Desmatamento na Amazônia – Impactos e consequências no bioma

Desmatamento na Amazônia

O desmatamento na Amazônia é uma das questões ambientais mais críticas da atualidade. A Amazônia, frequentemente referida como os “Pulmões da Terra”, desempenha um papel vital na regulação do clima global, abrigando uma biodiversidade incomparável e sendo um recurso essencial para milhões de pessoas. No entanto, a floresta está sob constante ameaça devido à crescente pressão humana e atividades econômicas insustentáveis.

Desmatamento no Brasil – Impactos, dados combates e soluções (Abre numa nova aba do navegador)

Você já pensou nas consequências que podemos causar com o avanço do desmatamento no bioma Amazônia?

Veja bem, o avanço do desmatamento na Amazônia é um problema grave que pode trazer diversos impactos negativos, tanto para o meio ambiente como para a sociedade.

De janeiro a setembro de 2022, a área de floresta derrubada na Amazônia Legal atingiu 9.069 km², um número quase oito vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro.

No gráfico você perceber a velocidade do desmatamento durante o período de apenas 14 anos. Um crime dificilmente remediável!

Observou no mapa o que aconteceu nos anos de 2021 e 2022? (governo Bolsonaro)

Causas do Desmatamento na Amazônia

O desmatamento na Amazônia é impulsionado por várias atividades humanas. A agricultura e a pecuária são os principais responsáveis, com vastas áreas de floresta sendo convertidas em pastagens e plantações. A exploração madeireira ilegal também contribui significativamente, removendo árvores valiosas e degradando o habitat. A mineração, especialmente para ouro e outros minerais, provoca destruição extensa e contaminação ambiental. Além disso, a expansão urbana e a construção de infraestrutura, como rodovias e barragens, fragmentam ainda mais a floresta. Neste artigo vamos explorar essa questão em 5 tópicos principais:

  • A agricultura e a pecuária e uso de agrotóxicos
  • Exploração de madeira ilegal
  • Mineração e lançamento de efluente
  • Expansão urbana e construção de infraestrutura
  • Incêndios florestais.

1. Impacto do desmatamento causado pela agricultura, pecuária e uso de agrotóxicos

A Amazônia, o maior bioma tropical do mundo, enfrenta um dos desafios mais complexos da atualidade: conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação ambiental. A agricultura, a pecuária e o uso de agrotóxicos na região figuram como atividades centrais nesse debate, gerando impactos socioambientais significativos que exigem soluções urgentes e inovadoras.

A História dos Agrotóxicos: venenos descobertos na segunda guerra mundial

A História dos Agrotóxicos: venenos descobertos na segunda guerra mundial

Panorama Atual

Nas últimas décadas, a atividade agropecuária experimentou um crescimento acelerado na Amazônia, impulsionada pela demanda por alimentos e pela busca por novas áreas produtivas. Essa expansão se deu, em grande parte, por meio do desmatamento, com impactos negativos sobre a biodiversidade, o clima e os recursos hídricos.

Segundo dados do MapBiomas, entre 2000 e 2020, a área desmatada para a expansão da agricultura na Amazônia aumentou 41%, alcançando um total de 104,8 milhões de hectares.

Em 2020, a agricultura foi responsável por 66% do desmatamento total na região, evidenciando seu papel preponderante na devastação da floresta.

Culturas Mais Preocupantes: A soja, o cacau, a cana-de-açúcar e a pecuária extensiva são as culturas que mais contribuem para o desmatamento na Amazônia.

Além disso, a pecuária extensiva, com criação de gado em pastagens degradadas, é o principal responsável pelo desmatamento na Amazônia. A baixa produtividade e a falta de investimento em técnicas sustentáveis contribuem assim para a perpetuação desse modelo insustentável.

Principalmente, o cultivo de commodities agrícolas, como soja, milho e algodão, também contribui para o desmatamento e a degradação ambiental na região. Assim, o uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes químicos gera impactos negativos sobre a qualidade do solo e da água, além de prejudicar a saúde das populações locais.

Impactos Socioambientais

O desmatamento para fins agrícolas é a principal ameaça à floresta amazônica, levando à perda de biodiversidade, à emissão de gases do efeito estufa e à fragmentação de habitats.

