio ambiente e a saúde
As queimadas provocam uma série de danos, que afetam tanto o meio ambiente quanto a qualidade de vida das pessoas. Por exemplo:
Impactos ambientais
- Destruição da biodiversidade: Incêndios florestais destroem habitats, levando à morte de animais e plantas. Muitas espécies não conseguem escapar das chamas, resultando na perda de biodiversidade.
- Aumento do desmatamento: A queimada frequentemente é usada como estratégia para remover florestas e abrir espaço para pastagens e plantações, agravando o desmatamento.
- Emissão de gases poluentes: O fogo libera grandes quantidades de dióxido de carbono (CO₂), agravando assim o aquecimento global e acelerando as mudanças climáticas.
- Erosão do solo: Sem vegetação, o solo fica mais vulnerável à erosão, tornando-se menos fértil e aumentando a desertificação em algumas regiões.
Impactos econômicos
Além do impacto ambiental, as queimadas vêm causando prejuízos econômicos e afetando a saúde pública. O aumento da poluição do ar devido à fumaça levou a um crescimento significativo de internações por doenças respiratórias. Pesquisas apontam que, entre agosto e outubro de 2023, o número de atendimentos hospitalares por complicações respiratórias aumentou em 40% em cidades próximas a áreas de incêndio, afetando principalmente crianças e idosos.
Os dados acima reforçam a urgência de medidas mais eficazes para combater as queimadas, como o fortalecimento da fiscalização, o investimento em tecnologias de monitoramento e principalmente a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.
Impactos na saúde humana
- Problemas respiratórios: A fumaça das queimadas contém partículas finas que podem agravar doenças respiratórias, como asma e bronquite.
- Doenças cardiovasculares: A poluição do ar gerada pelos incêndios também está associada a doenças do coração e ao aumento de infartos e derrames.
- Agravamento de crises climáticas: O calor excessivo das queimadas pode modificar o microclima da região, tornando o ambiente mais seco e, portanto, propenso a novos incêndios.
Pois bem, diante desses impactos, o que pode ser feito para combater e prevenir as queimadas?
Estratégias para o combate às queimadas
O combate às queimadas exige ação coordenada entre governos, sociedade e organizações ambientais. Por exemplo:
1. Monitoramento via satélite: O uso de tecnologia é fundamental para detectar incêndios em tempo real e impedir que se alastrem. O Brasil possui programas como o Sistema Deter, do INPE, que monitora desmatamentos e queimadas por satélite.
2. Brigadas de incêndio e bombeiros florestais: Equipes especializadas são treinadas para conter o avanço das chamas. Investir em mais brigadas e equipamentos é essencial para um combate rápido e eficaz.
3. Campanhas de conscientização: Muitas queimadas acontecem por descuido ou falta de informação. Educar a população sobre os riscos do fogo e como evitá-lo é uma das estratégias mais eficazes de prevenção.
4. Leis e fiscalização rigorosa: A aplicação de multas e punições para crimes ambientais precisa ser reforçada. Ações ilegais, como queimadas criminosas, devem ser coibidas com fiscalização contínua.
5. Técnicas agrícolas sustentáveis: Alternativas ao uso do fogo para limpeza de solo incluem:
- Plantio direto, que mantém a cobertura vegetal e reduz a necessidade de queimadas.
- Uso de roçadeiras mecânicas para limpar áreas sem incendiar a vegetação.
- Rotação de culturas, que melhora a fertilidade do solo sem precisar queimá-lo.
O futuro do combate às queimadas
O combate às queimadas exige medidas permanentes e integradas. Se governos e sociedade investirem em tecnologias de monitoramento, educação ambiental e fiscalização rigorosa, o número de incêndios pode significativamente reduzir.
Além disso, o avanço de novas práticas agrícolas e políticas ambientais mais severas podem tornar o uso do fogo cada vez menos necessário. A transição para uma economia mais sustentável também ajuda a diminuir a pressão sobre as florestas, evitando assim queimadas associadas ao desmatamento.
Com ações coordenadas e conscientização global, o combate às queimadas pode se tornar mais eficiente, garantindo assim a preservação dos ecossistemas e a qualidade de vida das futuras gerações.
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Perguntas frequentes sobre o combate às queimadas
A maioria das queimadas ocorre devido ao desmatamento e ao uso do fogo na agropecuária, além da falta de fiscalização adequada.
A exposição à fumaça pode causar problemas respiratórios graves, aumentar o risco de doenças cardiovasculares e piorar a qualidade do ar em áreas urbanas.
Técnicas agrícolas sustentáveis, monitoramento constante e capacitação de brigadas de incêndio são algumas das principais estratégias de prevenção.
Sim. Dados recentes mostram que os incêndios florestais vêm aumentando em diversas regiões, principalmente na Amazônia e no Pantanal.
A liberação de gases poluentes aumenta o efeito estufa, acelerando as mudanças climáticas e agravando eventos extremos, como secas prolongadas.
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