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Relatório Brundtland – O que é, situação mundial e PDF

Imagem em preto mostra uma cópia do Relatório Brundtland com letras brancas.

O que é o Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum?

O Relatório Brundtland é um documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future) (PDF no final do artigo), importante, que fala sobre como podemos viver melhor sem prejudicar o meio ambiente e as gerações futuras.

  • Data de Publicação: 1987
  • Organização Responsável: Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU
  • Coordenadora: Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega.

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Contexto histórico

A partir de 1962, a publicação do livro “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson alertou o mundo para os perigos ambientais, impulsionando debates entre especialistas internacionais sobre a questão.

Depois disso, em 1972, na conferência de Estocolmo, a ONU passou a se preocupar com o meio ambiente e criou uma comissão para estudar o assunto.

Por fim, em 1987 surgiu o documento Nosso Futuro Comum, mais conhecido como Relatório Brundtland, que tem esse nome em função de sua coordenadora Gro Harlem Brundtland.

O relatório da comissão apresentou dados sobre o aquecimento global, as chuvas ácidas e a destruição da camada de ozônio, ou seja, temas novos na época. Em razão disso, o Relatório Brundtland propôs à Assembleia Geral da ONU a realização de uma nova conferência internacional, desta vez para avaliar esses e outros grandes impactos ambientais, como a perda de biodiversidade, bem como os desastres ecológicos causados por indústrias (Revolução Industrial).

Só lembrando: a conferência proposta foi realizada em 1992 no Rio de Janeiro, Brasil (ECO92).

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O Relatório Brundtland critica o modelo de desenvolvimento dos países ricos e pobres, alertando para os perigos da exploração desenfreada dos recursos naturais. O documento afirma que “o desenvolvimento sustentável é inviável sob os padrões atuais de produção e consumo.

Em suma, esse documento foi a primeira tentativa de estabelecer metas globais para evitar a degradação ambiental e o desequilíbrio climáticoEntão, apesar dos desafios para alcançar um consenso global, o Relatório Brundtland continua a ser um marco na luta pelo desenvolvimento sustentável. Por quê? Continuamos produzindo cada vez mais e explorando a natureza acima dos limites do planeta.

Atualmente, usamos a Terra 1,7 vezes mais rápido do que os ecossistemas podem regenerá-la, de acordo com a Global Footprint Network.


Situação mundial antes do Relatório Brundtland

O documento Nosso Futuro Comum (mais conhecido como Relatório Brundtland), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), presidida por Gro Harlem Brundtland, então primeira-ministra da Noruega, identificou duas grandes armadilhas que impediam o progresso global:

1. Pobreza nos países do Terceiro Mundo

O relatório criticava a extrema pobreza que assolava grande parte da população mundial, principalmente em países em desenvolvimento. Essa pobreza, segundo o documento, era um obstáculo significativo ao desenvolvimento sustentável, pois limitava o acesso a recursos básicos, como educação, saúde e alimentação, e perpetuava um ciclo de subdesenvolvimento.

2. Consumismo excessivo nos países do Primeiro Mundo

O documento também criticava o padrão de consumo insustentável dos países ricos, caracterizado pelo uso excessivo de recursos naturais e pela geração de grandes volumes de resíduos. Esse estilo de vida, segundo o relatório, pressionava os recursos do planeta e degradava o meio ambiente, ameaçando a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades.

O Relatório Brundtland destacava a interconexão entre esses dois problemas acima, argumentando que a pobreza nos países em desenvolvimento e o consumismo excessivo nos países ricos eram faces da mesma moeda. Ambos os fatores contribuíam para a degradação ambiental, a desigualdade social e a instabilidade econômica.

Definição do conceito de desenvolvimento sustentável

O Relatório Brundtland definiu o conceito e o termo “desenvolvimento sustentável”, como: “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades”. Ou seja, que precisamos encontrar maneiras de viver melhor sem esgotar os recursos naturais que nossos filhos e netos precisarão.