A pecuária extensiva e o uso inadequado de técnicas agrícolas contribuem para a degradação do solo, reduzindo sua fertilidade e capacidade de armazenamento de água.

Então, o uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes químicos contamina os recursos hídricos, afetando a qualidade da água para consumo humano, pesca e irrigação.

Por isso, a expansão da atividade agropecuária gera conflitos por terra, violação de direitos indígenas e tradicionais e perda de identidade cultural das comunidades locais.

Soluções pouco aplicadas para mitigar os impactos do desmatamento na Amazônia

  • Intensificação Sustentável da Agricultura
  • Pecuária Integrada à Floresta
  • Valorização da Produção Local
  • Desenvolvimento de Novas Tecnologias
  • Fortalecimento da Governança Ambiental
Agricultura Sustentável (ou Sustentabilidade na Agricultura) – o que é?

Agricultura Sustentável (ou Sustentabilidade na Agricultura) – o que é?

2. Exploração de madeira ilegal provocada pelo desmatamento na Amazônia

A exploração madeireira ilegal, uma atividade predatória que devasta a floresta amazônica em ritmo alarmante, representa um dos maiores desafios socioambientais do Brasil e do mundo. Essa prática nefasta, movida pela ganância e pelo descaso com o meio ambiente, gera consequências devastadoras para a biodiversidade, o clima e as comunidades locais.

Panorama Atual

A exploração madeireira ilegal na Amazônia assume proporções alarmantes, com estimativas que indicam que entre 20% e 30% da madeira extraída na região provêm de atividades ilegais.

Em 2022, a área desmatada por exploração madeireira ilegal na Amazônia atingiu 106.477 hectares, representando 27% do total do desmatamento na região.

Aumento Alarmante: Entre 2021 e 2022, o desmatamento por exploração madeireira ilegal na Amazônia aumentou 25%, evidenciando a intensificação dessa atividade criminosa.

Áreas Mais Afetadas: O estado do Pará lidera o ranking de desmatamento ilegal por exploração madeireira, seguido por Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Amazonas.

Além disso, os madeireiros ilegais invadem áreas de floresta protegida, cortam árvores ilegalmente e transportam a madeira em rotas clandestinas, muitas vezes com a conivência de autoridades locais corrompidas.

Assim, a madeira extraída ilegalmente abastece diversos mercados, tanto no Brasil quanto no exterior, alimentando a indústria de móveis, construção civil e outros setores.

Impactos devastadores do desmatamento para exploração de madeira na Amazônia

A exploração madeireira ilegal contribui para a perda de habitat e a extinção de diversas espécies de plantas e animais, fragilizando a rica biodiversidade da Amazônia.

Por isso, o corte ilegal de árvores desequilibra o ecossistema florestal, aumenta a erosão do solo e abre caminho para o avanço do desmatamento e do fogo. Como consequência, o desmatamento para exploração madeireira contribui significativamente para as emissões de gases do efeito estufa, intensificando assim o aquecimento global e suas consequências.

Principalmente, a exploração madeireira ilegal gera conflitos por terra, viola direitos indígenas e tradicionais e coloca em risco a segurança das comunidades locais.

Fatores que Contribuem para o Problema do desmatamento ilegal para exploração de madeira na Amazônia

  • A falta de fiscalização rigorosa e a aplicação ineficaz das leis ambientais facilitam a ação de madeireiros ilegais, que se aproveitam da impunidade para explorar a floresta de forma predatória.
  • A alta demanda por madeira barata em diversos setores, muitas vezes sem a devida preocupação com a origem legal do produto, alimenta o mercado ilegal de madeira.
  • A corrupção em diversos níveis da administração pública facilita a exploração madeireira ilegal, permitindo assim que madeireiros ilegais operem com impunidade e escapem da punição.
  • A falta de alternativas econômicas sustentáveis para as comunidades locais pode levar algumas pessoas a se envolverem com a exploração madeireira ilegal, buscando assim renda para sua subsistência.

Manejo Florestal Sustentável – O que é, princípios e benefícios (Abre numa nova aba do navegador)

3. Mineração e desmatamento – lançamento de efluentes na Amazônia

A mineração, especialmente a extração ilegal e predatória, se configura como um dos maiores desafios socioambientais da Amazônia. Essa atividade, impulsionada pela busca desenfreada por minérios como ouro, ferro e manganês, deixa um rastro de destruição na floresta, lançando efluentes tóxicos nos rios e colocando em risco a saúde das populações locais e o futuro do bioma.

