O que é Mobilidade Compartilhada?
Mobilidade compartilhada é um sistema de transporte onde recursos como veículos, bicicletas e outros meios são utilizados coletivamente de maneira eficaz. Esse conceito abrange serviços de carros compartilhados (a exemplo de Uber e Lyft), bicicletas compartilhadas, scooters elétricos e sistemas integrados de transporte público.
O propósito da mobilidade compartilhada é ser uma opção viável em contraponto ao transporte individual tradicional, otimizando o uso dos recursos e diminuindo tanto o congestionamento nas cidades quanto a emissão de poluentes.
Benefícios da Mobilidade Compartilhada:
Menos carros nas ruas significam menos trânsito e mais agilidade para se locomover na cidade. Com menos carros em circulação, há uma redução significativa na emissão de gases poluentes, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar. Po isso, A Mobilidade Compartilhada oferece opções de transporte mais acessíveis para pessoas que não possuem carro próprio.
Principalmente, ao optar por meios de transporte compartilhados, contribuímos para a preservação do meio ambiente e para a construção de cidades mais sustentáveis. Alé do mais, a Mobilidade Compartilhada gera novos empregos e oportunidades de negócio nas cidades.
Mobilidade Compartilhada: O acesso é mais poderoso do que a posse
Há 100 anos, as pessoas queriam se locomover e não podiam. Henry Ford resolveu este problema com o desenvolvimento da linha da montagem e a popularização do automóvel particular. Hoje, os carros particulares são um problema para a sociedade e para as grandes cidades. Mas não se preocupe, os Millennials, a revolução tecnológica e a Mobilidade Compartilhada já estão buscando soluções. Arraste para baixo que te explicarei melhor.
Vamos entender o problema…
Acredito que não seja necessário dedicar muitas linhas deste texto para explicar que os carros se tornaram um grande problema para a sociedade moderna. Não é mesmo? Afinal de contas, quem nunca ficou preso em um congestionamento ou passou uma quantidade absurda de tempo procurando um local para estacionar?
A popularização do carro particular fez gerar a sociedade do automóvel, onde o grande sonho de consumo é ter seu primeiro carro. Entretanto, essa sociedade baseada em veículos particulares, não se preparou para suportá-los em demasia. Isso acabou gerando o fenômeno dos congestionamentos sem fim. Igualmente vieram os problemas: da poluição urbana e também o do maior responsável por mortes de jovens no mundo, os acidentes de trânsito.
Quando os efeitos negativos do excesso de carros nas cidades começaram a aparecer, muitas pessoas passaram a afirmar que os veículos particulares são um mal necessário. No entanto, a realidade destoa deste pensamento comum e mostra a urgência por mudanças.
Os carros se tornaram um problema no Brasil e em diversos outros países. Por que? No brasil houve a questão de desinteresse no investimento em transporte público de qualidade. Enquanto que em diversos países ao redor do mundo previram que a massificação dos carros seria um problema. Então, passaram a investir de forma excessiva nos sistemas de transporte público coletivo.
Claramente, isso não se aplicou ao Brasil. Por essa razão, enfrentamos um grande problema atualmente. Assim, a mobilidade compartilhada pode ser a solução.
O Carro é o “novo cigarro”
O carro é o “novo cigarro” pois ambos compartilham várias características.
Mas por qual motivo o carro seria o “novo cigarro”? Por que os dois soltam fumaça, são caros e matam milhões de pessoas ao redor do mundo todos os anos? Sim, por isso e por vários outros fatores. Por exemplo:
No início do século XX, o hábito de fumar representava um determinado status social, bem como ser proprietário de um carro. Os cigarros eram caros, assim como os carros. Apareciam em filmes de Hollywood o tempo todo. Passavam aquela imagem de James Dean e Audrey Hepburn. Sabe? Uma imagem que dizia: quem fuma é cool, é legal. Este adjetivo também se adequava para quem tinha um carro, pois isso se relacionava com o atingimento de uma vida bem sucedida.
Acontece que o avanço da medicina identificou os malefícios do cigarro para a saúde humana. Por isso desde a década 50, os governos ao redor do mundo iniciaram fortes campanhas antitabagistas. Ficou claro que fumar é hábito danoso à saúde humana. Principalmente porque que não traz nenhum tipo de benefício. Logo, o cigarro deixou de ser um artigo de luxo e passou a ser visto como um vício inconsequente.
