O que é energia compartilhada
A energia compartilhada, também conhecida como geração distribuída compartilhada ou GD compartilhada, é um modelo inovador que permite que duas ou mais unidades consumidoras (casas, apartamentos, empresas, etc.) compartilhem a energia solar gerada por um único sistema fotovoltaico. Na sustentabilidade, essa prática pode ser considerada uma revolução energética nos próximos anos.
Como funciona?
Imagine um condomínio com vários apartamentos. Um morador decide instalar um sistema de painéis solares no telhado do seu apartamento e gera mais energia do que consome. Através da energia compartilhada, ele pode vender o excedente de energia para os outros moradores do condomínio, que podem descontar esse valor em suas contas de luz.
Vantagens da energia compartilhada
- Mesmo quem não tem condições de instalar um sistema próprio pode se beneficiar da energia solar através da compartilhada.
- Os consumidores que compram energia compartilhada podem ter uma redução significativa na conta de luz.
- A energia solar é uma fonte de energia renovável e limpa, que contribui para a redução da emissão de gases poluentes.
- Diversos estados e municípios oferecem incentivos fiscais para a instalação de sistemas de energia compartilhada.
- A energia compartilhada promove a colaboração entre os consumidores e a criação de comunidades energéticas.
Quem pode participar?
- Unidades consumidoras: Casas, apartamentos, empresas, indústrias, etc., localizadas na mesma área de cobertura da distribuidora de energia.
- Consumidores livres: Consumidores que optam por sair do mercado cativo da energia elétrica e comprar energia no mercado.
- Consumidores que geram e consomem sua própria energia.
Energia Compartilhada: a revolução energética sustentável que vem dos painéis fotovoltaicos
A energia compartilhada, impulsionada pelo avanço tecnológico e pela queda nos custos de instalação de sistemas fotovoltaicos, tem o potencial de ser um divisor de águas na transição energética global. E ela vem demonstrando ser um caminho promissor para um futuro mais sustentável.
Ou seja, estamos falando de uma mudança na maneira como produzimos, consumimos e compartilhamos energia.
Um estudo realizado pela National Renewable Energy Laboratory (NREL) nos Estados Unidos indica que a energia solar compartilhada poderia representar 32% a 49% do mercado de energia solar distribuída até 2020, ilustrando a significativa escalada desse movimento.
Mas, o que exatamente esse compartilhamento de energia e como funciona? Quais seus benefícios e desafios? É sobre isso que vou falar neste artigo. Vou te explicar o que é esta revolução energética e mostrar o imenso potencial que a energia compartilhada traz para a nossa transição para um modelo energético mais sustentável.
O que significa energia compartilhada?
Bom, já estamos acostumados a ver casas com painéis fotovoltaicos que convertem energia solar em energia elétrica. A novidade é que agora essas alternativas não precisam ser apenas para o consumo de residências particulares.
Assim, surge a energia compartilhada. Ela é um modelo que permite aos indivíduos gerar sua própria energia, normalmente por meio de painéis solares, e compartilhar o excedente com outros.
Este modelo é empoderador, porque não se limita a instalar painéis solares em nossos telhados. É uma revolução que está transformando consumidores passivos em produtores ativos de energia, conectando vizinhos, comunidades e cidades inteiras numa rede de energia compartilhada.
Então, alguns usam esta energia por necessidade, como é o caso dos moradores de zonas rurais que não contam com rede de distribuição elétrica. Outros por uma simples questão de economia financeira. Mas, quem sabe muitos ainda não utilizarão devido a uma maior consciência ambiental, não é mesmo?
Como surgiu a energia compartilhada?
Bem, não é novidade que pessoas ao redor do mundo vêm buscando encontrar formas alternativas e renováveis para obter energia elétrica. Aliás, isso vem se tornando urgente! Imagine um mundo com 10 bilhões de pessoas. Você sabia que essa previsão é para o ano de 2050?
Então, é ótimo que a indústria tecnológica vem desenvolvendo métodos e ferramentas para a obtenção de fontes alternativas de energia elétrica. Isso evoluiu muito nos últimos anos. E permitiu que um número maior de consumidores pudesse ter acesso a essas novas tecnologias.
Entretanto, no Brasil, até o ano de 2015, era proibido por lei o compartilhamento de energia. Principalmente o gerado por meio de fontes individuais. Na verdade, esse compartilhamento tampouco era possível, as estruturas eram caríssimas! Mas isso vem mudando. Afinal, o alto custo era o que tornava esse tipo de compartilhamento praticamente impossível.
