O que são cidades sustentáveis?
Cidades mais sustentáveis do mundo são aquelas que buscam um desenvolvimento equilibrado, considerando os aspectos econômicos, sociais e ambientais, de forma a garantir a qualidade de vida das presentes e futuras gerações.
Principais características
- As cidades sustentáveis possuem um planejamento urbano integrado e participativo, que leva em conta as necessidades da população e do meio ambiente.
- Priorizam meios de transporte sustentáveis, como transporte público, bicicletas e caminhadas, além de investir em infraestrutura para pedestres e ciclistas.
- Adotam medidas para reduzir o consumo de energia, como o uso de fontes renováveis, a implementação de edifícios eficientes e a conscientização da população.
- Implementam gestão de resíduos com sistemas eficientes de coleta seletiva, reciclagem e compostagem para reduzir a quantidade de lixo enviado para aterros sanitários.
- Possuem amplas áreas verdes, como parques, jardins e florestas urbanas, que contribuem para a qualidade do ar, a regulação do clima e o bem-estar da população.
- Oferecem habitação de qualidade para todos os cidadãos, com acesso a serviços básicos como água, saneamento e energia.
- Promovem a inclusão social e a redução da desigualdade, através de programas de educação, saúde, cultura e lazer.
- Principalmente, encorajam a participação da comunidade na tomada de decisões sobre o futuro da cidade.
Critérios para uma Cidade Sustentável
Não existe um único critério universal para classificar uma cidade como sustentável, pois a sustentabilidade é um conceito complexo e multidimensional que abrange diversos aspectos. No entanto, existem diversos indicadores que podem ser utilizados para avaliar o desempenho de uma cidade em diferentes áreas, como:
1. Meio Ambiente
- Qualidade do ar: Níveis de poluição do ar, presença de áreas verdes e cobertura vegetal.
- Gestão da água: Recursos hídricos, tratamento de água e esgoto, consumo de água per capita.
- Resíduos sólidos: Geração de resíduos, coleta seletiva, reciclagem, compostagem e disposição final.
- Biodiversidade: Preservação de áreas naturais, proteção da fauna e flora, combate à desertificação.
- Eficiência energética: Consumo de energia, uso de fontes renováveis, emissão de gases de efeito estufa.
2. Sociedade
- Qualidade de vida: Saúde pública, educação, segurança, acesso à cultura e lazer.
- Inclusão social: Combate à pobreza, acesso à moradia, oportunidades de trabalho e renda.
- Participação da comunidade: Nível de engajamento da população na vida da cidade, existência de conselhos municipais e fóruns de discussão.
- Direitos humanos: Respeito aos direitos humanos, combate à discriminação e à violência.
- Coesão social: Nível de integração social, diversidade cultural, tolerância e respeito às diferenças.
3. Economia
- Desenvolvimento econômico: Geração de emprego e renda, diversificação da economia, crescimento sustentável.
- Empreendedorismo: Apoio a pequenos negócios, inovação tecnológica, desenvolvimento de startups.
- Economia circular: Redução de resíduos, reuso e reaproveitamento de materiais, consumo consciente.
- Comércio local: Fortalecimento do comércio local, valorização da produção artesanal e da agricultura familiar.
- Finanças públicas: Gestão eficiente das finanças públicas, combate à corrupção, transparência e responsabilidade.
4. Governança
- Planejamento urbano: Existência de um plano diretor urbano integrado e participativo, que leve em conta as necessidades da população e do meio ambiente.
- Gestão pública eficiente: Transparência, accountability, combate à corrupção, boa gestão dos recursos públicos.
- Estado de direito: Respeito às leis, garantia da segurança jurídica, proteção dos direitos dos cidadãos.
- Participação social: Envolvimento da população na tomada de decisões sobre o futuro da cidade, existência de canais de comunicação e participação popular.
- Cooperação intergovernamental: Cooperação entre diferentes níveis de governo para a implementação de políticas públicas sustentáveis.
Ranking das 5 Cidades mais sustentáveis do Mundo
1 – Zurique (Suíça), a cidade mais sustentável do mundo
Localizada no nordeste da Suíça, próximo à fronteira com a Alemanha, e com aproximadamente 403 mil habitantes. Entre as 5 cidades mais sustentáveis do mundo, Zurique é considerada a cidade campeã.
