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Aterro sanitário – características, funcionamento e dados no Brasil

Desenho esquemático de como funciona um aterro sanitário.

O que é um Aterro Sanitário?

Os aterros sanitários são estruturas de engenharia especialmente projetadas para a disposição final de resíduos sólidos de maneira segura e ambientalmente correta. Esses aterros visam minimizar os impactos negativos no meio ambiente e na saúde pública, garantindo a decomposição controlada dos resíduos.

Porém, não deve ser confundido com um “depósito de lixo” (o lixão).

Diferença entre aterro sanitário e lixão

Um aterro sanitário distingue-se de um lixão por ser um espaço planejado e administrado, com procedimentos para salvaguardar o meio ambiente e a saúde pública. Em contraste, um lixão é um local de despejo incontrolável de resíduos, sem as precauções necessárias para prevenir a poluição do solo, água e ar.

Lixões

O lixão é um sistema ultrapassado, onde se acumulam resíduos de todos os tipos em uma área escavada sem regulamentação ou controle. Enfim, lixões causam sérios problemas ambientais e de saúde pública, como contaminação do solo e da água, proliferação de vetores de doenças e emissão de gases poluentes.  

Em 2022, o número de lixões a céu aberto no Brasil era de cerca de 3.000, segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA). Então, isso significa um aumento de 27% em relação a 2021, quando o SINIR (Sistema Nacional de Informações sobre Resíduos Sólidos) registrava 2.367 lixões.

Aterros sanitários

Por outro lado, o aterro sanitário em valas é uma abordagem diferente, projetada para otimizar o processo de enterramento dos resíduos, permitindo a formação de camadas através do preenchimento completo das trincheiras, restaurando a topografia original do terreno.

Em 2023, o Brasil possuía cerca de 670 aterros sanitários em operação, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Isso representa um aumento de apenas 5% em relação a 2021, quando o SINIR registrava 640 aterros.

Benefícios do Aterro Sanitário

Primeiramente, é um espaço para receber lixos especiais e proteção do solo. Claro, quando são utilizadas mantas adequadas. Em seguida, a coleta do chorume e seu tratamento. Principalmente, espaço para estocar material e drenagem pluvial para que as chuvas não carreguem o lixo.

Por fim, incentivo a reciclagem. Além disso, a maior parte do que achamos que é lixo, na verdade são resíduos que poderiam ir para a reciclagem.

Vou te explicar! Vem comigo!

História dos Aterros Sanitários

A história dos aterros remonta do século passado, onde a disposição de resíduos era feita de maneira rudimentar. Com o crescimento populacional e industrial, a necessidade de métodos mais seguros e eficazes levou ao desenvolvimento dos aterros sanitários modernos. 

As primeiras implementações de aterros sanitários modernos ocorreram no início do século XX, com avanços significativos nas décadas seguintes, incluindo o uso de tecnologias de geossintéticos e sistemas de controle de gases.

Características Essenciais dos aterros sanitários que seguem as regulamentações

O aterro é construído com barreiras de impermeabilização para evitar a contaminação do solo e da água subterrânea pelo chorume, um líquido percolado dos resíduos.

Além disso, deve contar com um sistema de drenagem de gases que coleta o metano e outros gases gerados pela decomposição do lixo, evitando assim a emissão desses gases poluentes na atmosfera.

O devido aterro sanitário é monitorado constantemente para garantir o bom funcionamento do sistema de drenagem, a qualidade do ar e do solo, e a segurança das operações.

  • Os resíduos são dispostos em etapas, compactados e cobertos com camadas de terra para minimizar odores e a proliferação de vetores de doenças.
  • Após o encerramento da vida útil do aterro, a área poder ser recuperada para outros usos, como áreas verdes ou parques.