Entre 2005 e 2015, a mineração foi responsável pelo desmatamento de 1,2 milhão de hectares na Amazônia brasileira, correspondendo a 9% da perda total de floresta nesse período

Em 2021, o desmatamento em áreas de mineração na Amazônia atingiu 125 km², um aumento de 62% em relação a 2018. Assim, os pedidos de mineração sobrepõem-se a 17,6 milhões de hectares de terras indígenas na Amazônia, o que representa 15% do total da área indígena na região.

Os impactos e os desafios da mineração na sustentabilidade

Os impactos e os desafios da mineração na sustentabilidade

Panorama Atual

A mineração ilegal, muitas vezes realizada sem licenças ambientais ou com o descumprimento das normas, se expande rapidamente na Amazônia, devastando áreas florestais e poluindo os rios. O garimpo, atividade artesanal de extração de ouro, é um dos principais vetores do desmatamento e da poluição na Amazônia. Garimpeiros, muitas vezes em situação de vulnerabilidade social, são atraídos pela promessa de riqueza fácil, mas causam danos irreparáveis ao meio ambiente.

2022: Dados do DETER/INPE revelam que o desmatamento por mineração na Amazônia em 2022 atingiu 101,7 km², um aumento de 11% em relação a 2021.

2023: Entre janeiro e agosto de 2023, a mineração já foi responsável pelo desmate de 76 km² de floresta, um valor superior ao desmatamento total por mineração em todo o ano de 2022.

Além do garimpo, grandes projetos minerários também representam uma ameaça à Amazônia, com o potencial de causar grandes impactos ambientais e sociais. Por exemplo, a ambição de desmatar para explorar as reservas de minérios já descobertos na Amazônia. Estão esquecendo da sobrevivência do planeta?

Garimpo na Amazônia
Garimpo em terras indígenas na Amazônia

Impactos devastadores do desmatamento para mineração na Amazônia

A mineração é responsável por um dos maiores índices de desmatamento na Amazônia. Áreas florestais são desmatadas para a instalação de garimpos, construção de infraestrutura e disposição de rejeitos.

Poluição dos Rios: Os efluentes lançados pelos garimpos e pelas grandes empresas mineradoras contêm metais pesados, agrotóxicos e outras substâncias tóxicas que contaminam os rios e colocam em risco a vida aquática.

Degradação do Solo: A mineração degrada o solo, reduzindo sua fertilidade e capacidade de armazenamento de água.

Impactos Sociais: A mineração gera conflitos por terra, viola direitos indígenas e tradicionais e coloca em risco a saúde das comunidades locais, que podem ser expostas a doenças e contaminação por metais pesados.

Lançamento de Efluentes Tóxicos:

O mercúrio, utilizado no processo de extração de ouro, é um dos principais poluentes lançados na Amazônia por atividades mineradoras. Essa substância tóxica se acumula na cadeia alimentar e pode causar graves problemas neurológicos em humanos e animais.

O cianeto, utilizado na extração de ouro e outros metais, também é um poluente altamente tóxico que pode causar a morte de peixes e outros animais aquáticos.

Portanto, a mineração gera grandes quantidades de sedimentos que podem assorear os rios, reduzir a oxigenação da água e prejudicar a reprodução de espécies aquáticas.

O Futuro da Mineração na Amazônia

O futuro da mineração na Amazônia depende da nossa capacidade de transformar esse modelo predatório em uma atividade responsável, que gere benefícios para as comunidades locais e para o meio ambiente. Através da combinação de ações rigorosas de combate à mineração ilegal, da promoção de alternativas econômicas sustentáveis e da conscientização da sociedade, podemos construir um futuro onde a floresta amazônica seja preservada e valorizada como um patrimônio inestimável para a humanidade.

