Como a pesca impacta a sustentabilidade do nosso planeta?
A pesca é uma atividade que deixou de ser sustentável para se tornar um problema cujos impactos afetam a sustentabilidade do Brasil e do mundo. É uma prática que existe há milênios e que está presente na vida de muitas pessoas, seja para o consumo próprio, para a venda ou como recreação.
Mas, com o passar do tempo, ela foi se modernizando e hoje em dia é possível encontrar diversos tipos de equipamentos e técnicas que facilitam a captura dos peixes. Por isso ela também tem se tornado cada vez mais destrutiva para os rios, mares e oceanos.
Para entender como ela passou de uma atividade de subsistência para uma prática predatória que impacta na sustentabilidade do planeta, primeiro vou mostrar a evolução da pesca e seus os impactos sobre os ecossistemas aquáticos. Depois, vou falar sobre como o Brasil trata a pesca e analisar: será que é possível termos uma pesca sustentável?
A evolução da pesca ao longo do tempo
De acordo com o Relatório da FAO (Food and Agriculture Organization), a pesca é responsável por cerca de 17% dos alimentos consumidos pelo homem.
Ela tem sido praticada há milhares de anos, pois fornece alimentos, renda e lazer para muitas comunidades. No entanto, suas técnicas mudaram drasticamente ao longo dos tempos.
Inicialmente, os pescadores usavam apenas linhas de pesca, iscas e armadilhas para capturar peixes. Estas técnicas tinham como principal objetivo o sustento próprio e o abastecimento do comércio local. Até mesmo porque eram relativamente ineficientes, pois os pescadores podiam pegar apenas pequenas quantidades de espécies aquáticas.
Mas, com o crescimento da pesca industrial e com os avanços tecnológicos, novos métodos de captura foram desenvolvidos, como os grandes navios pesqueiros e suas múltiplas ferramentas, bem como as grandes redes de arrasto, que podem aprisionar grandes quantidades de peixes.
Ou seja, passamos de uma pesca artesanal para uma pesca mais industrial.
Os impactos da pesca nos rios e oceanos
De fato, as novas técnicas são extremamente eficazes na captura de peixes, mas também provocam impactos negativos nos oceanos, rios e mares.
As grandes redes de arrasto causam danos aos ecossistemas aquáticos, pois arrastam tudo o que está no caminho, incluindo peixes, crustáceos e outros seres vivos. Além disso, estes equipamentos podem destruir corais e outras formações rochosas.
Outro grande problema é o derramamento de combustíveis dos barcos e navios pesqueiros, o que causa principalmente a intoxicação dos animais marinhos.
Além disso, o descarte dos resíduos da pesca, como as embalagens plásticas das iscas artificiais, e o abandono das redes também contribuem para deteriorar a qualidade da água e afetar os organismos aquáticos.
Como resultado, o uso indiscriminado desses métodos de captura tem causado a morte de milhões de peixes e outros seres aquáticos. Também tem contribuído para a sobrepesca, isto é, para a captura de mais peixes do que o necessário para manter a população.
Portanto, esta prática de sobrepesca tem levado ao esgotamento de muitas espécies. E claro, isso afeta diretamente na biodiversidade dos mares, rios e oceanos.
Dados da FAO revelam que a demanda por alimentos aquáticos deve aumentar em 15% até 2030, alcançando mais de 21 kg per capita. Segundo a organização, o aumento será impulsionado pela urbanização, aumento de renda e por tendências alimentares focadas na saúde e bem-estar.
Sendo assim, fica claro perceber que adotar medidas para promover a pesca sustentável é urgente.
Soluções para uma pesca sustentável
Embora muitos países estejam adotando medidas para reduzir os impactos da pesca no meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável, ainda há muito trabalho a ser feito. De acordo com o ODS 14, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, há uma grande necessidade de conservar os ecossistemas aquáticos bem como as vidas que nele habitam.
Neste sentido, é essencial que os governos e as comunidades pesqueiras implementem medidas eficazes para limitar a pesca exploratória e proteger as áreas marinhas.
Como soluções que podem ser implementadas, destacam-se por exemplo:
- Adoção de limites de captura;
- Regulamentação do uso de certos equipamentos; e
- Implementar programas de educação e conscientização da população para incentivar a pesca sustentável.
Mas, será que o nosso país se preocupa com a pesca? Vamos descobrir no próximo tópico.
Como o Brasil cuida da pesca?
O Brasil tem uma das maiores reservas de recursos pesqueiros do mundo e é responsável por cerca de 5% da produção mundial de pescado.
No entanto, o país, assim como todo o planeta, também enfrenta muitos desafios relacionados à atividade, incluindo a sobrepesca, o uso de técnicas predatórias e a destruição dos habitats aquáticos.
Atualmente, o Brasil regulamenta as atividades pesqueiras através de vários instrumentos normativos, como a Lei nº 11.959/2009, que dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca.
Além disso, por aqui vem sendo promovido o cultivo de espécies (aquicultura) e sendo incentivado o uso de tecnologias sustentáveis para melhorar a gestão da pesca.
Você também pode fazer a sua parte
Promover a pesca sustentável é essencial para garantir uma vida saudável e equilibrada dos oceanos e rios. Para isso, é importante criar e aumentar a conscientização da população sobre os danos que a pesca descontrolada pode causar e incentivar as boas práticas a serem adotadas.
E você, por exemplo, para ajudar que a pesca não impacte negativamente o meio ambiente, pode:
- Escolher consumir peixes sustentáveis. Então, antes de comprar peixe, verificar se ele é de fontes sustentáveis. Hoje tem até aplicativos que te ajuda a tomar decisões conscientes em relação a isso;
- Reduzir o desperdício, ou seja, ao cozinhar peixe, aproveite ao máximo cada parte e evite jogar partes comestíveis fora. E se sobrar, congele-o para usá-lo em outra ocasião;
- Apoiar a pesca local. Você pode fazer isso comprando de pescadores locais que usam práticas sustentáveis. Assim, você ainda contribui com a economia local;
- Conhecer as leis de pesca. Isso é importante porque assim você sabe quais são as diretrizes de tamanho e quantidade de peixes que podem ser capturados;
- Apoiar organizações de conservação que trabalham para proteger ecossistemas marinhos; e
- Consumir menos peixe, buscando alternativas a este tipo de alimento.
Viu como atitudes simples do dia a dia ajudam a garantir a sustentabilidade do planeta?
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