Mesmo sendo populosa, os motivos para que seja sustentável são vários. Por exemplo, Zurique possui grande quantidade de espaços verdes, uma rede de transporte público altamente eficiente e faz uso de energias alternativas.
Você sabia? Veja só: mais de 80% da eletricidade de Zurique vem de fontes renováveis de energia. Aliás, foi em Zurique que nasceu o conceito de “sociedade de 2.000 watts per capita”, um objetivo definido para 2050 em termos de economia energética.
Além disso, ela é referência em reciclagem e reaproveitamento do lixo: mais de 40% dos resíduos produzidos pelas pessoas são reciclados.
Ou seja, por lá foi trabalhado em conjunto a questão da infraestrutura e a conscientização dos seus habitantes: existem zonas de reciclagem espalhadas por toda a cidade, a coleta nas casas é extremamente organizada, o saco de lixo é cobrado e, se o morador não faz o descarte correto, o lixo nem é retirado.
Será que um dia os brasileiros atingirão toda essa conscientização?
As cidades podem ser sustentáveis? Sem você agir, talvez não (Abre numa nova aba do navegador)
2 – Singapura (República de Singapura), um exemplo de cidade sustentável
A população de Singapura, considerada uma cidade-Estado, é de aproximadamente 5,6 milhões de habitantes.
Segundo um estudo da Economist Intelligence Unit, unidade de inteligência da revista britânica Economist, Singapura é o local que produz mais milionários e é o mais caro de se viver. Mas nem sempre foi assim.
Por ter uma localização estratégica, é rota comercial chave de China, Índia e o Sudeste Asiático. Dessa forma, hoje conhecida como “A Pérola da Ásia”, foi nos últimos 50 anos que se tornou um dos maiores centros financeiros do mundo.
Alguns fatores para Singapura se tornar tão rica foram: investimento social em educação, conscientização, saúde, habitação, bem como apostar em competitividade econômica, ao mesmo tempo em que combatia a corrupção.
Mas afinal, com tanta riqueza, como Singapura pode ocupar o 2° lugar em sustentabilidade?
De que adianta ser rico sem qualidade de vida?
A resposta está no equilíbrio. Ou seja, o foco não é apenas a economia, mas também desenvolver estratégias ambientais e sociais.
Por exemplo, a cidade possui muitas áreas arborizadas (em torno de 30%), alta eficiência energética e incentivo ao uso de transporte público e compartilhado em vez de carros particulares.
Outro destaque fica para a gestão da água, que vai desde a captação da água da chuva até o seu tratamento, incluindo seu reuso, captação e dessalinização. Em conclusão, estima-se que quase 40% da água de Singapura venha de água usada que foi purificada e tratada.
É um ótimo exemplo para o Brasil, não é mesmo?
Replantar: A importância das árvores nas cidades para o clima
3 – Estocolmo (Suécia)
Esta cidade possui aproximadamente 976 mil habitantes. Chamada também de “Veneza do Norte”, ou seja, porque é formada por mais ou menos 30 mil ilhas, das mais diferentes formas e tamanhos.
Conferência de Estocolmo – luta pela preservação ambiental (Abre numa nova aba do navegador)
Atualmente Estocolmo ocupa o 3° lugar no ranking das cidades mais sustentáveis, e isso tem uma razão: esta cidade é a capital da Suécia, um dos países que mais se preocupam com o meio ambiente no mundo.
Por possuir pouco espaço e muita gente, precisou de um ótimo planejamento. Por isso, transformou o Hammarby Sjöstad, uma área antiga, em seu primeiro distrito ecológico, bem como implantou circuitos fechados de água, tratamento de resíduos e uso de energias alternativas.
O transporte público de qualidade também ganha destaque na cidade, envolvendo metrô, ônibus, trem e até barcos. Assim, com menos carros nas ruas, há menos poluição.
Estocolmo vai além: o objetivo é até 2040 estar completamente livre de combustíveis fósseis. Por exemplo, uma estratégia adotada por lá é o uso de biocombustível gerado a partir do esgoto da cidade e outra é a reutilização do calor desperdiçado em um estádio para aquecer lojas, restaurantes e casas.
