O núcleo interno da Terra é uma das regiões mais enigmáticas e inacessíveis do planeta. Ele está localizado exatamente no centro da Terra e é composto principalmente por metais extremamente densos. Mesmo rodeado por camadas líquidas e com temperaturas altíssimas, o núcleo interno terrestre é sólido. Isso pode parecer estranho, mas essa característica tem um papel crucial no funcionamento do nosso planeta.
Neste artigo, vamos entender o que é o núcleo interno da Terra, quais são suas principais características, sua composição química, sua profundidade e por que ele é essencial para o campo magnético da Terra. Também veremos como os cientistas conseguem estudar uma camada que jamais foi tocada diretamente por instrumentos humanos.
Prepare-se para explorar a parte mais profunda do planeta. De acordo com dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o núcleo interno começa a cerca de 5.150 km de profundidade e se estende até o centro da Terra, localizado a 6.371 km da superfície. Mesmo com temperaturas superiores às da superfície do Sol, o núcleo interno permanece sólido por causa da imensa pressão.
O que é o núcleo interno terrestre e onde ele se localiza?
O núcleo interno terrestre é a camada mais profunda da Terra. Ele está exatamente no centro do planeta, cercado pelo núcleo externo, que é líquido. A descoberta do núcleo interno terrestre aconteceu em 1936, quando a cientista dinamarquesa Inge Lehmann analisou ondas sísmicas que atravessavam o planeta e percebeu que havia algo sólido no meio do núcleo líquido.
Essa região se estende do fim do núcleo externo, a cerca de 5.150 km de profundidade, até o ponto central da Terra, a 6.371 km. Mesmo sendo uma camada relativamente pequena em comparação com o manto, o núcleo interno terrestre representa aproximadamente 1,7% do volume total da Terra. Seu raio é de cerca de 1.220 km.
O fato mais surpreendente é que, apesar de estar a temperaturas que superam 6.000 °C, o núcleo interno permanece sólido. Isso acontece porque, nessa profundidade, a pressão é tão extrema que impede o ferro de derreter.
Mas o que exatamente forma essa camada tão quente e sólida?
Composição do núcleo interno – altíssima densidade
A composição do núcleo interno terrestre é baseada principalmente em ferro. Esse metal responde pela maior parte da massa da camada. Junto ao ferro, também há presença de níquel e pequenas quantidades de elementos mais leves, como enxofre e silício.
A alta concentração de ferro é responsável por sua densidade elevadíssima, estimada entre 12 e 13 gramas por centímetro cúbico. Esse valor é quase o dobro da densidade das rochas que compõem a crosta terrestre.
O núcleo interno terrestre é considerado uma esfera metálica sólida que gira em velocidade ligeiramente diferente da do restante do planeta. Alguns estudos indicam que ele pode estar girando um pouco mais rápido que o manto e a crosta.
Por estar cercado por o núcleo externo líquido, suas vibrações e rotações influenciam diretamente o campo magnético da Terra. E é justamente essa interação que garante um planeta mais protegido contra a radiação solar.
A seguir, veremos com mais detalhes por que o núcleo interno é tão importante para o equilíbrio do planeta.
A importância do núcleo interno terrestre para o planeta
Embora pareça uma camada isolada e distante, o núcleo interno terrestre tem grande impacto na vida na superfície. Ele ajuda a manter o campo magnético da Terra em funcionamento, em conjunto com o núcleo externo.
O campo magnético é criado pelo movimento dos metais líquidos no núcleo externo. Porém, a existência do núcleo interno sólido serve como ponto fixo e influencia diretamente esse movimento. Com isso, ele ajuda a estabilizar o comportamento do campo magnético terrestre.
Esse campo é o que protege a Terra de ventos solares carregados de partículas que poderiam destruir a atmosfera com o tempo. Sem ele, a vida como conhecemos seria praticamente impossível. Além disso, o o núcleo interno terrestre contribui para manter a estabilidade do eixo de rotação da Terra, o que interfere no clima e nas estações do ano.