E o que mudou?
A novidade é que em novembro de 2015 a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) alterou sua primeira Resolução Normativa. Essa alteração passou a prever a possibilidade de criação de mini geradoras ou micro geradoras compartilhadas.
Por quê? Porque é a partir desse ponto que se torna legal e normatizada a criação de unidades micro ou mini geradoras de energia elétrica compartilhadas. Mas claro, desde que as fontes utilizadas sejam renováveis. Assim, deve ser usada a energia solar fotovoltaica e, em alguns poucos casos, até a energia eólica.
Como funciona o compartilhamento de energia?
Ok, para você compreender esse ponto, primeiramente perceba que os custos de instalação de painéis solares baixaram. Enfim, se tornaram aceitáveis. Isso significa que o investimento se paga em curto prazo de tempo.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o custo da energia solar fotovoltaica caiu 82% desde 2010, permitindo que mais pessoas em todo o mundo acessem essa fonte de energia limpa e renovável.
Dessa forma, você pode ter energia solar na sua casa praticamente de graça. E isso pode acontecer através de um sistema de financiamento que possibilita instalar painéis solares com parcelas quase iguais à sua atual conta de luz.
E aí que entra a lógica da energia compartilhada. Ela vem para proporcionar as “associações de produção de energia”. A nova legislação que eu citei acima passou a permitir a criação de cooperativas dedicadas à geração de energia elétrica. Claro, como já mencionado, desde que oriunda de fontes naturais. Ou seja, são os famosos Condomínios Solares.
É bem interessante e super sustentável, não acha?
Essa modalidade, é chamada de “domínio de concessão” pela Aneel.
Nesse modelo, um grupo de pessoas pode se unir e investir na construção de uma planta de micro ou mini geração de energia elétrica. Entretanto, e importante deixar claro, essa planta não pode ser comparada aos painéis solares utilizados isoladamente nas residências.
Neste caso, as proporções são muito maiores e os investimentos também. Mas nada inviável, uma vez que muitas residências dividem os custos. Entende?
Então, na prática…
A energia elétrica gerada nessa planta pode ser distribuída entre as pessoas associadas e suas respectivas residências. Mas, além disso, a energia excedente gerada pelo sistema também pode ser repassada para a concessionária da região.
Ela, por sua vez deverá pagar pela energia consumida em suas redes. Ou seja, a concessionária passa a pagar aos residentes que investirem nessa nova rede. Isso inverte a situação atual em que você paga para a concessionária produzir.
Percebe como isso é uma revolução energética?
Benefícios da energia compartilhada
A geração de energia compartilhada traz diversos benefícios para seus associados. Mas também, e principalmente, para a sociedade e o meio ambiente.
Benefícios ambientais
Os benefícios ambientais oriundos da geração compartilhada de energia são percebidos quando observamos os impactos ambientais. A questão pode ser resolvida, uma vez que sejam observados os modelos tradicionais, não funcionais e não sustentáveis de obtenção de energia elétrica.
Assim, primeiro vamos entender que o Brasil é líder mundial em obtenção de energia por meio de fontes renováveis. Isso é bom! Porque isso significa que temos uma matriz energética que se ancora no modelo hídrico de geração de energia.
Cerca de 60% da energia elétrica gerada no Brasil advém das hidrelétricas espalhadas por todo o país. Esse modelo é considerado renovável, pois utiliza a força dos cursos de água para gerar eletricidade.
Entretanto, é um modelo que depende da construção de gigantescas barragens para reserva de água. Então, se mudarmos a ótica de observação, veremos que a construção dessas obras gera graves impactos ambientais e sociais para as comunidades vizinhas a essas barragens. Em contrapartida, isso coloca em xeque a real sustentabilidade desse modelo energético.
Ou seja: Ao optar pela geração de energia compartilhada, estamos fazendo uma revolução energética. Isso porque eliminamos a necessidade de construção de novas hidrelétricas, que causam grandes imapatos ambientais. Assim, promovemos a proteção desses ecossistemas já afetados no processo de construção dessas barragens.
Além disso, quando utilizamos a energia solar, por exemplo, reduzimos a dependência de fontes de energia não renováveis. E isso contribui significativamente para a redução das emissões de carbono e o combate às mudanças climáticas.
