Fungicidas são produtos usados para combater e prevenir doenças causadas por fungos em plantas. Essas doenças podem atacar folhas, raízes, frutos e caules, prejudicando o desenvolvimento da lavoura e causando grandes perdas na produção agrícola.
Neste artigo, você vai entender o que são os fungicidas, como eles funcionam no controle dos fungos, quais são os principais tipos utilizados, quais são os cuidados ao aplicar, os riscos ambientais e como a ciência vem buscando alternativas mais sustentáveis.
De acordo com a FAO – Organização da ONU para Alimentação e Agricultura, cerca de 20% das colheitas agrícolas no mundo são perdidas todos os anos devido a doenças fúngicas. Por isso, o uso de fungicidas tem papel fundamental na proteção de culturas como soja, trigo, arroz, milho, tomate, uva e muitas outras.
Mas afinal, como esse tipo de produto age nas plantas?
Atuação dos fungicidas no combate a doenças fúngicas
Fungicidas são substâncias que interrompem o desenvolvimento dos fungos ou eliminam seus esporos, impedindo que eles infectem ou destruam os tecidos vegetais. Esses produtos podem ser aplicados diretamente nas plantas, no solo, nas sementes ou até na água de irrigação.
Eles atuam de diferentes formas, dependendo do tipo e da formulação. Alguns fungicidas formam uma camada protetora na superfície da planta, impedindo que o fungo entre. Outros são absorvidos pelos tecidos da planta e combatem os fungos por dentro, mesmo depois da infecção começar.
Além disso, o fungicida pode ser:
- Curativo, quando trata uma infecção que já começou.
- Preventivo, quando impede a entrada do fungo.
- Erradicante, quando elimina o fungo do local de infecção.
Essa diversidade de ações permite que os agricultores protejam suas lavouras em diferentes fases do cultivo.
Mas será que todos os fungicidas são iguais?
Tipos de fungicidas e suas principais características
Os fungicidas podem ser classificados de várias maneiras, mas a divisão mais comum se baseia na forma como eles agem e como se comportam na planta. Veja os principais tipos:
- Fungicidas de contato: Ficam na superfície das plantas e agem apenas no local onde foram aplicados. Usados para prevenção e precisam ser reaplicados com frequência, principalmente após chuvas. Por exemplo: mancozebe.
- Fungicidas sistêmicos: Penetram nos tecidos da planta e se espalham por ela. São mais eficazes no controle de infecções internas e oferecem proteção por mais tempo. Exemplo: tebuconazol.
- Fungicidas protetores: Atuam antes da infecção, criando uma barreira física ou química contra a entrada do fungo. Exemplo: cobre metálico.
- Fungicidas curativos: Combatem o fungo após o início da infecção, bloqueando seu desenvolvimento. Precisam de aplicação no início dos sintomas. Por exemplo: azoxistrobina.
- Fungicidas multissítios e sítio-específicos: Multissítios: atacam o fungo em vários pontos do metabolismo, dificultando a resistência.
- De sítio-específicos: atuam em um único processo do fungo, sendo mais potentes, mas com maior risco de resistência.
Observação: A escolha do tipo ideal depende da cultura, do estágio da doença, bem como das condições climáticas do local.
Principais usos dos fungicidas na agricultura e nas lavouras
Os fungicidas são usados em praticamente todas as culturas agrícolas, desde pequenas hortas até grandes plantações. Principalmente:
- Soja: doenças como ferrugem asiática são combatidas com fungicidas sistêmicos.
- Milho e trigo: recebem aplicações contra mancha foliar, ferrugem e podridões.
- Uva e frutas cítricas: usam fungicidas para prevenir o míldio, oídio e podridão.
- Tomate e batata: combatem doenças como requeima e pinta-preta com fungicidas de contato e curativos.
- Arroz: o uso de fungicidas é comum para controle de brusone.
Além do uso em grandes lavouras, os fungicidas também aparecem em viveiros, floriculturas e hortas urbanas.
Mas será que existem riscos no uso desses produtos?
Riscos e cuidados no uso de fungicidas: o que todo produtor precisa saber
Embora os fungicidas ajudem a proteger as plantas, o uso incorreto pode causar danos ambientais e à saúde humana. Por isso, é essencial seguir boas práticas de manejo.
Um dos principais riscos está na resistência dos fungos. Quando se usa um fungicida de forma repetitiva e sem rotação, os fungos podem se adaptar e deixar de impedir a afetação por ele. Por fim, isso exige mais aplicações e produtos mais fortes, o que agrava o problema.
Além disso, o uso excessivo pode contaminar o solo, a água e os alimentos, afetando organismos benéficos e até a saúde de quem aplica o produto.
Para evitar esses problemas, é necessário:
- Usar equipamentos de proteção individual (EPI) na aplicação.
- Respeitar o intervalo de segurança antes da colheita.
- Fazer rotação de princípios ativos para evitar resistência.
- Aplicar somente a dose recomendada na bula.
- Armazenar os produtos de forma segura e correta.
Esses cuidados garantem mais segurança e eficácia no uso dos fungicidas.
Felizmente, a pesquisa científica já busca soluções mais sustentáveis.
Fungicidas naturais e alternativas mais sustentáveis para o controle de fungos
Com o avanço da agricultura sustentável, muitas pesquisas vêm desenvolvendo fungicidas biológicos e naturais, que têm menor impacto no meio ambiente.
Entre as opções mais estudadas estão:
- Extratos de plantas com ação antifúngica, como alho, nim e citronela.
- Microrganismos antagonistas, como fungos e bactérias que combatem os patógenos de forma natural.
- Biofungicidas comerciais, à base de Bacillus subtilis e Trichoderma spp., já usados em cultivos orgânicos.
Essas alternativas não substituem completamente os fungicidas tradicionais, mas podem reduzir o número de aplicações químicas e aumentar a sustentabilidade da produção.
Além disso, técnicas como o manejo integrado de doenças e a escolha de variedades resistentes também ajudam a controlar os fungos sem depender apenas de produtos químicos.
Por fim, veja as perguntas mais comuns sobre fungicidas e suas respostas.
Resumo com perguntas e respostas
Substâncias usadas para prevenir e combater doenças causadas por fungos nas plantas, protegendo lavouras e aumentando assim a produção agrícola.
Fungicidas de contato, sistêmicos, protetores, curativos e erradicantes. Ou seja, cada um atua de forma diferente no controle dos fungos.
Na produção de soja, milho, trigo, tomate, uva, arroz e outras culturas sensíveis a doenças fúngicas.
Resistência dos fungos, contaminação ambiental, intoxicação de trabalhadores e principalmente resíduos nos alimentos.
Sim, como fungicidas naturais, extratos vegetais e biofungicidas, que ajudam a controlar fungos com menor impacto ambiental.