Parece bem interessantes estas estratégias de Estocolmo, não é?
4 – Viena (Áustria)
A capital da Áustria possui cerca de 1,9 milhão de habitantes, estando localizada no leste do país e às margens do rio Danúbio.
Além de ocupar o 4° lugar das cidades mais sustentáveis do mundo, várias pesquisas também a elegeram como a melhor cidade para se viver em todo o planeta, devido à alta qualidade de vida proporcionada à toda a sua população.
Veja só estas informações. 90% de seus moradores utilizam transporte público. Por lá existe linha de ônibus elétrico e um alto investimento em ciclovias.
A água vem de 30 fontes naturais das montanhas, que ajudam inclusive a gerar energia elétrica. Na própria cidade existem em torno de 700 fontes, a assim seus espaços formam parques urbanos muito procurados por habitantes e turistas.
A capital austríaca também se destaca por sua segurança, bem como pelo baixo preço de moradias para a população que não tem condições de bancar aluguel ou ter casa própria – é a habitação de interesse social.
Eficiência energética
A eficiência energética é outro objetivo da cidade. Neste sentido, existe o projeto Smart City Vienna, que busca alcançar uma cidade com zero emissão de gases poluentes e que, principalmente seja autossuficiente em energia.
Aliás, de acordo com a empresa alemã de consultoria estratégica Roland Berger, Viena é a melhor smart city do mundo. Esse título vem por causa da implementação de ações integradas e soluções inovadoras voltadas para a mobilidade, o meio ambiente, a educação, a saúde e principalmente, a administração. Também se destaca o sistema que monitora o progresso de todos os projetos individualmente.
E aí, ficou com vontade de se mudar para Viena?
5 – Londres (Inglaterra)
Londres, a 5a cidade mais sustentável do mundo, possui quase 9 milhões de habitantes, mais de três mil espaços verdes e parques que ocupam quase 40% de todo o seu território, e segue em constante crescimento econômico.
Porém, é preciso fazer uma observação: a cidade londrina possui muitos aspectos econômicos e ambientais positivos, como os seus ônibus, mundialmente conhecidos, que foram adaptados para gerar menos poluentes. Dessa forma, espera-se que até 2037 todos produzam emissões zero.
Você sabia? Para além dos ônibus, o metrô londrino já produz parte da energia que consome. Ou seja, os freios dos trens produzem energia. Esta por sua vez é recolhida, reciclada e devolvida para a rede de alimentação de eletricidade das estações de metrô.
Contudo, temos sucesso de um lado e desafios de outro. Considerando o aspecto social, no ranking aqui analisado, a capital da Inglaterra ocupa a 37ª posição, por ter grandes problemas de mobilidade e acesso à moradia.
Percebe como o caminho para alcançar a sustentabilidade não é tão simples como parece ser?
Bônus – conheça outras cidades sustentáveis
Quer conhecer mais uma cidade exemplo de sustentabilidade em todo o mundo? Sugiro que leia este artigo. Nele você vai conhecer Copenhague. Vale muito a pena a leitura!
E o Brasil? Nós também temos nossas cidades sustentáveis! Então, se você quer conhecer quais são elas, leia depois este artigo. As cidades mais sustentáveis do Brasil e como estão agindo
O que podemos aprender com todas estas cidades?
Assim como é interessante conhecer as estratégias adotadas pelas cinco cidades mais sustentáveis do mundo, mais ainda é saber quais lições você pode aprender com cada uma delas para começar a fazer do seu município um lugar mais equilibrado ambiental, social e economicamente.
Por exemplo, em sua cidade poderia ser criada uma infraestrutura voltada para o tratamento de resíduos produzidos diariamente em cada casa. E junto a isso, tal qual é feito em Zurique, também poderia ser trabalhada a conscientização e orientação de cada pessoa para separar e descartar o lixo corretamente, inclusive reduzindo a quantidade de resíduos gerados por cada habitante.
O mesmo poderia acontecer com a água, para que ela fosse captada corretamente, tratada e reutilizada sempre que necessário. Neste caso, o exemplo da gestão da água em Singapura poderia servir de inspiração.
