Pecuária de Corte – o que é?

Pecuária de corte no Brasil

A pecuária de corte é o ramo da agropecuária dedicado à criação de gado bovino para a produção de carne. O Brasil se destaca como um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do mundo, e a escolha das raças adequadas tem um papel fundamental na produtividade e na qualidade da carne oferecida.

Neste post, vamos apresentar o que caracteriza a pecuária de corte, como funciona o manejo dos animais e uma lista com as principais raças de gado de corte criadas no Brasil.

Como funciona a pecuária de corte?

Na pecuária de corte, a criação de bovinos tem com o objetivo de gerar carne de qualidade para consumo. Esse processo envolve várias etapas, desde o nascimento dos bezerros até o abate dos animais, que geralmente ocorre quando eles atingem o peso ideal e a idade apropriada para maximizar o rendimento de carne.

Principais etapas da pecuária de corte:

  1. Criação: Os bezerros são criados em um sistema que pode ser extensivo (em grandes áreas com pasto) ou intensivo (com confinamento e ração controlada).
  2. Engorda: A fase de terminação, em que os animais recebem uma dieta balanceada para atingir o peso desejado, é crucial para o rendimento e a qualidade da carne.
  3. Abate: Geralmente realiza-se o abate em frigoríficos com controle rigoroso para garantir a segurança alimentar e o bem-estar animal.

Principais Raças de Gado de Corte no Brasil

A escolha da raça influencia diretamente a eficiência de produção, o ganho de peso e a qualidade da carne. No Brasil, algumas raças de bovinos se destacam pela sua adaptabilidade ao clima tropical e pelo rendimento no corte. Abaixo estão as principais raças utilizadas na pecuária de corte:

1. Nelore

  • Origem: Índia
  • Características: Essa raça é a mais comum no Brasil, representando cerca de 80% do rebanho bovino. O Nelore é conhecido por sua resistência ao clima quente, sua facilidade de ganho de peso a pasto e seu excelente rendimento de carne.
  • Curiosidade: É uma das raças mais utilizadas no sistema extensivo.
Pecuária extensiva – vantagens e desvantagens

Pecuária extensiva – vantagens e desvantagens

2. Angus

  • Origem: Escócia
  • Características: O Angus é famoso pela qualidade da carne, com alto teor de marmoreio (gordura entremeada), o que torna a carne mais macia e saborosa. Essa raça é frequentemente usada em cruzamentos industriais para melhorar a qualidade do rebanho.
  • Curiosidade: A carne de Angus é uma das mais valorizadas no mercado de carnes premium.

3. Brahman

  • Origem: Estados Unidos, a partir de raças indianas
  • Características: O Brahman tem excelente resistência ao calor e resistência a doenças, tornando-se uma boa opção para regiões tropicais. Sua carne tem bom rendimento, e a raça é apreciada tanto em sistemas extensivos quanto semi-intensivos.
  • Curiosidade: Esta raça é muito usada em cruzamentos para melhorar a resistência dos animais.

4. Hereford

  • Origem: Inglaterra
  • Características: Hereford é uma raça com boa conversão alimentar e facilidade de engorda. Sua carne é de alta qualidade, com uma boa quantidade de marmoreio, similar à do Angus, o que a torna bastante valorizada.
  • Curiosidade: A raça Hereford se encontra principalmente no sul do Brasil, onde o clima é mais ameno.

5. Simental

  • Origem: Suíça
  • Características: Simental é uma raça versátil, usada tanto para corte quanto para produção de leite. Ela se destaca pelo rápido ganho de peso e pela boa qualidade de carne.
  • Curiosidade: No Brasil, o Simental é mais utilizado em cruzamentos com outras raças de corte.

6. Senepol

  • Origem: Ilhas Virgens
  • Características: Senepol é uma raça tropical com excelente adaptação ao calor. Ela se caracteriza pela facilidade de manejo, pela resistência ao estresse térmico e pela qualidade da carne, com baixo teor de gordura.
  • Curiosidade: Esta raça tem se tornado cada vez mais popular no Brasil devido à sua resistência e rendimento.

7. Charolês

  • Origem: França
  • Características: O Charolês é conhecido por seu rápido ganho de peso e pela excelente qualidade de carne, com carcaças maiores e bom rendimento. Essa raça é muitas vezes cruzada com outras para melhorar a produtividade de rebanhos.
  • Curiosidade: Sua carne é mais magra, o que a torna uma escolha comum para cortes que exigem menor teor de gordura.

Dicas para Sucesso na Pecuária de Corte

  1. Escolha da raça: A escolha da raça deve levar em conta fatores como clima, disponibilidade de pastagem e o objetivo final (carne premium ou produção em larga escala).
  2. Manejo adequado: Investir em técnicas adequadas de manejo é essencial para garantir a saúde dos animais e a qualidade da carne. Isso inclui controle de doenças, vacinação e monitoramento nutricional.
  3. Sistemas de produção: Definir o sistema de produção (extensivo, semi-intensivo ou intensivo) é fundamental para o sucesso. O confinamento pode aumentar a produtividade, mas exige mais investimento, enquanto o pasto é mais barato, mas pode demorar mais para o retorno.
  4. Tecnologia: O uso de tecnologia na pecuária, como softwares de gestão, monitoramento por drones e alimentação automatizada, pode otimizar a produtividade e reduzir custos operacionais.

Relação da Pecuária de Corte com a sustentabilidade

A relação entre a pecuária de corte e a sustentabilidade é um tema cada vez mais relevante, principalmente devido ao impacto ambiental que a criação de gado pode gerar. A produção de carne bovina é uma atividade econômica importante, mas também apresenta desafios relacionados à emissão de gases de efeito estufa, desmatamento, uso da água e degradação do solo. No entanto, existem práticas e tecnologias que podem tornar essa atividade mais sustentável.

Desafios ambientais da pecuária de corte

  • Emissão de gases de efeito estufa: A pecuária bovina é responsável por uma grande parcela da emissão de metano (CH₄), um gás produzido durante a digestão dos ruminantes e que tem um potencial de aquecimento global muito superior ao do dióxido de carbono. Segundo a FAO, a pecuária responde por cerca de 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa
  • Uso intensivo de água e solo: A criação de gado demanda grande quantidade de água, tanto para hidratar os animais quanto para produzir ração e pasto. O manejo inadequado da pastagem pode resultar em compactação do solo e perda de sua fertilidade.

    Leia mais: Sustentabilidade na Pecuária do Brasil – O que é, possibilidades e desafios (Abre numa nova aba do navegador)

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