Funcionamento de um Aterro Sanitário

A gestão de resíduos sólidos envolve várias etapas, desde a coleta e transporte até o tratamento e disposição final. A coleta seletiva e a reciclagem são componentes importantes dessa gestão, reduzindo a quantidade de resíduos destinados aos aterros. Por exemplo:

1- Os resíduos são pesados e registrados antes de serem dispostos na célula do aterro.

2. Em seguida compactados para reduzir o volume e cobertos diariamente com material inerte.

3- Os sistemas de drenagem são instalados para coletar e tratar o líquido percolado.

4- Outros sistemas são implementados para coletar e tratar os gases gerados pela decomposição dos resíduos.

Planejamento e Projeto de Aterros

O planejamento e projeto de aterro envolvem a seleção criteriosa do local, considerando assim aspectos ambientais, sociais e econômicos. O design deve incluir barreiras de impermeabilização, sistemas de drenagem e coleta de gases para garantir a segurança ambiental.

Tipos de Aterros Sanitários

  • Tradicional: Operação básica com cobertura diária.
  • Controlado: Monitoramento mais rigoroso e controle de lixiviados.
  • Bioreator: Utilização de técnicas para acelerar a decomposição dos resíduos.

Tecnologias Empregadas em Aterros Sanitários

As tecnologias aplicadas nos aterros sanitários são essenciais para a mitigação de impactos ambientais. Por exemplo:

  • Geossintéticos: Materiais sintéticos usados para impermeabilização.
  • Sistemas de drenagem: Redes de tubulação para coleta de lixiviados.
  • Controle de gases: Sistemas de coleta e tratamento de metano e outros gases.

Impactos Ambientais dos Aterros Sanitários

Atenção! Os aterros, se não gerenciados corretamente, podem causar poluição do solo, água e ar. Medidas de mitigação incluem o uso de barreiras impermeáveis, sistemas de drenagem e tratamento de lixiviados, além da coleta e queima controlada de gases.

Aterros Sanitários no Brasil – Desafios e Avanços em Números

Os aterros no Brasil enfrentam desafios significativos, incluindo a falta de infraestrutura adequada em muitas regiões. No entanto, há exemplos de aterros bem-sucedidos, como o Aterro Bandeirantes em São Paulo, que utiliza tecnologias avançadas para o controle ambiental.

Dados recentes indicam que a geração de resíduos sólidos urbanos está aumentando globalmente. No Brasil, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos 2023 da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), foram geradas 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2022, dos quais 59,5% foram destinados a aterros sanitários.

Assim, a gestão de resíduos sólidos no Brasil enfrenta desafios consideráveis, com a falta de infraestrutura adequada e a prevalência de lixões a céu aberto como grandes obstáculos. Apesar disso, avanços significativos foram observados nos últimos anos, com o aumento do número de aterros e a melhoria na qualidade da gestão.

Quantidade de aterros sanitários no Brasil

O Brasil, em 2023, possuía cerca de 670 aterros sanitários em operação, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Ou seja, isso representa um aumento de 5% em relação a 2021, quando o SINIR registrava 640 aterros. Em conclusão, a situação do lixo e da degradação do solo no Brasil vem piorando.

Percentual de cidades que procuram tratar o lixo adequadamente

Aproximadamente 65% dos municípios brasileiros tinham acesso a aterros sanitários adequados em 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Controle de Poluição (ABCP). Então, apesar do aumento na cobertura, ainda há um terço dos municípios sem acesso a aterros adequados, o que representa um grande desafio para a gestão de resíduos sólidos no país.

Distribuição Geográfica dos Aterros Sanitários no Brasil

A região Sudeste ainda concentra o maior número de aterros sanitários (242), seguida pelas regiões Nordeste (125), Sul (110), Centro-Oeste (98) e Norte (95). Portanto, é importante destacar que a distribuição dos aterros sanitários ainda é desigual entre as regiões, com o Norte e o Nordeste apresentando os menores índices de cobertura.

