No Brasil, não sabemos reaproveitar o lixo em nossas cidades. Segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), produzimos cerca 80 milhões de toneladas. No entanto, apenas 4% é efetivamente reciclado. Pergunte-se:
Os lixos recicláveis são mesmo reciclados? Para onde vai o lixo reciclado da sua cidade? O que podemos fazer para reaproveitar todo o lixo que jogamos fora?
Precisamos reaproveitar o lixo no Brasil
No Brasil, a maioria do lixo coletado ainda é destinada de maneira inadequada. Por exemplo:
Aproximadamente 59% do lixo coletado é destinado a aterros sanitários. Ou seja, em locais projetados para a disposição final de resíduos sólidos com medidas de controle ambiental para evitar a contaminação do solo e da água.
Cerca de 30% do lixo vai para lixões ou aterros controlados. Ou seja, em locais onde as pessoas simplesmente despejam os resíduos sem nenhum controle ambiental. Aterros controlados têm algumas medidas de controle, mas não são tão eficientes quanto os aterros sanitários.
Apenas cerca de 4% do lixo é reciclado. Esse percentual inclui materiais como papel, vidro, metal e plástico. Ou seja, coletados e processados para serem reutilizados na produção de novos produtos.
Menos de 1% do lixo vai para a compostagem, que é o processo de decomposição de resíduos orgânicos (como restos de alimentos e podas de jardim) para a produção de adubo orgânico.
Outros métodos, como incineração, embora isso ainda seja pouco comum no Brasil.
Exemplos de como nossos governos poderiam arrecadar em vez de gastar com o lixo
Existem diversas formas de as prefeituras arrecadarem com a transformação do lixo. Algumas possibilidades. Por exemplo:
1. Pirólise
Refere-se a um processo onde o lixo é submetido a altas temperaturas na ausência de oxigênio, resultando na produção de gases e óleos combustíveis. Portanto, utilizados tanto como fonte de energia quanto como insumos na fabricação de produtos químicos.
2. Transformação de plásticos em combustível
O processo químico que converte plástico em combustível líquido é uma técnica inovadora. Empregado tanto na geração de energia quanto como insumo na fabricação de produtos químicos.
3. Geração de energia com o biogás
Alguns tipos de lixo, como resíduos orgânicos, transformam-se em biogás ou biocombustível. Utilizados na produção de energia elétrica, ou térmica.
As prefeituras podem investir em usinas de geração de energia a partir do lixo para vender a energia produzida e obter receita. Então, arrecadar ou tuilizar como combustível, bem como para gerar energia elétrica.
4. Venda de materiais recicláveis
Muitos materiais recicláveis podem ser vendidos para empresas que os utilizam como matéria-prima na produção de novos produtos. Em suma, as prefeituras podem estabelecer parcerias com empresas de reciclagem para vender esses materiais e obter receita.
5. Venda de produtos transformados
Muitos materiais recicláveis podem ser vendidos para empresas que os utilizam como matéria-prima na produção de novos produtos. Em suma, as prefeituras podem estabelecer parcerias com empresas de reciclagem para vender esses materiais e obter receita.
6. Incineração
A incineração é um método que envolve a queima de resíduos a altas temperaturas, convertendo-os em cinzas e gases. Emprega-se essa técnica para diminuir o volume de resíduos e produzir energia através dos gases emitidos na combustão. Por exemplo, o processo de incineração queima resíduos para produzir vapor, depois utiliza-se para movimentar turbinas e produzir eletricidade.
Conscientização para redução do desperdício e para reaproveitar o lixo no Brasil
Para aumentar o reaproveitamento do lixo, diversas ações podem ser implementadas. Por exemplo:
Promover campanhas educativas para informar e conscientizar a população sobre a importância da separação correta dos resíduos.
- Investir em sistemas de coleta seletiva e em centros de triagem eficientes.
- Criar incentivos para empresas que utilizam materiais reciclados em seus processos produtivos.
- Implementar e fiscalizar leis que incentivem a reciclagem e a compostagem, reduzindo a quantidade de resíduos encaminhados para aterros sanitários.
- Fortalecer parcerias com cooperativas de catadores, fornecendo suporte técnico e financeiro para ampliar a capacidade de reciclagem.
Responsabilidade Compartilhada para reaproveitar o lixo no Brasil
É crucial entender que a gestão adequada dos resíduos sólidos é uma responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e cidadãos. Cada um de nós tem um papel importante a desempenhar, desde a geração até o descarte adequado dos resíduos. Ao adotar práticas sustentáveis e cobrar ações efetivas dos gestores públicos, podemos assim contribuir para um sistema de gestão de resíduos mais eficiente e ambientalmente responsável.
Quando misturamos nossos resíduos e criamos lixo estamos desperdiçando recursos e riquezas naturais. Quando criamos lixo, estamos desperdiçando dinheiro. Pode parecer besteira, mas é simples assim.
E ainda existe um outro tipo de economia. É a economia gerada a partir da diminuição dos altos custos que a coleta seletiva de lixo impõe aos agentes públicos.
O que é lixo para você pode ser ouro para todos e poderíamos reaproveitar.
Como você pode participar e reaproveitar o lixo no Brasil?
Adotando práticas Lixo Zero e do reaproveitar, fazendo com que o que antes era lixo deixe de ser. Como, por exemplo, a compra de alimentos a granel. Ou o simples ato de adotar uma garrafinha de água para nos acompanhar no dia a dia em vez de sair comprando outras.
Tudo isso representa uma pequena mudança, mas que gera grandes impactos financeiros. Assim, dispensando embalagens e outros recipientes, cuja produção impacta, e muito, o meio ambiente.
O Lixo Zero evita que toda essa cadeia ilógica e irracional aconteça. Práticas Lixo Zero promovem a reutilização e reciclagem de resíduos. Reinsere uma grande quantidade de dinheiro nos sistemas econômicos locais. Desonera a responsabilidade de gestão desses resíduos, uma vez que a gestão é de ordem local.
Resumo com perguntas frequentes sobre reaproveitar o lixo no Brasil
Reciclamos apenas 4% dos resíduos sólidos no Brasil, segundo a Abrelpe (Agência Brasil).
Os principais desafios incluem a falta de infraestrutura adequada para a coleta seletiva, a baixa adesão da população à separação correta dos resíduos e a contaminação dos materiais recicláveis (Portal – Sustentabilidade) (Agência Brasil).
O lixo reciclável é geralmente encaminhado para cooperativas de catadores ou empresas privadas que fazem a triagem e comercializam os materiais recicláveis. No entanto, a falta de transparência dificulta o acompanhamento do destino dos resíduos (Agência Brasil).
A população pode contribuir separando corretamente os resíduos recicláveis, participando de programas de coleta seletiva, e conscientizando-se sobre a importância da reciclagem para o meio ambiente (Portal – Sustentabilidade).
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) estabelece metas para aumentar a recuperação de resíduos para 50% em 20 anos, e o Programa Recicla+ visa fomentar investimentos privados na reciclagem (Agência Brasil).
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