De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), “a eutrofização e a depleção de oxigênio representam ameaças crescentes para os ecossistemas aquáticos em todo o mundo. O excesso de nutrientes nas águas, resultado principalmente de práticas agrícolas inadequadas e do despejo de esgoto sem tratamento, leva ao colapso da biodiversidade em regiões afetadas. A proliferação de algas, seguida pela sua decomposição, esgota o oxigênio, criando zonas mortas onde a vida aquática é severamente comprometida.”
A renomada bióloga marinha Sylvia Earle tem sido uma voz importante na defesa dos oceanos e dos ecossistemas aquáticos. Em diversas ocasiões, ela destacou a gravidade da depleção de oxigênio nas águas devido à eutrofização e outros fatores. Em uma de suas falas, Sylvia alertou sobre a situação crítica de vastas áreas oceânicas, como o Pacífico, que sofrem com a depleção de oxigênio. Ela enfatiza que esse fenômeno não afeta apenas os organismos que estão morrendo, mas também impacta diretamente a humanidade, já que a maior parte do oxigênio que respiramos é gerada pelos oceanos. Sylvia também destaca que a saúde do oceano é a saúde do planeta, resumindo com a famosa frase: “Sem azul, não há verde. Sem água, não há vida”(Ocean Today)
A depleção de oxigênio e a eutrofização estão relacionadas, mas são fenômenos diferentes que afetam os ecossistemas aquáticos de formas específicas. Por exemplo:
Eutrofização
A eutrofização é o processo pelo qual um corpo de água, como um lago ou rio, recebe excesso de nutrientes, especialmente nitrogênio e fósforo, provenientes de fontes como esgoto doméstico, fertilizantes agrícolas e resíduos industriais. Esses nutrientes estimulam o crescimento descontrolado de algas e plantas aquáticas. Esse crescimento excessivo é conhecido como “bloom” de algas.
O problema com a eutrofização é diferente da depleção de oxigênio, pois ocorre quando essas algas e plantas morrem e começam a se decompor. Durante o processo de decomposição, as bactérias consomem grandes quantidades de oxigênio da água, resultando em uma diminuição do oxigênio dissolvido.
Entenda o que é eutrofização e seus impactos ambientais (Abre numa nova aba do navegador)
Depleção de oxigênio
Por outro lado, a depleção de oxigênio, também chamada de hipóxia, acontece quando os níveis de oxigênio dissolvido na água caem para níveis muito baixos, tornando-se insuficientes para a sobrevivência da maioria dos organismos aquáticos. A depleção de oxigênio muitas vezes ocorre como consequência da eutrofização, mas pode se causar por outros fatores, como a poluição orgânica ou a estratificação da água (quando as camadas de água não se misturam adequadamente).
Quando as algas e plantas em decomposição (resultantes da eutrofização) consomem muito oxigênio, a água se torna hipóxica, criando as chamadas zonas mortas, onde peixes e outros organismos aquáticos não conseguem sobreviver.
O que são zonas mortas nos oceanos e quais são os impactos? (Abre numa nova aba do navegador)
Principais Diferenças entre Depleção de Oxigênio e Eutrofização
Causa:
A eutrofização ocorre pelo excesso de nutrientes no corpo d’água, que provoca o crescimento exagerado de algas e plantas.
A depleção de oxigênio é o resultado do consumo excessivo de oxigênio por bactérias que decompõem a matéria orgânica, geralmente após o processo de eutrofização.
Efeito:
A eutrofização promove o crescimento de algas e plantas, causando desequilíbrios ecológicos.
A depleção de oxigênio leva à morte de organismos aquáticos, já que a água se torna inabitável para muitas espécies.
Relação:
A eutrofização frequentemente leva à depleção de oxigênio, pois o excesso de nutrientes causa o crescimento excessivo de algas, que quando morrem e se decompõem, consomem oxigênio, resultando na hipóxia.
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