Benefícios econômicos e sociais da energia compartilhada
Apostar no investimento coletivo para construção de plantas de micro ou mini geração de eletricidade promove os conceitos e valores da Economia Circular. E claro, fortalece as economias locais e gera economia para seus associados.
Outro ponto muito interessante é que o crescimento desse modelo de unidades geradoras desafoga e alivia a tensão das redes de distribuição, evitando assim problemas de desabastecimento.
Novas unidades geradoras compartilhadas espalhadas pelo Brasil também contribuem com a diminuição de perda de eletricidade entre o ponto gerador e o ponto consumidor. Isso barateia os gastos e promove a queda nos preços ao consumidor final.
Vivemos em tempos de constante crise hídrica e, consequentemente, energética. Dessa forma, a popularização de alternativas como a geração de energia compartilhada tem muito a contribuir no combate aos apagões.
Por fim, para todos nós, os benefícios são tangíveis na forma de economia nas contas de energia e maior independência energética. Então, além de auxiliar na maior disponibilidade de eletricidade no sistema de distribuição, evitarão assim as dolorosas e onerosas bandeiras vermelhas em nossas faturas.
O impacto nos modelos de negócios de energia
Importante também falar que a energia compartilhada está desafiando e transformando os modelos de negócios de energia convencionais. Isso significa que as empresas de energia estão sendo forçadas a se adaptar, fornecendo plataformas e infraestruturas que permitem aos consumidores compartilhar energia.
Ou seja, as antigas empresas de energia precisam mudar o jeito que fazem as coisas. Elas estão sendo desafiadas a criar novas maneiras para que a gente possa compartilhar facilmente a energia que produzimos, seja através de aplicativos ou de outras tecnologias.
Por exemplo, algumas empresas estão desenvolvendo “mercados de energia” onde as pessoas podem vender o excesso de energia que produzem para outros na sua comunidade. Outras estão investindo em “redes inteligentes” que podem gerenciar a energia de forma mais eficiente, permitindo que a energia gerada localmente seja distribuída para onde é mais necessária.
E sabe o que é ainda mais legal? Isso está acelerando a inovação neste setor, contribuindo para a revolução energética. Estão surgindo novos modelos de negócios e tecnologias que nem existiam alguns anos atrás. É como se estivéssemos num playground de energia, onde novas ideias estão sendo testadas e colocadas em prática.
Então, em resumo, a energia compartilhada está realmente mexendo com o mundo da energia. Está mudando a maneira como as coisas funcionam e incentivando a inovação. Está sendo uma verdadeira revolução energética! E, embora ainda haja muito trabalho a fazer, isso é uma ótima notícia para todos nós que se preocupam com o futuro do nosso planeta.
Barreiras e desafios para a energia compartilhada
Apesar de seu imenso potencial, a energia compartilhada ainda enfrenta uma série de desafios.
Por exemplo, um grande obstáculo externo são as regras do jogo – as leis e regulamentos que governam o setor de energia. Em muitos lugares, as regras ainda são feitas pensando no velho jeito de produzir e vender energia. Por isso, para a energia compartilhada realmente decolar, as leis precisam ser atualizadas para refletir este novo cenário.
O segundo obstáculo são os desafios técnicos. Assim como um atleta precisa de um bom equipamento para competir, a energia compartilhada precisa de uma infraestrutura sólida para funcionar. Isso significa que precisamos de redes de energia que possam lidar com a energia que vem de milhares de diferentes produtores, em vez de apenas alguns grandes. E também precisamos de tecnologias que permitam às pessoas compartilhar facilmente a energia que produzem.
Finalmente, há o desafio da consciência pública. Muitas pessoas ainda não sabem que a energia compartilhada é uma opção, ou não entendem como ela funciona. Precisamos fazer um trabalho melhor em informar as pessoas sobre a energia compartilhada e mostrar a elas como é fácil e benéfico entrar nesse novo mundo de produção e consumo de energia.
Que tal ajudar nisso? Você pode, por exemplo, conversar com a associação de moradores do seu bairro. E, quem sabe, poderão montar uma cooperativa energética de painéis solares.
Ou ainda pode falar sobre este assunto com outras pessoas, para levar o conhecimento adiante. Assim, você mostra que a energia compartilhada é uma revolução energética que tem o potencial de transformar radicalmente a maneira como produzimos e consumimos energia. E que isso é importantíssimo para a sustentabilidade do nosso planeta.
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