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El Niño : O que é, Como Ocorre, Suas Consequências e Curiosidades

El Niño consequências
Saiba mais sobre o fenômeno El Niño e como ele afeta o clima global. Entenda qual o efeito do El Niño, causas e consequências.

O que é o El Niño?

O El Niño, é um fenômeno climático natural caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Essa mudança na temperatura das águas oceânicas desencadeia uma série de alterações nos padrões atmosféricos, que pode durar de 9 a 18 meses. Veja abaixo sobre causas, consequências e curiosidades sobre o El Niño.

Qual a origem do nome “El Niño”?

Pescadores peruanos, ao longo da história, notaram que, por volta do Natal, as águas do mar próximo à costa do Peru apresentavam um aumento anormal de temperatura. Essa mudança era prejudicial à pesca, pois diminuía a quantidade de peixes disponíveis.

Então, como o fenômeno geralmente se manifestava próximo ao Natal, os pescadores o associaram ao nascimento do “Menino Jesus”, em espanhol “Niño Jesus”. Daí a denominação “El Niño”, que significa “O Menino”, a mesma coisa serve também para sua irmã gêmea, “La Niña”, “A Menina”.

Causas do Fenômeno:

O principal fator responsável pelo El Niño acima de tudo é o aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial em até 3.5°C. Esse aquecimento está relacionado a diversos mecanismos, incluindo:

Aumento da radiação solar: Ocorre uma intensificação da radiação solar em até 10% sobre a região equatorial do Pacífico. Isso, portanto, contribui para o aquecimento das águas oceânicas.

Ao mesmo tempo, alterações nos padrões de ventos sobre o Pacífico podem influenciar a distribuição de calor e a temperatura das águas superficiais. Portanto, a dinâmica entre a atmosfera e o oceano, por meio de processos como a evaporação e a condensação, também influencia a temperatura das águas oceânicas.

Em contrapartida, o enfraquecimento da corrente de jato equatorial, que normalmente impulsiona o movimento das águas superficiais do Pacífico para oeste, contribui para o acúmulo de calor na região central e oriental do oceano, intensificando o El Niño.

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Tipos de El Niño

Tipo Fraco: As águas do Oceano Pacífico Equatorial ficam mais quentes que a média, mas a anomalia de temperatura e chuva é menos intenso do que em tipos de El Niño mais fortes. O aquecimento das águas nesse tipo de El Niño é, em média, de 0.5°C a 0.9°C. O último evento de El Niño Fraco foi registrado em 2024 e em seguida passou para La Niña no mesmo ano.

Tipo moderado: As águas do Oceano Pacífico ficam ainda mais quentes que no Fraco El Niño, com um aumento de 1°C a 1.4°C. Estes eventos no tipo Moderado são relativamente comuns, ocorrendo em intervalos de 2 a 7 anos. O último El Niño Moderado ocorreu em 2018 para 2019, e afetou principalmente a América do Sul, com diminuição das chuvas no Nordeste do Brasil e aumento no Centro-Norte.

Tipo Forte: Neste tipo, o aquecimento das aguas do pacífico pode chegar a até 3.5°C acima da média. Por consequência, isso provoca uma série de alterações no clima global, com impactos severos em diversas partes do planeta.

Um El Niño Forte pode persistir por até 18 meses, e também há mais chances de causar eventos como secas, inundações, tempestades, furacões e ondas de calor.

1982-1983: Considerado o El Niño mais forte já registrado. Causou estragos em todo o mundo, com secas devastadoras na África e Austrália, inundações na América do Sul e fortes tempestades no Pacífico.

1997-1998: Outro evento El Niño muito forte, com impactos severos no clima global. Nele pôde-se observar secas na Indonésia e América do Sul, inundações na América Central e furacões no Pacífico. Neste período, surpreendentemente, a temperatura das águas do Pacífico chegou a sofrer um acréscimo de 4ºC.

2015-2016: O fenômeno mais recente de grande magnitude, causando secas na América do Sul e África, inundações na América do Norte e Ásia, contribuindo para o aumento global da temperatura.

A Formação do El Niño

Normalmente, ventos fortes chamados de alísios sopram de leste para oeste no Pacífico Equatorial, impulsionando as águas quentes superficiais para o oeste do oceano. No entanto, durante o El Niño, esses ventos alísios ficam mais fracos ou até mesmo invertem sua direção.

Essa mudança na circulação dos ventos tem um efeito crucial: as águas quentes superficiais, que antes eram transportadas para o oeste, se acumulam na região central e oriental do Pacífico. Imagine um rio que perde sua correnteza, permitindo que as águas se acumulem em um determinado ponto.

Formação do El Niño
Formação do El Niño

A Corrente de Jato Equatorial se Enfraquece

Outra peça importante nesse quebra-cabeça é a corrente de jato equatorial, uma corrente de ar de alta altitude que sopra de oeste para leste sobre o Pacífico Equatorial. Essa corrente de jato normalmente ajuda a manter as águas quentes no oeste do oceano.

No entanto, durante o evento climático, a corrente de jato equatorial também se enfraquece, permitindo que as águas quentes se acumulem ainda mais na região central e oriental do Pacífico. Imagine um vento que antes empurrava as águas quentes para o oeste, mas agora está fraco demais para fazer isso.

O acúmulo de águas quentes na região central e oriental do Pacífico gera uma série de alterações nos padrões atmosféricos, que se propagam pelo planeta como ondas em um lago.