Planejamento Urbano – O que é, objetivos, métodos e desafios (Abre numa nova aba do navegador)
O que podemos fazer para nossa cidade ser sustentável?
Importante lembrar ainda que a oferta de infraestrutura para a existência de transporte público depende principalmente do Poder Público. Em alguns casos até podem ser estabelecidas parcerias com o setor privado para desenvolver melhor esta área. Porém, nós, como cidadãos, também devemos fazer a nossa parte.
Por exemplo, podemos:
- Optar por deixar o carro em casa e usar mais a bicicleta;
- Oferecer ou aceitar mais caronas de conhecidos que fazem o mesmo trajeto que o nosso; ou
- Exigir do governo que disponibilize transporte público alternativo de qualidade, principalmente que use energias renováveis, da mesma forma que já acontece em Estocolmo, Viena e Londres.
Enfim, a responsabilidade não é de um ou de outro, mas de todos!
Então, o primeiro passo é a conscientização de cada indivíduo de que o planeta depende de nós. Depois, precisamos reorientar as nossas ações para caminharmos rumo às cidades mais sustentáveis.
Porque as cidades precisam mudar?
O mundo precisa de cidades mais sustentáveis. Afinal as cidades precisam mudar para que sejam ambientalmente corretas e causem menos polução.
Veja só: De acordo com o relatório publicado em 2018 pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, cerca de 55% da população mundial vivem nas cidades. Já para o ano de 2050, estima-se que esse número chegue a 68%. E existem estudos que falam em até 80% em 2060, devido ao crescimento populacional e à migração das áreas rurais para as urbanas.
O mundo vai suportar? Agora reflita comigo. Do jeito que o mundo está hoje, será que o nosso planeta vai aguentar todas essas pessoas vivendo em zonas urbanas?
Se os mesmos padrões de produção e consumo forem mantidos, se não forem tomadas medidas contra o aquecimento global, e nem forem desenvolvidas ações para melhorar a qualidade de vida de todos, será que a humanidade vai conseguir chegar até o ano de 2100? O cenário pode parecer catastrófico demais. E realmente é.
Cidades e Comunidades Sustentáveis – ODS 11 (Abre numa nova aba do navegador)
Afinal, se não começarmos hoje a construir o amanhã, não teremos futuro algum.
Por isso as cidades precisarão se tornar sustentáveis, porque precisamos garantir a sobrevivência do nosso planeta.
Como garantir a nossa sobrevivência e a do nosso planeta?
Antes de mais nada, quero deixar claro que o cenário é terrível, mas existe luz no fim do túnel. Essa luz aparece quando algumas ações em prol da sustentabilidade são desenvolvidas por nós, pelos governos, pelas empresas, pelas organizações... Enfim, por toda uma cidade.
Entre as principais ações que podem ser adotadas, estão, por exemplo:
- Manter a disponibilidade de recursos naturais
- Incentivar o uso de energias limpas
- Controlar a emissão de gases poluentes, principalmente aqueles causadores do efeito estufa
- Solucionar problemas de tráfego
- Adequar a infraestrutura para otimizar deslocamentos e possibilitar o uso de transportes alternativos
- Ofertar serviços que promovam a qualidade de vida, como por exemplo os relacionados à água, ao saneamento básico e aos resíduos
- Resolver problemas como a pobreza, a fome, de moradias, de desigualdades, de discriminação, relativos a corrupção, etc.
Mesmo assim, é melhor fazer ao menos um pouco do que ficar esperando que tudo se resolva magicamente. Até porque os esforços de cada um, somados, geram resultados fantásticos!
Em outras palavras, existem muitas maneiras de tornar uma cidade sustentável, a fim de garantir a sua existência no futuro. E claro, a nossa também. Enfim, as cidades precisam mudar.
Qual o critério de classificação das cidades no quesito sustentabilidade?
Como você pode fazer a sua parte?
Além de se conscientizar e de reorientar as suas ações inspirando-se no que as cidades mais sustentáveis do mundo já fazem, você pode agora se tornar um ativista, desempenhando um papel ainda mais fundamental e importante para a sustentabilidade. Comece divulgando esta postagem em suas redes sociais!
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