Malefícios dos automóveis
Na década de 70 já se falava sobre os malefícios dos automóveis para a sociedade. Nas grandes capitais desenvolvidas, o trânsito em excesso já era um problema. Mas a má vontade em se investir em sistemas de transportes públicos de qualidade e que atendessem às reais necessidades dos usuários, acabou criando a ideia de que os carros são um mal necessário.
Os carros são responsáveis por emitir cerca de 72,6% do Monóxido de Carbono nas grandes cidades. Essa é uma das principais causas de mortes entre os jovens de 20 a 35 anos. Isso sem mencionar os engarrafamentos quilométricos e a ineficiência dos automóveis. Portanto, ao usarmos a mobilidade compartinhada podemos ajudar o planeta.
Você sabia que os carros são ineficientes?
Talvez a melhor forma de convencer uma pessoa a não comprar um carro seja explicando o simples fato de que, investir em um automóvel, nos dias de hoje, pode ser uma furada. Simplesmente um mau negócio.
A seguir, iremos explorar dois dados sobre a ineficiência dos carros. Te garanto que será interessante!
Um carro passa, em média, 96% de sua vida útil parado.
Exatamente! Cerca de 96% da vida útil de um carro é desperdiçada, pois ele está parado, estacionado, fora de uso. Os carros foram inventados para resolver o problema de mobilidade das pessoas. Logo, eles foram criados para transportar pessoas, e quando não estão transportando pessoas, estão ociosos.
A ociosidade tem um custo, e ele é alto
Vamos lá! O custo anual médio para manter um carro popular no Brasil varia entre R$ 25.000 e R$ 29.000. A partir da premissa de que um carro passa em média 96% do tempo parado, não cumprindo com sua função de transporte: pode-se então dizer que 96% destes R$ 29.000 representam o custo de ociosidade desse carro. Ou seja, R$ 27.840 é o valor que se paga, anualmente, por um carro parado.
Outro ponto interessante sobre a ociosidade de um carro é o fato de que os veículos são geralmente projetados para levar até cinco pessoas. Entretanto, a taxa de ocupação média dos veículos de passeio no Brasil varia entre 1,4 e 1,5%. Isso quer dizer que mesmo quando seu carro está em movimento, ele está ocioso, pois sobram vagas no veículo. Então, poderia ser útil para a mobilidade compartilhada ou simplesmente descartado.
O futuro sem carros
Muito tem se falado sobre um futuro onde os carros não terão mais a figura do motorista. Bem, os carros autônomos já são uma realidade e a cada dia novas experiências com esses veículos surgem pelo mundo afora.
Mas estamos falando sobre um futuro sem carros e não sobre um futuro sem motoristas. Já começamos a caminhar para uma realidade onde teremos muito menos veículos do que hoje, e fala-se de uma diminuição expressiva.
Esse fato torna-se mais concreto com a compreensão de que os carros autônomos não serão veículos particulares. A ideia de ser proprietário de um veículo já começou a entrar em desuso, muito impulsionada pelo comportamento social dos millennials, que tende a se concretizar na sociedade.
As novas gerações já acreditam que a posse é um valor subestimado. Os Millennials e a Geração Z acreditam no valor das experiências, em detrimento da posse de bens. Essas gerações procuram acesso e não a propriedade de algo. Portanto é neste ponto que entra a Economia Compartilhada e o poder da tecnologia.
A Mobilidade Compartilhada é o futuro
O desenvolvimento da tecnologia e a popularização da internet vem transformando os mercados globais e a sua oferta. A transformação de bens em serviços tem se difundido pelos quatro cantos do mundo. Todos os dias surgem novas startups e novos modelos de negócios focados na transformação de bens em serviços que sejam acessíveis e focados em atender as reais demandas de uma sociedade altamente tecnológica e conectada.