Necessidade de aumentar a capacidade de armazenamento

Houve um aumento na capacidade de armazenamento do lixo no Brasil, que se deve principalmente à construção de novos aterros e à expansão da capacidade dos já existentes. Assim, a capacidade total de armazenamento dos aterros sanitários brasileiros era de 335 milhões de toneladas em 2023, segundo a ABRELPE. Porém como vimos, ainda há muito que fazer. Principalmente em relação a conscientização dos brasileiros em relação ao consumo e geração de lixo. Bem como a insuficiência da gestão de resíduos.

A política Nacional de resíduos sólidos

Marco do Saneamento, sancionado em julho de 2020, estabeleceu um prazo até 2024 para o fim dos lixões nos municípios brasileiros. No entanto, este prazo varia conforme a existência de planos de resíduos sólidos e número de habitantes nas cidades, porque os aterros sanitários são menos perigosos para o meio ambiente que os atuais lixões. Já que teoricamente são construídos para evitar a contaminação do solo, da água e do ar.

Onde construir aterros sanitários?

Aterros sanitários utilizam grandes extensões de terra. Além disso, precisamos construir aterros isolados da área urbana, para evitar problemas comuns como o mal cheiro. Portanto, aterros bem construídos devem ter um sistema de drenagem pluvial. Ademais, a área e a quantidade de lixo devem ter controle.

Por último, não esquecer que a gestão dos aterros sanitários deve seguir a norma ABNT NBR 8419/1992, de forma que a sua vida útil seja de no mínimo dez anos. Há a necessidade de monitoramento do aterro sanitário após o encerramento de suas atividades. Porque monitorar um aterro que não funciona mais? Porque continua produzindo chorume e gases tóxicos.

Aterros sanitários – uma nova consciência

A construção de aterros modernos com instalações bem projetadas e gerenciadas pode diminuir significativamente os impactos ambientais. Tudo isso, evita alterações no solo, no ar e na água. 

Aterros Sanitários vs. Outras Formas de Destinação de Resíduos

Os aterros sanitários são uma das várias opções para a destinação de resíduos. Alternativas como a incineração, compostagem e reciclagem apresentam diferentes vantagens e desafios. A escolha da melhor opção depende de diversos fatores, incluindo o tipo de resíduo e as condições locais.

Inovações e Futuro dos Aterros Sanitários

O futuro dos aterros sanitários está intimamente ligado às inovações tecnológicas. Pesquisas estão focadas no desenvolvimento de novos materiais e técnicas para melhorar a eficiência e reduzir os impactos ambientais.

Casos de Sucesso em Aterros Sanitários no Brasil

Casos de sucesso em aterros sanitários podem ser encontrados em diversas partes do mundo. Exemplos notáveis incluem o Aterro de Puente Hills nos EUA, conhecido por suas práticas avançadas de gestão de resíduos e controle ambiental.

1- Aterro Sanitário de Seropédica (RJ):

  • Maior aterro sanitário da América Latina: Recebe cerca de 20 mil toneladas de resíduos por dia, provenientes de 22 municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro.
  • Geração de energia: O biogás gerado na decomposição dos resíduos é utilizado para abastecer uma usina de geração de energia, que fornece energia para a própria operação do aterro e para a rede elétrica local.
  • Recuperação de água: A água da chuva que cai no aterro é coletada e tratada, sendo utilizada para irrigar áreas verdes e para fins não potáveis.

2- Aterro Sanitário de Gramacho (RJ):

Em 2012, as autoridades fecharam o antigo lixão de Gramacho, considerado um dos maiores do mundo, e agora o estão transformando em um parque urbano com áreas verdes, espaços de lazer e um centro de educação ambiental.

  • Memória histórica: O local também contará com um memorial que contará a história do lixão e a importância da sua transformação em um espaço verde para a comunidade.

3- Aterro Sanitário de Hortolândia (SP):

  • Prêmio “Melhores Práticas em Gestão de Resíduos Sólidos” da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) em 2019. O aterro possui um índice de reciclagem de 30%, um dos mais altos do país. Principalmente, porque os resíduos orgânicos, destinados à compostagem, geram adubo orgânico, utilizado em áreas verdes e na agricultura.

