Quem é Autumn Peltier?
Autumn Peltier é uma ativista indígena canadense que ganhou reconhecimento internacional por sua luta em defesa da água potável e dos direitos dos povos originários. Ela pertence à Primeira Nação Wiikwemkoong, localizada na província de Ontário, no Canadá. Desde muito nova, Autumn chama a atenção do mundo por sua coragem ao cobrar líderes mundiais por ações concretas para proteger a água, considerada por ela um ser vivo e sagrado.
Ela começou sua trajetória ainda criança e hoje, mesmo sendo muito jovem, é vista como uma das principais defensoras da água no mundo. Autumn acredita que ninguém deveria sofrer por falta de acesso à água limpa e segura, especialmente comunidades indígenas que há séculos vivem em harmonia com os rios e lagos.
Neste artigo, vamos entender quem é Autumn Peltier, como sua luta começou, quais são as causas que ela defende, quais espaços ela já ocupou em nível internacional e por que ela se tornou um símbolo da juventude indígena no ativismo ambiental.
Conforme a UNICEF (2023), mais de 1,4 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso garantido à água potável. Autumn Peltier se dedica a mudar essa realidade com palavras, ações e um profundo senso de missão.
Mas onde tudo isso começou?
Origem, infância e o início do ativismo pela água nas comunidades indígenas do Canadá
Autumn Peltier nasceu em 27 de setembro de 2004, na ilha de Manitoulin, território da Primeira Nação Wiikwemkoong. Desde muito pequena, ela escutava histórias sobre a relação espiritual entre os povos indígenas e a água. Para sua cultura, a água é sagrada e tem alma. Por isso, deve ser respeitada e protegida como parte da vida.
O ativismo de Autumn começou aos oito anos. Isso aconteceu quando ela visitou uma comunidade indígena próxima que não tinha acesso à água potável. Ela ficou chocada ao ver que crianças como ela não podiam beber da torneira. Esse momento foi um divisor de águas em sua vida.
Sua tia-avó, Josephine Mandamin, era uma conhecida defensora da água e inspirou Autumn a continuar esse legado. Josephine ficou famosa por caminhar milhares de quilômetros ao redor dos Grandes Lagos para chamar atenção para a importância da água limpa.
Autumn Peltier seguiu seus passos, mas usando principalmente sua voz em espaços públicos e internacionais.
Como ela chegou a falar na ONU?
Autumn Peltier na ONU
Em 2018, Autumn Peltier discursou pela primeira vez na sede das Nações Unidas, em Nova York. Ela tinha somente 13 anos e já se destacava por sua fala direta, comovente e firme. Nesse evento, ela solicitou aos líderes mundiais que tratassem a água com respeito e responsabilidade.
Ela afirmou que não estava ali somente como jovem, mas como porta-voz de todos que não são ouvidos. Suas palavras tocaram milhares de pessoas e viralizaram nas redes sociais. A partir dali, Autumn passou a representar oficialmente a juventude indígena do Canadá em assuntos relacionados à água.
Em 2019, ela voltou a discursar na ONU, desta vez na Cúpula de Jovens sobre o Clima. Sua presença foi tão impactante que ela foi chamada de a “guerreira da água” pela imprensa internacional.
Além da ONU, Autumn também falou em encontros da ONU sobre Meio Ambiente e Água, na União Europeia e em várias universidades e fóruns juvenis pelo mundo.
Mas o que exatamente ela defende nessas falas?
As causas de Autumn Peltier
A luta de Autumn Peltier está ficada em três pilares principais. Vamos entender:
O primeiro é a defesa da água limpa como um direito humano. Ela acredita que nenhuma pessoa deve viver sem acesso à água potável. Para Autumn, isso não é um luxo, é uma necessidade básica. Principalmente no Canadá, onde mais de 30 comunidades indígenas vivem há anos sob avisos de água imprópria para consumo.
O segundo pilar é o respeito aos povos indígenas e seus territórios. Autumn argumenta que os povos originários sempre protegeram os recursos naturais. No entanto, são os primeiros a sofrer com contaminações causadas por mineração, derramamentos de petróleo e construção de oleodutos. Ela cobra que os governos consultem e respeitem essas comunidades antes de tomar decisões que afetam suas terras.