Consequências do El Niño:

O El Niño provoca alterações significativas nos padrões climáticos em diversas regiões do mundo, impactando a temperatura, a precipitação e a frequência de eventos climáticos extremos. As principais consequências do El Niño incluem:

  • Secas: Este evento está frequentemente associado a secas prolongadas em regiões como o Nordeste do Brasil, norte da Austrália, sul da África e Índia.
  • Inundações: O El Niño pode intensificar as chuvas em outras áreas, como no sul do Brasil, costa oeste da América do Norte e Peru.
  • Mudanças nos padrões de temperatura: O aquecimento das águas do Pacífico durante o El Niño pode levar a um aumento das temperaturas médias globais, além de influenciar a distribuição de temperaturas em diferentes regiões.
  • Aumento da frequência de eventos climáticos extremos: O El Niño pode intensificar a ocorrência de eventos climáticos extremos como furacões, ciclones e tempestades.
  • As alterações nos padrões climáticos causadas por este fenômeno podem ter um impacto significativo na agricultura, pesca e outros setores da economia.
Efeitos do El Niño no Brasil
Efeitos climáticos do El Niño no Brasil

Previsões do El Niño

Cientistas monitoram constantemente as condições oceânicas e atmosféricas para prever a ocorrência de eventos de El Niño. A previsão do evento é complexa e envolve o uso de modelos climáticos sofisticados que analisam diversos dados, como a temperatura da superfície do mar, a circulação atmosférica e as condições de vento.

A previsão precisa do El Niño permite que governos e tomadores de decisão se preparem para os impactos potenciais do fenômeno, mitigando os riscos e implementando medidas de adaptação.

Curiosidades sobre o El Niño

Além dos impactos já conhecidos, o El Niño também guarda curiosidades interessantes que revelam sua influência em diferentes aspectos da vida. Portanto, veja agora tudo sobre o que esse gigante evento pode influenciar além dos efeitos já conhecidos.

No Brasil:

Um Rio Invertido: O Rio Amazonas, normalmente um gigante caudaloso, pode ter sua vazão reduzida em até 50% durante o El Niño. Imagine o rio Amazonas fluindo ao contrário!

Por outro lado, as praias do Nordeste brasileiro podem se estender em até 50 metros durante o El Niño, devido à diminuição do volume de chuvas e ao recuo do mar. Mais espaço para aproveitar o sol!

Em contrapartida, o El Niño aumenta o risco de queimadas na Amazônia, colocando em perigo a rica biodiversidade da região. Uma chama de alerta para a preservação ambiental!

Ao mesmo tempo, a produção de cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro pode ser reduzida em até 30% durante o El Niño, afetando a economia local. Um sabor amargo para os produtores.

Eventos climáticos extremos – A Fúria da Natureza Descontrolada

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No Mundo:

O evento de El Niño mais forte já registrado, em 1982-1983, causou prejuízos de até 100 bilhões de dólares em todo o mundo. Um gigante que deixa sua marca!

Do Frio ao Calor:

O El Niño pode influenciar a distribuição de temperaturas em diferentes regiões do planeta, causando ondas de calor em algumas áreas e invernos mais rigorosos em outras. Um verdadeiro quebra-cabeça climático!

Inegavelmente, as ondas no Havaí ficam maiores e mais frequentes durante o evento climático, atraindo surfistas de todo o mundo em busca do desafio. Contudo, em casos extremos de El Niño, neve já foi registrada em montanhas de países tropicais como a Colômbia e o Equador. Um toque de inverno em terras quentes!

Por outro lado, a proliferação de mosquitos, transmissores de doenças como dengue e malária, pode aumentar durante o El Niño, devido às mudanças climáticas. Um alerta para a saúde pública!

Por fim, ao mesmo tempo, a migração de peixes pode ser alterada durante o El Niño, afetando a pesca em diversas regiões do mundo. Um desafio para os pescadores!

Eventos Raros:

O El Niño com características atípicas, chamado de “Niño Invertido”, também pode ocorrer, com impactos diferentes dos eventos tradicionais. Uma reviravolta climática!

El Niño x La Niña, qual a diferença?

El Niño e La Niña, os dois lados da mesma moeda climática, são fenômenos oceânicos que causam alterações significativas no clima global. Enquanto o El Niño traz consigo o aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico, La Niña se caracteriza pelo resfriamento dessas mesmas águas.

Para entendermos as diferenças entre esses dois gigantes climáticos, vamos analisar melhor, resumidamente, as principais diferenças entre eles:

CaracterísticaEl NiñoLa Niña
Temperatura da águaAcima da médiaAbaixo da média
Circulação atmosféricaVentos alísios fracos ou mudam de direçãoVentos alísios intensificados
Impactos climáticosSecas, inundações, ondas de calor, eventos climáticos extremos, mudanças na temperatura globalChuvas acima da média, secas, ondas de frio, eventos climáticos extremos, mudanças na temperatura global
Duração9 a 18 meses9 a 18 meses
Frequência2 a 7 anos2 a 7 anos
PrevisãoDesafio para os cientistas, mas modelos climáticos complexos são utilizadosDesafio para os cientistas, mas modelos climáticos complexos são utilizados
Comparação entre El Niño e La Niña

Referências de Pesquisa:

NOAA Climate: https://www.noaa.gov/education/resource-collections/weather-atmosphere/el-nino

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