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Contribuições do Relatório Brundtland para o processo de sustentabilidade

O Relatório Brundtland popularizou o conceito de “desenvolvimento sustentável” e trouxe uma crítica ao modelo de desenvolvimento predominante no final do século XX. Abordou assim a exploração desenfreada dos recursos naturais e também a interconexão entre pobreza e meio ambiente.

Enfim, o relatório chegou à conclusão de que a pobreza nos países em desenvolvimento e consumismo excessivo nos países ricos, eram obstáculos ao “desenvolvimento sustentável”. Em suma, trouxe uma primeira proposta de uma nova relação entre humanidade e meio ambiente.

Impacto

relatório Brundtland influenciou políticas ambientais e debates sobre o futuro do planeta e isso inspirou a criação da Agenda 21, enfim, um plano de ação global para o desenvolvimento sustentável.

Legado

O Relatório Brundtland foi um marco na história do “desenvolvimento sustentável” porque estabeleceu um novo paradigma para o desenvolvimento, que passou a considerar as necessidades ambientais e sociais, além das econômicas. Portanto, foi um passo essencial para a conscientização sobre a importância de um futuro sustentável para as próximas gerações.

Desafios identificados pelo Relatório Brundtland

O relatório identificou uma série de desafios para o desenvolvimento sustentável, incluindo a pobreza, a desigualdade, a degradação ambiental e as mudanças climáticas. Afinal, ele recomenda uma série de ações para enfrentar esses desafios, incluindo investimentos em educação, saúde, infraestrutura e proteção ambiental.

O documento, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, trouxe a tona, principalmente, as seguintes questões:

1. Desigualdade e consumismo como desafios globais

O relatório Brundtland destacou a pobreza nos países em desenvolvimento, bem como o consumismo excessivo nos países desenvolvidos como obstáculos ao desenvolvimento global equitativo. Essa análise inovadora lançou luz sobre a interdependência entre as nações e, principalmente, a necessidade de soluções conjuntas.

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2. Alerta sobre as mudanças climáticas e outros problemas ambientais

O documento abordou, de forma pioneira, temas como o aquecimento global, as chuvas ácidas e a destruição da camada de ozônio. Aprofundando assim o conhecimento sobre esses desafios, o relatório impulsionou a busca por medidas de proteção ambiental em escala global.

3. Convocatória para ação global

O Relatório Brundtland propôs à Assembleia Geral da ONU a realização de uma nova conferência internacional para discutir os impactos ambientais crescentes, como por exemplo: a perda de biodiversidade e desastres ecológicos. Essa iniciativa resultou na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), portanto, um marco na luta pela sustentabilidade.

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4. Pioneirismo nas metas de desenvolvimento sustentável

O documento representou a primeira tentativa de estabelecer metas globais para combater a degradação ambiental, bem como o desequilíbrio climático. Apesar dos desafios na implementação, as metas do Relatório Brundtland abriram caminho para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, adotados em 2015.

5. Um legado em constante evolução

Embora ainda haja obstáculos para alcançar o desenvolvimento sustentável, o Relatório Brundtland permanece como um marco fundamental. Afinal, seus insights e propostas continuam a inspirar e influenciar debates e ações em busca de um futuro mais justo e mais equilibrado para o planeta.

Medidas Propostas pelo Relatório Brundtland para um Futuro Sustentável

O Relatório Brundtland, publicado em 1987, apresentou um diagnóstico crítico da situação global e propôs um conjunto de medidas abrangentes para alcançar um desenvolvimento sustentável. As medidas visavam atacar as raízes da pobreza e do consumismo excessivo, promovendo um futuro mais justo e equilibrado para todos.

Principais áreas de ação propostas pelo Relatório Brundtland:

1. Mudança nos Padrões de Consumo propostas pelo Relatório Brundtland

O relatório defendia a necessidade de reduzir o consumo excessivo de bens e serviços, especialmente nos países ricos. Isso envolvia promover estilos de vida mais simples e sustentáveis, valorizando a qualidade de vida em vez da quantidade de bens materiais.

