Fracking – Impactos da extração de petróleo e gás em alta profundidade

fracking - fraturamento hidráulico

O fracking, ou fraturamento hidráulico, é uma técnica usada para a extração de gás natural e petróleo de formações rochosas profundas, como o xisto. Essa técnica envolve a injeção de grandes volumes de água, areia e produtos químicos no subsolo para fraturar as rochas e liberar o gás ou petróleo aprisionado. O fracking tem sido amplamente utilizado em países como os Estados Unidos, onde revolucionou a produção de energia, transformando o país em um dos maiores produtores de petróleo e gás natural do mundo.

Apesar dos benefícios econômicos e do aumento na produção energética, o fracking gera preocupações significativas sobre seus impactos ambientais. Entre as principais questões estão a poluição da água, a contaminação do solo, a liberação de metano (um potente gás de efeito estufa) e os riscos sísmicos.

Este artigo explora em detalhes o que é o fracking, como funciona, bem como os principais impactos ambientais dessa prática.

Como Funciona o Fracking?

Trata-se de um processo complexo que começa com a perfuração de poços verticais e horizontais no subsolo com fraturamento hidráulico, que podem atingir profundidades de até 3 mil metros. Uma mistura de água, areia e produtos químicos é injetada com alta pressão nas camadas de rochas subterrâneas, principalmente xisto, para criar pequenas fraturas. Essas fraturas liberam o petróleo ou gás aprisionado nas rochas, que então sobe pelo poço e pode ser capturado na superfície.

Fases do Fracking

1- Perfuração: Um poço perfurado verticalmente e depois desviado horizontalmente por centenas a milhares de metros na camada de xisto.

2- Fraturamento: A mistura de água, areia e produtos químicos é injetada sob pressão, criando fraturas nas rochas.

3- Extração: O gás natural ou petróleo flui das rochas fraturadas para o poço e é bombeado para a superfície.

4- Tratamento de Resíduos: Após o processo, a água residual (água usada no fracking) é recuperada, tratada. Muitas vezes, reinjetada no subsolo ou enviada para estações de tratamento.

Embora o processo seja eficaz para liberar grandes quantidades de petróleo e gás, ele gera uma série de impactos ambientais negativos. De fato, esse processo têm levantado preocupações entre cientistas, ambientalistas e comunidades afetadas.

Impactos Ambientais do Fracking

1. Poluição da Água

Um dos maiores problemas associados ao fracking é a contaminação de fontes de água subterrâneas. Ou seja, o fraturamento hidráulico requer grandes volumes de água, frequentemente extraídos de rios e lagos, o que pode levar à escassez hídrica em regiões mais secas.

Além disso, durante o processo de fracking (fraturamento hidráulico), a água residual (chamada de fluído de retorno) que retorna à superfície contém não apenas os produtos químicos injetados, mas também metais pesados, radioisótopos e salinidade elevada que foram liberados das rochas profundas. Isso representa um risco de contaminação de aquíferos e lençóis freáticos, que fornecem água potável para muitas comunidades.

Estudos indicam que em locais como a Pensilvânia, nos EUA, houve casos de contaminação de poços de água potável com produtos químicos usados no fracking, além de metano, o que levou a explosões em residências e principalmente problemas de saúde em algumas áreas.

2. Uso Excessivo de Água

O fracking consome uma quantidade imensa de água. Estima-se que, para cada poço de fracking, se utilizam entre 8 a 30 milhões de litros de água. Isso pode agravar os problemas de escassez hídrica, especialmente em regiões onde a água já é um recurso limitado. Além disso, a competição pelo uso da água entre a indústria de fracking e as comunidades agrícolas ou urbanas pode criar tensões.

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3. Contaminação do Solo

Pois bem, a contaminação do solo é outro grande problema. Ou seja, quando o fluido de fracking retorna à superfície, ele precisa de tratamento e armazenamento adequado. Se houver vazamentos durante o transporte ou o armazenamento desses resíduos, produtos químicos perigosos podem infiltrar-se no solo, contaminando as áreas agrícolas e ecossistemas locais.

