Microplásticos – O Que São e Como Ameaçam o Meio Ambiente

Microplásticos

O Que São Microplásticos?

Os microplásticos são pequenos fragmentos de plástico, geralmente com menos de 5 mm de diâmetro, que estão presentes em quase todos os ambientes do planeta. Encontrados em água doce, solo, atmosfera e especialmente nos oceanos, esses poluentes representam um dos maiores desafios ambientais da atualidade. Sua presença é tão difundida que já foram detectados desde os mares mais profundos até a superfície de gelo no Ártico.

Poluição nos oceanos – O problema, as causas e fontes (Abre numa nova aba do navegador)

Essas partículas não são apenas um problema estético; elas carregam químicos tóxicos e podem ser ingeridas por animais marinhos e até mesmo por seres humanos, tornando-se uma ameaça à saúde ambiental e humana. Neste artigo, vamos entender o que são os microplásticos, de onde eles vêm, seus impactos e como podemos reduzir sua presença no meio ambiente.

Tipos de microplásticos

  • Microplásticos Primários: São projetados especificamente para serem pequenos, como as microesferas usadas em produtos de higiene (esfoliantes e pastas de dente) ou os pellets plásticos usados na produção industrial de plásticos.
  • Microplásticos Secundários: São formados pela degradação de plásticos maiores, como garrafas, sacolas e redes de pesca, que se fragmentam em pedaços menores devido à ação do sol, ondas e abrasão física.

Essas partículas podem entrar no ambiente de várias formas e, uma vez liberadas, são extremamente difíceis de remover, já que sua pequena dimensão permite que se espalhem por longas distâncias e se acumulem em regiões remotas.

Dados Alarmantes sobre Microplásticos

Segundo a Fundação Ellen MacArthur, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico entram nos oceanos a cada ano, e estima-se que até 2050 haverá mais plástico do que peixes (em peso) nos mares, caso o consumo e descarte continuem no ritmo atual. Além disso, um estudo da Universidade de Newcastle descobriu que, em média, uma pessoa pode ingerir até 5 gramas de microplástico por semana, o equivalente ao peso de um cartão de crédito.

Mar de plástico ou ilhas de plástico nos oceanos -O que são?(Abre numa nova aba do navegador)

Principais Fontes de Microplásticos

Os microplásticos podem se originar de diversas fontes, tanto em ambientes terrestres quanto aquáticos. As principais fontes incluem:

1. Produtos de Higiene Pessoal

Muitos produtos de cuidados pessoais, como esfoliantes faciais, pastas de dente e géis de banho, contêm microesferas plásticas que atuam como agentes de limpeza e polimento. Apesar de parecerem inofensivos, essas microesferas, quando lavadas, vão para fora pelo esgoto e acabam nos sistemas hídricos. Por fim, as estações de tratamento de água não conseguem filtrá-las adequadamente.

2. Lavagem de Roupas Sintéticas

Roupas feitas de fibras sintéticas, como poliéster e nylon, liberam milhares de microfibras a cada ciclo de lavagem. De acordo com um estudo publicado pela IUCN, cerca de 35% dos microplásticos nos oceanos vêm da lavagem de roupas, tornando a indústria têxtil uma das principais fontes de poluição plástica marinha.

3. Pneus

Quando os pneus de veículos se desgastam durante o uso, eles liberam pequenas partículas plásticas. Estima-se que os pneus sejam responsáveis por até 28% dos microplásticos encontrados em ambientes terrestres e aquáticos, segundo o Relatório de Poluição por Microplásticos do WWF.

4. Fragmentação de Plásticos Maiores

Plásticos maiores, como sacolas, garrafas e embalagens, se degradam lentamente em microplásticos ao longo do tempo. Esse processo se acelera pela luz solar, pela ação das ondas e pela abrasão física. Redes de pesca abandonadas, por exemplo, também se desintegram em microplásticos, agravando assim ainda mais o problema nos oceanos.

Impactos dos Microplásticos no Meio Ambiente

Os microplásticos são particularmente preocupantes porque podem ser ingeridos por organismos marinhos de todos os tamanhos, desde o zooplâncton até peixes e mamíferos marinhos. Eles não apenas obstruem o sistema digestivo dos animais, mas também podem carregar substâncias tóxicas, como metais pesados e poluentes orgânicos persistentes.