2. Desenvolvimento Econômico Sustentável:

  • Incluir a proteção ambiental e a justiça social como critérios fundamentais nas decisões econômicas.
  • Apoiar o desenvolvimento e a implementação de tecnologias que minimizem o impacto ambiental das atividades econômicas.
  • Promover o uso racional e sustentável dos recursos naturais, como água, energia e florestas.

3. Erradicação da Pobreza:

Garantir que todas as pessoas tenham acesso à educação de qualidade e à saúde preventiva e curativa. Fortalecer as comunidades locais e estimular a participação popular no processo de desenvolvimento. Além disso, facilitar o acesso de países em desenvolvimento a tecnologias e recursos financeiros para promover o desenvolvimento local.

4. Proteção Ambiental:

Implementar medidas rigorosas para reduzir a poluição do ar, da água e do solo. Proteger a biodiversidade e os ecossistemas naturais, essenciais para a vida no planeta. Incentivar a transição para uma economia verde, que valorize os serviços ecossistêmicos e promova a sustentabilidade ambiental.

5. Cooperação Internacional:

  • Buscar soluções conjuntas para problemas globais como as mudanças climáticas e a degradação ambiental. Além disso, o Relatório Br
  • Criar um ambiente internacional pacífico e seguro para o desenvolvimento sustentável.
  • Buscar a distribuição mais justa dos recursos e oportunidades entre as nações.

Relatório Brundtland um divisor de águas

O Relatório Brundtland foi um divisor de águas na compreensão da relação entre desenvolvimento, meio ambiente e justiça social. Principalmente porque seus impactos continuam a ser sentidos na luta por um futuro mais sustentável para todos.

Foi então que a sustentabilidade começou a ser discutida mais amplamente.

Veja também: A Carta da Terra: Um Chamado à Responsabilidade Ambiental

Em conclusão, o Relatório Brundtland foi um documento importante que ajudou a moldar o debate sobre desenvolvimento sustentável nas últimas décadas. Por isso, ele continua sendo uma referência importante para aqueles que trabalham para construir um futuro mais sustentável para o planeta.


Resumo com perguntas frequentes sobre o Relatório Brundtland

O conceito de “desenvolvimento sustentável” proposto pelo Relatório Brundtland é realmente viável?

O conceito de “desenvolvimento sustentável” introduzido pelo relatório é amplamente aceito, mas sua viabilidade é questionada, especialmente devido ao dilema de conciliar crescimento econômico contínuo com a preservação ambiental e equidade social, sem comprometer os recursos para as futuras gerações.

O Relatório Brundtland realmente conseguiu influenciar as políticas globais de forma significativa?

Embora o relatório tenha lançado as bases para discussões sobre sustentabilidade, críticos argumentam que as mudanças reais nas políticas globais têm sido limitadas e insuficientes, com muitos países falhando em implementar ações concretas para alcançar o desenvolvimento sustentável.

O Relatório Brundtland subestima a necessidade de mudanças radicais no sistema econômico global?

Alguns críticos afirmam que o relatório falha ao não propor mudanças mais radicais no sistema econômico global, que muitos acreditam ser necessário para enfrentar as causas profundas da degradação ambiental e das desigualdades sociais, focando em vez disso em soluções dentro do modelo capitalista existente.

O Relatório Brundtland foi eficiente em abordar as desigualdades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento?

Tem sido criticado por não abordar adequadamente as profundas desigualdades entre países ricos e pobres, e alguns argumentam que as soluções propostas acabam favorecendo os interesses das nações desenvolvidas em detrimento das necessidades dos países em desenvolvimento.

O Relatório Brundtland oferece uma solução suficiente para os desafios climáticos e ambientais atuais?

Apesar de seu impacto inicial, o relatório é visto por alguns como inadequado para enfrentar os desafios climáticos e ambientais que surgiram nas últimas décadas, sugerindo que novas abordagens e ações mais drásticas são necessárias para lidar com a crise ambiental global.

PDF do Relatório Brundtland/Nosso Futuro Comum


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