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Em 2015, a Environmental Protection Agency (EPA) dos Estados Unidos relatou que o fracking tem “potencial para impactar os recursos hídricos em todas as etapas do ciclo de água usado no fracking”, o que inclui o risco de derramamento e infiltração de produtos químicos no solo.

4. Emissões de Metano

Além dos riscos de contaminação, o fracking contribui significativamente para as emissões de metano, um potente gás de efeito estufa. Você sabia que o metano tem um potencial de aquecimento global 25 vezes maior que o dióxido de carbono (CO₂) em um período de 100 anos? Durante o fracking, parte do metano aprisionado nas rochas é liberado no ar, e, embora uma parte seja capturada, há vazamentos significativos para a atmosfera.

Compromisso Global de Metano – Metas e desafios

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Estudos mostram que a produção de gás de xisto pode liberar até 4% de metano durante o processo, o que prejudica os benefícios climáticos da transição do carvão para o gás natural.

5. Atividade Sísmica (Terremotos)

O fracking também está associado a um aumento na atividade sísmica. A reinjeção de água residual no subsolo pode aumentar a pressão nas falhas geológicas, provocando terremotos. Em suma, em estados dos EUA como Oklahoma, que anteriormente tinham baixa atividade sísmica, os terremotos aumentaram drasticamente. Ou seja, desde que começaram o fracking e a reinjeção de águas residuais.

Entre 2009 e 2019, Oklahoma registrou mais de 890 terremotos de magnitude 3,0 ou maior, em comparação com menos de 2 por ano antes da expansão do fracking.

6. Desmatamento e Impacto nos Ecossistemas

A construção de poços de fracking muitas vezes envolve o desmatamento de grandes áreas para abrir espaço para a infraestrutura necessária. Isso afeta os ecossistemas locais, destrói habitats naturais e assim contribui para a perda de biodiversidade. Além disso, a construção de estradas para acessar os poços também fragmenta paisagens, prejudicando a fauna local.

Alternativas ao Fracking

Diante dos impactos ambientais do fracking, muitos especialistas e ativistas estão pedindo uma transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis, como a energia solar, eólica e hidrelétrica.

Além disso, algumas empresas estão investindo em tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS), que ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa durante a extração e uso de combustíveis fósseis, embora ainda não sejam uma solução definitiva para os problemas causados pelo fracking.

Conclusão

O fracking (fraturamento hidráulico) revolucionou a produção de gás natural e petróleo, oferecendo benefícios econômicos e energéticos. No entanto, seus impactos ambientais são profundos, com riscos significativos para a água, o solo, a qualidade do ar e a estabilidade sísmica. Em conclusão, as preocupações crescentes com as emissões de metano e a contaminação da água tornam o fracking uma prática controversa, levando à discussão sobre a necessidade urgente de transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.


Resumo com Perguntas e Respostas sobre Fracking

O que é fracking (fraturamento hidráulico)?

Fracking, ou fraturamento hidráulico, é uma técnica que envolve a injeção de água, areia e produtos químicos em alta pressão no subsolo para fraturar rochas e liberar gás ou petróleo aprisionado.

Quais são os principais impactos ambientais do fracking?

Os principais impactos incluem a contaminação de fontes de água, poluição do solo, emissões de metano, assim como o aumento na atividade sísmica em áreas de fracking.

Como o fracking pode afetar a água potável?]

A água residual do fracking pode conter produtos químicos tóxicos e metais pesados que, se vazarem ou forem mal tratados, podem contaminar lençóis freáticos e então as fontes de água potável.

Por que o fracking está relacionado aos terremotos?

A injeção de água residual em poços profundos pode aumentar a pressão nas falhas geológicas, desencadeando terremotos em áreas que antes não tinham atividade sísmica significativa. Estados como Oklahoma, nos EUA, têm registrado um aumento de terremotos desde a expansão do fracking.

Quais são as alternativas ao fracking?

As principais alternativas incluem fontes de energia renovável, como solar e eólica, que não apresentam os mesmos riscos ambientais e de saúde pública. Além disso, há o desenvolvimento de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS) para mitigar as emissões de gases de efeito estufa de fontes fósseis.


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