Os alarmantes impactos do agrotóxicos no Brasil
Os impactos gerados pelo uso excessivo dos agrotóxicos na agricultura do Brasil são multidimensionais. Muito se fala das consequências desses princípios ativos na saúde humana. Mas, fora isso, ainda temos diversos impactos negativos relacionados aos agrotóxicos na esfera ambiental e também na esfera econômica.
Por isso, muitos estudos têm relacionado o uso de agrotóxicos a doenças crônicas, contaminação de água potável e redução da biodiversidade. Para entender o tamanho desse problema, neste artigo vou te mostrar os diversos impactos negativos gerados pelo uso excessivo de agrotóxicos e como isso afeta a sua saúde em todos os aspectos de nossas vidas.
Vamos lá!
Agrotóxicos e pesticidas: um risco à saúde humana(Abre numa nova aba do navegador)
Impactos na saúde humana
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a exposição a agrotóxicos cause cerca de 200.000 mortes por intoxicação aguda a cada ano em todo o mundo, principalmente entre trabalhadores agrícolas em países em desenvolvimento.
No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), de 2007 a 2017 foram registrados mais de 40.000 casos de intoxicações agudas por Agrotóxicos no país, sendo que desse total 1900 pessoas vieram a óbito.
Você sabia que em diversos municípios brasileiros foi identificado a contaminação do leite materno por traços químicos provenientes de agrotóxicos?
E para piorar existe ainda o fantasma das subnotificações. De acordo com a OMS, para cada intoxicação registrada pelo Ministério da Saúde, existem cerca de outras 50 que não são notificadas.
Além disso, estudos têm relacionado a exposição dos impactos dos agrotóxicos com doenças crônicas, como câncer, distúrbios neurológicos, e problemas reprodutivos.
Aliás, nos últimos 10 anos, notou-se um crescimento acelerado dos casos de câncer em todo o território nacional. Principalmente em municípios que utilizam esses agentes químicos em larga escala.
E em relação aos recursos hídricos, um estudo publicado na revista científica Chemosphere em 2018 analisou a presença de agrotóxicos na água potável de 2.929 municípios do Brasil.
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Outra questão que não podemos esquecer é a assustadora alta nos casos de suicídios em comunidades agrícolas. Isso porque diversos estudos já apontam uma relação estrita entre a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de tendências suicidas.
O estudo revelou que 1.396 municípios (47,6% do total) apresentaram contaminação por pelo menos um tipo de agrotóxico, e em 761 municípios (26% do total), a quantidade de agrotóxicos na água excedeu os limites permitidos pela legislação.
Impactos dos agrotóxicos no meio ambiente
Em relação ao meio ambiente, um estudo publicado na revista Science em 2014 concluiu que o uso de neonicotinoides, uma classe de inseticidas amplamente utilizada, pode afetar negativamente a saúde das abelhas e outros polinizadores.
A redução na população de abelhas, por sua vez, pode levar a uma diminuição na produção agrícola e a perda da biodiversidade.
Outro exemplo de impacto ambiental é a contaminação do solo por agrotóxicos no Brasil. Segundo um estudo publicado na revista Environmental Pollution em 2013, a presença de agrotóxicos no solo pode levar à perda da biodiversidade do solo, prejudicando os organismos que ajudam a manter a fertilidade e a estrutura do solo.
É muito sério esse assunto, e devemos estar conscientes dos efeitos negativos dos agrotóxicos tanto na saúde humana quanto no meio ambiente. Só que ainda tem mais, porque os agrotóxicos também impactam a economia.
Impactos dos agrotóxicos na economia
Os impactos dos agrotóxicos na economia do Brasil são raramente citados. Mas isso não quer dizer que eles não existam. Grande parte desses impactos advém dos custos de tratamento de intoxicações agudas, das crônicas, dos casos de câncer e de afastamentos de postos de trabalho. Em resumo, decorrentes de algum incidente envolvendo esses agentes químicos intoxicantes.
Estima-se que a cada dólar gasto na compra de Agrotóxicos no Brasil, gasta-se outro 1,28 dólar com tratamento de casos de intoxicações. Sendo essas outras doenças derivadas dos efeitos deletérios desses agentes químicos.
Quem paga essa conta? São os cofres públicos, o sistema único de saúde, eu e você. A verdade é que pagamos essa conta duas vezes, pois é mais do que comum encontrar empresas fabricantes de agrotóxicos que possuem isenções fiscais por parte dos governos, tanto federal quanto estaduais.
Cabe aqui lembrar que uma boa parte das empresas fabricantes de agrotóxicos são multinacionais sediadas em países estrangeiros. Sendo assim, a maior soma dos lucros dessas empresas segue para suas matrizes, fora do país. Aos brasileiros sobram as doenças, o custo de tratamento delas e os danos ambientais, que são incalculáveis.
Precisamos repensar o uso de venenos em nossa agricultura
Portanto, diante dos impactos alarmantes dos agrotóxicos na saúde humana, no meio ambiente e na economia, é fundamental repensarmos o modelo de agricultura predominante e buscar alternativas mais sustentáveis.
A adoção de práticas agrícolas ecológicas, como a agricultura orgânica e agroecológica, pode garantir a segurança alimentar e a preservação do nosso planeta, além de reduzir os custos associados às consequências negativas dos agrotóxicos.
Lembre-se! Se desejamos um futuro mais sustentável, então é responsabilidade de todos nós, como sociedade, exigir mudanças e promover a conscientização sobre os perigos dos agrotóxicos.
Resumo – perguntas polêmicas sobre os impactos do agrotóxicos
Sim, o uso contínuo pode levar ao desenvolvimento de pragas resistentes, exigindo produtos mais fortes e caros.
Frequentemente, não. Muitos trabalhadores não têm acesso adequado a equipamentos de proteção e treinamento, expondo-os a riscos de saúde.
Sim, resíduos de agrotóxicos podem permanecer nos alimentos, embora os níveis geralmente sejam regulamentados para não ultrapassar limites seguros.
Pode ser, mas depende do contexto. Métodos orgânicos podem ter rendimentos menores, mas promovem a sustentabilidade e podem reduzir o impacto ambiental.
Sim, grandes empresas químicas e agrícolas frequentemente exercem influência para manter regulamentações mais brandas e promover seus produtos.
Respostas