Poluição nos oceanos – a ameaça à sustentabilidade do nosso planeta
A poluição dos oceanos é a introdução de substâncias nocivas nos mares e oceanos, causando impactos devastadores para a vida marinha, os ecossistemas e a saúde humana. Essa problemática ambiental assume diversas formas, cada uma com suas características e consequências.
De acordo com um estudo do PNUMA, mais de 14 milhões de toneladas de plástico entram e danificam os ecossistemas aquáticos anualmente. Esta informação está associada principalmente ao aumento da poluição plástica e suas consequências para a vida marinha e para o clima global. A UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) em seus relatórios, também destacam a gravidade da poluição plástica nos oceanos, mencionando números semelhantes e discutindo as ações necessárias para mitigar esses impactos.
Causas e fontes de Poluição no oceanos
1. Turismo – principal causa de poluição nos oceanos
O turismo descontrolado em áreas costeiras gera lixo, esgoto e outros poluentes, além de danificar os ecossistemas marinhos. Ou seja, a maior parte da poluição dos oceanos se origina em terra firme, através do transporte por rios, ventos e atividades humanas nas zonas costeiras.
Assim, essa atividade promove o descarte inadequado de plástico que é um dos principais problemas, com milhões de toneladas entrando nos oceanos todos os anos. Pior ainda, esse material se fragmenta em microplásticos e nanoplásticos, que são ingeridos por animais marinhos e entram na cadeia alimentar e afetam a segurança alimentar, inclusive a nossa.
2. Trafego de navios e acidentes
O tráfego de navios, principalmente petroleiros, libera óleo, produtos químicos e outros poluentes nos oceanos. Além disso, o derramamento de petróleo em acidentes marítimos ou por exploração offshore de petróleo e gás natural causam danos graves aos ecossistemas, contaminando a água, matando animais e destruindo habitats.
Como se não bastasse, o barulho excessivo produzido por atividades humanas é uma causa de poluição sonora nos oceanos. Por exemplo: a navegação marítima, as plataformas de exploração de petróleo e o sonar militar, que desorientam e prejudicam a audição de animais marinhos, como baleias e golfinhos.
3. A Agricultura, a Indústria, a Aquicultura e nossas Atividades Domésticas
O uso de produtos químicos na agricultura, indústria e atividades domésticas libera substâncias tóxicas nos oceanos, afetando a reprodução, o desenvolvimento e a saúde dos animais marinhos. Ou seja, o despejo de esgoto não tratado nos oceanos contribui para a proliferação de algas nocivas, que podem causar a morte de peixes e outros animais, além de contaminar a água e prejudicar a qualidade das praias.
Por fim, temos a Aquicultura que poderia ser uma solução sustentável , mas a criação de peixes e outros animais marinhos em cativeiro pode gerar resíduos poluentes, como ração não consumida e excrementos dos animais.
Segundo os dados do Relatório da ONU sobre poluição plástica, se não tomarmos medidas urgentes para conter as causas do problema da poluição nos oceanos e mares, os volumes de resíduos plásticos praticamente triplicarão até 2040, causando a extinção de milhares de espécies aquáticas.
Como ocorre a poluição nos oceanos e mares?
Geralmente o lixo vai parar nos oceanos e mares através dos cursos d’água. Em 80% dos casos, aliás, é proveniente do descarte irregular de resíduos em lixões, terrenos baldios e até mesmo nas ruas. Quando chove, geralmente esses detritos acabam sendo lançados nos rios e, posteriormente, nos mares e oceanos. No entanto, os 20% restantes resultam do descarte direto, feitos por embarcações pesqueiras (impactos da pesca), navios de turismo e por banhistas em dias ensolarados.
Poluição dos oceanos – situação no Brasil
A poluição marinha no Brasil é um problema crescente que afeta diversas regiões costeiras do país. Segundo dados recentes:
Segundo a WWF-Brasil, o Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, gerando cerca de 11,3 milhões de toneladas de resíduos plásticos anualmente. Deste total, apenas 1,28% é reciclado.
De acordo a Agência Brasil e o Jornal da USP, os plásticos correspondem a 48,5% dos itens encontrados no mar brasileiro. Além disso, microplásticos, partículas menores que 5 mm, são uma preocupação significativa, com estudos indicando alta poluição em estados como São Paulo, Paraná, Sergipe e Bahia.
Pois bem, o Brasil participa da campanha global Mares Limpos, promovida pela ONU, que visa reduzir a poluição por plásticos nos oceanos. O país também implementa o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, com ações para melhorar a gestão de resíduos sólidos e incentivar a coleta seletiva. Entretanto, sabemos que as ações estão mais no papel que na realidade. Os impactos são visíveis.
A poluição nos oceanos e mares contra a sustentabilidade
A quantidade de lixo marinho aumenta todos os dias. O plástico é um dos tipos de lixo mais comuns e é uma das maiores ameaças à vida marinha.
O plástico não é biodegradável e possui excelente durabilidade. Isso significa que, quando é descartado no meio ambiente, pode demorar até 500 anos para se decompor. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, um estudo realizado pela Universidade de Queensland, na Austrália, revelou que o plástico causa a morte de aproximadamente 100 mil animais marinhos por ano.
Além disso, resíduos como linhas e redes de pesca enroscam os animais – de grandes mamíferos até pequenos crustáceos – estrangulando-os, sufocando-os e até mesmo matando-os de fome.