4. Expansão do desmatamento para urbanização e construção de infraestrutura na Amazônia

A Amazônia enfrenta um dos desafios mais complexos da atualidade: conciliar o crescimento urbano e a construção de infraestrutura com a preservação ambiental. A expansão desordenada das cidades e a construção de grandes projetos, como rodovias, barragens e hidrelétricas:

Panorama Atual da urbanização e construção de infraestrutura na Amazônia

Entre 2010 e 2020, a população urbana na Amazônia aumentou 24%, enquanto a população rural teve um crescimento de apenas 2%. Ou seja, as cidades da Amazônia estão crescendo a um ritmo acelerado, impulsionado pelo êxodo rural e pela busca por melhores oportunidades de vida. Essa expansão urbana, muitas vezes desordenada, ocorre em áreas frágeis do ponto de vista ambiental, como várzeas e florestas.

Assim, as cidades da Amazônia sofrem com a falta de infraestrutura básica, como saneamento, transporte público e coleta de lixo. Essa carência contribui para a degradação ambiental e para a precarização da vida das populações locais.

A construção de grandes projetos de infraestrutura, como rodovias, barragens e hidrelétricas, é vista como um motor de desenvolvimento para a região. No entanto, esses projetos podem gerar impactos socioambientais significativos, como desmatamento, perda de biodiversidade e inundação de áreas florestais.

Desmatamento para infraestrutura na Amazônia
Desmatamento para infraestrutura na Amazônia

Impactos Socioambientais da urbanização e construção de infraestrutura na Amazônia

A expansão urbana e a construção de infraestrutura contribuem para o desmatamento da Amazônia, com perda de habitat para diversas espécies de plantas e animais.

Por outro lado, a ocupação desordenada do solo e a construção de infraestrutura inadequada podem levar à degradação do solo, reduzindo sua fertilidade e capacidade de armazenamento de água.

Além disso, o lançamento de esgoto e outros resíduos nos rios e igarapés da Amazônia causa a poluição da água, afetando a qualidade da água para consumo humano, pesca e irrigação.

Em suma, a expansão urbana desordenada na Amazônia gera conflitos por terra, violação de direitos indígenas e tradicionais, principalmente gera perda de identidade cultural das comunidades locais.

5. Desmatamento por incêndios florestais na Amazônia

Os incêndios florestais na Amazônia, eventos devastadores que assolam o bioma todos os anos, representam uma grave ameaça à rica biodiversidade da região, ao clima global e ao bem-estar das populações locais. As chamas que consomem hectares de floresta, liberando grandes quantidades de gases do efeito estufa, exigem ações urgentes e conjuntas para proteger esse patrimônio natural inestimável.

Panorama Atual dos incêndios florestais na Amazônia

Nas últimas décadas, a Amazônia tem registrado um aumento significativo na frequência e na intensidade dos incêndios florestais. Assim, em 2020, o número de focos de incêndio no bioma Amazônia atingiu o maior patamar em 10 anos, segundo dados do INPE.

Em 2022, a Amazônia registrou o maior número de focos de incêndio em 10 anos, com 84.279 focos, segundo dados do INPE.

Áreas Mais Afetadas: Os estados do Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso concentram a maior parte dos incêndios na região, com o Pará liderando as estatísticas

Além disso, as causas dos incêndios florestais na Amazônia são complexas e multifacetadas. O desmatamento ilegal, realizado para atividades agrícolas, pecuárias ou garimpo, é o principal fator responsável por esses eventos devastadores.

Além do desmatamento ilegal, outras causas de incêndios florestais na Amazônia incluem: queimadas controladas mal planejadas, secas prolongadas, raios e atividades criminosas intencionais.

Queimadas e a emissão dos gases do efeito estufa
Queimadas e a emissão dos gases do efeito estufa

Medidas para combater o desmatamento na Amazônia

Aumentar o número de fiscais e investir em tecnologias de monitoramento para identificar, conscientizar, bem como (até mesmo) punir os responsáveis pelo desmatamento.

Ampliar as áreas protegidas na Amazônia para preservar a biodiversidade e principalmente os serviços ecossistêmicos da floresta.

Investir em atividades econômicas que não impactem negativamente a floresta, como por exemplo, o ecoturismo e a agricultura familiar.

Principalmente, conscientizar a população sobre a importância da Amazônia e principalmente a necessidade de sua preservação.

Leia também

Bioma Amazônia – Clima, solo, hidrografia, flora e fauna

Bioma Amazônia – Clima, solo, hidrografia, flora e fauna

Respostas

Participe! 

Destaques da semana

Relacionados

Traduzir »
logo 123 ecos