Esses poluentes são bioacumulativos, o que significa que se concentram nos tecidos dos organismos ao longo da cadeia alimentar. Assim, quando os seres humanos consomem peixes e frutos do mar, correm o risco de ingerir microplásticos e os contaminantes associados a eles. Então, de acordo com um estudo do WWF, uma pessoa que consome frutos do mar regularmente pode ingerir até 11 mil partículas de microplástico por ano.

Além disso, um relatório da ONU destacou que a presença de microplásticos também pode interferir no desenvolvimento e na reprodução de várias espécies marinhas, afetando a biodiversidade dos oceanos e a estabilidade dos ecossistemas.

Microplásticos e a Saúde Humana

Embora ainda haja muitas incertezas sobre os impactos dos microplásticos na saúde humana, estudos indicam que esses fragmentos podem causar inflamação, estresse oxidativo e até mesmo desregulação hormonal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está conduzindo pesquisas para entender melhor como a ingestão e a inalação de microplásticos afetam o corpo humano, mas já se sabe que partículas menores que 20 micrômetros têm o potencial de atravessar barreiras celulares e se acumularem em órgãos.

O Que Podemos Fazer para Reduzir os Microplásticos?

Diante da magnitude do problema, reduzir a presença de microplásticos no meio ambiente exige ações coordenadas e mudanças de comportamento tanto em nível individual quanto em políticas governamentais. Por exemplo:

  • Escolher Produtos sem Microesferas: Verificar os rótulos de produtos de higiene para evitar microesferas plásticas.
  • Utilizar Filtros em Máquinas de Lavar: Instalar filtros especiais que capturam microfibras liberadas durante a lavagem de roupas sintéticas.
  • Apoiar Legislações e Políticas Públicas: Incentivar leis que proíbam o uso de microplásticos em produtos de higiene e que promovam a gestão sustentável de resíduos.

Limpar oceanos, mares e rios – iniciativas e novidades tecnológicas (Abre numa nova aba do navegador)

Em conclusão, os microplásticos são uma ameaça invisível, mas cada vez mais presente, ao meio ambiente e à saúde humana. A vasta disseminação dessas partículas exige uma mudança radical em como usamos, descartamos e gerenciamos os plásticos. Ou seja, com uma combinação de mudanças políticas, inovações tecnológicas e conscientização pública, é possível reduzir a poluição por microplásticos e proteger nossos ecossistemas e nossa saúde para as futuras gerações.

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Resumo – Perguntas e Respostas sobre Microplásticos

O que são microplásticos?

Microplásticos são pequenos fragmentos de plástico, geralmente menores que 5 mm de diâmetro, que se dividem em microplásticos primários, como microesferas de cosméticos, e microplásticos secundários, gerados pela degradação de plásticos maiores.

Quais são as principais fontes de microplásticos?

As principais fontes incluem produtos de higiene pessoal com microesferas, lavagem de roupas sintéticas (que liberam microfibras), o desgaste de pneus durante a condução e principalmente a fragmentação de plásticos maiores, como garrafas e sacolas.

Qual é o impacto dos microplásticos no meio ambiente?

Os microplásticos são ingeridos por diversos organismos marinhos, causando obstrução do sistema digestivo, bioacumulação de substâncias tóxicas e impacto na reprodução e crescimento das espécies, afetando assim toda a cadeia alimentar e a biodiversidade marinha.

Como os microplásticos afetam a saúde humana?

Os microplásticos podem causar inflamação, desregulação hormonal e estresse oxidativo. Estudos mostram que partículas menores podem atravessar barreiras celulares e se acumular em órgãos, aumentando assim as preocupações com possíveis efeitos de longo prazo.

O que podemos fazer para reduzir os microplásticos no ambiente?

Podemos evitar produtos de higiene com microesferas, instalar filtros em máquinas de lavar para capturar microfibras, reciclar plásticos sempre que possível. Principalmente, apoiar políticas públicas que proíbam o uso de microplásticos em produtos e melhorem a gestão de resíduos.


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