Como os impactos ambientais afetam os solos?
Os impactos ambientais nos solos brasileiros resultam de ações humanas que prejudicam sua qualidade e suas características naturais. As principais consequências são desertificação, erosão, contaminação por substâncias químicas e inundações.
Veja bem, é lamentável o que as ações da espécie humana vêm fazendo contra o planeta! Não é mesmo? Afinal, o solo é a nossa grande riqueza e é a camada superficial indispensável da Terra.
Te convido a explorar as principais degradações que fazemos no solo brasileiro. Por exemplo:
- Abandono do solo.
- Os impactos do agronegócio;
- As queimadas;
- Contaminação do solo por metais pesados;
- Destruição do solo nativo.
A degradação do solo pelo agronegócio
Então, vamos pensar um pouco, começando pelo desenvolvimento da agricultura.
O agronegócio, a princípio, foi benéfico economicamente para países como o Brasil. Representou uma oportunidade para atrair investidores e alavancar seu PIB (Produto Interno Bruto). Mas as ambições deixaram de lado e não consideraram os impactos ambientais. Enfim, os estragos são imensos e não param de crescer.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em 2024 o agronegócio teve participação de 22% no PIB do Brasil.
Mas afinal, o que é o agronegócio? O agronegócio é uma aventura insustentável que agrega uma série de atividades relacionadas à produção agrícola de commodities e à criação de animais. Por exemplo: carne bovina, o milho, o algodão, o frango, a cana-de-açúcar, o leite e a soja, entre outros.
O mal uso da tecnologia contra a vida
A introdução de máquinas agrícolas, insumos químicos (agrotóxicos) e tecnologia genética elevaram os níveis de produtividade do campo para escalas inimagináveis.
Os resultados do agronegócio são desastrosos e promoveram: a concentração de terras, o desmatamento, a desertificação dos solos, a perda de biodiversidade, a contaminação dos solos e o fim de muitos dos nossos mananciais.
Sim, essa explosão de produtividade proporcionou ao Brasil a elevação de suas exportações agrícolas. Mas, tais atividades causaram e causam grandes impactos ambientais nos solos brasileiros. Além disso, a degradação dos ecossistemas a elas relacionadas.
As queimadas e os impactos nos solos brasileiros
As queimadas, por exemplo, são uma forma antiga de manejo da agricultura. Pior ainda: foram amplamente adotadas em todo território nacional e vem causando muitos impactos ambientais por todo o Brasil.
Pesquisa do projeto MapBiomas revela que, ao todo, 29,7 milhões de hectares foram queimados em 2024, 90% a mais do que no ano de 2023 e a maior extensão dos últimos seis anos.
Não preciso dizer que esta técnica gera muitos impactos no ambiente, pois a queima de matéria orgânica eleva a temperatura do ar e das águas próximas aos cultivos. Você entende que isso é pura falta de consciência ambiental?
Como resultado, as queimadas provocam não só a morte de várias espécies que não toleram variações de temperatura. Isso porque elas também liberam gás carbônico, além de que emitem vários gases que estão causando o efeito estufa e o aquecimento global.
As queimadas também alteram a umidade do solo, acarretando a mudança em sua porosidade. Em suma, dificultam a infiltração da água no mesmo. É mais ou menos como querer matar o solo de sede.
Além disso, o fogo desagrega as partículas do solo. Consequentemente, facilita o processo de erosão. Por sua vez, a erosão é provocada por meio do transporte de partículas que se realizam através da ação do vento e chuvas, assim, depositam sedimentos em outros ecossistemas.
Degradação do solo por compactação
A compactação é um termo que se refere à diminuição do volume do solo. Ou seja, é uma alteração na organização de suas partículas. É assim que este tipo de degradação modifica suas características físicas e biológicas. Como consequência, há diminuição na qualidade agrícola, prejudicando então a produtividade e assim causando muitos impactos ambientais no Brasil.
Quais são as causas? Dentre os fatores que causam a compactação, podemos destacar a utilização de máquinas agrícolas de grande porte, assim como equipamentos de transporte e animais.
O peso das máquinas agrícolas é um dos principais causadores da compactação dos solos e tem contribuído para a perda de produtividade e qualidade das terras brasileiras.
Por outro lado, existem técnicas de manejo que proporcionam a correção deste problema, mas são pouco usadas ainda no Brasil. Como por exemplo a agroecologia.
Se as soluções existem, por que então não são usadas?
Os gananciosos têm interesses em discordar das técnicas naturais de produção e as chamam de retrocesso. Assim, continuamos avançando e causando impactos ambientais nos solos do Brasil.
A degradação do solo por metais pesados
Os metais pesados são um grupo de elementos químicos que podem se acumular no meio ambiente por atividades como a agricultura. O despejo de resíduos industriais e a mineração são um exemplo deste tipo de atividade. Por exemplo, o uso de fertilizantes e agrotóxicos deposita estas substâncias no solo, causando uma cadeia de contaminação.