O lixo plástico também pode fornecer um habitat para a proliferação de organismos prejudiciais, como algas tóxicas. Elas afetam a saúde dos animais aquáticos, principalmente dos corais.
Mar de plástico (ilhas de plástico)
Outro problema ambiental grave desse tipo de lixo no mar é a formação de ilhas de plástico. As ilhas de plástico se formam em regiões onde o acúmulo de resíduos, principalmente de plástico, é lançado nos mares e oceanos.
A Ilha de Lixo do Pacífico, por exemplo, é formada por 1,6 milhão de quilômetros quadrados de detritos, 79 mil toneladas de plástico e equivale a duas vezes o território da França. Toda essa poluição nos oceanos e mares está ameaçando a vida marinha e a saúde humana, principalmente dos habitantes que vivem perto da costa.
Vale destacar ainda que o mar de plástico serve como fonte de poluentes químicos e microplásticos. Pois bem, a vida marinha está absorvendo, eventualmente, retornar entrar na cadeia alimentar humana. Isso pode levar a vários problemas de saúde, incluindo câncer e outras doenças graves.
Micro e Nanopartículas estão sendo ingeridas pela população marinha
Segundo Hans Peter Arp, pesquisador do Instituto Geotécnico Norueguês (NGI) e professor da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), a degradação do plástico é um processo muito lento, não eficaz para interromper o acúmulo, o que significa que a exposição ao plástico envelhecido continuará aumentando.
Annika Jahnke, pesquisadora do Helmholtz Center for Environmental Research (UFZ) e professora da RWTH Aachen University, destaca que em ambientes remotos, os detritos plásticos inevitavelmente geram um grande número de partículas micro e nanoplásticas, além da lixiviação de produtos químicos adicionados aos plásticos, complicando ainda mais a situação (EcoDebate).
Por isso, a poluição dos oceanos e mares (lixo marinho) representa uma ameaça crescente à sustentabilidade, pois são ecossistemas vitais para a vida na Terra. Não devemos esquecer que eles provêm alimentos, oxigênio, abrigo para a vida marinha. Além disso, recursos biológicos para pesquisa e desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades humanas. Em suma, facilitam atividades marítimas, turismo e lazer para várias comunidades.
Existe solução para resolver o problema da poluição nos oceanos e mares?
Sim, por exemplo, “A campanha “Mares Limpos” é uma iniciativa global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançada em 2017 com o objetivo de combater a poluição marinha e reduzir o lixo plástico nos oceanos até 2024. Pois bem, o prazo precisa ser alterado porque estamos em 2024 e o problema continua piorando.
Segundo a UNEP – UN Environment Programme, cada vez mais países estão se juntando a essa campanha. O objetivo é adotar medidas para reduzir ou eliminar os plásticos descartáveis, investir em instalações de reciclagem e implementar planos de ação para proteção marinha. Atualmente, cerca de 60 países, incluindo aqueles sem litoral, aderiram à campanha, comprometendo-se com objetivos ambiciosos para lidar com a poluição por plástico.
A campanha também oferece apoio técnico aos países participantes para desenvolverem seus planos de ação nacionais e compartilharem melhores práticas para incentivar a ação global. Você encontra mais informações no site das Nações Unidas no Brasil.
Conscientização e educação
Uma das principais formas de combater a poluição dos oceanos e mares é através da educação.
As pessoas precisam ser conscientizadas sobre os perigos do descarte irregular de resíduos. Além disso, instruídas sobre o que elas podem fazer para combater esse problema ambiental.
Todavia, é preciso também contar com esforços governamentais para reduzir a poluição nos oceanos e mares. Por exemplo: melhorias nas políticas de gestão de resíduos sólidos, de saneamento básico e de recursos hídricos. Claro, boas estratégias podem reduzir significativamente os danos à natureza.
Video incorporado do canal Nossa Ecologia
Resumo com perguntas frequentes sobre a poluição nos oceanos
A poluição nos oceanos é causada principalmente pelo descarte inadequado de plásticos, resíduos industriais, efluentes domésticos, pesticidas agrícolas e derramamentos de óleo. Cerca de 80% do lixo marinho tem origem em atividades terrestres, chegando aos oceanos através de rios e canais.
A poluição marinha afeta a vida marinha, causando a morte de animais que ingerem ou ficam emaranhados em detritos plásticos. Além disso, contamina a cadeia alimentar, prejudica a saúde humana, afeta a biodiversidade e provoca danos econômicos ao setor de turismo e pesca.
Microplásticos são partículas de plástico menores que 5 mm, enquanto nanoplásticos são ainda menores, invisíveis a olho nu. Eles são preocupantes porque são ingeridos por organismos marinhos, entrando na cadeia alimentar e potencialmente causando danos à saúde humana e ambiental.
O Brasil participa de campanhas globais como a Mares Limpos da ONU e implementa o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, focando na gestão de resíduos sólidos, coleta seletiva e conscientização pública. A Marinha do Brasil também participa de ações de limpeza e monitoramento das águas.
A poluição marinha pode ser reduzida através de políticas de gestão de resíduos sólidos, promoção da reciclagem, uso de materiais alternativos ao plástico, limpeza de praias, e educação ambiental para evitar o descarte inadequado de lixo.
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