4- Aterro Sanitário de Diadema (SP):

  • O aterro é autossustentável, gerando sua própria energia através do biogás e reutilizando a água da chuva. Além disso, utiliza tecnologias inovadoras para o monitoramento ambiental e para a gestão dos resíduos.
  • Centro de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para a gestão de resíduos sólidos.

5- Aterro Sanitário de Curitiba (PR):

  • Modelo de gestão de resíduos sólidos, conta com altos índices de reciclagem e compostagem. A cidade de Curitiba possui um programa de educação ambiental exemplar que contribui para o sucesso da gestão dos resíduos sólidos.
  • A comunidade participa na gestão do aterro através de conselhos municipais e programas de educação ambiental.

Educação e Conscientização sobre Aterros Sanitários

educação e conscientização são essenciais para a gestão eficaz dos aterros sanitários. Programas educacionais e o engajamento comunitário ajudam a informar o público sobre a importância da gestão adequada de resíduos e as práticas sustentáveis.

Economia Circular e Aterros Sanitários

A integração dos aterros sanitários com a economia circular envolve a reutilização e reciclagem de materiais para reduzir a quantidade de resíduos destinados aos aterros. Essa abordagem promove a sustentabilidade e a eficiência dos recursos.

Repensar a gestão de resíduos

Todos nós precisamos desenvolver uma nova consciência. Temos que olhar nosso cenário atual e repensar sobre a gestão de resíduos. O dinheiro investido na gestão de resíduos pode significar economia com os gastos na saúde pública. O descarte realizado de forma certa, protege a saúde da população.

Somos os responsáveis

Este é nosso planeta! Somos responsáveis pelo lixo que geramos. O mundo ideal e sustentável seria aquele que não tivessem lixões e que não precisem de enormes aterros sanitários.

Veja bem, os lixões não são a nossa solução! Muito menos aterros planejados! Porquê, o que precisamos mesmo é parar de produzir tanto, consumir tanto e gerar tanto lixo. Claro, por enquanto, a gestão de resíduos não é perda de tempo, é um passo na direção do tão sonhado mundo sem lixões e sem tantos desperdícios.


Perguntas e respostas sobre Aterro Sanitário

Como os aterros sanitários podem ser mais sustentáveis?

Para tornar os aterros sanitários mais sustentáveis, é necessário implementar práticas como a reciclagem, compostagem, redução da geração de resíduos e o uso de tecnologias avançadas para o tratamento de lixiviados e gases. Além disso, a conscientização e a educação pública sobre a gestão de resíduos são essenciais.

Qual a diferença entre aterro sanitário e lixão?

A principal diferença entre um aterro sanitário e um lixão está na forma de operação e controle ambiental. Um aterro sanitário: projetado com medidas de proteção ambiental. Por exemplo: impermeabilização e sistemas de drenagem. Lixão: uma área com resíduos depositados sem qualquer controle ou tratamento, causando assim sérios danos ambientais.

O que fazer com os gases produzidos em um aterro sanitário?

Os gases produzidos em um aterro sanitário, principalmente o metano, coletados através de sistemas específicos, podem ser queimados para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Em alguns casos, esses gases são capturados e utilizados como fonte de energia.

Quais são os desafios enfrentados na gestão de aterros sanitários no Brasil?


No Brasil, a gestão de aterros sanitários enfrenta desafios como a falta de infraestrutura adequada em muitas regiões, a resistência das comunidades locais à construção de novos aterros e a necessidade de investimento em tecnologias de tratamento de resíduos. Além disso, há a necessidade de políticas públicas eficazes e fiscalização rigorosa para garantir a conformidade ambiental.


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Veja também

Dicas de pesquisa

  • Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE)
  • Associação Brasileira de Controle de Poluição (ABCP)
  • Confederação Nacional de Municípios (CNM)
  • Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

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