Por fim, o terceiro pilar é a justiça ambiental. Autumn acredita que a crise climática está ligada diretamente à desigualdade. Os que menos poluem são os que mais sofrem. Por isso, ela pede que as vozes dos mais afetados estejam no centro das decisões ambientais globais.
E ela não se limita aos discursos. Autumn também participa de projetos concretos.
Projetos, prêmios e ações do ativismo de Autumn Peltier
Além de sua atuação política e internacional, Autumn participa de campanhas locais e apoia organizações que trabalham pelo acesso à água nas comunidades indígenas do Canadá. Ela também é embaixadora-chefe da água pela Assembleia das Primeiras Nações do Canadá, uma organização que representa mais de 900 mil indígenas em todo o país.
Em 2019, Autumn foi indicada ao Prêmio Internacional da Paz das Crianças, promovido pela fundação KidsRights, ao lado de Greta Thunberg. Em 2021, foi incluída na lista da BBC como uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo.
Ela também ajudou a produzir o documentário “The Water Walker”, que mostra sua jornada e o legado de sua tia-avó Josephine. O filme foi exibido em festivais internacionais e está sendo usado em escolas como material educativo.
Esses reconhecimentos mostram que sua mensagem alcança cada vez mais pessoas. E o mais importante: transforma realidades.
Qual é a filosofia que guia essa jovem ativista?
A espiritualidade indígena e o papel das mulheres na proteção da água
Para Autumn, a água é viva. Ela não é somente um recurso natural, mas um ser com quem se deve manter uma relação de respeito. Essa visão vem da espiritualidade dos povos Anishinaabe, do qual sua família faz parte. Nessa tradição, as mulheres são as guardiãs da água.
Essa crença espiritual guia suas ações. Autumn Peltier costuma dizer que cada gota de água tem memória, e que ela sente o sofrimento das águas poluídas e esquecidas. Por isso, ela se considera não só uma ativista, mas uma protetora espiritual da água.
Ela também afirma que ouvir os mais velhos é essencial. De acordo com ela, os anciãos carregam conhecimentos valiosos que podem ajudar a salvar o planeta. Por isso, Autumn acredita que o mundo precisa parar de olhar somente para a tecnologia e começar a valorizar a sabedoria ancestral.
Sua mensagem combina ciência, tradição e ação concreta. Uma mistura poderosa que tem tocado jovens e adultos em várias partes do mundo.
Mas ela já enfrentou dificuldades em sua caminhada?
Os desafios enfrentados por Autumn Peltier em um mundo que ainda ignora vozes jovens e indígenas
Mesmo sendo reconhecida globalmente, Autumn já enfrentou muitos obstáculos. Como jovem, ela muitas vezes não é levada a sério em debates políticos. E como indígena, ela já sofreu preconceito, tentativas de silenciamento e principalmente desrespeito cultural.
Ela conta a ignoram em reuniões com autoridades e que muitos tentam desvalorizar sua mensagem dizendo que ela é “jovem demais” para entender a complexidade dos problemas. Porém, ela sempre responde com mais estudo, mais preparo e mais presença.
Outro desafio é lidar com o cansaço emocional. Defender a água e enfrentar sistemas poderosos exige equilíbrio. Por isso, Autumn Peltier também fala sobre a importância do autocuidado, da conexão com a natureza e principalmente da força da comunidade.
Mesmo diante das dificuldades, ela segue com a certeza de que está no caminho certo. Mas, sua luta já está inspirando milhares de jovens a fazerem o mesmo.
Resumo com perguntas e respostas sobre Autumn Peltier
Autumn Peltier é uma jovem ativista indígena canadense, reconhecida por sua defesa do direito à água potável e principalmente dos povos originários.
Ela começou sua luta aos oito anos, após visitar uma comunidade indígena que vivia sem acesso à água limpa.
Ela já discursou na sede da ONU em Nova York, na Cúpula do Clima, na União Europei, bem como em eventos internacionais sobre meio ambiente e direitos humanos.
Ela defende o acesso universal à água limpa, o respeito aos direitos dos povos indígenas, assim como a justiça ambiental global.
Com seu exemplo de coragem, espiritualidade e ação concreta, Autumn mostra que a juventude tem força para transformar o mundo e assim proteger a natureza.