Mesmo sem ter acesso direto a essa camada, os cientistas conseguem estudar seus efeitos e entender sua importância para todo o sistema da Terra.
Mas afinal, como foi possível descobrir tudo isso sem nunca cavar até o centro do planeta?
Como os cientistas estudam o núcleo interno terrestre sem alcançá-lo
Como o núcleo interno está a milhares de quilômetros de profundidade, nenhuma perfuração humana chegou sequer perto dele. No entanto, os cientistas usam ferramentas avançadas para entender como ele funciona. A principal delas é o estudo das ondas sísmicas.
Quando ocorrem terremotos, essas ondas se espalham por todo o planeta. Dependendo da camada que atravessam, elas mudam de velocidade e direção. Ao analisar como essas ondas se comportam ao passar pelo centro da Terra, os cientistas conseguiram identificar que ele é sólido.
Além disso, modelos computacionais ajudam a simular as condições extremas dessa região. Com isso, é possível prever como os materiais se comportam em diferentes temperaturas e pressões. Estudos sobre o campo magnético também fornecem pistas importantes sobre o que acontece no interior da Terra.
A descoberta e o estudo do o núcleo interno terrestre mostram o quanto a ciência pode ir longe, mesmo sem acesso direto. Isso também abre portas para novas pesquisas sobre a origem e o futuro do planeta.
Agora que você já conhece o que é o núcleo interno terrestre, sua composição e importância, vamos revisar os principais pontos com perguntas e respostas.
Curiosidades sobre o Núcleo Interno Terrestre
- É a camada mais profunda do planeta: Começa a cerca de 5.150 km abaixo da superfície e vai até o centro da Terra, que fica a 6.371 km de profundidade.
- Apesar do calor, é completamente sólido: Mesmo com temperaturas acima de 6.000 °C, o núcleo interno permanece sólido por causa da pressão gigantesca que existe nessa região.
- É feito, principalmente, de ferro e níquel: Esses metais tornam o núcleo interno uma esfera superdensa. Sua densidade é quase o dobro da das rochas da crosta terrestre.
- Foi descoberto sem precisar cavar: Cientistas detectaram o o núcleo interno terrestre ao analisar o comportamento das ondas sísmicas que mudam ao passar por diferentes materiais.
- Ele gira de forma independente: Não gira exatamente no mesmo ritmo que o resto da Terra. Ele pode até girar um pouco mais rápido que o manto e a crosta.
- Ajuda a proteger a vida na Terra: Ele contribui com o núcleo externo para manter o campo magnético do planeta, que bloqueia radiações perigosas vindas do Sol.
- Foi identificado em 1936: A cientista dinamarquesa Inge Lehmann foi quem descobriu o núcleo interno ao notar um comportamento incomum nas ondas sísmicas.
- É menor que a Lua: O raio do núcleo interno é de cerca de 1.220 km, ou seja, ele é menor que o nosso satélite natural, mesmo sendo extremamente denso.
- Sem ele, o campo magnético seria instável: A existência do núcleo interno terrestre sólido ajuda a manter o movimento do núcleo externo em equilíbrio, garantindo a estabilidade magnética do planeta.:
- É uma das partes mais misteriosas da Terra: Mesmo com tanto avanço científico, ainda existem muitas perguntas sem resposta sobre a composição e principalmente sobre o comportamento exato dessa camada interna da Terra.
Resumo – principais perguntas e respostas
É a camada mais profunda do planeta, composta principalmente por ferro sólido, localizada a partir de 5.150 km de profundidade até o centro da Terra.
Porque a pressão nessa profundidade é tão intensa que impede o ferro de derreter, mesmo em temperaturas superiores a 6.000 °C.
Ele influencia o movimento do núcleo externo líquido, que por sua vez cria o campo magnético que protege a Terra da radiação solar.
Eles analisam o comportamento das ondas sísmicas que atravessam o planeta e mudam de forma ao passar por materiais diferentes.
Não exatamente. Ele gira em um ritmo próprio, ligeiramente diferente da rotação do manto e da crosta, o que afeta o campo magnético terrestre.
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