Por fim, a água da chuva é absorvida pelo solo, que contendo esses venenos, atinge os lençois freáticos. Mas, não para por aí: em seguida, a água dos lençois abastece os rios, contaminando também este ecossistema. Enfim, outra vez uma coisa leva a outra e todos os ecossistemas ficam comprometidos.
Tem mais: outro grande problema é que a retirada de metais pesados do meio ambiente é muito difícil. Isto porque os metais acumulam-se nos corpos dos seres vivos. Isso se chama bioacumulação.
Quais os efeitos desses elementos e seus impactos no solos brasileiros?
Os metais pesados causam, a curto prazo, reações no corpo humano, como: irritações na pele, bem como intoxicação das vias gastrointestinais.
Além disso, o contato a longo prazo com essas substâncias aumenta a probabilidade para o desenvolvimento de tumores cancerígenos.
Por que o desmatamento continua crescendo aqui no Brasil?
Veja bem, os pecuaristas retiram a mata nativa para a construção de pastos.
Um estudo feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) estima que a pecuária ainda pode levar à derrubada de mais 3 milhões de hectares entre 2023 e 2025 caso não sejam adotadas medidas mais efetivas de fiscalização. Isso equivaleria à devastação de um território maior do que o estado de Alagoas ou 20 vezes a cidade de São Paulo.
Por outro lado, estão o governo federal, os estaduais e os municipais, em muitos casos fazendo vista grossa, pois sabem da questão. Todos os envolvidos mantêm os seus interesses ocultos. Ou seja: total descaso e falta de consciência com seus eleitores e principalmente com o nosso Brasil. E assim, que sem um pingo de consciência, grandes campos foram devastados. Para você saber, a soja e o milho são as monoculturas mais plantadas até nos solos da Amazônia.
O crime do abandono do solo
Em primeiro lugar vem a retirada da cobertura vegetal nativa e o enfraquecimento do solo. Depois, a queima e a compactação, que causam impactos negativos nos solos. Por esses motivos, é muito comum que, após um tempo de uso, ocorra o abandono destas áreas.
A quantidade de solo perdida por ano, no mundo, chega a 24 bilhões de toneladas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Áreas abandonadas porque foram degradadas por ação do agronegócio. Por que isso acontece? Se temos no mundo milhões de pessoas passando fome, enquanto os solos estão literalmente sendo perdidos?
Especialistas apontam que nessas áreas há um potencial grande de recuperação. Nelas pode-se plantar várias espécies que proporcionariam nutrientes e melhorias às condições físicas e biológicas destas unidades naturais. Entretanto, não é lucrativo esperar que o solo se regenere.
A convergência com a natureza
Quando vamos despertar e parar de ignorar a mãe natureza e diminuir impactos ambientais nos solos brasileiros? Afinal, o Brasil vem sofrendo exploração de seus recursos naturais desde a época da colonização.
Veja bem, a natureza não é fragmentada. O solo, os ecossistemas aquáticos e terrestres, as plantas e os animais, vivem em convergência. Enfim, o ser humano, por sua vez, explora os recursos em divergência com os ciclos naturais.
Após escrever muitas linhas sobre destruição e impactos ambientais no Brasil, acredito que você, leitor, já esteja de certa forma agoniado. Porém, eu gostaria de dizer que nem tudo está perdido.
Uma parcela da humanidade já despertou para a necessidade de transformação. Existem soluções!
Em suma, a transformação que o planeta necessita começa, sobretudo, no íntimo do ser humano.
A evolução científica e tecnológica nos proporcionou inúmeros avanços. Porém, outros aspectos precisam ser lapidados. Aspectos que envolvem, acima de tudo, a transformação do interesse próprio (ego) em responsabilidade de cuidado coletivo.
Erosão do solo – o que é, tipos e impactos para a sustentabilidade
Resumo com perguntas frequentes
A agricultura intensiva pode levar à degradação do solo devido ao uso excessivo de fertilizantes e pesticidas, compactação do solo por maquinário pesado e perda de matéria orgânica. Isso reduz a fertilidade e a capacidade de retenção de água dos solos.
O desmatamento remove a cobertura vegetal, expondo o solo à erosão, reduzindo a biodiversidade microbiana e diminuindo a capacidade do solo de reter nutrientes e água. Isso pode resultar em solos empobrecidos e menos produtivos.
A mineração causa a remoção de grandes volumes de solo e subsolo, resultando em perda de estrutura do solo, contaminação por metais pesados e substâncias tóxicas, e dificuldade na recuperação de áreas degradadas.
A erosão do solo, causada principalmente pelo desmatamento e práticas agrícolas inadequadas, remove a camada superficial fértil do solo, diminuindo a produtividade agrícola e aumentando o assoreamento de rios e reservatórios.
A recuperação de solos degradados enfrenta desafios como a necessidade de técnicas avançadas e custosas, a falta de políticas públicas efetivas, e a resistência de alguns setores em adotar práticas sustentáveis de manejo do solo.