A Economia Compartilhada e estes novos modelos de negócios, baseados na indústria dos serviços em detrimentos dos bens, possuem duas premissas básicas para prosperar e se expandirem ao redor do globo, sendo essas:
A Mobilidade Compartilhada – Capacidade excedente
Você se lembra daqueles 96% de tempo em que um carro passa parado? Esse período ocioso é exatamente o que chamamos de capacidade excedente.
Podemos entender a Capacidade Excedente como toda e qualquer estrutura de suporte instalada e não utilizada, total ou parcialmente, estando assim, disponível para compartilhamento.
Simplificando, podemos dizer que um carro que possui a completa capacidade para rodar por 10 horas em um dia levando até cinco passageiros, mas que passa oito horas estacionado e quando está em movimento leva apenas um passageiro, é uma infraestrutura instalada parcialmente não utilizada e disponível para compartilhamento. Daí surge o Uber, a Zipcar, os aplicativos de bicicletas compartilhadas, Scooters elétricas e afins.
A capacidade excedente é o principal pilar da Mobilidade Compartilhada do futuro, uma vez que os veículos tendem a ser utilizados por maiores quantidades de tempo e transportar maiores quantidades de passageiros, tornando-se assim, mais eficientes.
Disposição para se conectar e contribuir com uma comunidade
Pode parecer estranho afirmar que a disposição para se conectar e contribuir com uma comunidade é premissa para o desenvolvimento da Economia Compartilhada, mas essa é essencialmente a chave para o sucesso deste novo modelo de estrutura econômica.
As novas gerações já compreenderam que não podemos seguir consumindo como nossos pais ou nossos avós. O planeta já deixou muito claro que não vai suportar a pressão ambiental de sustentar os luxos de uma sociedade com cerca de nove bilhões de habitantes proprietários de carros particulares, que por sua vez, passam 96% do tempo estacionados.
As cidades não suportam mais tantos carros
As cidades também estão à beira de um colapso de tráfego. Não podem mais suportar o aumento na quantidade de veículos transitando diariamente. E é exatamente por isso que cidades como Nova York, Londres e Seul já implementaram programas com medidas drásticas para desestimular a utilização de carros particulares e para promover a mobilidade compartilhada.
Além dos aspectos específicos relacionados à mobilidade, podemos também citar que o espaço urbano não comporta e não pode mais aceitar que existam duas vagas de estacionamento para cada carro em uma cidade. Parece absurdo, mas isso é uma realidade. Estes espaços poderiam e deveriam estar sendo utilizados por um conjunto muito mais amplo da sociedade e é exatamente isso que acontecerá.
Com a diminuição da quantidade de carros, as vagas de estacionamento se tornaram inúteis. Em conclusão, esse fato é aliado do fortalecimento da crença de que esse espaço deve servir aos seus habitantes, e não aos seus carros.
Sendo assim, muito em breve veremos avenidas transformando-se em parques. Prédios de estacionamento sendo convertidos em moradias. A revolução da mobilidade compartilhada possui a capacidade de alterar drasticamente o cenário das cidades, assim como a qualidade de vida das pessoas que ali habitam.
A Revolução da Mobilidade Compartilhada também é a Revolução do Pensamento Social
As novas gerações assumiram que essa é uma tarefa coletiva. Por isso se mostram dispostas e animadas em construir um novo modelo de organização, tanto da sociedade quanto da economia. Apostam cada vez mais no compartilhamento de coisas que possuem uma capacidade excedente. E quando digo coisas, é porque são coisas mesmo.
E não pense que o futuro da mobilidade compartilhada vai ser apenas construído por meio de iniciativas privadas, pois o governo também tem sua parcela de responsabilidade. Podemos prever que o governo terá de se adaptar às novas demandas da sociedade. Veja bem, quando falamos em demandas de compartilhamento de mobilidade, estamos falando sobre transporte público de qualidade que atenda às reais necessidades da sociedade.
A mudança governamental é sempre mais lenta do que esperamos. Mas acredite, virá! Sem sombra de dúvidas! E por mais que todas estas previsões e que todos estes cenários ainda pareçam muito distantes da realidade brasileira, podemos começar a nos acostumar com estas ideais. Pois são novos conceitos que vieram para ficar porque são inadiáveis. A revolução tecnológica e comportamental ganha força todos os dias, e pode ser que muito em breve ela nos surpreenda ainda mais.
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